segunda-feira, dezembro 31, 2007

Gestão Europeia do mar Açoriano

Se olharmos para o mapa da União Europeia verificamos que as ilhas dos países mais desenvolvidos, e os países onde o mar respresenta grande parte da sua riqueza, preferiram ficar de fora da União Europeia, embora a porta esteja sempre aberta para eles entrarem. Estão neste caso países como a Islândia e a Noruega e ilhas como as Faroe, pertencentes à Dinamarca, e como as Ilhas do Canal e a Ilha de Man pertencentes Grã Bretanha. Isto para não falar das inúmeras ilhas sobre as quais os países europeus exercem soberania, no Atlântico, no Índico e no Pacífico, que, ao contrário de algumas das suas vizinhas francesas como Martinica, Guadalupe e Reunião, preferiram ficar de fora da União Europeia embora continuando a fazer parte do seu antigo país europeu. Mas se isto é assim convém que os açorianos se questionem porque razão esses territórios preferiram ficar de fora da lógica continental e estudem, por si mesmo, formas de ligação ao espaço europeu diferente daquele que ocorre com qualquer região do Continente; não numa atitude de pedintes à procura de financiamentos colonizadores, como acontece com os Domínios Franceses, mas sim como iguais que julgam defender melhor os seus interesses e do seu país fora da lógica carolíngia. Aliás, se os Açores defendem e bem a autonomia regional face ao Continente Português, porque razão não devem repensar e redefinir essa autonomia, agora face ao colosso europeu?
A razão deste repto tem a ver também com a constatação de que a Política de Pescas Europeia é um falhanço total na gestão dos stocks de pesca e que a eventual aprovação do novo Tratado de Lisboa só dá indícios de vir piorar as coisas. A Política Europeia de Pescas define quotas e cabe aos países ficalizarem essas capturas. Mas qual é a autoridade espanhola que vai fiscalizar as capturas feitas pelos barcos espanhóis nos mares dos Açores? O que eles têm é barcos fábrica e barcos hospitais para roubarem o máximo sabendo que mais tarde ou mais cedo a política tem de mudar. Mas quando mudar eles já têm direitos adquiridos e aquilo que pensávamos que era mar português e açoriano é, de facto, um deserto marinho controlado por espanhóis. Para agravar esta situação as negociações das quotas de pesca são feitas de forma desastrosa: os cientistas gastam rios de dinheiro em investigação para defenderem uma quota de X para cada espécie; a Comissão, desconfiada do fundamentalismo dos cientistas propõe 2X, e o Conselho acaba por aprovar 2X + A para compensar o pagamento de uma autoestrada extra para o Continente ou para os Açores. Para além do mais todos esses Xs vão beneficiar países como a Espanha e não deixam qualquer valor nos Açores. Isto porque o governo açoriano e português vendeu com alegria e despudor aquilo que não lhe pertencia. Se calhar só para ter o gosto estúpido da visita do Rei de Espanha na sua viagem de conquista que há dois anos fez às nossas ilhas.
Bem sei que o Governo dos Açores colocou a Comissão Europeia em Tribunal Europeu mas a posse do mar para melhor o gerir de forma sustentada em favor do desenvolvimento dos Açores não se faz apenas no papel. É preciso ter a coragem de dizer que assim não queremos ficar na Europa que nos rouba o mar e nos limita a Terra, corrompendo os nossos políticos e eleitores com obras de fachada. É preciso ter a inteligência para saber mais e melhor sobre as consequências de ficarmos dentro e de ficarmos de fora. É preciso que falem com esses europeus de igual para igual e não com uma mão estendida e outra no ar com o medo incompreensível de quem pode ser posto fora. Sair é sempre a alternativa que deve ser colocada, analisada e sempre implementável. Caso contrário roubam-nos tudo para o delapidarem num ápice. Aliás como já fizeram entre as cem milhas e as duzentas milhas; não tenham dúvidas.Os Açores de fora da Europa para defesa do mar é a forma sábia de manter Portugal.

(Prof Tomaz Dentinho in A União)

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domingo, dezembro 30, 2007

Nextenergy - Energias Renováveis

A sensibilidade para a redução dos custos energéticos domésticos é cada vez maior por parte das populações. As energias renováveis geram um novo mercado de negócio e de oportunidades um pouco por todo o mundo.
A “nextenergy” é uma empresa com sede na Praia da Vitória, na ilha Terceira-Açores que encontrou neste novo mundo o seu habitat natural e tem aos poucos, e com as dificuldades de uma empresa insular, imposto a sua qualidade de trabalho a nível nacional e internacional.
João Santos, meteorologista de profissão, natural de Setúbal e a residir há vinte anos na ilha Terceira, é o rosto principal desta jovem empresa que trabalha há quatro anos na cidade da Praia da Vitória.
“O desafio é implementar um conjunto de soluções que sejam uma mais valia para os consumidores, para isso tenho uma equipa de trabalho jovem e dinâmica, que funciona em bloco, embora eu seja o responsável financeiro da empresa, ela é o resultado de um esforço global de todos que nela participam”, diz o empresário.
A preocupação primordial da empresa é proporcionar aos seus clientes a possibilidade de rentabilizar a produção das energias alternativas de uma forma viável e económica, para isso, a “nextenergy” dispõe de serviços de investigação e consultadoria.
A nível de investigação, a empresa, em cooperação com o LAMTec (Laboratório de Ambiente Marinho e Tecnologia) do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, desenvolve projectos em determinadas áreas de estudo, nomeadamente, no âmbito do hidrogénio e da energia eólica. Estes estudos abordam várias áreas inclusivamente na procura de novas, melhores e únicas soluções em termos de equipamentos.
Relativamente a serviços de consultadoria, a empresa presta assistência aos seus clientes, procedendo à observação do local de montagem dos equipamentos e ao aconselhamento das soluções mais eficientes para responder às necessidades apresentadas.
As instalações e as assistências técnicas dos sistemas são inteiramente asseguradas pela “nextenergy”.

As áreas de negócio que esta empresa da Terceira aborda são vastas e estão sempre em constante desenvolvimento. No entanto existem algumas bandeiras que tornam a empresa como uma das mais reconhecidas no país, sendo por diversas vezes mencionada nos órgãos de comunicação social nacional e internacional.
A venda de equipamentos para aproveitar as energias renováveis é uma das vertentes comerciais da “nextenergy”. Estes equipamentos possibilitam soluções para melhor rentabilizar os recursos naturais, quer para uso doméstico, quer para fim indústrias.
A energia eólica é umas das principais apostas do momento, como explica João Santos: -“as pessoas já começam a perceber que instalando turbinas podem poupar muito dinheiro ao fim do ano. Hoje é possível ter uma casa auto sustentada com estas turbinas, e os custos de instalação é relativamente baixo”.
Na prática as pessoas vão injectar energia na rede e depois acertam contas com a entidade fornecedora, sendo que na maioria das vezes pode acontecer o caso de nunca pagar facturas, chegando, se for caso disso, ao ponto de receber 20% da energia excedentária criada pela turbina pessoal do cliente.
A “nextenergy” apresenta ainda soluções para iluminação e para aquecimento de águas sanitárias, que por si só são mais valias para os consumidores.
Esta última vertente de extrema importância para a empresa é sem duvida o aquecimento de águas sanitárias.
“Por imposição de lei as novas construções são obrigadas a ter um sistema de aquecimento de águas sanitárias com recurso renovável. Sistemas tipo termodinâmicos, colectores solares e outros são aplicações que se usa para aquecer águas.
Actualmente é o mercado continental e espanhol que absorve a maior fatia dos interesses da empresa. As legislações em vigor permitem que assim seja e que o crescimento em termos de cota de mercado venha a acelerar nos próximos anos. “As legislações no continente e em Espanha são mais adequadas e fomentam o investimento nestes produtos. Para além dos consumidores gerarem energia para as suas propriedades, eles podem vender a preços interessantes para outras pessoas, rentabilizando assim os investimentos”, refere João Santos.
As parcerias com centros de investigação e universidades têm sido uma das grandes fontes de rendimento da “nextenergy”. A Universidade dos Açores tem sido um importante cliente, no entanto continua a ser a vizinha Espanha a procurar os serviços da empresa.
Uma das mais recentes novidades centra-se nos oceanos, “temos a representação de um software alemão, ‘oceanwaves’, que estamos a implementar no mercado. A Universidade dos Açores e alguns portos estão já a usar esta nova tecnologia voltada para a oceanografia”, menciona João Santos.
Outra das próximas apostas, esta centrada na concepção de uma nova turbina eólica com capacidade de gerar 1 a 3 quilowatts. “Este foi um desafio que lançamos à Universidade dos Açores, criar um equipamento que fosse mais acessível à população e, consequentemente, de mais fácil comercialização. Neste momento está nos últimos retoques, e contamos em breve testar o modelo protótipo desta turbina”, refere o responsável da “nextenergy” que continua lamentando: -“vai ser no continente que esta tecnologia terá uma maior aplicação e aceitação, em parte pela legislação em vigor que torna mais atractiva a aquisição destes equipamentos”.

(In A União)

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sábado, dezembro 29, 2007

Zonas protegidas nas ilhas dos Açores

Na Nova Zelândia, quem pretende visitar uma zona protegida tem de trocar de sapatos. As solas do calçado podem carregar bactérias e sementes que desequilibrariam o ecossistema.
De acordo com o professor do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, Eduardo Dias, este é um exemplo que está a anos-luz da situação que se vive nos Açores. A solução seria a criação, à semelhança do que já sucede em vários países europeus, de uma rede de zonas protegidas, com plano de ordenamento e regras definidas por um órgão de gestão. “É algo que já está a ser feito, com a iniciativa de criar Parques Naturais de Ilha, um órgão de gestão destas zonas, em São Miguel, Pico e Corvo, algo que deve ir em frente já no próximo ano e que deve, depois, ser estendido a outras ilhas. Agora, estamos no bom caminho, mas ainda falta fazer muito”, adianta. As declarações de Eduardo Dias surgem após se ter tido conhecimento de que os “Montanheiros”, que promovem passeios pedestres em natureza, estão a reformular o modo como estes se irão realizar para o ano. Estes passeios têm registado uma adesão que pode ser considerada excessiva para certas zonas sensíveis do interior da ilha. Uma situação confirmada pelo dirigente da Gê-Questa, Vasco Silva. “Fui este ano num desses passeios e notava-se que existia um excesso da procura para certos locais, que são mais sensíveis em termos ambientais. Penso que deverá haver um número limite de pessoas por guia, até para que haja uma certa vigilância e os participantes não tenham comportamentos prejudiciais ao ambiente”, disse. Tanto Vasco Silva como Eduardo Dias consideram que os “Montanheiros” são uma associação que cumpre à risca os princípios ambientais, mas consideram que as regras devem estar mais definidas. “Quando falamos de zonas ambientalmente sensíveis, existem índices, fórmulas matemáticas que determinam qual é o nível de esforço, em termos de receber turistas, que cada zona pode suportar. Deve haver vigilância e saber-se quando e como essas zonas podem ser visitadas”, sustenta Eduardo Dias. Segundo Eduardo Dias existem ainda trilhos internacionais criados pelo Governo Regional, “que figuram nos catálogos que são dados aos turistas quando chegam aos Açores”, que atravessam zonas protegidas e são de legalidade duvidosa. Dá o exemplo do trilho que passa pelos Mistérios Negros, na Terceira.

(In Diário Insular)

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sexta-feira, dezembro 28, 2007

Conselho de Reitores da Universidade Portuguesa reune-se em Angra do Heroísmo

À semelhança do ocorrido em 2006 em Ponta Delgada, e em 2007 na Horta, a 8 de Janeiro de 2008 o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas reunirá em Angra do Heroísmo, no âmbito das comemorações do 32º aniversário da Universidade dos Açores. A celebração do Dia da Universidade ocorrerá a 9 de Janeiro, constando de um programa que possui por ponto alto a Sessão Solene, que se realizará pelas 17h30, no Anfiteatro do Complexo Pedagógico do novo campus universitário do Pico da Urze. Na ocasião, além do discurso reitoral, será proferida uma “Oração de Sapiência”, desta vez pelo Prof. Doutor Jorge Pinheiro, do Departamento de Ciências Agrárias, e acontecerão diversos apontamentos musicais, a cargo das tunas universitárias, da cantora lírica Cristina Meireles e da Filarmónica de Nossa Senhora dos Milagres (Serreta).
O Reitor da Universidade dos Açores tem a honra de convidar Vossas Exªs. para Sessão Solene Comemorativa do 32º Aniversário da Universidade dos Açores, que terá lugar no próximo dia 9 de Janeiro de 2008, pelas 17h30, no Anfiteatro do Complexo Pedagógico do campus de Angra do Heroísmo, ao Pico da Urze.
(In Azores digital)

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quinta-feira, dezembro 27, 2007

Novo Edifício no Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores

Pólo de Angra do Heroísmo da Universidade com novo edifício O pólo de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores, na ilha Terceira, vai dispor de um novo edifício interdepartamental, um investimento orçado em 3,8 milhões de euros suportado por verbas do Governo Regional.
A instituição de Ensino Superior açoriana lançou, recentemente, o concurso público para a construção do novo edifício do campus de Angra do Heroísmo, que prevê um prazo de construção de 14 meses.
«A obra será financiada por verbas mobilizadas pelo Governo Regional dos Açores», adiantou a Universidade do arquipélago, ao explicar que este concurso público foi lançado depois da respectiva aprovação pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
O concurso prevê a construção de um edifício com um área bruta de 4.500 metros quadrados e corresponde à «confirmação, em definitivo, da tripolaridade enquanto modelo obrigatório e justo de organização da Universidade dos Açores», adiantou a instituição.
Este investimento constitui, também, a «prova do bom resultado do diálogo entre a Universidade dos Açores e os governos Regional e da República», salientou a academia do arquipélago.

Com cerca de três mil alunos, a Universidade dos Açores está dividida pelos pólos de Ponta Delgada, onde se situa a Reitoria, Angra do Heroísmo e Horta, este último quase exclusivamente dedicado à investigação, através do departamento de Oceanografia e Pescas.
Além deste novo edifício interdepartamental - que vai albergar o Departamento de Ciências da Educação, laboratórios, gabinetes dos docentes e serviços administrativos - o pólo de Angra do Heroísmo tem recebido outros investimentos em infra-estruturas, como um complexo pedagógico, onde já funcionam as aulas teóricas.
(In Lusa)

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quarta-feira, dezembro 26, 2007

Escola Inclusiva nos Açores

Os educadores de infância e professores do 1.º Ciclo do ensino básico regular açorianos continuam a manifestar grande cepticismo em relação ao modelo da “Escola Inclusiva”. Esta é uma das principais conclusões de uma tese de doutoramento em Educação, especialidade de Necessidades Educativas Especiais, defendida recentemente por Maria Letícia Henriques Leitão, no pólo de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores. Intitulado “Inclusão de alunos com necessidades educativas especiais - atitudes dos educadores de infância e dos professores do 1.º ciclo do ensino básico da Região Autónoma dos Açores”, o estudo teve como base um inquérito realizado a 804 educadores de infância e professores do 1.º ciclo do ensino básico, regular, especial e de apoio educativo, que representam 47 por cento dos docentes do arquipélago. O trabalho resulta de um investigação num contexto de mudança dos sistemas educativos nacional e regional, em que o modelo da “Escola Inclusiva” surge como um movimento inovador, subjacente a uma nova concepção de escola, que impõe o reconhecimento geral da educabilidade de todas as crianças. Neste contexto, Maria Letícia Henriques Leitão pretendeu inquirir as atitudes dos educadores de infância e dos professores do 1º ciclo do ensino básico das nove ilhas do arquipélago face à prática da inclusão dos alunos com necessidades educativas especiais. Complementarmente, procurou saber se os educadores de infância e os professores do 1.º Ciclo do ensino básico apoiam a inclusão enquanto princípio filosófico e estão dispostos a implementar práticas educativas inclusivas, se existem diferenças entre as atitudes dos docentes do ensino regular, de educação especial e de apoio educativo, se a formação académica destes agentes educativos condiciona a implementação da educação inclusiva e ainda se a sua experiência docente surge associada a atitudes distintas face à inclusão. Os resultados sugerem, na linha de pesquisas anteriores, que os docentes de ensino regular continuam a apresentar maiores resistências do que os docentes de educação especial face à inclusão. De acordo com o trabalho, somente os docentes de educação especial apresentam atitudes clara e marcadamente pró-inclusivas; os restantes mostram-se cépticos em relação à sua implementação no contexto actual. A precariedade dos recursos, dos apoios educativos, a escassez de equipas multidisciplinares, a falta de formação na área e o tamanho da classe foram os principais condicionantes da implementação de uma escola inclusiva apontados pelos inquiridos.

Os resultados revelam, por outro lado, que se verificam efeitos nas atitudes dos docentes perante este modelo em função da formação inicial e, particularmente, da formação complementar em necessidades educativas especiais. Também de acordo com pesquisas anteriores, as conclusões sugerem ainda que a experiência lectiva reforça as atitudes positivas face à inclusão. A pesquisa vem, assim, sinalizar a necessidade de concepção e implementação de dispositivos formativos, no sentido de promover, junto de toda a comunidade educativa, atitudes e práticas mais positivas face à inclusão.

O MODELO

A “Escola Inclusiva” prevê a inclusão dos alunos com necessidades educativas especiais no sistema comum de ensino, em todos os seus graus. Na opinião de Maria Letícia Henriques Leitão, este era “um tema que se impunha”. “A ‘Escola Inclusiva’ é um movimento internacional que se tem alargado a todo o mundo e ao qual Portugal e os Açores, no caso concreto, também já aderiram”, refere, sublinhando, no entanto, que “havia algumas dúvidas de que o sistema estivesse a ser implementado na prática”. A psicóloga não tem, no entanto, dúvidas de que este seja o melhor modelo de ensino. “Todas as crianças têm direito a estar na escola”, refere, sublinhando que “uma criança com surdez ou paralisia cerebral poderá ter necessidades educativas especiais, tal como as poderão ter alunos provenientes de um bairro social carenciado ou filhos de imigrantes do Leste da Europa, por exemplo”. “Está provado que este é o melhor método de ensino, mas são precisas estratégias específicas para a sua implementação e, nesse sentido, a formação dos professores”, defende. Quanto às vantagens para as crianças ditas normais da inclusão na sala de aula de alunos portadores de deficiências ou com dificuldades de aprendizagem, Maria Letícia Henriques Leitão destaca a aprendizagem de “valores como a solidariedade e a diferença”. Realça, no entanto, que “é preciso cuidado para que os alunos com necessidades educativas especiais não perturbem o ritmo escolar dos restantes”. “Para isso, são necessárias equipas multidisciplinares, pois a principal lacuna sente-se não ao nível material, mas humano, assim como professores e educadores especializados em Necessidades Educativas Especiais”, conclui.

(In DI Revista)

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terça-feira, dezembro 25, 2007

Sou o que o Marketing põe na tua cabeça

-Nós aqui pelos Açores nunca percebemos bem o teu aparecimento no nosso Natal. Antes era o Menino Jesus que dava as prendas, depois chegaste tu, Pai Natal, e ocupaste o imaginário das nossas gentes. Afinal, quem és tu?
-Oh, oh, oh… Eu sou quem tu quiseres que eu seja. Sou a felicidade das crianças que recebem as prendas e dos comerciantes que as vendem. Há quem me chame o comilão do 13º mês. Sou a fome de quem tira à sua boca e à dos seus para encher o saco da obrigação social de dar, de receber e de visitar. Sou o espírito da globalização e do consumo. Sou, sempre, uma criatura do meu tempo. Por isso não envelheço. Oh, oh, oh… O outro de que falaste, o tal de Menino Jesus, esse era um unhas de fome. Dava laranjas do quintal e trigo em pratos de chávenas de chá. Nos melhores dias oferecia uns figos passados da “venda” e uma ou outra peça de roupa ou calçado para ir à missa. Não movimentava a economia, não era cosmopolita, por isso foi… afastado, digamos assim. Oh, oh,oh…
-Pai Natal, afinal, se calhar, parece-me que podes não ser aquele velhinho simpático que o marqueting vende… Pareces-me, até, uma alma um pedaço negra…
-Bem… Oh, oh, oh… Eu sou o que o marqueting põe na tua cabeça. Para quase todos sou um velhinho simpático que anda de renas pelos céus a distribuir prendas às criancinhas. Sou o mentor da caridadezinha com que as televisões sobem as audiências nesta época. Tudo isso se faz por conta do espírito que eu semeio pelo mundo. É em meu nome que se vendem livros e DVD´s, que se realizam superproduções. Criaturas egoístas e narcísicas arreganham os dentes para as câmaras enquanto lambuzam miseráveis previamente desinfectados e desinfestados. Tudo isto é o que é. Oh, oh, oh… Este é o mundo que vocês criaram e no qual me atribuíram um papel, que tenho cumprido conforme as cláusulas do contrato. Se sou uma alma negra, se calhar sou a vossa alma colectiva. E se não te dás bem com as regras do mundo em que vives… oh, oh, oh… o melhor é mudares de mundo. Imagina, por breves momentos, que existes num mundo criado por ti próprio, sem as cláusulas do contrato que te impusemos.
-Que mundo seria esse?
-Até tenho medo de pensar nisso. Oh, oh, oh… Posso ser despedido. Mas como sei que não me vais trair, porque sou a tua fonte e tu és jornalista… Em qualquer caso, se disseres que eu disse, eu desminto, percebeste? Oh, oh, oh… Bem, o que eu gostava era que fosse verdade tudo o que de bom dizem de mim. Que tenho uma oficina no Pólo Norte que faz brinquedos todos os anos para eu oferecer às criancinhas no Natal; que ando de trenó puxado a renas tão velozes como um raio de luz; que as pessoas fazem mesmo o bem imbuídas do meu espírito, sem esperarem nada em troca e sem hipocrisias. Oh, oh, oh… E digo-te mais: o que eu gostava mesmo era de conversar um dia destes com esse tal de Menino Jesus. Talvez ele me conseguisse explicar como é possível levar a felicidade a uma família com laranjas, trigo em pratos de chávenas de chá e figos passados da “venda”.
-Haverá solução para este mundo louco, Pai Natal?
-Oh, oh, oh… Oh, oh, oh… Oh, oh, oh…
(In Diário Insular)

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segunda-feira, dezembro 24, 2007

Boas Festas


Tudo evolui,

Até o Natal,

Já tem carrosséis,

Viagem de póneis,

Alegres e dóceis,

E um Pai Natal,

Saído do frio,

Que fez um desvio,

Tremendo, abissal,

E substitui,

O que nunca supus,

O Menino Jesus,

Nas palhas deitado,

Nas palhas esquecido,

Em palhas cuidado,

Em palhas perdido.


Félix Rodrigues

(In A União)

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domingo, dezembro 23, 2007

África Annes estudo de riscos

Sismos, radiação electromagnética, touradas, térmitas e obesidade são os riscos que vão ser estudados de forma inédita pela Universidade dos Açores.
Programas de rádio e televisão, workshops, publicações e congressos serão os resultados produzidos por uma equipa de investigação que fará uma abordagem multidisciplinar desses riscos.
O estudo sobre a avaliação e a percepção do risco é o objecto de estudo intitulado “Africa-Annes” que a Universidade dos Açores está de momento a iniciar. O estudo foi financiado pela Fundação da Ciência e Tecnologia (FCT).
Os trabalhos que envolvem o Departamento de Ciência Agrárias (DCA) e o de Educação (DCE) dos Pólos de Angra do Heroísmo e de Ponta Delgada já arrancaram e vão ter ao longo dos próximos três anos o seu desenvolvimento. À frente da equipa está o investigador do DCA, Félix Rodrigues juntamente com Ana Arroz, Ana Cristina Palos, Emiliana Silva, Rosalina Gabriel, Paulo Borges, Isabel Estrela Melo e Susana Caldeira. O que se pretende não é estudar os fenómenos na sua área de investigação tradicional, mas sim na óptica de como são geridos em termos de informação e de comunicação: “o modo como percepcionamos os riscos influencia a forma de agirmos”, explica ao jornal Félix Rodrigues. “Não queremos que a informação apareça ininteligível pela linguagem científica”.
É por isso que, de forma inédita, os trabalhos do “Africa-Annes” vão envolver não só especialistas da geofísica, da biologia ou da saúde, constituindo-se assim “uma equipa multidisciplinar”. Aqui, a “psicologia vai ter um papel fulcral”, conta-nos, acrescentando: “queremos analisar a forma como se pensa”. Depois, explicou, irá ser materializado toda esta informação em “diferentes estratégias para cada uma das áreas do risco”.
No calendário de actuação do estudo estão já apontadas diversas iniciativas: “temos previstos programas de televisão, programas de rádio, intervenções em jornais, criação de panfletos, publicação de um livro no final do trabalho, publicação de seis artigos em revistas científicas internacionais, oito artigos em revistas nacionais; 10 a 12 comunicações/encontros tanto de âmbito nacional como internacional e a organização de dois workshops, um nacional e outros internacional na ilha Terceira”, anuncia ao nosso jornal.
Para já estão definidos os riscos a serem estudados no âmbito do “Africa-Annes”. Além do risco sísmico “que será tratado na perspectiva da comunicação e da transmissão de informação”, fazem parte da pesquisa o risco de radiação electromagnética de origem natural ou antrópica. Outra das realidades tão conhecidas e populares entre os terceirenses são as touradas. “ao contrário dos riscos que surgem de forma alheia às populações, nas touradas à corda há uma submissão intencional a esse risco ”. O risco da introdução de pragas com ênfase dada às térmitas e o risco da obesidade completam a lista “de áreas muito diferentes” que serão objecto de estudo. No futuro é possível que este conjunto de riscos possa ser aumentado dado o interesse, disse o docente Félix Rodrigues, que se tem verificado: “temos tido manifestações, por parte de diversas pessoas, em participar”.
No final, conta o docente, o que se espera do conjunto de iniciativas a promover é “saber formar para agir sobre os riscos”. “Queremos que os resultados sirvam para os decisores saberem não só comunicarem os riscos à opinião pública como para estabelecerem planos de acção”, disse o investigador. “O objectivo é encontrar ferramentas para apoiar a decisão e a forma de comunicação relativa aos diferentes tipos de risco”. Neste capítulo, a realidade insular revela-se propícia ao trabalho que está já planeado uma vez que a investigação vai incidir sobre riscos com maior propensão a nível regional, mas a realidade nacional também será abordada, “fazendo uso da especificidade da Região que permite isolar determinadas situações risco”. A denominação de “Africa-Annes”, explicou ainda o especialista, deriva de uma personagem literária, proveniente de uma obra da escritora açoriana Madalena Ferran que conta a história de uma mulher, proveniente de Tânger, que chegou aos Açores no século XIV e deparou-se com um conjunto de fenómenos que apresentavam riscos que carecem explicação: “o nome encaixa-se perfeitamente do projecto”.

(In A União)

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sábado, dezembro 22, 2007

Gases Poluentes

A maioria dos políticos portugueses consideram uma grande vitória a aceitação por parte da União Europeia do não pagamento das licenças de emissão de gases poluentes para os voos para os Açores que cumpram obrigações de serviço público. É um engano.
O engano é pensar que o não pagamento dessas licenças tem vantagens para os açorianos e consequentemente para a reeleição dos políticos. Não é assim. Na verdade o regulamento que atribui a isenção de pagamento de licenças ao serviço público não é possível de implementar sem a manutenção da concessão de monopólios de transporte. E todos já aprendemos à nossa custa que a concessão de monopólios de transporte conduz a tarifas mais elevadas do que aquelas que resultariam se houvesse concorrência, mesmo se os voos praticados em concorrência fossem obrigados ao pagamento de licenças. Verificamos assim que a isenção de pagamento de licenças de gases poluentes não é um benefício mas um malefício pois cristaliza um sistema que está a prejudicar o desenvolvimento dos Açores há alguns anos, ainda por cima com o argumento maquiavélico de que está a promover o crescimento de economias periféricas. É difícil imaginar maior aldrabice: roubar aos pobres dizendo que os estamos a ajudar.
Mas o mal não termina aí. Na verdade a existência de licenças de poluição transaccionáveis vai ter dois resultados aos quais os açorianos não vão ter acesso. Por um lado não vamos ter acesso a aviões menos poluidores e mais modernos. De facto o que irá acontecer é que os aviões mais poluidores serão transferidos para as rotas dos Açores uma vez que aqui não pagam licença e ganham a renda monopolista, enquanto que os aviões menos poluidores e mais modernos serão utilizados nas rotas mais concorrenciais. Por outro lado perderemos a vantagem de publicidade quando os que nos visitam souberem e verificarem a enorme poluição que os açorianos estão a causar com transportes que, apesar de terem preços altíssimos, são subsidiados, não pagam licenças e provocam muito mais poluição do que os outros.
A culpa desta acção é tanto do Governo como da Oposição. O Ministro do Ambiente, que deveria estar preocupado com aquilo para que foi nomeado, vangloria-se em os Açores terem a possibilidade de poluírem um pouco mais com a concentração nessas rotas de aviões velhos e poluidores. O problema é que esquecem-se todas as consequências daquilo que defenderem pensando que os açorianos também as esquecem. O resultado da sua política é a manutenção das tarifas altas de monopólios concessionados, a cristalização desses monopólios prejudiciais para os Açores, a atracção de aviões obsoletos e poluidores para as rotas das Ilhas, e a criação de uma péssima imagem para uma Região que se diz ser ambientalmente diferenciada.
O problema das políticas regionais é que partem de princípios errados que são cumulativos nos erros de política que criam. O serviço público de transporte para os Açores é traduzível em transporte barato, seguro e frequente. Se esse serviço é melhor provido por um mercado livre de rotas aéreas mesmo quando pagam as taxas de poluição, porque razão se há-de continuar a defender a concessão de monopólios agora mais cristalizados com a isenção de licenças poluidoras?
Só consigo admitir três razões. A primeira é uma teimosia ideológica e nefasta que assume que só é possível alcançar o bem comum com empresas públicas. A segunda razão é admitir que a igualdade nas tarifas para todas as ilhas resulta em maior bem-estar para as ilhas mais remotas; o que é falso pois os preços únicos e iguais são mais altos e concentram os lucros nos monopólios concessionados. A terceira razão é gostarem de gerir empresas grandes e ineficientes.

(Prof. Tomáz Dentinho In A União)

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sexta-feira, dezembro 21, 2007

Fitoterapia


CARLOS CARVALHO, FITOTERAPEUTA foi entrevistado pelo Diário Insular na sequência da apresentação da Tese de Mestrado em Educação Ambiental da Universidade dos Açores de Cristina Mendonça com o tema "Etnobotânica da ilha Terceira". Afirma que sempre houve interesse pelas medicinas naturais.

Diário Insular (DI)- Depois de um grande impulso da medicina convencional e da indústria farmacêutica, o que significa, na sua opinião, este regresso à medicina natural que se vem verificando nos últimos anos nas sociedade ocidentais?
Carlos Carvalho (CC) -Penso que não há um retorno, porque nunca deixou de haver uma busca. Sempre houve um interesse geral da população pelas medicinas ditas naturais, porque esta é uma medicina tradicional, vem de uma tradição antiga. A medicina dita convencional, estatal e oficial impôs-se depois do período pós-guerra, sobretudo pelo uso dos químicos. Porque antes já as farmácias manipulavam e preparavam produtos a partir de plantas. É uma busca de algo que sempre existiu. Essa tentativa poderá, no entanto, representar uma não resposta da medicina química.
DI - Quais são as vantagens destas medicinas naturais em comparação com a medicina convencional?
CC- Quando devidamente aplicadas podem ajudar bastante a recuperação dos doentes, podem complementar o trabalho da medicina convencional e, sozinhas, podem curar casos graves ou até dar resposta a situações que não se conseguem resolver na outra medicina. A medicina dita não convencional está já legalizada, através do Decreto-Lei n.º 45/2003 com publicação no Diário da República de 22 de Agosto.
DI - Muitos terceirenses recorrem, no seu dia-a-dia, ao uso de plantas para fins medicinais, com base em conhecimentos ancestrais que passam de geração em geração. Essa utilização é positiva ou deveria ser acompanhada de um conhecimento mais científico?
CC -As pessoas que buscam essas plantas fazem-no, com certeza, com alguma base. Portanto, essa utilização deve ser incrementada. Mas é preciso cuidado com as plantas. Tem de se saber que tipo de plantas são, como estão e se estão ou não contaminadas por poluição. Porque uma planta não é só por ser planta que nos serve.
DI -Que tipo de cuidados é que aconselha então às pessoas que recorrem a essas plantas com propriedade medicinais?
CC -Para haver uma maior garantia, as plantas deveriam ser colhidas em ponto biológico seguro, onde houvesse um cultivo limpo e livre do aspecto contaminante. Tem de ser feita uma selecção de plantas em que não haja contaminação.
DI- A que tipo de contaminação estão sujeitas essas plantas?
CC- De aditivos agrícolas poluentes, de outros aditivos pesticidas até outros tóxicos.

(In Diário Insular)

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quinta-feira, dezembro 20, 2007

Terceirenses pouco informados sobre pragas que assolam a ilha

A população terceirense não está devidamente informada sobre as pragas que assolam ou assolaram a ilha ao longo dos tempos. A conclusão é uma de tese de mestrado em Educação Ambiental, defendida recentemente por Elsa Costa, no campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores.
Intitulado “Percepções de risco dos cidadãos sobre o impacto das pragas na ilha Terceira”, o trabalho conclui que a população terceirense possui a noção do conceito de praga, reconhece que a acção do homem contribui fortemente para a proliferação desta problemática e identifica alguns dos impactos que lhe estão subjacentes, nomeadamente numa vertente económica. Reconhece, contudo, que os terceirenses não estão suficientemente informados acerca das pragas que assolam ou assolaram a ilha ao longo dos tempos, designadamente sobre os seus efeitos em termos ambientais. Tendo como base um inquérito realizado a 346 terceirenses, sendo que metade residia em espaços citadinos e a outra metade em espaços rurais, a investigação conclui ainda que a maioria dos inquiridos não acredita nas medidas adoptadas pelo poder local ao nível da fiscalização e redução dos danos das pragas.O trabalho sugere, assim, algumas pistas no que concerne à comunicação de risco que poderão contribuir para uma melhor gestão desta problemática, como a transmissão de informação de uma forma simples, através dos órgãos de comunicação social, e a distribuição de panfletos nos aeroportos sobre as espécies invasoras.
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quarta-feira, dezembro 19, 2007

A ilha Terceira precisa de consciência Ambiental

Os terceirenses precisam, urgentemente, de uma consciência ambiental semelhante àquela que desenvolveram em relação aos desastres naturais. Esta é a principal conclusão de uma tese de mestrado em Educação Ambiental da autoria de Lúcia Silveira, defendida recentemente no campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores. Intitulado “Aprender com a História: modos de interacção com a natureza na ilha Terceira do povoamento ao século XX”, o trabalho estuda a evolução da relação do homem com a natureza na ilha Terceira, desde o povoamento até ao século passado. Segundo a investigação, “a flora natural da ilha Terceira, procedente da vegetação ancestral africana e das antigas comunidades do sul da Europa e da América do período Terciário, configura-se como uma autêntica relíquia de um passado remoto e constitui um património de grande valor pelo seu carácter paleoendémico”. A tese sublinha, no entanto, que “com o passar do tempo, acentuou-se o desgaste ambiental, sobretudo no final do século XX, quando o progresso económico e tecnológico permitiu ao homem conquistar as zonas mais inacessíveis do interior da ilha e transformar em pastagem todos os espaços disponíveis, deixando escassos refúgios à vegetação endémica e destruindo ecossistemas preciosos para a preservação da qualidade de vida dos residentes”. Refere também que “a par da pressão antrópica sobre a natureza, coexistiu outra faceta desta relação – os fenómenos naturais sobre as vivências e práticas humanas”. De acordo com o trabalho, “desastres mais recentes mostram uma maturação social e política face a estes problemas, reflectida na compreensão da responsabilidade humana na prevenção e minimização dos danos resultantes de uma catástrofe natural e materializada na implementação de medidas de protecção que envolvem diversas vertentes”. No entender da autora, urge, assim, que “uma consciência semelhante se desenvolva em relação aos problemas ambientais e ao património natural, um processo que pode exigir que os terceirenses se ‘reaproximem’ do seu meio, reaprendendo a preocupar-se com os efeitos das suas acções e com as necessidades futuras e desenvolvendo uma atitude activa de protecção da natureza”.

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terça-feira, dezembro 18, 2007

Terceirenses acreditam no poder das plantas

Há necessidade de recolha e registo do potencial medicinal de várias plantas utilizadas pelos terceirenses no seu dia-a-dia. Esta foi uma das principais conclusões de uma tese de mestrado em Educação Ambiental, orientada pelo Prof. Félix Rodrigues do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores e pela Profª Maria de los Angeles Mendiola Ubillos da Universidad Técnica de Madrid, defendida recentemente por Cristina de Fátima Sousa Mendonça, no campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores. Intitulado “Etnobotânica da Ilha Terceira: Recordar o Passado para Sustentar o Futuro”, o trabalho pretendeu registar os conhecimentos dos terceirenses sobre os múltiplos benefícios do uso das plantas, bem como as suas práticas quotidianas no que se refere à sua utilização medicinal, quer do ponto de vista da profilaxia quer da prevenção de doenças. Através de entrevistas a indivíduos de ambos os sexos, com mais de 65 anos de idade, Cristina Mendonça concluiu que “existem pessoas detentoras de conhecimentos ancestrais acerca das propriedades, sobretudo medicinais, de algumas plantas, e usufruem das mesmas, no seu quotidiano”. “Esses conhecimentos, muitos deles com séculos de existência, não figuram, contudo, em fontes escritas, sendo normalmente transmitidos por via oral, de pais para filhos”, lamenta, defendendo que “educar passa pela inovação, mas também pela recuperação de conhecimentos, ainda mais tratando-se de conhecimentos tão antigos, que já deram provas da sua validação”. Neste trabalho, foram recolhidas informações sobre 44 espécies de plantas utilizadas na Terceira para fins medicinais, designadamente agrião, alecrim, arruda, bálsamo da parede, camarão, cidreira, erva de São Roberto, eucalipto, amor-de-hortelão, louro das ilhas, cedro do mato, erva-cavalinha e saramago, entre muitas outras. Este é o terceiro estudo realizado no arquipélago dos Açores e o quarto no país sobre etnobotânica - ciência que, ligada à botânica e à antropologia, estuda as interacções entre os indivíduos e as plantas, nomeadamente as suas aplicações e usos tradicionais.

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segunda-feira, dezembro 17, 2007

Produção de frutos fora de tempo na ilha Terceira

Estão a nascer goiabas e araçás nos pomares da Terceira. É a segunda vez que as árvores produzem frutos este ano.

Algumas espécies de árvores de frutos estão a produzir duas vezes por ano. Um pouco por toda a ilha há árvores com goiabas e araçás quando esse tipo de frutos surge apenas até ao final do Verão. Existem, também, figueiras que estão a florescer quando tal apenas deveria acontecer na próxima Primavera. Em muitos casos é a segunda vez que as árvores produzem frutos este ano, situação que é pouco normal, tal como acontece com outro tipo de florestação, como é o caso da Cryptomeria japonica que também está a produzir novamente pólen. Ainda não existe uma explicação com fundamentação científica para o fenómeno, mas tudo indica que se trata de uma consequência das alterações climáticas.

De acordo com o investigador do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, Félix Rodrigues, as altas temperaturas que se verificam nesta época do ano podem ser a causa do fenómeno. “Estamos em Dezembro e as temperaturas do ar chegam a atingir cerca de 20 graus, situação que não é normal”, refere.

Félix Rodrigues considera que, em alguns casos, as árvores que estão agora a produzir pela segunda vez podem não resistir a esse esforço excessivo por falta de energia. No entanto, reconhece, este é um fenómeno recente e que sem estudos científicos “não será fácil saber o que vai acontecer a essas árvores”. As alterações climáticas estão também a ter consequências nos ciclos de produção da vinha dos Açores, o que tem levado os produtores a efectuar a vindimas antecipadamente. O presidente da Fruter, Fernando Sieuve Meneses, assegura que a irregularidade de produção de fruta acontece noutras épocas do ano, especialmente com os citrinos.

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domingo, dezembro 16, 2007

A aposta na Biotecnologia e Biomedicina

O Director do Centro de Investigação em Tecnologia Agrária dos Açores (CITAA), João Madruga, docente e investigador do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, pronuncia-se sobre a pretensão do Governo regional dos Açores em criar um Instituto de Biotecnologia e Biomedicina na Região.


Diário Insular (DI)- O Governo Regional pretende criar, em parceira com diversas instituições, um instituto tecnológico na Terceira. Qual o alcance dessa medida para o desenvolvimento da investigação científica nos Açores?

João Madruga (JM) -Ao longo dos últimos meses, a Direcção Regional para a Ciência e Tecnologia vem desenvolvendo, em parceria com alguns Centros de Investigação da Universidade dos Açores, nomeadamente com o CITA-A, assim como com os Grupo de Investigação dos Hospitais do Divino Espírito Santo e de Santo Espírito, reuniões com o objectivo de criar, na Ilha Terceira, o Instituto de Biotecnologia e Biomedicina dos Açores. Com a criação deste instituto pretende o Governo reunir sinergias, em termos de capacidades de investigação científica, capazes de contribuírem para a implementação de políticas públicas regionais, incluindo a dinamização do sector empresarial e a prestação de serviços públicos.

DI - A biotecnologia e biomedicina são as duas áreas de destaque na infra-estrutura a construir na Terra Chã. Quais as outras valências?

JM-A biotecnologia e a biomedicina possuem valências diversificadas, que vão desde a oceanografia e pescas, à tecnologia alimentar, à área da saúde, à reprodução animal, à alimentação animal, a biotecnologia vegetal, a biotecnologia ambiental, etc., pelo que a criação deste instituto deve ser encarado como uma aposta de grande alcance para o futuro da região.

DI-Acredita que a massa crítica existente na Terceira pode ter, assim, maior impacto na economia local?

JM-Sem dúvida que sim, até porque aos grupos de investigação existentes na região serão, de certo, reforçados em termos de recursos humanos, quer com bolseiros de investigação de doutoramento, quer mesmo com bolseiros de pós-doutoramento em função dos projectos que as diferentes unidades operacionais de investigação terão que submeter.

DI-Que papel deve ser reservado à Universidade dos Açores em todo esse processo, tendo em conta que algumas áreas da investigação científica estão quase exclusivamente na sua alçada?

JM-O Instituto de Biotecnologia dos Açores, como já foi referido, será uma associação de direito privado, sem fins lucrativos, tendo como sócios fundadores a Região Autónoma dos Açores, representada pelo organismo do governo com competências em matéria de Ciência e Tecnologia, a Universidade dos Açores, o Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada, E.P.E. e o Hospital do Santo Espírito de Angra do Heroísmo, E.P.E. Neste sentido, a Universidade dos Açores irá contribuir com a sua mais-valia em termos de recursos humanos, assim como os colegas que desenvolvem a sua actividade de investigação nos hospitais regionais, cabendo ao Governo Regional garantir o suporte financeiro, entre outros, para a execução da investigação científica. Gostaria de deixar bem claro que a Universidade dos Açores não deixará de desenvolver a sua actividade de investigação científica na área da biotecnologia e da biomedicina. Aliás, penso que, pelo contrário, a mesma irá sair reforçada.

(In Diário Insular)

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sábado, dezembro 15, 2007

Qualidade do Leite Açoriano

A Associação Agrícola da Ilha Terceira (AAIT) quer mais empenho dos lavradores para melhorar a qualidade do leite. Os dados revelados esta semana, na reunião da Comissão de Acompanhamento do Leite na Terceira, apontam que os valores médios dos parâmetros qualidade não evoluíram no decorrer deste ano, como era esperado. Após alguns investimentos nas áreas da formação profissional e do maneio das máquinas de ordenha, os representantes do sector aguardavam uma melhoria significativa dos parâmetros da qualidade do leite. A Associação Agrícola da Terceira criou mesmo um Gabinete Técnico para dar formação, sobre o maneio das máquinas de ordenha, nas explorações leiteiras com dificuldades. Contudo, a tendência evolutiva dos parâmetros da qualidade teima em não aparecer, explicam os dirigentes.Segundo conseguimos apurar, os grandes problemas detectados pelos serviços de fiscalização de leite prendem-se, em grande parte, com as mamites e a falta de maneio adequado das máquinas de ordenha. Paulo Simões, presidente da AAIT, após a reunião da Comissão de Acompanhamento do Leite, que se realizou na passada segunda-feira, resolveu pedir mais “empenho” dos produtores. “Não estamos a dizer que o leite da Terceira não tem qualidade, queremos é mais qualidade”, esclarece. Para este dirigente, da lavoura terceirense, existe margem para aumentar a qualidade e criar um produto de excelência, capaz de concorrer com os grandes mercados (em termos qualitativos). O contraste Leiteiro é realizado por cinco técnicos da AAIT, desde há oito anos, e abrange cinco mil animais de 115 das cerca de 880 explorações leiteiras existentes na ilha Terceira.Com o desenvolvimento do contraste leiteiro, os produtores ficam a saber o que produz cada animal analisado, bem como a quantidade de gordura e proteína que possui o leite produzido por cada bovino. A AAIT realiza, ainda, a contagem das células somáticas, o que permite ao produtor prevenir eventuais mamites nos animais que, a existirem, desvalorizam o leite.Segundo os dados divulgados, apenas meia centena de explorações leiteiras demonstram dificuldades em acompanhar os parâmetros de qualidade propostos, porém este número faz diminuir, significativamente, as médias pretendidas pelo sector leiteiro da ilha. O próximo resgate poderá mesmo afastar alguns destes produtores, apurou o nosso jornal junto de fonte ligada ao sector. A estatística da classificação da ilha Terceira demonstra que os valores médios pioraram nos últimos meses. Por exemplo, e aleatoriamente, em Maio deste ano, os valores médios (gordura, proteína, células somáticas, contagem microbiana total) têm uma pontuação de 1,97. Em Setembro esta pontuação está no -1, 23 e com um aumento significativo das células somáticas. Medidas para melhorar
Actualmente a indústria já paga consoante a qualidade, no entanto, para a Associação Agrícola, é necessário haver um maior incentivo às explorações que têm um sistema de frio para armazenar o leite (o que melhora alguns parâmetros de qualidade). Para José Matos, docente do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, os prémios à qualidade são fundamentais para motivar a produção. Os investigadores alertam também para a necessidade de se continuar a apostar na formação. “É um meio essencial para manter e aumentar a qualidade do produto”. José Matos assegura ainda que é necessário e urgente que os produtores comecem a fazer contas, para terem a noção do que estão a perder, em termos financeiros. A máquina de ordenha, se não estiver correctamente montada, afinada e calibrada, poderá estar na origem de uma série de problemas, com resultados catastróficos e que só uma pessoa atenta poderá identificar.Para chamar a atenção deste “problema real”, os serviços de classificação de leite da Terceira, no seu sítio da Internet disponibilizam vários conselhos e exemplos. “Uma máquina descalibrada é meio caminho para provocar pequenas lesões no úbere, que regularmente degeneram em mamites. Normalmente, as vacas mais susceptíveis de contrair esta doença são, quase sempre, as melhores produtoras”. Segundo os técnicos deste serviço, uma vaca com uma mamite, na melhor das hipóteses, pode provocar perdas na ordem dos 30% da produção. “Se num rebanho de 60 vacas, as mamites afectarem 25% dos animais, com uma média de produção de 5 mil litros por ano, (30% x 5000 litros x 15 vacas = 22.500 litros x 50$00 =1.125.000$00) poderá causar, mais de 1.000 contos (5 mil euros) de leite que não foi produzido. Isto, sem contabilizar as despesas do veterinário e os medicamentos” – exemplificam.
(In A União)

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sexta-feira, dezembro 14, 2007

Periferias e Espaços Rurais

O livro “Periferias e Espaços Rurais”, editado por Tomaz Dentinho docente do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores e Orlando Rodrigues, Presidente da Sociedade Portuguesa de Estudos Rurais foi apresentado ontem na Associação Agrícola de São Miguel. A obra reúne as actas do II Congresso de Estudos Rurais, realizado em Angra do Heroísmo, e que contou com a presença de mais de 200 pessoas, e onde se apresentaram 35 textos, tendo sido seleccionados 22 desses textos para este livro. A apresentação da obra esteve a cargo de Fernando Lopes, professor universitário e antigo secretário regional da Agricultura, que destacou o facto de o espaço rural ter ganho terreno a outras actividades, nomeadamente vocacionadas para o lazer, em virtude da “reclassificação do uso da terra para estes fins”. Fernando Lopes adiantou que assim como a agricultura teve um impacto que os ambientalistas vêm avaliar, também as novas actividades têm impacto no território, como as urbanizações, os parques industriais e campos de golfe devem ser devidamente avaliadas. Tomaz Dentinho disse que o desenvolvimento rural é uma “problemática interessante porque vai para além da economia, analisando as vilas e aldeias que dependem da agricultura mas que têm vida para além da agricultura”. Segundo referiu, “toda a política de demarcação de áreas protegidas e toda a política ambiental é, “de alguma forma, posta em causa por estes pequenos estudos”.
(In Diário Insular)
Conforme diz o Orlando Rodrigues, co-editor do livro “Periferias e Espaços Rurais”, uma selecção de textos sobre o mundo rural constitui uma oportunidade maior para reequacionar os problemas específicos das regiões periféricas e os mecanismos institucionais, económicos e sociais que, em interacção com as particularidades geográficas e naturais, são responsáveis pelo desenho do espaço, do seu desenvolvimento e das suas desigualdades. A publicação destes trabalhos responde a algumas destas inquietações. Numa primeira parte, mais centrada sobre as questões agrícolas, evidenciam-se sinais de resistência ou de reemergência de actividades e de sectores marginais ou periféricos que podem encerrar um elevado potencial de geração de riqueza e de competitividade pela diferenciação. O que acontecerá às regiões mais periféricas, as zonas de montanha e as ilhas, principalmente as ilhas ditas “de baixo”? Como aprendemos nestes textos os factores de resiliência e de base de desenvolvimento são as gentes, as empresas, as instituições e as tecnologias locais. As pessoas que vivem das reformas e da produção de gado, as empresas que se ligam em redes horizontais e verticais, as instituições como o regime de baldios e as regulações de propriedade, e as tecnologias como as dos lameiros no Norte e dos produtos com denominação de origem. Na segunda parte do livro focam-se os problemas da sustentabilidade ambiental e do próprio ambiente enquanto gerador de riqueza e de produções transaccionáveis no mercado – as amenidades ambientais. O ajustamento das políticas de promoção do ambiente dirigidas a regiões periféricas, em boa parte catalogáveis enquanto políticas de coesão, é largamente discutido ao longo desta parte. Paradoxalmente, o que parece verificar-se é que os grupos que são fortemente contra a criação de áreas protegidas são também aqueles que manifestam uma marcada identidade regional e sentido de pertença. Se associarmos isto ao facto de os grupos ambientais serem também aqueles que têm maior participação pública e que as atitudes face ao meio ambiente da população estão associados aos seus próprios valores, então podemos explicitar a hipótese de que a escolha pública das áreas protegidas carece de ser redefinida, tanto mais que o posicionamento ambiental varia fortemente com as gerações e com as regiões. Por fim, a terceira parte centra-se sobre o social no rural periférico: múltiplas dimensões são aqui esclarecidas, em particular as dinâmicas das redes sociais e os problemas relacionados com a educação, com os idosos e com os fenómenos migratórios. O que se conclui é que os sítios acabam por integrar as pessoas que neles optam por residir, e ao longo desse processo de integração dá-se uma redução das ligações externas dos imigrantes que implicam um aumento das ligações internas.
No lançamento deste livro estiveram presentes o Secretário Regional da Agricultura dos Açores, Noé Rodrigues, o Presidente da Associação de Agricultores da ilha de São Miguel, Jorge Rita e os professores da Universidade dos Açores Mário Fortuna e Fernando Lopes.
Foi uma sessão muito esclarecedora. Por um lado para explicitar os novos conflitos e complementaridades do mundo rural – entre a produção agrícola e a provisão de serviços ambientais, entre o turismo e a especulação própria da expansão das actividades urbanas para o espaço rural. Por outro lado para rever a estratégia de política agrícola para os Açores: foi bom ou mau apoiar as cooperativas nos anos noventa quando acabaram por cair na mão de capital externo à Região? É bom ou mau ter vacas deste tipo ou de outro? Bom é ter uma Região onde pessoas com várias perspectivas se podem sentar à mesma mesa a conversar sobre temas que interessam a todos.

(In A União)

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quinta-feira, dezembro 13, 2007

Instituto de Biotecnologia e Biomedicina dos Açores

O Governo dos Açores pretende criar, em parceria com a Universidade dos Açores e instituições hospitalares com serviços de investigação científica, um instituto de investigação científica e tecnológica vocacionado para as áreas da Biotecnologia e da Biomedicina.
A iniciativa do Executivo foi anunciada pelo secretário regional da Educação e Ciência, Álamo de Meneses, antigo docente do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, beneficiando a entidade projectada da associação de todos os grupos de investigação sediados nos Açores. Ao nível dos equipamentos, o futuro instituto contará com as instalações já existentes na Região e com uma nova infra-estrutura a edificar no futuro Parque Tecnológico da ilha Terceira. No final de uma reunião de trabalho que juntou responsáveis de entidades interessadas no projecto, o director regional da Ciência e Tecnologia garantiu estarem “reunidas as condições necessárias para que o instituto se constitua no início de 2008”. Para tal, foi criada uma Comissão Científica que integra os responsáveis indicados por cada uma das unidades de investigação parceiras do projecto e que beneficiará de um financiamento da ordem dos 25 mil euros para dar continuidade à iniciativa através da integração de peritos de outras instituições externas à Região, indicou João Luís Gaspar. Segundo acrescentou, “a aposta do Executivo nesta matéria é extremamente clara e visa orientar a aplicação dos investimentos necessários à dinamização da Biotecnologia e da Biomedicina na Região. O Governo dos Açores pretende ter um único interlocutor que congregue os diferentes grupos de especialidade neste domínio, de modo a que se concertem as principais linhas de financiamento e se acompanhe a aplicação de um plano de investimentos específico através da medição rigorosa do impacte de todas as actividades realizadas.” “Trata-se de reunir numa mesma estrutura de gestão os melhores recursos existentes nos Açores, abrindo-se as portas a outros parceiros externos que possam contribuir para o desenvolvimento célere e devidamente organizado daqueles domínios científicos que, como se reconhece, apresentam um elevado potencial quer sob o ponto de vista económico, quer no que respeita à melhoria do bem-estar social dos cidadãos”, precisou.

(In Canal de Notícias dos Açores)

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quarta-feira, dezembro 12, 2007

Qualidade da água de abastecimento público no Nodeste, São Miguel - Açores

Com o processo de desinfecção aplicado em todos os reservatórios de abastecimento à população, a água do Nordeste, na ilha de São Miguel, Açores, atingiu os níveis de qualidade desejados para consumo humano. A água para abastecimento humano foi submetida, a partir de 27 de Novembro de 2007, a um tratamento de desinfecção, através da administração de hipoclorito de sódio em todos os reservatórios do concelho do Nordeste. Segundo nota de imprensa da autarquia, "com esta desinfecção eliminam-se os microorganismos presentes na água, os quais contribuíam para que a água do concelho do Nordeste servida à população não atingisse os níveis de qualidade exigidos". Refere ainda que com "a administração deste sistema de desinfecção e na sequência de análises feitas pela Universidade dos Açores (entidade a quem a Câmara Municipal adjudicou o serviço de controle da qualidade da água) o Nordeste passa para o topo da lista dos concelhos do país com índices de qualidade da água mais elevados". "Durante este período de adaptação é natural que o consumidor denote um sabor não habitual na água, facto que se deve à administração do hipoclorito de sódio. Este componente é imprescindível ao tratamento da água e não é prejudicial à saúde, podendo a água ser ingerida sem qualquer necessidade de fervura", sublinha a nota da Câmara Municipal de Nordeste. Em simultâneo com a implementação do sistema de desinfecção em todo o concelho, a Câmara Municipal tem procedido a beneficiações nas redes de água.
(In Diário dos Açores)

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terça-feira, dezembro 11, 2007

Queixas de moradores junto à ETAR de Angra do Heroísmo

Os moradores da Grota do Vale, à saída da Cidade de Angra do Heroísmo, cujas residências se encontram nas proximidades da Estação de Tratamento de àguas Residuais (ETAR) da cidade, queixam-se de uma variedade de problemas de saúde que atribuem às emissões gasosas dessa estação.
Segundo entrevista realizada aos moradores eles queixam-se, maioritariamente de dores de cabeça, dores no peito, nauseas, vómitos, ardências na garganta e um deles de nódulos na garganta.

De acordo com o Professor Félix Rodrigues do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, essas são queixas típicas de cidadãos que vivem na proximidade de ETAR's e Explorações agro-pecuárias, referidas bibliografia científica da área da poluição atmosférica. Essas pessoas geralmente são afectadas pelas emissões de compostos orgânicos voláteis de ETAR's ou Explorações agrícolas, especialmente quando são emitidos compostos de enxofre e substâncias orgânicas aminadas. Os sintomas típicos são:
-Sensação de ardência na garganta e vias respiratórias,
- Náuseas,
-Vómitos,
-Dor de cabeça,
-Alteração do ritmo respiratório,
-Incremento do ritmo cardíaco, e,
-Incremento das secreções nasais.
De acordo com os responsáveis da Câmara Municipal, as emissões atmosféricas da ETAR estão dentro dos parâmetros legais.
Félix Rodrigues afirma, que os compostos orgânicos voláteis são constituídos por uma grande variedade de moléculas, sendo impossível identificar a concentração de cada uma delas na atmosfera do local. Por vezes a mistura de compostos orgânicos potencia um efeito nefasto, cuja medida simples de uma concentração não permite estabelecer uma relação inequívoca entre a causa e o efeito. Mesmo estando as emissões dentro da legalidade, não quer dizer que não afectem a saúde pública.
É estranho que não tendo havido queixas até ao momento, que elas aparecem agora. Félix Rodrigues eventa a hipótese de que algumas irritações das fossas nasais e trato respiratório possam estar associadas a um incremento de aerossol biológico, uma vez que a temperatura e humidade relativa do mês de Novembro eram propícias ao seu desenvolvimento.

(In RTP-Açores)
Nota- Após a saída desta notícia, constactou-se que além das emissões da ETAR existiram ainda no local, elevadas emissões de compostos orgânicos voláteis, resultante de cilos abertos que se sobreposeram aos da ETAR, bem como a ocorrência de queima de materiais plásticos s restos de tinta, e ainda alguma emissões da pintura de automóveis. Tal mistura de emissões atmosféricas ajuda a justificar o aparecimento de tais sintomas.

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segunda-feira, dezembro 10, 2007

Missão Empresarial Norte Americana visita os Açores

Uma missão empresarial norte-americana, composta por cerca de 60 elementos, visita os Açores em Fevereiro de 2008, uma iniciativa que o Governo Regional pretende que resulte em benefícios políticos, académicos e económicos.
Esta missão «vai proceder a uma abordagem a toda a região autónoma dos Açores», através de visitas a várias ilhas e tomando conhecimento das várias actividades económicas da região, disse o secretário regional da Presidência.
Vasco Cordeiro falava aos jornalistas, em Ponta Delgada, depois de ter recebido um grupo de empresários e de docentes da Universidade de Massachusetts que estão a visitar o arquipélago para preparar a deslocação da missão empresarial norte-americana.
Segundo disse, os benefícios desta iniciativa podem ser políticos, com o aprofundamento da relação entre o estado de Massachusetts e os Açores, assim como académicos, com o relacionamento com a Universidade dos Açores, e económicos, através de áreas como o turismo, pescas e energias renováveis.
Para Fernando Garcia, um empresário português que reside nos EUA, a missão empresarial, que inclui vários políticos do estado norte-americano, «tem muito a receber» dos Açores, que pode passar pela área das energias alternativas.
Salientou, ainda, que o Turismo pode ser, também, uma área «muito importante» a analisar nesta iniciativa, alegando que os Açores podem aproveitar, não só os emigrantes que residem nos EUA, como os próprios cidadãos norte-americanos.

(In Lusa)

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domingo, dezembro 09, 2007

Térmitas nos Açores

A Região Açores não tem nenhum programa para monitorizar ou controlar as térmitas nas ilhas. Os investigadores da Universidade dos Açores desconhecem por completo se a praga está controlada, a aumentar ou a expandir-se para outras ilhas. Actualmente, a praga está a ser combatida por privados e pelas autarquias, contudo, ninguém tem conhecimento se os tratamentos estão a surtir efeito, se houve um aumento das colónias ou expansão das áreas infectadas. As térmitas já foram detectadas em quatro ilhas (Terceira, S. Miguel, Santa Maria e Faial), todavia, apenas se realizou um estudo exaustivo na ilha Terceira. Os investigadores alertam para a necessidade urgente de monitorizar a praga, para perceber se existe necessidade de intensificar o controlo ou encontrar outros métodos de tratamento. Também é importante investigar se as térmitas estão em outras ilhas. “Podem estar numa fase pouco avançada o que permite o extermínio das espécies” – reconhece Paulo Borges, investigador do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores. Durante o corrente ano não se conhece nenhuma iniciativa oficial no sentido de se aprofundar o estudo deste problema. Ainda “existe muito por fazer” no combate à praga das térmitas que se tem manifestado através de prejuízos em habitações nas ilhas, o alerta está preto no branco no livro de dos investigadores Paulo Borges e Timothy Myles, “Térmitas dos Açores”, lançado no passado mês Outubro. Os autores, após a análise da legislação específica criada pelo Governo Regional dos Açores, para apoiar a substituição de estruturas e acabamentos em madeira nas habitações das famílias mais carenciadas, o programa aprovado pelo Decreto Legislativo Regional n.º 20/2005/A, de 22 de Julho, que ainda não foi avaliado, não é totalmente satisfatório. ”Teme-se que, a manter-se o seu actual formato, este programa dificilmente dê resposta às necessidades concretas da maioria dos agregados familiares afectados” – referem. No livro, “Térmitas dos Açores”, os investigadores, alertam para a necessidade de se mobilizar informação acerca do modo como os sistemas habitacional, patrimonial e económico podem estar susceptíveis ao risco de infestação e facultar informação acerca de estratégias de controlo da propagação da praga a outras ilhas, para que a população compreenda a vulnerabilidade dos sistemas ao risco da praga, e adopte medidas de prevenção. Existem regras definidas por lei para os resíduos resultantes de obras de reparação de imóveis infestados por térmitas que beneficiem de apoios. O dono da habitação está, ainda, obrigado a remeter ao executivo um documento indicando a identificação e quantificação dos resíduos efectivamente produzidos. Porém, que não tem conhecimento da legislação continua a realizar as obras como pode e sabe.Os investigadores da Universidade dos Açores vão mesmo propor ao executivo e às autarquias a colocação de armadilhas em locais públicos para matar os adultos. O problema das térmitas, que danifica a estrutura de madeira dos edifícios, colocando em causa a sua segurança, foi detectado em 2002 na zona histórica de Angra do Heroísmo. Já foram inventariadas três tipos de térmitas na região, as que atacam a madeira seca, as que atacam videiras e pomares e uma espécie subterrânea, de origem europeia. A totalidade das habitações afectadas encontra-se na zona urbana, já que nas freguesias rurais mais húmidas não foi localizada qualquer espécie de térmitas, pelo facto de as madeiras possuírem diversos fungos e serem bastante húmidas. Nas zonas urbanas, as térmitas encontram melhores condições climatéricas para o seu desenvolvimento, nomeadamente madeiras mais secas. Os prejuízos provocados por esta praga já são avultados.
(In A União)

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sábado, dezembro 08, 2007

Regionalização do Instituto de Meteorologia

O Instituto Nacional de Meteorologia (IM) está aberto a uma regionalização “parcial ou total, se as entidades envolvidas chegarem à conclusão de que essa é a melhor solução para aumentar a eficácia dos serviços prestados à população”. A garantia de abertura para o diálogo foi dada pelo vogal do conselho directivo do IM, Dias Baptista. De acordo com o membro da direcção do Instituto de Meteorologia, para que a regionalização siga em frente, primeiramente terá de existir um entendimento global entre o Governo da República e o Governo Regional dos Açores. Além disso, o IM está sob a tutela do Ministério da Ciência e Ensino Superior, sendo que, se a decisão desta entidade for positiva, arrancarão as negociações com vista a colocar a regionalização no terreno. Dias Baptista, admite, ainda, que a regionalização do serviço meteorológico no arquipélago possa seguir a via parcial, mas também total. “Se, após ponderação, se chegar à conclusão de que uma regionalização parcial é a melhor opção, será essa a ser colocada no terreno. Se a melhoria e adequação dos serviços passar por uma regionalização total, assim seja”. A garantia de abertura à negociação expressa pelo IM surge depois de, no passado domingo, o líder do executivo açoriano, Carlos César, ter defendido a regionalização do Instituto de Meteorologia, alegando a necessidade de uma melhor cooperação com o Serviço de Protecção Civil do arquipélago. As declarações de César foram proferidas durante a inauguração das obras de ampliação do quartel dos Bombeiros Voluntários de Vila Franca do Campo, ilha de São Miguel. O presidente do Governo Regional sustentou que várias instituições devem estreitar a sua ligação com o Serviço Regional de Protecção Civil e Bombeiros, sendo que essa cooperação “poderia até passar pela própria regionalização parcial ou total do Instituto de Meteorologia nos Açores. Em relação às declarações de César, Dias Baptista adianta desconhecer o contexto das mesmas, mas frisa que os representantes do IM estiveram no arquipélago recentemente, onde se reuniram com o líder do executivo açoriano, pelo que “as relações existentes são boas”.
“MEDIDA ADEQUADA”
Também o director do programa CLIMAAT, Eduardo Brito de Azevedo, investigador do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, considera que a regionalização do serviço de meteorologia nos Açores é uma “medida adequada”, mas apenas se assumir um carácter parcial. “A ligação a uma estrutura nacional é positiva. O IM tem compromissos internacionais, como, por exemplo, o acesso a fotografia por satélite, que não interessa estar a duplicar”, explica. Esta regionalização parcial seria uma boa medida, argumenta o professor da Universidade dos Açores, “porque, numa Região extremamente dependente do clima, a cobertura meteorológica e climática seria mais pormenorizada”. “Isto não quer dizer que a actual cobertura seja má, até porque o arquipélago é considerado uma escola para meteorologistas, mas existem necessidades muito específicas, que são descuradas quando se integra uma estrutura nacional. É algo que não é exclusivo dos Açores, também se verifica noutros locais, como as ilhas espanholas”, sustenta. Segundo Eduardo Brito de Azevedo, “em regiões tão dependentes do clima, como são as ilhas atlânticas, é necessária a adopção de modelos de previsão do tempo adequados à nossa dimensão”. Entre as áreas que podem beneficiar de um estudo mais exaustivo em termos de meteorologia está o sector dos transportes. “Já o desenvolvimento da área da climatologia é vital para potenciar os recursos da Região. É o caso dos recursos hídricos ou da capacidade de produção dos solos, importantes para o desenvolvimento de um sector como a agro-pecuária”, exemplifica o professor da Universidade dos Açores.

PLATAFORMA IDEAL
Na opinião do professor da Universidade dos Açores, Eduardo Brito de Azevedo, a regionalização parcial do Instituto de Meteorologia, que dotaria a estrutura existente nos Açores de uma maior autonomia, é também importante para o desenvolvimento do arquipélago enquanto “plataforma ideal” para a observação meteorológica da bacia do Atlântico Norte. Desde cedo que especialistas como Afonso Chaves e José Agostinho defenderam uma visão do arquipélago como Centro Permanente de Estudos Meteorológicos no Atlântico, lembra Eduardo Brito de Azevedo. “Este potencial é académico, mas também operacional. A posição dos Açores é estratégica para a observação de fenómenos meteorológicos na bacia do Atlântico Norte. A Região pode ser um parceiro operacional em projectos internacionais, por exemplo".

(In Diário Insular)

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sexta-feira, dezembro 07, 2007

Golfe na ilha de Santa Maria

Nick Faldo, um dos melhores golfistas da Europa, assina o projecto do campo de golfe de Santa Maria - Açores, apresentado nessa ilha, numa cerimónia presidida por Duarte Ponte, Secretário Regional da Economia e antigo Director do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores e onde marcaram presença a presidente da Ilhas de Valor, S.A., entidade promotora do empreendimento, Guy Hockler, arquitecto principal do gabinete de arquitectura inglês responsável pelo projecto, e Gomes de Menezes, projectista das infraestruturas de apoio. “Os campos de golfe valem pela assinatura de quem os projecta”, lembrou Duarte Ponte, e, por essa razão, concebido por “uma das mais prestigiadas equipas projectistas do mundo”, o campo de golfe de Santa Maria será “um campo de golfe de classe mundial”, sublinhou o responsável. Ontem, na sala de conferências do Hotel Santa Maria, foi assinado o contrato para a elaboração do projecto do campo de golfe, no valor de 1.195 milhões de euros, mais IVA, com um prazo de execução de noventa dias. Implantado na zona do Tremoçal, terá 18 buracos, um country club e um aldeamento turístico, cuja localização ainda não é definitiva.Na ocasião, Duarte Ponte afirmou que “o contrato que vamos assinar é um motivo de orgulho para as Ilhas de Valor, e é sem dúvida importante para a qualificação do turismo dos Açores”. O projecto permitirá criar riqueza, postos de trabalho e, desse modo, ajudar a fixar população, acrescentou ainda. Nos próximos três meses, a equipa projectista irá trabalhar no projecto de execução a partir do estudo prévio já concluído. E só então se saberá ao certo quais as parcelas que o Governo Regional terá de adquirir. Segundo o secretário regional da Economia, já foram feitos contactos prévios com os proprietários dos terrenos situados na zona escolhida, mas as negociações só poderão ser iniciadas quando for conhecido com rigor os limites do campo de golfe. É por essa razão que também não se sabe ao certo quanto irá custar a construção do empreendimento. Duarte Ponte adiantou apenas que se espera vir a custar mais de doze milhões de euros. Depois da aquisição das propriedades, será então lançado o concurso de empreitada, mas o secretário regional da Economia não quis arriscar uma data para o início da execução do projecto. Quanto à exploração do empreendimento, quando concluído, o responsável revelou, no entanto, que “é provável que a Ilhas de Valor S.A. tenha de assegurar a sua exploração no início, mas a ideia é encontrar privados que queiram investir connosco. Podemos ficar com 49,5 por cento e entregar o restante a privados ou podemos ficar como sendo os donos do terreno e ceder a sua gestão”. “Não queremos explorar campos de golfe, não queremos explorar hotéis. Tudo faremos para entregar a privados a gestão e a posse do campo de golfe”, garantiu. Em Santa Maria, há quem esteja preocupado com o abastecimento de água ao campo de golfe, dadas as dificuldades de abastecimento à população. Duarte Ponte assegurou, na ocasião, que “fica a nosso cargo encontrar a água, com certeza por um novo furo”, adiantando que essa situação foi prevista, tendo sido feitos um estudo hidrológico, pelo Departamento de Geociências da Universidade dos Açores, e um estudo ao solo, pelo Departamento de Ciências Agrárias.
(In Açoriano Oriental)

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quinta-feira, dezembro 06, 2007

Reunião do MARBEF em Paris

Realizou-se a 5 de Dezembro de 2007 uma reunião do projecto MARBEF ( Marine Biodiversity and Ecosystem Functioning EU Network of Excellence) na Avenida Majenta, 76, segundo andar, perto da Gare do Norte, em Paris.
Nessa reunião, na qual participa o Professor Tomaz Dentinho do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, a mestre Adriana Ressurreição, aluna de doutoramento da Universidade dos Açores, que está a desenvolver uma tese sobre o valor da biodiversidade marinha, chegou a uma primeira análise dos dados recolhidos este verão que lhe permite intuir que os açorianos estão dispostos a fazer mais pela biodiversidade marinha do mar em torno do Pico e do Faial, do que os polacos estão dispostos a fazer pela biodiversidade do Golfo de Gdansk ou os ingleses pela biodiversidade de Flamborough Head, um promontório perto de York. Fizeram-se quinhentos questionários em cada um destes locais e uma primeira análise dos resultados indicia novas questões que é interessante e importante pesquisar no futuro. Isto se quisermos que a biodiversidade deixe de ser um tema científico, ideológico e entregue à política de âmbito comunitário e passe a ser uma assunto controlável pelo comum dos cidadãos em cada um dos locais. Foram também apresentados resultados de outras abordagens sobre os mesmos locais: umas na perspectiva da valoração biológica e outras na óptica sócio-cultural. Nessa reunião do MARBEF tentou-se acordar o modo como os sistemas de apoio à decisão chegariam aos agentes locais, regionais, nacionais, comunitários e mundiais.

(In A União)

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quarta-feira, dezembro 05, 2007

Feira Virtual de Emprego

A primeira feira virtual de emprego vai estar disponível até ao dia 14 de Dezembro, no site http://www.universia.pt/. A Universidade dos Açores é uma das instituições que se associou ao projecto de bolsa de emprego virtual do Portal Universia. Baseada nas últimas tecnologias de criação de espaços web, esta iniciativa, que decorre até 14 de Dezembro deste ano, é a primeira do género em Portugal. Dividida por sectores de actividade económica, que vão estar em destaque em cada um dos pisos do edifício, a bolsa virtual oferece soluções inovadoras na administração de currículos e nos processos de selecção de candidatos, permitindo, por exemplo, seleccionar os melhores com uma grande redução de tempo e de custos. Recorrer a expositores das entidades empregadoras e universidades parceiras do Portal Universia, assistir a chats/colóquios sobre temas relacionados com o emprego e apresentações institucionais virtuais, conhecer a oferta laboral das melhores empresas do País, deixar o currículo e realizar provas de selecção on-line são alguns dos pressupostos associados à primeira feira virtual de emprego. A Bolsa Virtual Universia dirige-se maioritariamente a estudantes universitários que estão a terminar a sua formação, recém-licenciados e jovens profissionais que tenham iniciado recentemente a sua carreira no mundo do trabalho.
(In Universia)

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terça-feira, dezembro 04, 2007

Plano Nacional de Acção Ambiente e Saúde

O Gabinete de gestão e Conservação da Natureza, do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores prepara um livro sobre a produção de avestruzes em Portugal.
A Agência Nacional do Ambiente, atribuíu am mesmo Gabinete o projecto de Análise Custo Benefício do Plano Nacional de Acção Ambiente e Saúde. Trata-se de um trabalho a desenvolver pelo Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, pelo Serviço de Epidemiologia e Biologia Molecular do Hospital do Santo Espírito de Angra do Heroísmo, por um investigador da Universidade de Bangor e por um especialista em inquéritos em Santarém.


O Plano Nacional de Acção Ambiente e Saúde (PNAAS) visa controlar os riscos ambientais para a saúde.
O Plano preconiza 33 Acções Programáticas em Domínios Prioritários de intervenção - água, ar, solo e sedimentos, químicos, alimentos, ruído, espaços construídos, radiações, e fenómenos meteorológicos extremos, alterações climáticas e deterioração da camada de ozono.

(In a União)

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segunda-feira, dezembro 03, 2007

Publicações da Universidade Portuguesa sobre zonas áridas e semi-áridas do planeta

Universidade do Algarve

Campus de Gambelas, Faro, Portugal
Título : Diurnal change in the relationship between stomatal conductance and abscisic acid in the xylem sap of field-grown peach trees.
Journal of Experimental Botany, September 1997, vol. 48, no. 314, pp. 1727-1736(10).
Título: How Plants Cope with Water Stress in the Field ? Photosynthesis and Growth.
Annals of Botany 89 : 907-916, 2002
Título : Limitations to carbon assimilation by mild drought in nectarine trees growing under field conditions.
Environmental and Experimental Botany, Volume 55, Issue 3, March 2006, Pages 235-247.

Universidade de Aveiro

Universidade de Aveiro, Campus de Santiago, Aveiro Portugal.
Título : Dynamique de l'eau et gestion des terres dans le contexte du changement global, dans le bassin du Bouregreg (Maroc).
Sécheresse. Volume 15, Numéro 1, 65-77, JANVIER-FÉVRIER-MARS 2004.
Título: Impact des changements d'utilisation des sols sur la production d'érosion et de ruissellement superficiel dans la région du Maghreb.
Rev. Sci. Eau 17 (2) : 163-180 (2004).
Título: The impact of soil water repellency on soil hydrological and erosional processes under Eucalyptus and evergreen Quercus forests in the Western Mediterranean.
Australian Journal of Soil Research, Vol. 43 No. 3 Pages 309 - 318, Published 27 May 2005.
Título: Effect of nitrogen nutrition on salt tolerance of Pisum sativum during vegetative growth.
Journal of Plant Nutrition and Soil Science Volume 168, Issue 3, Date : June, 2005, Pages : 359-363.

Universidade dos Açores

Departmento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, Terra Chã, Angra do Heroísmo, Terceira-Açores, Portugal
Título: Comparison of continental Portugal and Azores Islands aerosol during a Sahara dust storm.
Nuclear Instruments and Methods in Physics Research Section B : Beam Interactions with Materials and Atoms, April 2002, vol. 189, no. 1, pp. 272-278(7).
Título: Absorption coefficients by aerosols in remote areas : a new approach to decouple dust and black carbon absorption coefficients using seven-wavelength Aethalometer data.
Journal of Aerosol Science, Volume 36, Issue 2, February 2005, Pages 267-282.
Título: Utilização de isótopos naturais como traçadores da dispersão de poeiras do Saara: um caso de estudo nos Açores-Portugal.
Engenharia Ambiental: Pesquisa e Tecnologia, Volume 2 nº1, Janeiro de 2006, Páginas 85-99.
Título: PIXE capabilities for biogeochemical cycles studies in the North-Eastern Atlantic.
Nuclear Instruments and Methods in Physics Research Section B: Beam Interactions with Materials and Atoms, Volume 249, Issues 1-2, August 2006, Pages 579-583.
Título: Tempestades no Saara e poeiras no Atlântico.
REVISTA ATLANTIDA Vol. L 2005, Páginas 291-296.

Universidade de Coimbra

Departamento de Botânica, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal.
Título: Effects of cessation of grazing on leaf-level photosynthesis of Periploca laevigata.
Applied Vegetation Science Volume 6, Issue 2 (December 2003) Article : pp. 255-260.

Universidade de Évora
Universidade de Évora, Évora, Portugal.
Titre original : New perspectives for ecological flow determination in semi-arid regions : a preliminary approach.
Título : Regulated Rivers : Research & Management Volume : 15, Issue : 1-3, Date : January - June 1999, Pages : 221-229.
Título: Crustal and upper mantle velocity structure of the Hoggar swell (Central Sahara, Algeria).
Physics of the Earth and Planetary Interiors, February 2000, vol. 118, no. 1, pp. 111-123(13).
Título: Aerosol characterization and optical thickness retrievalsusing GOME and METEOSAT satellite data.
Meteorology and Atmospheric Physics : Volume 81, Numbers 3-4 November 2002 Pages : 289 - 298.

Universidade Lisboa
Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa, Campo Grande, Lisboa, Portugal
Título : Adaptive energetics in house mice, Mus musculus domesticus, from the island of Porto Santo (Madeira archipelago, North Atlantic).
Comparative Biochemistry and Physiology - Part A : Molecular & Integrative Physiology, Volume 137, Issue 4 , April 2004, Pages 703-709.
Título: Phylogeography of the cyprinid Squalius aradensis and implications for conservation of the endemic freshwater fauna of southern Portugal.
Molecular Ecology, June 2005, vol. 14, no. 7, pp. 1939-1954(16).
Título: Spatial modelling of freshwater fish in semi-arid river systems : a tool for conservation.
River Research and ApplicationsVolume 18, Issue 2, Date : March/April 2002, Pages : 123-136
Título: Mapping Mediterranean scrub with satellite imagery : biomass estimation and spectral behaviour.
International Journal of Remote Sensing, August 2004, vol. 25, no. 16, pp. 3113-3126(14).
Comparative Biochemistry and Physiology - Part A : Molecular & Integrative Physiology, Volume 137, Issue 4 , April 2004, Pages 703-709.
Título: Ecophysiological differences between male and female plants of Pistacia lentiscus L.
Plant Ecology, August 2000, vol. 149, no. 2, pp. 131-142(12).
Título: Structural and functional variability within the canopyand its relevance for carbon gain and stress avoidance.
Acta Oecologica, Volume 22, Issue 2, March-April 2001, Pages 129-138.
Título: Characteristic patterns of chronic and dynamic photoinhibition of different functional groups in a Mediterranean ecosystem.
Functional Plant Biology, 7 August 2002, vol. 29, no. 8, pp. 999-1011(13).
Título: Proteome Profiling of Populus euphratica Oliv. Upon Heat Stress.
Annals of Botany, published online on June 1, 2006.
Universidade Nova de Lisboa

Universidade Nova de Lisboa, Quinta da Torre, Caparica, Portugal .
Título: Thresholds for gully initiation and sedimentation in Mediterranean Europe
Earth Surface Processes and Landforms Volume : 25, Issue : 11, Date : October 2000, Pages : 1201-1220.
Título: Energy affordability in the Sahelian region.
Applied Energy, September 2003, vol. 76, no. 1, pp. 9-13(5).
Título: Assessing heterogeneity from remote sensing images : the case of desertification in southern Portugal.
International Journal of Remote Sensing, 10 September 2000, vol. 21, no. 13, pp. 2645-2663(19).
Título: Mapping Mediterranean scrub with satellite imagery : biomass estimation and spectral behaviour.
International Journal of Remote Sensing, August 2004, vol. 25, no. 16, pp. 3113-3126(14).
Título: Modeling response of soil erosion and runoff to changes in precipitation and cover
CATENA, Volume 61, Issues 2-3, 30 June 2005, Pages 131-154.
Faculdade de Ciencias e Tecnologia, Sector de Biologia Vegetal, Univ. Nova de Lisboa, Monte-da-Caparica, Portugal.
Título: Partial decline of Arachis hypogaea L. photosynthesis triggered by drought stress.
Photosynthetica, 1997, vol. 33, no. 1, pp. 81-90(10).
Título : Drought Effects on Membrane Lipids and Photosynthetic Activity in Different Peanut Cultivars.
Photosynthetica, 2000, vol. 38, no. 1, pp. 7-12(6).
Título: Comparison of resistance to drought of three bean cultivars.
Biologia Plantarum Volume 50, Number 3 389 - 394 2006.

Universidade Técnica Lisboa

Instituto Superior de Agronomia, Universidade Técnica Lisboa, Tapada da Ajuda, Lisboa, Portugal.
Título: How Plants Cope with Water Stress in the Field ? Photosynthesis and Growth.
Annals of Botany 89 : 907-916, 2002.
Título: Constraints on transpiration from an evergreen oak tree in southern Portugal.
Agricultural and Forest Meteorology, Volume 122, Issues 3-4, 20 April 2004, Pages 193-205.
Título: Drought class transition analysis through Markov and Loglinear models, an approach to early warning.
Agricultural Water Management, Volume 77, Issues 1-3, 22 August 2005, Pages 59-81.
Título: Field assessment of the water saving potential with furrow irrigation in Fergana, Aral Sea basin.
Agricultural Water Management, Volume 77, Issues 1-3, 22 August 2005, Pages 210-231.
Título: Using RZWQM to search improved practices for irrigated maize in Fergana, Uzbekistan.
Agricultural Water Management, Volume 77, Issues 1-3, 22 August 2005, Pages 263-281.


Universidade do Minho

Departamento das Ciências da Terra, Universidade do Minho, Braga, Portugal.
Título: Clay mineral assemblages in weathered basalt profiles from central and southern Portugal : climatic significance.
CATENA, Volume 49, Issues 1-2, 31 August 2002, Pages 77-89.

Universidade do Porto

Departemento de Zoologia e Antropologia, Universidade do Porto, Faculdade de Ciências, Porto.
Título: Detection and variation of microcystin contents of Microcystis blooms in eutrophic Lalla Takerkoust Lake, Morocco.
Lakes and Reservoirs : Research and Management Volume 7, Issue 1, Page 35-44, Mar 2002.
Título: Toxicology of a Microcystis ichthyoblabe waterbloom from Lake Oued Mellah (Morocco).
Environmental Toxicology Volume 17, Issue 1, Date : 2002, Pages : 24-31.
Título: Detection and quantification of microcystins from cyanobacteria strains isolated from reservoirs and ponds in Morocco.
Environmental Toxicology Volume 17, Issue 1, Date : 2002, Pages : 32-39.
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Univ. de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real, Portugal.
Título: Efficacy and limitations of Triticale as a nitrogen catch crop in a mediterranean environment.
European Journal of Agronomy, October 2002, vol. 17, no. 3, pp. 155-160(6).
Título: Ultraviolet-B radiation and nitrogen effects on growth and yield of maize under Mediterranean field conditions.
European Journal of Agronomy, March 2000, vol. 12, no. 2, pp. 117-125(9).

Nota- A lista aqui apresentada tem grandes lacunas.

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