domingo, outubro 21, 2007

CLIMARCOST

Decorreu no porto do Caniçal a terceira reunião do projecto CLIMARCOST - Sistema de Monitorização de Dados Meteo-Oceanográficos, desenvolvido no âmbito do programa INTERREG III B, o qual reúne parceiros da Madeira, Açores e Canárias. Nas instalações da Administração dos Portos da Região Autónoma da Madeira (APRAM) estiveram reunidos os representantes dos parceiros do projecto CLIMARCOST, iniciado em Janeiro de 2006, os quais são o Fundo de Coesão dos Açores (Chefe de Fila), a Universidade dos Açores, a APRAM, S.A., o Instituto Canário de Ciências Mariñas e a Universidade de Las Palmas de Gran Canária. Segundo Lígia Correia, da Administração da APRAM, “o grande objectivo do projecto CLIMARCOST é a recolha de dados sobre toda a área marítima que rodeia as três regiões envolvidas no projecto”. No que se refere à Madeira, salienta que a Região já disponha de duas bóias (Porto da Cruz e Caniçal) para a recolha de dados sobre a direcção e ondulação marítima, que permitia dar o apoio às infra-estruturas marítimas. Lígia Correia realça que o envolvimento da Região no projecto CLIMARCOST vai permitir “ganhar outras valências”, nomeadamente “ter bóias para cobrir toda a Região, uma para colocar no Porto Santo e outra para cobrir o Norte da Madeira (Porto Moniz), além de termos já uma estação meteo-oceanográfica no Funchal e uma outra para recolha de dados sobre os hidrocarbonetes”. “Assim, ficamos com esta questão da segurança marítima, nomeadamente ondulação e qualidade do mar, perfeitamente identificada com dados recolhidos, sendo a leitura feita com o apoio das Universidades e do Instituto Hidrográfico”, sublinha. Por outro lado, o Prof. Eduardo Brito de Azevedo, do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, acentuou que o projecto CLIMARCOST “pretende colamatar uma falha, sobretudos nas regiões da Madeira e dos Açores, no que diz respeito à caracterização do clima marinho”. Assim, adianta que todo o projecto “é dirigido para uma caracterização do clima marinho que envolve os arquipélagos, baseado na mais recente tecnologia desenvolvida pelo parceiro das Canárias, que já tem equipado inclusivamente a Madeira com bóias meteo-oceanográficas”. Deste modo, o Prof. Eduardo Brito realça que a tecnologia empregue “permite avaliar uma série de parâmetros sobre a agitação marítima e outros, informação que é depois trabalhada pelas universidades e institutos de maneira a melhorar o conhecimento científico sobre as condições do clima marinho”, acrescentando que “esse conhecimento é depois aplicado nos diferentes sectores que dependem do mar, nomeadamente segurança marítima, navegabilidade, construções portuárias, erosão costeira, navegação de recreio, etc.”. O projecto CLIMARCOST decorre até Junho de 2008, tendo um valor global de cerca de 1,5 milhões de euros, sendo que a comparticipação da RAM é de 349 mil euros, dos quais 85% são componente INTERREG e 15% da APRAM.
(In Jornal da Madeira)

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