Atrasos na obra e na captação de fundos, adiam a abertura do Observatório do Ambiente dos Açores para 2008.
Os atrasos na abertura do Observatório do Ambiente somam duas causas: alterações à recuperação das instalações da antiga Casa do Peixe de Angra do Heroísmo e angariação de verbas para o equipamento do espaço.
Apesar de ainda não estar na nova casa, o Observatório desenvolve normalmente os seus projectos no campus universitário de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores, ficando penalizado pela falta de expressão pública.
A abertura do novo Observatório do Ambiente já esteve marcada para o passado mês de Junho. A colocação da primeira pedra aconteceu a 23 de Março de 2006 e desde então as obras de recuperação e requalificação das instalações da antiga Casa do Peixe já estão concluídas. Para já, segundo informou o docente do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores responsável pela Associação para o Estudo do Ambiente Insular, Eduardo Brito de Azevedo, decorre o período de apreciação das propostas entregues para a aquisição de equipamento. Trata-se de um processo que, garantiu, deverá estar concluído até ao final do ano. Quanto à abertura das portas no novo espaço de investigação científico, Eduardo Brito Azevedo aponta o primeiro trimestre como o prazo definitivo para o funcionamento a cem por cento do Observatório.
Na base dos atrasos, explicou, estiveram relacionados com “problemas estruturais” no curso da obra. Em concreto, explicou, esteve a tentativa de recuperação do antigo telhado da Casa do Peixe que acabou revelar-se infrutífera: “não foi possível recuperar o anterior telhado”. O docente universitário mostra-se satisfeito com a globalidade da intervenção: “a obra está bem feita”. Quanto ao agravamento dos custos desta obra, orçadas em 1,3 milhões de euros, Brito Azevedo conta que ele “não é significativo”. Noutra frente, explica, os atrasos do equipamento são igualmente justificados com a procura e o encaixe deste investimento em fundos de financiamento. Eduardo Brito de Azevedo explica que a instituição “não possui verbas próprias”, o que obriga à procura de verbas que possam suportar as necessidades da mesma: “vamos navegando ao sabor das possibilidades económicas”. Apesar de referir que nenhum projecto está a ser prejudicado com a não transferência dos recursos humanos e técnicos para o novo espaço, o responsável afirma que o Observatório ressente-se com a falta de “interligação e visibilidade do Observatório junto das populações”.
Para já, informou Eduardo Brito de Azevedo, o Observatório do Ambiente tem em curso dois principais projectos: o CLIMAAT e CLIMARCOST , ambos integrados no Interreg IIIB que estuda o Clima e Meteorología dos Arquipélagos Atlânticos e o Clima Marítimo e Costeiro. De igual forma, informou, decorrem projectos na área do ordenamento do território. O novo observatório insere-se na Rede de Observatórios dos Açores, que incluiu, ainda, o Observatório Astronómico de Santana e o Observatório Vulcanológico e Geotérmico da Lagoa e o Observatório do Mar, na ilha do Faial. Esta rede de Observatórios Científicos tem como principais objectivos apoiar o ensino experimental das ciências, contribuir para a divulgação da cultura científica, promover a investigação científica de elevado interesse regional e contribuir para o desenvolvimento da Sociedade do Conhecimento. O manifesto do Observatório do Ambiente refere que “ao contrário do que possa parecer o Observatório do Ambiente não pretende ser mais uma entidade dedicada à investigação científica. Para essa tarefa conta a Região dos Açores com a sua Universidade e com outras entidades especialmente vocacionadas para essa função. Ao Observatório competirá, isso sim, identificar e apoiar projectos considerados de interesse estratégico para a região, promover o intercâmbio de ideias e divulgar”.
(In A União)
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