Em meados de Setembro de 2007, alunos de uma turma do 6º ano da Escola Básica Integrada dos Biscoitos, na Ilha Terceira, aprenderam a vindimar. Foi o culminar do ciclo vegetativo de algumas plantas da variedade Terrantês, duma curraleta situada numa vinha do Serviço de Desenvolvimento Agrário da ilha Terceira, nos Biscoitos.
Esta acção faz parte do projecto "As vinhas da Terceira: Uma experi~encia nos Biscoitos-Quinta à Biscoitinha". É um trabalho da Universidade dos Açores da autoria da Professora Teresa Lima, do Departamento de Ciências Agrárias, que é responsavel directa do projecto em parceria com a EBIB. Conta também com os apoios da Secretaria Regional de Agricultura e Florestas, CITA-A (Centro de Investigação Tecnológica Agrária dos Açores) e Europe Direct.
Este projecto tem como objectivos, a sensiblização das crianças para a cultura da vinha, a sua preservação, torná-la sustentável, manter e valorizar a paisagem vitícola das curraletas basálticas.
Não nos estamos a limitar à observação. Os alunos acompanham o ciclo vegetativo da vinha, aprendem as diferentes operações e executam-nas, inclusive, a laboração do vinho.
Pensa-se que esta acção poderá deixar às crianças que a estão a frequentar sementes preciosas em ordem a criar o gosto pela vinha, sua importância social, económica, ambiental, cultural e turística. Assim, está-se a contribuir no sentido da gestão e conservação da natureza da Região vitivinícola dos Biscoitos.
Os Biscoitos é uma freguesia que tem cerca de 85% das suas vinhas abandonadas e ameaçadas pela construção imobiliária. Há que trabalhar com persistência e determinação para evitar o colapso da viticultura nessa região.
Há já vários anos que a Universidade dos Açores se preocupa com o abandono proguessivo das vinhas e a escassez de mão-de-obra e também com a falta de motivação das gerações mais novas para se ligarem a esta actividade. A ideia é sensibilizar , contagiar, instruir e treinar crianças e adolescentes neste sentido.
Foi com o desenrolar do projecto ENOTURMAC da Universidade dos Açores, que tratou pela primeira vez na Região, o tema do "Vinho como produto turístico" que esta ideia foi amadurecendo. Através desse projecto realizaram-se diversas acções para sensibilizar a população açoriana para a importância da vinha, do vinho e da gastronomia num turismo sustentavel. A problemática da escassez de mão de obrafoi diversas vezes abordada.
Arrancou-se com este projecto em Março do corrente ano. A experiência começou com uma turma que estava no 5º ano de escolaridade. Eram 14 alunos (8 meninas e 6 meninos). Como o ano lectivo não coincide com o ciclo vegetativo da videira, a 11 de Setembro, no dia da colheita, ou seja da vindima, o número de alunos da turma, que actualmente se encontram no 6º ano de escolaridade, estava significativamente aumentado. No total eram 21 alunos.
Foi um experiência formidável. Os alunos chegaram à vinha pelas 10 horas da manhã acompanhados pela Drª Cecília Terra, ggrande entusiasta do projecto. As uvas de Terrantês apresentavam-se num estado de maturação bastante avançado e uma cor dourada apetitosa.
Como a maioria doa alunos tinha acompanhado aquela vinha desde a poda até à colheita, a afectividade naquele dia era muito elevada. Da parte dos novos participantes houve curiosidade, colaboração e entusiasmo.
A vinha acompanhada deu grande rendimento.
Após a apanha foram esmagadas as uvas, de acordo com as regras de higiene necessárias para a manipulação das uvas e dos materiais vinícolas. Após essa operação, as uvas foram prensadas.
O mosto foi colocado numa cuba e procedeu-se à sua prova.
Foi feita uma intodução à prova enfatizando os 4 sabores típicos. doce, ácido, salgado e amargo. Foi-lhes também ensinado a degustar o mosto.
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In A União)
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