quarta-feira, setembro 30, 2009

Lisboa aprova projecto da escola de enfermagem

O ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior aprovou o projecto preliminar nas novas instalações da Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo.O reitor da Universidade dos Açores, Avelino Meneses, disse ontem ao DI que com a “luz verde” de Lisboa as obras deverão avançar em 2011 numa altura em que a construção de todas as instalações do Departamento de Ciências Agrárias estará concluída.O edifício inter-departamental, em construção do campus do Pico da Urze, será inaugurado em 2010 e nessa altura a Universidade dos Açores deixará de utilizar as instalações do pólo da Terra Chã.De acordo com o reitor da Universidade dos Açores, a construção das novas instalações da Escola de Enfermagem, de Agra do Heroísmo no Pico da Urze vai permitir a concentração no mesmo espaço de todas as áreas de ensino da Universidade dos Açores na Terceira.“Contamos avançar com a construção do pavilhão desportivo em colaboração com a Câmara Municipal de Angra do Heroísmo em 2010 e com as novas instalações da Escola de Enfermagem de Angra do Heroísmo em 2011 uma vez que o processo está mais atrasado”, afirmou.
Quatro mil alunosAvelino Meneses participou numa sessão de acolhimento aos novos alunos do campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores.Segundo o reitor da Universidade dos Açores, o ano lectivo que agora começa “é encarado de uma forma muito positiva uma vez que vamos ultrapassar pela primeira vez os quatro mil alunos”.Entre os quatro mil alunos da Universidade dos Açores estão os mais de 500 do campus de Angra do Heroísmo.Em termos globais, a Universidade dos Açores conseguiu preencher cerca de 82 por cento das mais de 500 vagas para novos alunos que foram disponibilizadas.“Para além de 543 novos estudantes teremos que somar mais cerca de 350 que vão frequentar cursos especiais destinados a pessoas com mais de 23 anos de idade”, acrescentou.Tendo em conta que ainda não foram efectuadas a segunda e terceira fases de preenchimento das vagas , Avelino Meneses acredita que todos os lugares disponibilizados pela Universidade dos Açores serão ocupados.“Julgamos que a Universidade dos Açores deverá admitir mais de mil novos alunos este ano”, disse.
(in Diário Insular)

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Secretaria do Ambiente homenageia Eng. Ilídio Botelho Gonçalves

A Secretaria Regional do Ambiente e Mar homenageia hoje o Eng.º Ilídio Botelho Gonçalves, atribuindo o seu nome ao herbário do Jardim Botânico do Faial.
A homenagem terá lugar pelas 18:30 horas, no jardim botânico, sendo seguida de uma palestra aberta ao público intitulada “Que segredos guardam as plantas – Mimetismos das orquídeas para a polinização, mecanismos de algumas carnívoras e sobrevivência das plantas no deserto”, pela Dr.ª Carla Pinto Cruz, da Universidade de Évora.
Engenheiro Silvicultor e Arquitecto paisagístico, licenciado pelo Instituto Superior de Agronomia, o Eng.º Ilídio Botelho Gonçalves nasceu em Soutelo, Vila Pouca de Aguiar, a 18 de Janeiro de 1922, tendo-se destacado pelo seu precioso contributo na colheita de mais de 4.000 especímenes da flora dos Açores, expostos no Herbário “João de Carvalho Vasconcelos”, e descritos nas publicações “Nova Flora de Portugal” e “Flora Europeia”.Descobriu também, no cume da montanha da ilha do Pico, uma subespécie que, em sua honra, foi designada Agrostis reuteri ssp. Botelhoi. Em 1962, foi convidado para assumir a Direcção dos Serviços Florestais da Horta, cargo onde permaneceu até 1973, altura em foi nomeado Director dos Serviços Florestais de Angra do Heroísmo. Leccionou, como Professor Convidado, a disciplina de Botânica, no curso de Produção Florestal da Universidade dos Açores.Após a sua aposentação, foi convidado a participar na elaboração da “Enciclopédia Açoriana”, da responsabilidade do Centro de Conhecimentos dos Açores.
(In Canal de Notícias dos Açores)

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terça-feira, setembro 29, 2009

Alunos dos Açores pouco conhecem as línguas estrangeiras

Os alunos da Região Autónoma dos Açores apresentam o mais baixo índice de conhecimento de línguas estrangeiras, segundo revela um estudo da Eurostat.
A Universidade dos Açores, contraria, no entanto, esses números. A Academia açoriana oferece cursos livres em diferentes idiomas e luta pela reactivação de algumas licenciaturas, nestas áreas de conhecimento e a transformação começa, segundo a professora Leonor Sampaio, ao nível da comunicação e da tradução.Os cursos estão abertos a todos, em período pós-laboral: o inglês é o mais procurado, seguindo-se o francês e o espanhol.
Em 2007, 60% dos alunos do ensino secundário na Europa estudaram, pelo menos, duas línguas estrangeiras, um terço dos alunos europeus estudou, apenas, uma e 6% não estudou qualquer língua estrangeira.Nos Açores, cresce o interesse pelo conhecimento das línguas estrangeiras e o mercado é global, assim como a comunicação entre as pessoas.
(in Luís Branco / Carlos Tavares)

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Propinas próximas dos mil euros

No topo da pirâmide de valores está a Universidade de Aveiro e no circuito dos politécnicos o IP Leiria. Os estudantes destes estabelecimentos vão ter de desembolsar mais de 995 euros para frequentar o ano lectivo 2009/2010. Universidades e politécnicos públicos nacionais aproximam-se ano a ano no valor da propina fixada.A quantia de 1000 euros deixou de ser uma miragem há bastante tempo e está cada vez mais próxima. Em algumas instituições restam poucos euros - menos de quatro euros em alguns casos – para que o valor da propina chegue aos 1000 euros anuais. O montante máximo de propina para o ano lectivo de 2009/2010, calculado com base na legislação, é de 996,85 euros (para as instituição que fixaram o valor este ano). Duas instituições ultrapassam esta importância: a Universidade de Aveiro (998 euros) e o Instituto Politécnico de Leiria (997,27 euros). Segundo explicou a administradora da universidade aveirense, Fátima Duarte, “o Senado fixou o valor da propina, pela última vez, no ano lectivo de 2005/2006, em 900 euros”. Ambas as instituições limitaram-se, portanto, a fazer a actualização, anual, do montante, seguindo as regras estipuladas na legislação.Mas a verba fixada na Universidade de Aveiro não é um caso longínquo do verificado no universo das universidades. Na tabela de valores situados nos ou acima dos 970 euros estão outras 10 universidades públicas (Trás-os-Montes, Minho, Beira Interior, Porto, Coimbra, Lisboa, Nova de Lisboa, Técnica de Lisboa, Évora e Madeira). Muitos dos Conselhos Gerais decidiram fixar o montante da propina em 996,85 euros, o correspondente a mais 24,71 euros sobre o tecto máximo da propina fixada no ano lectivo de 2008/2009. Longe ainda destes valores está a Universidade dos Açores, sendo o estabelecimento que apresenta a propina mais baixa: 922 euros.Politécnicos: as divergências entre interior e litoralUm exame atento permite perceber que, no mapa dos institutos politécnicos, os valores mais baixos são praticados sobretudo, mas não só, nos institutos do interior do país: politécnicos da Guarda, Viseu, Portalegre, Beja, Cávado e Ave, Coimbra, Bragança e Castelo Branco. Os dois últimos apresentam o montante mais baixo – 700 euros, mas em geral os valores não ultrapassam os 850 euros. Já no litoral verifica-se o oposto. As diferenças territoriais chegam aos 200 euros.“É possível que consigam [politécnicos do interior] gerir de outra forma e não tenham necessidade de aumentar as propinas. Mas é uma medida para captar alunos”, afirma o presidente da Federação Nacional das Associações de Estudantes do Ensino Superior Politécnico (FNAESP), Joaquim Almeida.É também verdade que nos institutos politécnicos os estudantes podem encontrar propinas mais baixas do que nas universidades. Em termos gerais, dos 15 institutos, oito posicionam-se na fatia entre os 700 e os 850 euros e os restantes sete encaixam-se na parcela correspondente a valor igual ou superior a 900 euros. “O valor da propina está demasiado alto. Começa a não ser suportável para alguns alunos. O Ensino Superior começa a elitizar-se um pouco”, crê Joaquim Almeida. Mas Jo dirigente associativo está convencido de que “se houver apoios suficientes para quem realmente precisa, o valor da propina poderá ser considerado justo”.Os montantes fixados estão, em alguns casos, bastante próximos dos praticados nas universidades nos politécnicos situados no litoral. “Já há algum tempo que começa a haver uma descaracterização do que é Ensino Superior politécnico e universitário”, analisa Joaquim Almeida.O dirigente da FNAESP acredita que a própria semelhança entre as formações leccionadas nos dois sistemas levará a uma “harmonização” entre universidades e politécnicos. Valor das propinas divide estudantes do IP LeiriaA direcção do Instituto Politécnico de Leiria (IPL) acresceu 25,27 euros ao valor do ano lectivo precedente, chegando agora aos 997,27 euros. É a propina mais elevada no seio dos politécnicos nacionais. Se, por um lado, há estudantes que “compreendem” o aumento, outros contestam. Pedro Batalha, presidente da Associação de Estudantes da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do IPL, afirma que o acréscimo se rege de acordo com o estipulado na lei. O aluno considera que o valor da propina não é exagerado. “Pagamos um serviço que temos”, acrescentando que os estudantes usufruem de boas infra-estruturas. “Sempre que há problemas são criadas soluções para”, garante. Mas nem todos estão de acordo com a importância. Um grupo de alunos criou o Movimento Pró-IPLeiria com o objectivo de contestar o montante fixado no politécnico.De lembrar que, de acordo com o relatório da OCDE “Education at a Glance”, divulgado na passada semana, Portugal é o terceiro país da União Europeia (em 19 estudados) com propinas mais elevadas nas universidades públicas. Apenas o Reino Unido e a Holanda superam os valores registados no território nacional. Por seu lado a República Checa, a Dinamarca, a Finlândia, a Islândia, a Irlanda, a Noruega e a Suiça não cobram propinas.
(In aauma)

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segunda-feira, setembro 28, 2009

Ricardo Rodrigues: Governos “têm olhado pouco” para projectos de interesse comum

Ricardo Rodrigues, cabeça de lista do PS à Assembleia da República, admitiu ao ‘Correio dos Açores’ que “não se tem olhado muito” para a necessidade de regulamentar no país o modo de financiamento dos Projectos de Interesse Comum do governos da República e dos Açores a executar no Arquipélago. Entretanto, o candidato ouviu do comandante da PSP que a criminalidade tem vindo a diminuir nos Açores O cabeça de lista do PS dos Açores à Assembleia da República, Ricardo Rodrigues, afirmou ontem ao ‘Correio dos Açores’ que “caducou” a proposta de resolução que o CDS/PP apresentou no Parlamento nacional pedindo urgência na aprovação da regulamentação da Lei de Finanças Regionais para se definir o que são projectos de interesse comum. Nesta perspectiva, e no entender do deputado, a Assembleia Legislativa Regional não a deve apreciar. “Este proposta de resolução cai por natureza porque a sessão legislativa do Parlamento nacional acabou e não temos que nos pronunciar sobre esta matéria”, palavras de Ricardo Rodrigues. O facto é que a Assembleia Legislativa dos Açores já agendou a proposta de resolução do PP para uma reunião da Comissão Parlamentar de Economia que deverá dar parecer até ao dia 24 do corrente. Decorrido um ano e nada A proposta de resolução cita a Lei de Finanças Regionais revista define projectos de interesse comum como aqueles que “são promovidos por razões de interesse ou estratégia nacional e ainda os susceptíveis de produzir efeito económico positivo para o conjunto da economia nacional, aferido, designadamente, pelas suas consequências em termos de balança de pagamentos ou de criança de postos de trabalho e, bem como, aqueles que tenham por efeito uma diminuição dos custos de insularidade ou relevância especial nas áreas sociais, dos transportes e das comunicações”. Estabelece a Lei de Finanças Regional que as condições concretas de financiamento pelo Estado dos projectos são fixadas por decreto-lei, ouvidos o governo regional e o conselho de acompanhamento das políticas financeiras. O facto é que, como refere o PP, “decorrido mais de um ano desde a entrada em vigor da Lei, a verdade é que o decreto-lei sobre Projectos de Interesse Comum ainda não foi elaborado e aprovado, o que impede as Regiões Autónomas de candidatarem obras e projectos a este importante instrumento financeiro” aprovado pela Assembleia da República. Nestes termos, o PP pede à Assembleia da República que aprove, “com a máxima celeridade”, o decreto-lei que fixa as condições de financiamento pelo Estado dos projectos de interesse comum. “Não se tem olhado…” O cabeça de lista do PS candidato à Assembleia da República, Ricardo Rodrigues, considera o ‘timing’ da proposta de resolução do PP tardia e inútil com o argumento de que a questão tem de ser novamente levantada na Assembleia da República que sair da próxima legislatura. Ricardo Rodrigues confessa, no entanto, que “se tem olhado muito pouco para este tipo de projectos” que são “cumulativamente” de interesse regional e nacional. Projectos que “visam dar maior sustentabilidade à actividade económica e às regiões mais afastadas de Portugal. Esta é uma área que, na opinião do candidato a deputado à Assembleia da República, “vai ser necessário explorar na próxima legislatura”. E, a propósito, do tema estar na agenda da Assembleia Legislativa Regional, Ricardo Rodrigues deixa claro que “não se quer meter” no que são as competências do Parlamento açoriano. Mas, conclui, “o que acho é que esta é matéria que deve ser analisada na próxima legislatura”. Denúncias do PSD Entretanto, o deputado do PSD ao Parlamento regional, José Manuel Bolieiro, procurou minimizar a importância da proposta de resolução do PP. Disse que “desde sempre” ele próprio e o PSD/Açores “tem denunciado a omissão da regulamentação necessária à implementação dos projectos de interesse comum, uma forma de garantir compromissos de soberania nos interesses do desenvolvimento dos Açores”. “Nós temos denunciado, em requerimento, em declarações públicas e políticas, esta omissão no passado, pouco tempo depois da Lei de Finanças Regionais ter sido publicada em 1999. E esta proposta de resolução é mais um elemento que vem passados dez anos a Lei”. Bolieiro recordou, a propósito, a recente posição de Berta Cabral, líder do PSD, de levantar hipótese para encontrar uma solução para o financiamento da RTP/Açores. E, em outras ocasiões e oportunidades, falamos destas solução de cooperação para outras situações como segurança pública, ou até mesmo Universidade dos Açores, entre muitas outras possibilidades, designadamente na área da saúde e da educação”, concluiu o deputado. PS com PSP Entretanto, o comandante regional da PSP dos Açores comunicou ontem aos candidatos do PS à Assembleia da República que a criminalidade participada diminui no arquipélago na ordem dos 5% entre 2007 e 2008 e que, no primeiro semestre deste ano, a criminalidade registada em todas as forças policiais da Região também decresceu. “Esta ligeira diminuição dos índices de criminalidade nos Açores é muito bom para o país e bom para os Açores em particular”, afirmou, a propósito, ao ‘Correio dos Açores”, o cabeça de lista do PS/Açores à Assembleia da República, Ricardo Rodrigues. Ricardo Rodrigues realçou que “foi possível perceber” na reunião que o actual comandante da PSP “conseguiu implementar uma nova organização interna de serviços”, tornando a polícia “mais eficaz e operacional”. O candidato socialista admitiu que, em termos de meios humanos e materiais, os recursos “são sempre escassos, ou seja, nunca são ideais”. O comandante da PSP teve oportunidade de elucidar que recebeu este ano mais viaturas e mais armas e que, até final deste mês, receberá mais algumas centenas de armas para poder reequipar os agentes de segurança, ficando todos com armas novas até ao fim de Agosto. “Quanto a meios humanos, naturalmente que são sempre poucos. Não são os ideais, mas com a gestão que o comando teve a oportunidade de nos reportar, verifica-se que tem uma operacionalidade e uma eficácia muito consistente”, afirmou Ricardo Rodrigues. Ricardo Rodrigues admitiu que a segurança “é sempre uma área difícil, uma área que trás muita preocupação a todos ao açorianos. Procurámos inteirar -nos das dificuldades para as poder, de uma forma mais real e efectiva, transmitir em Lisboa ao próximo governo da República”.
(In João Paz - Correio dos Açores)

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Currículo Regional do Ensino Básico na Região Autónoma dos Açores discutido hoje

A Secretária Regional da Educação e Formação, Lina Mendes, preside hoje, pelas 14 horas, no Salão Nobre da Secretaria Regional da Educação e Formação, na ilha Terceira, à primeira reunião de trabalho entre a Comissão Coordenadora do Currículo Regional e as equipas de trabalho das diversas áreas curriculares. O serviço que agora se inicia visa preparar a implementação do Currículo Regional do Ensino Básico na Região Autónoma dos Açores, previsto arrancar no ano lectivo 2010/2011. Pretende-se criar para cada área curricular e disciplina um dispositivo de operacionalização e desenvolvimento curricular com vista à identificação de áreas temáticas e conteúdos regionais. Este trabalho inclui, também, a concepção e certificação de materiais didácticos a disponibilizar no Portal da Educação, perspectivando-se poderem vir a constituir importantes recursos educativos quer para professores, quer para alunos. A Comissão Coordenadora é constituída pela Professora Doutora Luísa Alonso, da Universidade do Minho, o Professor Doutor Francisco Sousa, da Universidade dos Açores, a Mestre Lucília Gonçalves da DREF, a Doutora Conceição Medeiros, da Escola Básica Integrada de Ginetes e a Mestre Cristina Carvalhinho, da Escola Secundária Manuel de Arriaga. As equipas de trabalho são formadas por docentes do ensino básico das escolas dos Açores, contando cada equipa com um especialista do Ensino Superior.
(In Diário dos Açores)

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domingo, setembro 27, 2009

Ecologia das Turfeiras de Sphagnum dos Açores

Sendo pouco menos do que desconhecidas para o Mundo, e mesmo dentro do nosso País, as turfeiras dos Açores são formações de uma elevada importância ecológica e ambiental, afectando significativamente os recursos hídricos das ilhas onde ocorrem.
Turfeiras são genericamente ecossistemas em que o nível da água se encontra à superfície ou perto desta e em que o encharcamento é suficientemente prolongado para promover processos típicos de solos mal drenados como o desenvolvimento de vegetação hidrófitica (adaptada a condições de encharcamento) e a promoção da formação de turfa, que é um tipo de substrato pedológico que se desenvolve em condições de encharcamento e anóxia (ausência de oxigénio).
As turfeiras dos Açores são formações ainda bastante desconhecidas para o mundo e mesmo dentro do país, para onde a referência à existência destes ecossistemas, se restringe a pequenos mosaicos em áreas montanhosas de Portugal continental. O desenvolvimento de estudos e a sua publicação são factores primordiais para conhecer a riqueza biológica dos Açores, nomeadamente em termos de zonas húmidas e espécies associadas pelo que uma série de estudos de pormenor estão a decorrer sob a responsabilidade do GEVA, na Universidade dos Açores. De facto os Açores são uma área primordial no país, não só em termos de extensão de zonas húmidas mas também em diversidade tipológica e grau de conservação das mesmas. Pode-se mesmo dizer que as zonas altas da maioria das ilhas do arquipélago são ocupadas por vegetação húmida, predominantemente turfeiras (Foto 1), devido à entrada de grandes volumes de água (precipitação e intercepção dos nevoeiros) e à presença de plácico (Foto 2) (cujas características promovem a impermeabilização do substrato).


Foto 1. Paisagem típica das zonas altas das ilhas dos Açores. No caso, uma turfeira de Sphagnum. Ilha Terceira. Base de dados fotográfico do GEVA.
Foto 2. Horizonte ferro-magnesiano plácico, promotor de impermeabilização dos solos e um dos grandes responsáveis pela grande extensão de zonas húmidas em altitude. Ilha Terceira. Base de dados fotográfico do GEVA.
As plantas típicas de zonas turfosas, tais como as espécies do género Sphagnum (Foto 3) tiveram a sua origem nas regiões Atlânticas do Norte da Europa, chegando aos Açores no período pós glaciações por intermédio de aves (epizoocoria).
Foto 3. Comunidade de Sphagnum, género de briófitos dominante nas turfeiras dos Açores. Ilha de S. Miguel. Base de dados fotográfico do GEVA.
De acordo com uma série de condições ambientais, tais como níveis de precipitação, topografia do terreno, grau de naturalidade, desenvolvem-se tipologias distintas de turfeiras. Este trabalho pretende caracterizar em termos de ecologia uma tipologia que são as turfeiras dominadas por Sphagnum, que ocorrem normalmente nas situações de bacias endorreicas (Foto 4).

Foto 4. Turfeira em vale endorreico. Uma das situações mais típicas onde se desenvolvem turfeiras de Sphagnum. Ilha Terceira. Base de dados fotográfico do GEVA.

Foto 5. Espécime do género Sphagnum (no caso S. cappilifolium). Base de dados fotográfico do GEVA.

Os briófitos mencionados são inconfundíveis, basta ter visto uma espécie ou examinado ao microscópio algum filídeo (tipo folha) para se poder dizer se é ou não um Sphagnum. Distingue-se dos outros musgos pelo agrupamento dos seus ramos em fascículos (Foto 5).



Uma compreensão básica da ecologia das plantas do género Sphagnum spp. será útil para compreender o funcionamento, bem como a dinâmica e ecologia de uma turfeira dominada por estes briófitos. Estas formações em termos ecológicos, caracterizam-se por reter grandes quantidades de águas sendo estas bastante ácidas e pobres em nutrientes disponíveis.

A grande capacidade de absorção e retenção de água (Foto 6) e a sua cedência gradual após grandes chuvadas é de grande importância para uma série de factores a nível da paisagem tais como na minimização da erosão e no controle dos caudais das ribeiras. Contribui também para a recarga dos aquíferos locais. Esta capacidade deve-se à estrutura morfológica dos Sphagnum que podem suportar até 20 vezes o seu peso seco em água. Em secção transversal, um corte duma folha de Sphagnum indica dois tipos de células (Foto 7), pequenas células clorofilinas (fotossintéticas, importantes para a fotossíntese e respiração) e células hialinas (largas e incolores) com poros nas paredes, através dos quais a água se move. Esta característica de absorção e retenção é importante para a planta e para o crescimento da turfeira uma vez que estes musgos não possuem raízes para absorver solutos do solo, ou tecidos condutores internos para o transporte de água (Daniels e Eddy, 1985). Esta capacidade de retenção de água, por parte do Sphagnum vivo que cresce na superfície da turfeira, acrescentando ao movimento da água por capilaridade dentro da turfa, assegura que a toalha de água seja mantida um pouco abaixo da superfície ou à superfície da turfeira durante todo a ano. As turfeiras constituem assim verdadeiros reservatórios de água (Foto 8), se tivermos em conta que os recursos em ilhas são bastante limitados a salvaguarda destas formações contribuem sobremaneira para a perpetuação dos recursos hídricos locais. Realça-se que em 7 das nove ilhas dos Açores as turfeiras são as formações predominantes nas zonas altas das ilhas. As excepções são as ilhas de Sta Maria e Graciosa, cujos níveis de precipitação e nevoeiros (altitude inferior às restantes) não propícia as condições ambientais base para a formação de grandes extensões de zonas húmidas.

Além da sua capacidade de absorver e reter água as turfeiras apresentam águas bastante ácidas. Na maioria dos ecossistemas, o pH encontra-se próximo da neutralidade, no entanto em zonas húmidas dominadas por estes briófitos, o pH do meio é bastante ácido, por vezes atinge valores abaixo dos 3. Estudos efectuados neste tipo de turfeiras nos Açores permitiram verificar que no Verão o pH médio para este tipo de turfeiras ronda os 3,5 e no Inverno os 5,5 no Verão (Mendes & Dias, 2002). Estas diferenças ocorrem porque a quantidade de água do meio altera a concentração de hidrogeniões e as próprias espécies dominantes em cada estação apresentam variadas capacidades de troca catiónica. Esta capacidade deve-se à troca de iões hidrogénio (H+) por outros iões tais como potássio, sódio, cálcio e magnésio (k+, Na+, Ca2+ e Mg2+ respectivamente) (McQueen, 1990). O Sphagnum é capaz de se desenvolver particularmente bem em situações ombrotróficas (águas provenientes da chuva e pobres em nutrientes) como resultado da sua relativamente alta capacidade de troca catiónica (Rieley e Page, 1990). Esta capacidade do Sphagnum para acidificar o meio tem uma série de vantagens, em primeiro lugar as plantas usam esta troca como meio de obter nutrientes para o seu crescimento, e que são em muito pequena quantidade no seu meio (McQueen, 1990). Em segundo lugar, criando um habitat ácido, o Sphagnum “cria” um ambiente ideal para si próprio onde a competição com outras plantas é muito pequena, pois a maioria das plantas vasculares não tolera níveis baixos de nutrientes ou ambientes ácidos e húmidos.
Esta acidificação do meio que aparentemente parece favorecer apenas o Sphagnum, presta, um serviço de extrema importância às populações das ilhas, as turfeiras transformam-se em verdadeiros filtros de purificação de água uma vez que a retenção, na sua estrutura, de iões (por troca por hidrogeniões) tem como efeito secundário a limpeza da água.
Esperamos que os aspectos aqui focados acerca das turfeiras de Sphagnum contribuam não só para o conhecimento da sua ecologia mas que sejam um abrir de uma porta para a compreensão da sua importância para que sejam cada vez mais os esforços de conservação.

(In Naturlink)

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sábado, setembro 26, 2009

A Universidade dos Açores recebeu este ano novecentos alunos novos, distribuídos pelso seus vinte e sete cursos.
As boas vindas aos caloiros foram dadas na Quarta-feira, numa cerimónia que contou com a presença do Reitor, Avelino Meneses.
Reportagem vídeo:Filipa Simas, Telejornal.

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sexta-feira, setembro 25, 2009

CERIMÓNIA PÚBLICA Escola de Enfermagem de Angra homenageia antigo director

O antigo director a Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo – UAç (ESEnfAH-UAç) foi homenageado em cerimónia pública no âmbito da abertura do ano lectivo 2009/2010 da instituição. A sessão solene decorreu ontem, à tarde, reunindo entidades públicas, docentes, novos alunos, finalistas e funcionários, entre os quais o novo presidente Norberto Messias.
Miguel Gomes fez balanço positivo dos oitos anos do processo de gestão na ESEnfAH-UAç, afirmando que “valeu a pena”. “Feito de momentos bons, menos bons, momentos de angústia, mas o resultado é muito positivo e valeu a pena”, considerou. E continuou: “Faz parte do meu reportório pessoal, das convivências com todos e dos projectos que concretizámos em conjunto”.


Na ocasião, apresentou os pontos principais do exercício das suas funções, em jeito de retrospectiva, em formato ‘power point’, salientando o trabalho realizado em equipa. Salientou ainda os marcos mais importantes da história daquele estabelecimento de ensino superior, desde 1973, ano da sua fundação.
Antes do descerramento da fotografia do antigo presidente, no auditório da Escola, onde teve lugar a cerimónia, Avelino Meneses teceu elogios ao trabalho desenvolvido pelo cessante presidente do concelho directivo. Dedicação e competência foram as palavras expressas pelo reitor da Universidade dos Açores (UAç). “Duas características muito importantes num dirigente”, considerou.
O responsável máximo pela UAç aproveitou a oportunidade para felicitar Miguel Gomes na nova fase da sua vida profissional, a qual, segundo revelou, será marcada pela progressão dos estudos académicos. “Volvido esse tempo como director, aproveite esta época para avançar no caminho do seu doutoramento e mais tarde ou mais cedo retorne ao nosso convívio como dirigente e, obviamente, munidos de mais e novas competências”, declarou.
No final da cerimónia foram entregues flores aos cerca de 44 novos alunos do curso de Enfermagem e aos 27 mestrandos que iniciaram ontem o Mestrado em Gerontologia, especialidade em Gerontologia Social. Foram também agraciadas duas estudantes estrangeiras na Escola ao abrigo do programa Erasmus.
Seguiu-se um convívio com actuação das Tunas Académicas da instituição, precedida pela prova de bolo e champanhe.
Novo ano lectivo

Já a propósito do ano lectivo 2009/2010, o reitor da UAç referiu no âmbito do seu discurso as dificuldades que a ESEnfAh-UAç actualmente enfrenta de preenchimento de vagas, considerando uma situação “impensável há poucos anos”. “A resposta está na diversificação de actividades, está mormente na possibilidade de cursos de tecnologias da saúde”, afirmou Avelino Meneses. E continuou: “A solução foi já intentada este ano mas sem sucesso dada a imposição irredutível do Governo da República”.
Como mensagem final, o responsável pela referida instituição diz esperar por mais sensibilidade por parte das entidades competentes. “Esperemos que no futuro próximo possamos encontrar interlocutores mais clarividentes e mais sensíveis às especificidades de uma instituição periférica e por acréscimo demasiado repartida”, rematou.

(in A União)

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Andam cada vez mais azedos

António Soares Marinho
Os socialistas são mesmo assim! Quando as coisas não lhes correm bem, enervam-se e desatam a “espernear”. À falta de argumentos, não têm qualquer problema em distorcer a realidade.
No caminho para as eleições de 27 de Setembro essa postura tem-se instalado no discurso dos socialistas açorianos. Repetitivo, reflecte a pouca margem a que Sócrates os confinou. A arrogância do líder, o notório incómodo com o incumprimento das promessas feitas há quatro anos e as nódoas deixadas pelo “quero, posso e mando” utilizado nas relações com vários sectores profissionais obrigam-nos a inventar e a mentir.
Dizem que a líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, travou apoios para a reconstrução pós-sismo de 1998. A verdade é outra. Do governo socialista de Guterres, os Açores tinham recebido “zero” até 2002. À pressa, na saída, produziu um despacho ilegal, sem cabimento orçamental, para transferência de 20 milhões de euros. Obviamente que a ilegalidade obrigava à anulação. Assim aconteceu, mas em simultâneo com a definição de regras para as transferências para aquele efeito. Ou seja, o que é razoável quando estão em causa dinheiros públicos. Daí resultou que o governo que teve Manuela Ferreira Leite como Ministra das Finanças tivesse transferido 34.5 milhões de euros para os Açores. Os socialistas tinham “transferido” uma mão cheia de “coisa nenhuma” e uma ilegalidade.
Noutro domínio, a Universidade dos Açores vive momentos de indefinição. Nunca sabe se vai ter dinheiro para o seu funcionamento, nem quando o vai ter. Está sempre dependente de um dia de melhor humor do senhor ministro. Antes, no governo em que Manuela Ferreira Leite era Ministra das Finanças, o seu funcionamento estava assegurado e era reconhecido, financeiramente, o tratamento específico que resulta da sua insularidade e tripolaridade.
Exemplos como estes são vários.
Por isso, os socialistas, remetidos à omissão, à meia verdade, ou até à mentira, conduzem uma campanha carregada de azia.
O PSD, com um programa realista, e não um “novo chorrilho” de promessas para mais uma vez não cumprir, está disponível para governar. Adopta uma atitude positiva.
O povo, obviamente, saberá fazer a sua escolha.
(in PSD-Açores)

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quinta-feira, setembro 24, 2009

Secretário do Ambiente dá aula sobre ciência e política

O secretário regional do Ambiente e do Mar deu, ontem ao fim da tarde, no pólo de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores, uma aula sobre ciência e política.
A prelecção aconteceu na sessão inaugural de três cursos de mestrado na área do ambiente, promovidos pela academia açoriana.

Na ocasião, Álamo Meneses dissertou sobre a relação entre as duas actividades, nomeadamente a ciência como base para a política e esta como forma de conduzir uma sociedade, “na qual a ciência se inclui”.
O governante, que é professor da Universidade dos Açores por carreira profissional, salientou “os grandes desafios que se colocam à ciência, face às opções políticas e os contributos que a ciência pode dar para essas escolhas”.
Álamo Meneses disse que o Governo dos Açores entende bem essa relação e, por isso, tem recorrido à Universidade para obter contributos tendentes a desenvolver um variado leque de políticas.
(in GACS)

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Antigo presidente da Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores foi homenageado

O antigo presidente da Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores foi homenageado ontem em cerimónia pública no âmbito da abertura do ano lectivo 2009/2010
Miguel Gomes, que tem como sucessor Norberto Messias, fez balanço positivo dos oitos anos do processo de gestão afirmando que “valeu a pena”.
Já Avelino Meneses teceu elogios ao trabalho desenvolvido pelo cessante presidente. Habilitação e competência foram as palavras expressas pelo reitor da Universidade dos Açores.
Em relação ao novo ano lectivo, o reitor da Universidade dos Açores referiu as dificuldades que a Escola Superior de Enfermagem de AH actualmente enfrenta de preenchimento de vagas, considerando uma situação “impensável há poucos anos”.
No final da cerimónia foram entregues flores aos cerca de 44 novos alunos do curso de Enfermagem e aos 27 mestrandos que iniciaram ontem o Mestrado em Gerontologia Social.
(in Rádio Atlântida)

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Vagas para enfermagem - Angra do Heroísmo 2ª Fase

7090Universidade dos Açores - Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo

9500 Enfermagem 33

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quarta-feira, setembro 23, 2009

Cientistas internacionais discutem sobre “O Erro de Darwin” na UAç


Cientistas de vários países do mundo estiveram reunidos na cidade de Ponta Delgada para tentar corrigir o ‘erro’ cometido pelo naturalista inglês Charles Darwin, quando considerou os Açores pouco interessantes em termos de evolução das espécies. ‘O Erro de Darwin e o que estamos a fazer para o corrigir’ é o tema desta reunião científica internacional, que vai decorrer nas instalações da Universidade dos Açores até à próxima terça-feira, avança a agência Lusa. Na origem deste encontro está o facto de Charles Darwin, quando passou pelos Açores em 1836, ter considerado que o arquipélago era pouco interessante para o seu estudo sobre a evolução das espécies. Para os investigadores açorianos, esse é um ‘erro’ que pretendem ver corrigido durante os trabalhos deste seminário, que conta com a presença de vários especialistas de renome mundial nesta área. “Queremos mostrar a investigação que se faz nos Açores e, já que Darwin não encontrou aqui o que andava à procura, nós vamos dar a ver (aos cientistas convidados) a evolução a acontecer aqui, no arquipélago”, afirmou Frias Martins, promotor da iniciativa, em declarações à Agência Lusa. Charles Darwin esteve na Terceira, entre 20 e 24 de Setembro de 1836, na viagem de regresso a Inglaterra, e, no seu relatório, escreveu não ter visto nada de relevante. “No fundo, ele não cometeu erro nenhum porque estava à procura de uma grande cratera e não a viu, mas, para quem lê isto, parece que nos Açores não há nada digno de ser registado”, salientou Frias Martins. Para o investigador do Departamento de Biologia da Universidade dos Açores, esta questão ainda incomoda mais porque existe nos Açores “o mesmo tipo de evolução” que Charles Darwin registou nas Galápagos. É esse ‘erro’ que se espera possa ser corrigido durante os trabalhos do encontro científico que começa sábado em Ponta Delgada, segundo os respectivos promotores. Charles Robert Darwin foi um naturalista britânico que alcançou fama ao convencer a comunidade científica da ocorrência da evolução e propor uma teoria para explicar como ela se dá por meio da selecção natural e sexual. Esta teoria desenvolveu-se no que é agora considerado o paradigma central para explicação de diversos fenómenos na biologia.

(in Diário dos Açores)

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Natureza revelada


Da Serra de Santa Bárbara ao caracol da Fonte da Telha, passando pelo Pico Matias Simão, são 13 os aspectos em destaque no CD multimédia “Ícones ambientais do concelho de Angra do Heroísmo”. Características naturais únicas ou de grande raridade, que o município quer salientar aos olhos de turistas e residentes. Não há terceirense que não conheça o Monte Brasil. Ponto de paragem obrigatória para quem visita a ilha, o espaço é procurado durante todo o ano pelos locais, quer para desfrute da vista sobre Angra do Heroísmo, quer pelo contacto com a natureza. Ainda assim, poucos são os que conhecem os fósseis do Monte Brasil. “Grandes orifícios, antes ocupados por troncos de árvores são bem visíveis nas cinzas vulcânicas das falésias do Fanal, em plena Angra do Heroísmo. Esses fósseis são relíquias do passado natural da Terceira, e um património que interessa preservar, porque conta a história de uma ilha em evolução, e porque neles é visível a violência deste ambiente, construído a partir do fundo do mar. Os fósseis do Monte Brasil são uma raridade a nível nacional mas também a nível internacional, não pela sua idade, mas pela juventude e génese”.Foi o Tenente-coronel José Agostinho, o primeiro a referir-se aos fósseis vulcânicos do Monte Brasil. Hoje, alguns fazem parte do espólio d’ “Os Montanheiros”. Esses fósseis têm particular importância por se referirem à flora de ilhas ainda não ocupadas por mamíferos. O estudo dos fósseis do Monte Brasil, anteriores à ocupação dos Açores pelos portugueses, permite perceber o real impacto do homem em ilhas virgens ou espaços ainda não intervencionados. Este é apenas um exemplo das riquezas naturais que Angra possui e que continuam desconhecidas para a maioria dos seus habitantes. Foi para captar a atenção de turistas e residentes para estes pormenores que escapam ao primeiro olhar que a Câmara Municipal de Angra lançou o CD multimédia “Ícones ambientais do concelho de Angra do Heroísmo”. Apresentado no passado dia 11, o CD reúne fotos, textos e vídeos sobre 13 aspectos do património natural do concelho, únicos ou muito raros. A par dos fósseis do Monte Brasil também o caracol da Fonte da Telha é realçado, uma espécie com 6 milímetros que é um endemismo da freguesia do Posto Santo. Outra espécie endémica em destaque é a aranha cavernícola do Algar do Carvão. Existente unicamente naquela zona, tem apenas 3 milímetros. As Furnas do Enxofre são uma raridade do ponto de vista biológico. É pela quantidade de plantas, briófitos, líquenes, algas e de alguma fauna adaptadas a condições específicas que se distingue a nível mundial. É também nas Furnas do Enxofre que encontramos a usnia krogiana, uma espécie de líquenes ou usneas, endémica dos Açores, rica em beleza natural e raridade.No Porto Judeu, a Gruta das Agulhas salienta-se pela sua importância biológica, dada a quantidade, variedade e qualidade de biofilmes decolónias de bactérias, que servem de investigação à Universidade dos Açores. Na mesma freguesia podemos encontrar os maiores ilhéus dos Açores. Os Ilhéus das Cabras apresentam uma fauna e flora marinha de interesse relevante não só para cientistas, mas também para mergulhadores recreativos e curiosos.Com uma grande quantidade de vegetação luxuriante, sobretudo endémica na Região, a Ribeira do Além é uma das ribeiras mais bonitas dos Açores. Situa-se na freguesia da Serreta. Mais acima, os Altares apresentam um cone vulcânico, de escórias soldadas, com características únicas no contexto da geodiversidade do planeta. O Pico Matias Simão assemelha-se apenas a formações vulcânicas existentes na Sicília, em Espanha e o arquipélago do Havai, no Oceano Pacífico. A serra de Santa Bárbara é um dos lugares com maior riqueza natural do país. A sua caldeira é o local com mais endemismos por unidade de terreno dos Açores e de Portugal. Na apresentação do CD multimédia, o professor catedrático António Firas Martins disse mesmo que se Darwin tivesse visitado a serra de Santa Bárbara, quando esteve na Terceira, não teria necessitado de ir às Galápagos para descobrir a teoria da evolução. É também na Serra de Santa Bárbara que se encontra a Lagoa Funda, uma das lagoas da ilha e dos Açores que não apresenta qualquer tipo de intervenção humana mantendo os seus habitats inalteráveis desde a formação das ilhas. O trevo de quatro folhas “marsilea azorica” é uma das plantas mais raras e ameaçadas do mundo. O feto endémico só existe no charco temporário da zona do Pico da Bagacina. Também o musgo “echinodium renauldii” é um dos mais raros da Europa. Fica na zona da Matéla, na freguesia da Terra Chã. O trabalho contou com a colaboração a título individual de vários professores da Universidade dos Açores. Francisco Cota Rodrigues, Eduardo Dias, Álamo Meneses, Félix Rodrigues, Maria de Lurdes Enes, Cecília Melo, João Pedro Barreiros, Rosalina Gabriel, Paulo Borges, Victor Hugo Forjaz e António Frias Martins deram testemunhos em vídeo sobre as diferentes espécies e locais salientados. A coordenação ficou a cargo de Félix Rodrigues, a nível de textos, e de Paulo Henrique Silva, que recolheu fotografias e vídeo. Rosalina Gabriel falou sobre o musgo neste trabalho. Para a professora da Universidade dos Açores, o trabalho serve para dar a conhecer o que existe de bonito no concelho. “Eu penso que qualquer pessoa que conhece as florestas naturais tem a certeza que elas seriam muito diferentes se não houvesse musgos. A biomassa que ali está é muito grande, eles estão em todo o lado, desde as rochas até aos troncos, até às folhinhas mais lá em cima, onde há menos quantidade de água. É importante que as pessoas comecem a olhar para eles. É bonito”, refere.Já Eduardo Dias, acredita que a divulgação destas espécies pode promover a sua protecção, mas pode também provocar o oposto. “É verdade que se não divulgarmos as pessoas não gostam, não apreciam e consequentemente não vão justificar a sua conservação, mas por outro lado o conhecimento leva a um maior interesse, que por vezes pode levar à destruição”, defende.Segundo o professor, os Açores começam já a dar os primeiros passos na conservação das espécies endémicas. “As medidas de conservação nos Açores são muito recentes e acho que ainda se está a fazer um percurso neste sentido. Estão a sair os parques de ilha e uma série de medidas de conservação básicas e estruturantes, que a Região não tinha. A gente tem de esperar que, de facto, este surto de interesse que a população e a comunidade estão a ter sobre a natureza dos Açores corresponda a uma devida proporção em termos da conservação, que no passado não era muito fundamentado, porque as pessoas desconheciam e não se interessavam e que agora começa a ser dramático, porque as duas coisas têm de andar a par e passo, divulgação/ promoção e conservação da natureza”, revela.

(in Diário Insular)

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Listagem de Vagas no Campus de Angra do Heroísmo para a 2.ª Fase - 2009

8031 Ciências Farmacêuticas (Preparatórios) 3
8085 Ciências da Nutrição (Preparatórios) 7
8086 Medicina Veterinária (Preparatórios) 3
9022 Ciências Agrárias 9
9103 Engenharia e Gestão do Ambiente 9
9382 Guias da Natureza 7
9934 Energias Renováveis 1

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terça-feira, setembro 22, 2009

Valor científico dos Açores está provado


Os estudos da biodiversidade dos Açores têm vindo a provar que as ilhas são um laboratório natural para estudar a evolução das espécies e a dinâmica e a ecologia dos espaços insulares. Em entrevista ao DI, Paulo Borges, que lidera estudos sobre a biodiversidade açoriana na Universidade dos Açores, fala sobre o momento actual da Ciência nas ilhas.
A comunidade científica açoriana quer demonstrar que Charles Darwin estava errado quando disse que nada havia de interesse na biodiversidade açoriana.
Sem dúvida. Nas últimas décadas, os resultados da investigação nos Açores, nomeadamente na área da biodiversidade – quer no Departamento de Biologia em São Miguel, quer no Departamento de Oceanografia e Pescas, no Faial, quer no Departamento de Ciências Agrárias, particularmente com o Grupo de Estudo da Biodiversidade dos Açores, na Terceira -, demonstram que existe uma riqueza enorme de formas de vida únicas no arquipélago. E estas têm uma grande importância no funcionamento dos ecossistemas dos Açores, como, por exemplo, ficou demonstrado com a crise da água na ilha Terceira, onde se mostrou que as florestas naturais e toda a sua estrutura é essencial para haver água de qualidade para os angrenses. Portanto, na recta final do século XX, todos esses estudos vieram demonstrar a importância dos Açores no ‘hotspot’ da biodiversidade que inclui a Madeira e as Canárias e os Açores.
Na sua opinião, porque o pai da Teoria da Evolução das Espécies não se interessou pelos Açores, quando por aqui passou?
Ao visitar as ilhas, Darwin não encontrou animais de grande porte. Portanto, ao não encontrar aves endémicas nem o morcego endémico, por exemplo, e ao não encontrar mamíferos endémicos, o naturalista – que esteve muito pouco tempo na Terceira – acabou por decretar o desinteresse científico da ilha. Obviamente, naquela altura, Darwin não teve nem a capacidade nem o tempo necessários para investigar os insectos, os caracóis e outras espécies, como aconteceu na sua passagem pelas Galápagos ou no Havai.
Com essa declaração, Darwin afastou os cientistas do arquipélago?
No início, acho que sim. Porque, nessa época, existiram estudos fantásticos na Madeira e nas Canárias, sobretudo realizados por investigadores ingleses e nórdicos. E não assistimos a esses estudos nos Açores. Na Região, a comunidade científica debruça-se sobre a biodiversidade das ilhas já no século XX, nomeadamente através de expedições de universidades estrangeiras e, mais tarde, pela Universidade dos Açores. E é com a universidade açoriana que ocorre um ‘boom’ de estudos e conhecimentos sobre o arquipélago. Por exemplo, só em caracóis nos Açores, cerca de 70 por cento são endémicos. E esse conhecimento é recente. Em artrópodes, só em 1990, é que começou a descobrir as 20 espécies endémicas das grutas. Portanto, os Açores andaram afastados da atenção da comunidade científica. Não totalmente, mas os estudos cá realizados foram residuais.
Por que a comunidade internacional não quis estudar o arquipélago, que é hoje reconhecido como um laboratório natural situado no meio do Atlântico?
Por um lado, os Açores não estiveram no centro das rotas aéreas entre a Europa e a América. Muitos investigadores passavam por Santa Maria – resultando daí o notável trabalho de Alberto Teixeira Pombo, que conseguiu desenvolver contactos interesses com os cientistas que por ali passavam – mas eram visitas pontuais. A Madeira, pelo contrário, estava na rota do turismo inglês; e as Canárias na rota do turismo do Norte da Europa. Além disso, as duas regiões beneficiaram da publicidade que Darwin lhes fez. Daí serem alvo de vários estudos. No fundo, as rotas passavam-nos ao lado. Por outro lado, algumas das descobertas que se realizaram, implicaram meios tecnológicos avançados, que há altura não existiam. Veja-se os estudos feitos no fundo marinho ou na copa das árvores dos Açores. Ou seja, os Açores acabam por mostrar o seu valor científico após ter sido possível realizar vários investimentos que resultaram num acumular de tecnologia e conhecimentos sobre a biodiversidade local.
O trabalho dos cientistas açorianos tem tido eco nas comemorações mundiais em curso sobre Charles Darwin?
Sim. Vários investigadores da Universidade dos Açores têm participado em vários eventos internacionais dedicados a Darwin. Um dos nossos alunos vai estar em Minorca. Outros, em Março, estiveram em Leipzig, a apresentar estudos sobre os Açores. Tivemos outros investigadores no México. E, de 19 a 23 de Setembro, o professor Frias Martins reúne investigadores locais com investigadores internacionais para demonstrar o valor dos Açores como laboratório de investigação na área da Biologia.
Diz-me que o ‘boom’ da investigação científica açoriana ocorre com a Universidade dos Açores. Neste momento, qual o ponto de situação no estudo da biodiversidade açoriana?
Os Açores, neste momento, em muitas áreas, estão no mesmo patamar de muitas outras áreas do planeta, nomeadamente Canárias, Norte da Europa, Madeira, Galápagos, Havai. Ou seja, em termos de estrutura e de cientistas, já atingimos um nível qualitativo idêntico a esses locais. Por exemplo, se consultar muita literatura científica recente, encontrará muitos trabalhos que comparam os Açores a outros arquipélagos. E noutros aspectos estamos na vanguarda. Por exemplo, o Portal da Biodiversidade dos Açores é, neste momento, único nos arquipélagos semelhantes. Apesar do projecto, conceptualmente, ter sido criado e desenvolvido nas Canárias, nós passamos da simples colocação de dados para a comunidade científica para a divulgação ao grande público. O sítio, neste momento, tem mais de duas mil visitas diárias, tem recursos enormes e recebe visitas de cientistas, de escolas, de cidadãos interessados. Além de cooperar com várias instituições governativas. Portanto, atingimos com este projecto uma dimensão educativa, científica, popular e de apoio governamental ao nível de gestão do Ambiente.
Portanto, toda a exposição conseguida com esse projecto é da responsabilidade da Universidade dos Açores, muitas vezes tida como uma instituição de segunda linha…
A Universidade dos Açores é responsável pelos conteúdos e pela investigação que os originam. Mas, não nos podemos esquecer, que sem o apoio incondicional de várias entidades governativas, não era possível a concretização quer deste projecto quer dos estudos científicos que vão sendo desenvolvidos. Por isso só, a academia não tem capacidade para realizar investigação. Sem o esforço único – que não é comparável ao que acontece na Madeira ou nas Canárias – que as entidades governativas regionais têm desenvolvido, não tínhamos chegado a este patamar.
Que leitura faz desses apoios?
Entendo-os como parte de uma estratégia concertada de promoção turística dos Açores como zonas sustentáveis da natureza. Têm vindo a ser aprovados os parques de ilha, por exemplo, que mais não são do que formas de promover as ilhas como belezas naturais, como zonas ‘wilderness’, em oposição ao turismo madeirense que não comporta a vertente de natureza selvagem, digamos assim.
Qual o grau de conhecimento nos Açores da sua biodiversidade?
Depende dos grupos taxionómicos. Por exemplo, ao nível das plantas, sabemos quase 90 por cento; os artrópodes, saberemos 60 a 70 por cento…
Qual a área menos conhecida?
Os insectos. Onde existem vários grupos mal estudados. Embora nos últimos cinco anos já se tenha aumentado o conhecimento que publicamos em livro em 2005.
É possível que se venham a conhecer espécies novas no arquipélago?
Sim. Ainda recentemente foram publicados artigos revelando dez novas espécies de aranhas e oito novas espécies de escaravelhos. Ao nível das plantas e dos musgos, há sempre descobertas a acontecerem. Tudo isto deriva do facto de existir uma equipa em trabalho contínuo, em investigação permanente. E, ao mesmo tempo que se descobrem novas espécies, descobrem-se também os factores que as põem em risco.
Qual a principal ameaça à biodiversidade açoriana?
Pelo que conhecemos, o perigo maior resulta das espécies invasoras. Felizmente, o Governo Regional tem um projecto em curso de combate às espécies invasoras (incenso, conteira, hortênsia, etc.) em zonas críticas.
O homem é ou será um perigo para a biodiversidade açoriana? Numa Região que pretende explorar o turismo de natureza…
Acho que não. Aliás, felizmente, o clima dos Açores está a protegê-lo de um turismo de massas. Parece-me que, nesse aspecto, a ilha que possa correr mais riscos é São Miguel…
As restantes não podem vir a sofrer com uma intensificação turística?
Não me parece, porque não me parece viável que essa intensificação ocorra. O tipo de turista que visita os Açores, se for bem coordenado, não representará qualquer perigo para a biodiversidade do arquipélago. Por exemplo, nas Galápagos, que têm um turismo mais agressivo, as autoridades locais conseguem minimizar essas presenças.
Dos estudos que tem realizado, têm sido feitas descobertas que, de certa forma, ponham em causa algumas das ideias que se têm sobre os Açores? Dou-lhe o exemplo da declaração de Eduardo Dias, professor da academia açoriana, que revela que o arquipélago vive uma segunda Primavera no Outono…
Sim. Há vários exemplos. Relativamente a esse que me dá, comprovamos que, ao nível dos musgos, existem dois picos de crescimento: na Primavera e entre Setembro e Outubro, no Outono. Há como que duas zonas de alegria e dinâmica das florestas derivadas do nosso clima. A nível dos artrópodes, há espécies – caso das moscas – que, no Outono, se desenvolvem também. Nas térmitas, o período de enxameamento vai de Maio a Outubro. Portanto, muitos dos estudos provam que as nossas condições ecológicas permitem novidades, nomeadamente ao nível da fisiologia dos indivíduos. Além disso, o facto de os Açores serem um arquipélago com diferentes idades de surgimento, é-nos possível propor novas teorias sobre a evolução e a colonização dos organismos dos Açores. Ou seja, estas ilhas, pelas suas características, são muito interessantes para estudar Evolução, Ecologia, Conservação da Natureza, Dinâmica das Espécies Invasoras, etc.
A comunidade científica internacional tem demonstrado interesse nessas matérias?
Sim. Muito. Recentemente, tivemos quatro projectos da Fundação da Ciência e Tecnologia aprovados com questões ligadas à problemática das ilhas, nomeadamente ecológicas e evolutivas. E foram projectos considerados pelo painel de avaliadores internacionais de grande importância.
Que mais-valias se retiram desses estudos, nomeadamente para o cidadão comum?
Estamos aqui a falar de investigação pura, que tem impacto sobretudo no avanço da Ciência internacional. Para o cidadão comum pode não haver impacto directo. Mas a Região, num primeiro momento, pode beneficiar do interesse de mais cientistas estrangeiros, que ao virem para os Açores significam rendimento, nomeadamente ao nível do turismo científico. Recentemente, por exemplo, tivemos cá cinco alunos da Universidade de Oxford a fazerem investigação. O que demonstra que o meio científico internacional vê potencial nestas ilhas, quando poderia centrar atenção noutras zonas do globo.
Percebo das suas palavras que a Universidade dos Açores se encontra incluída nas redes científicas internacionais, granjeando aí sucesso. Contudo, dentro de portas, a academia continua a não ser vista como um pólo de excelência. Porquê?
Falta as gerações suficientes de estudantes açorianos que, ao estudarem aqui, percebam e reflictam para o exterior essa importância. Esta academia tem 30 anos. E a dimensão científica e de investigação da Universidade dos Açores tem menos de 20 anos. Ou seja, ainda não houve tempo suficiente para a universidade ganhar, digamos assim, estatuto internamente e garantir à Região um conjunto vasto de quadros.
Como é possível, em pouco mais de dez anos, o conhecimento gerado na Universidade dos Açores ter aumentado tanto?
Há dez anos atrás, o número de doutorados nesta universidade era diminuto. Eu e os meus colegas, entramos aqui na década de 80/90 e fomos tirar os nossos doutoramentos no estrangeiro, ligando-nos a equipas internacionais de vanguarda. E aí, começamos a colocar os Açores no mapa da comunidade científica. Depois, é o efeito da bola de neve. A capacidade científica que leva tempo a formar, no caso dos Açores, encontra-se no auge neste momento, porque esses doutorados estão na melhor fase da sua produção. Daí este crescimento.
A Universidade dos Açores, na sua opinião, tem condições para produzir fornadas de doutorados que mantenham este ritmo na investigação local?
Acho que sim. No meu grupo, temos cinco alunos de doutoramento. Outros grupos têm também alunos desse nível. E esses alunos vão trabalhar na Região ou fora dela, potenciando a nossa investigação. Reconheço que para a população em geral, estas coisas não são visíveis, até porque, se calhar, a economia açoriana é muito baseada na agro-pecuária e a investigação de ponta da Universidade dos Açores não é muito nessa área, mas sim nos fundos submarinos, na climatologia ou na biotecnologia, assim como na biodiversidade, vocacionada para o eco-turismo e o turismo científico. Ou seja, enquanto a população em geral luta nos sectores económicos tradicionais, a Universidade dos Açores trabalha a nível da investigação científica pura e dura, que terá impacto na Região em outras vertentes.
A produção científica da Universidade dos Açores poderá alavancar outro patamar económico regional, centrado, por exemplo, no conhecimento?
Acho que não será possível sustentar um sector com grande impacto, por exemplo, ao nível do PIB. Mas será possível potenciar um impacto indirecto, nomeadamente ao nível da visibilidade dos Açores no exterior, que poderá atrair investigadores e turistas científicos. Agora, tenho dúvidas que isso signifique um pilar económico como, por exemplo, a Agricultura.
Na sua opinião, qual é o próximo passo que a Universidade dos Açores deve dar em termos de investigação?
Acho que agora é altura de dar tempo para que a Universidade dos Açores possa alcançar um patamar idêntico ao de outras academias nacionais, europeias e internacionais. Parece-me que esse é o caminho. A não ser que se decida investir fortemente na criação de centros de excelência, capazes de atrair investigadores de renome…
Acha que os Açores têm condições para consolidar esses centros de excelência?
Por que não? Recentemente foi criado, no DOP, um centro de observação do mar, que é um espaço de excelência. É um exemplo de que houve um interesse político imediato e que resultou num investimento nesse sentido. Há outras áreas onde isso pode acontecer. Por exemplo, na Terceira, podemos conseguir um grupo de excelência ao nível mundial para o estudo da ecologia e biodiversidade das ilhas. Estamos a trabalhar nesse sentido. Se conseguirmos continuar a cativar os orçamentos necessários, poderemos alcançar esse objectivo dentro de alguns anos. No entanto, reconheço que a nossa área de actividade não terá impactos económicos como, por exemplo, o centro de observação e investigação do mar, criado no DOP.
Mas podem produzir conhecimento fundamental, por exemplo, para a gestão do território?
Claro. Temos vindo a produzir investigação que auxilia os decisores. Lideramos o combate às térmitas, orientamos um mestrado de Educação Ambiental e promovemos o Portal da Biodiversidade. Ou seja, participamos em projectos que, no fundo, contribuem para a Região em termos concretos. Penso, assim, que estamos no caminho certo para demonstrar que os Açores têm valor como laboratório natural, algo que Darwin não reconheceu.
Os açorianos estão despertos e sensíveis à biodiversidade que os rodeia?
Os mais novos, sim. Os mais velhos, ainda continuam agarrados a alguns mitos ou ideias antigas. Aliás, prova disso, é a Região continuar a ostentar como símbolo uma planta invasora, a hortênsia. Quando temos a azorina, uma planta lindíssima e que é endémica. Mas, aos poucos, os açorianos vão despertando para estas temáticas. E, nesse aspecto, as escolas têm vindo a desenvolver um excelente trabalho na divulgação e promoção da biodiversidade insular.
Em termos de investigação científica, daqui a uma década, em que patamar deve estar a Universidade dos Açores?
Gostaria que, daqui a dez anos, tivéssemos capacidade para, por exemplo, publicar artigos científicos em revistas de grande dimensão, caso da Nature ou da Science. Neste momento, publicamos em revistas que não têm a dimensão de exposição destas.
Por que ainda não chegaram a esse patamar?
Já enviamos trabalhos para essas revistas, mas eles não passaram nas comissões de análise. Publicar nessas revistas implica ter uma experiência e um conjunto de dados acumulados de muitos anos para se descobrir detalhes e pormenores científicos únicos e inovadores em determinadas áreas. A nossa investigação ainda não atingiu essa dimensão temporal.

(in Diário Insular)

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Biodiversidade dos Açores

José Lourenço
Tema de abertura: em 1836, de regresso das Galápagos, o Beagle atracou em Angra, possibilitando que Charles Darwin (pai da Teoria da Evolução das Espécies) visitasse a ilha. Contudo, após o pequeno périplo, o naturalista decretou que os Açores não tinham motivo de interesse para as teorias da evolução. Quase dois séculos depois, os cientistas açorianos querem provar que Darwin errou. Os estudos da biodiversidade dos Açores têm vindo a provar que as ilhas são um laboratório natural para estudar a evolução das espécies e a dinâmica e a ecologia dos espaços insulares. Em entrevista ao DI, Paulo Borges, que lidera estudos sobre a biodiversidade açoriana na Universidade dos Açores, fala sobre o momento actual da Ciência nas ilhas. Reportagem: da Serra de Santa Bárbara ao caracol da Fonte da Telha, passando pelo Pico Matias Simão, são treze os aspectos em destaque no CD multimédia “Ícones ambientais do concelho de Angra do Heroísmo”. Características naturais únicas ou de grande raridade, que o município quer salientar aos olhos de turistas e residentes. É um trabalho da Câmara de Angra, coordenado por Félix Rodrigues e Paulo Henrique Silva. Reportagem: o proprietário da Olaria Simas falou a DI-Revista sobre a sua profissão, explicando as principais características da mesma, bem como do trabalho diário que esta envolve. Uma perspectiva de passado, presente e futuro de quem trabalha o barro há mais de uma década. Figura do Desporto: Juliana Paim foi das atletas que mais contribuiu para o sucesso das juvenis da ADREP na época anterior. Foram as mãos desta jovem que embalaram o belo jogo protagonizado pelas pupilas de Luís Maciel. Ao DI, confessa a sua paixão pela modalidade. Encerra esta edição um trabalho do nosso fotógrafo António Araújo com imagens sempre extraordinárias da peregrinação deste ano à Serreta, que ocorreu no passado fim-de-semana.

(in Diário Insular)

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segunda-feira, setembro 21, 2009

Novo método para combater as térmitas

Dentro de um ano, deverá começar a ser utilizado nos Açores um novo método de combate às térmitas.
O Governo dos Açores está a analisar os resultados dos testes efectuados por uma equipa de investigadores austríacos e americanos.O novo método tem a vantagem de ser altamente eficaz e de não ser tóxico.Reportagem vídeo:Marta Silva, Telejornal.

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Astrónomo amador açoriano fotografa explosão em Júpiter

Um astrónomo amador dos Açores, engenheiro zootécnico de profissão, formado na Universidade dos Açores, foi um dos primeiros no mundo a registar o impacto de um corpo celeste em Júpiter, em Julho, culminando anos passados “com os olhos postos no céu”.
“Foi uma noite normal de observação, embora estivesse atento a notícias que davam conta do registo do impacto de um cometa ou asteróide no planeta Júpiter”, recordou João Porto.
Na noite de 25 de Julho, o astrónomo amador acabou “espantado” quando descobriu que tinha apanhado no seu telescópio o “trânsito da mancha provocada pelo impacto”, com uma dimensão de tal forma grande que lá poderia caber o planeta Terra.
A imagem que captou foi já publicada, por sugestão da Comissão Nacional do Ano Internacional de Astronomia, a quem comunicou de imediato o seu registo, também conseguido por um colega do Continente.
O maior planeta do sistema solar já tinha marcado este astrónomo amador há 15 anos, quando a fragmentação de um cometa lhe permitiu assistir a “um dos mais cativantes episódios” registados ao longo da sua vida.
“A 20 de Julho de 1994, registei um dos mais cativantes episódios, quando vi, através do telescópio, os efeitos do impacto do cometa Shoemaker-Levy, que se dividiu em 21 fragmentos”, salientou.
“A astronomia é um passatempo desde há muito. Sempre que existem condições atmosféricas, faço observações até de madrugada”, afirmou João Porto, sublinhando que “todos os dias o Universo regista alterações de segundo a segundo”.
(in Diário Insular)

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domingo, setembro 20, 2009

Um governo sem agricultura

“Felizmente ao fim de quatro anos e meio somos forçados a parar para pensar sobre o futuro do nosso País e da nossa Região. Tenho um discurso de improviso para fazer. E o discurso mais breve que se pode fazer, relativamente ao Governo que tivemos em Portugal, nos últimos anos, é só este: não prestou para nada”.
Foi assim que Félix Rodrigues, cabeça de lista do CDS-PP às Eleições Legislativas de 27 de Setembro, se dirigiu aos cerca de 250 militantes e simpatizantes do Partido que se reuniram num jantar, sexta-feira á noite, na freguesia dos Rosais, em São Jorge, que serviu para a apresentação dos candidatos autárquicos do Partido e onde esteve também o Presidente do CDS-PP Açores, Artur Lima.


Ora, disse Félix Rodrigues, porque o Governo “não prestou para nada”, é por isso que “estou aqui a dar a cara por um projecto e a falar de coisas que nunca pensei falar. Claro que sei falar de educação. Sou professor e senti na pele a perseguição feita aos professores. Chocou-me a política de educação. Trabalho no Departamento de Ciências Agrárias na Universidade dos Açores e chocou-me a falta de política para a agricultura. Tenho dois filhos para educar e custa-me ver que não há uma lógica de defesa da sustentabilidade para as das gerações vindouras”, lamentou.
Mas não se ficou por aqui o candidato centrista: “Senti na pele quando me roubaram o primeiro rádio do carro, o segundo e o terceiro. Revoltado fiquei quando me roubaram dois pneus. Ou seja, quando vejo a roubar aquilo que nós temos, fico revoltado com a justiça que temos neste País, porque vamos dar queixa e ficamos mais tempo a preencher papéis na esquadra do que o bandido”.
“Fico revoltado quando vejo gente que trabalha sete horas por dia, ganha 450 euros por mês, quando faz horas extras o Governo fica com elas e há gente que não faz nada e ganha 800 euros por mês. Estes deviam trabalhar 14 horas por dia. Não somos contra o rendimento mínimo, mas somos contra os abusos que se verificam”, advertiu.
Considerando que a governação socialista do País foi uma governação de “injustiças”, Félix Rodrigues ironizou para fazer mais uma crítica: “Querem um TGV. Para que é que queremos um TGV? É simples! É para sairmos mais depressa do País e irmos encontrar trabalho em Espanha”.
Outra crítica, outro alerta, “o País está dependente de países terceiros em termos alimentares. Se houver uma crise alimentar o País passará fome. E isto porque o Governo não apostou na agricultura e nas pescas. Nem sequer as esmolas que a Europa dá são aproveitadas. Portugal devolveu dinheiro à Europa que era para investir na agricultura. Se usassem o dinheiro da Europa, hoje tínhamos mais água para a lavoura, mais postos de trabalho, mais agricultura”, alegou.
Num discurso rápido, mas muito aplaudido, Félix Rodrigues lamentou, ainda, a falta de ideias manifestada por alguns partidos nesta campanha eleitoral e os argumentos falaciosos que se usam para tentar ganhar eleições. “Quando não se tem ideias não se debate. No nosso sistema democrático ninguém vota para o Primeiro-Ministro. Vamos votar nos representantes dos Açores na Assembleia da República. Ninguém vota em Sócrates nos Açores. Ele concorre por Castelo Branco. Ninguém vota em Ferreira Leite nos Açores, ela concorre por Lisboa”.
Entretanto, outro apelo foi feito pelo candidato democrata-cristão. “As pessoas abstêm-se. Sessenta por cento dos Açorianos não votam. Se estes Açorianos votarem no CDS-PP elegeremos quatro novos deputados dos Açores. A mudança está quando agente quer mudar e quando se vê alternativa. Não nos podemos demitir de cumprir o nosso dever cívico. Não podem extinguir a Democracia na nossa terra. As próximas eleições são, por isso, fundamentais para assegurarmos o futuro dos nossos filhos”.
A rematar, Félix Rodrigues afirmou que os populares “não compactuam com compadrios”, uma vez que “defendemos que quem tem mérito tem que avançar”. E disse: “Há alternativas. Em Democracia não somos todos iguais, porque se fossemos todos iguais estávamos todos no PS ou no PSD. E não é verdade, porque quem não anda à procura de tachos está no CDS-PP”.
Já Artur Lima, Presidente dos centristas regionais, elogiou as listas de candidatos que o CDS-PP apresenta aos próximos actos eleitorais, sejam eles as Legislativas ou as Autárquicas. No jantar onde foram apresentados os candidatos autárquicos do Partido em São Jorge, Lima elogiou as listas compostas por “gente competente, nova e independente que acredita em projectos, que acredita em ideias e que tem convicções”.
Isto porque, salientou, “o CDS não atrai ninguém que queira poleiro, porque não temos poleiros. Temos apenas trabalho para oferecer a quem quer colaborar connosco”.
Lima acentuou, ainda, que “o CDS está a fazer uma campanha esclarecedora, com ideias, com propostas ao contrário de PS e PSD que andam a discutir sobre quem é mais amigo dos Açores: se Sócrates ou se Ferreira Leite”.
Porém, chamou à atenção: “É muito difícil para o CDS-PP, porque nós não temos areia, não temos cimento, não temos blocos, não temos janelas de alumínio, nem temos plasmas”. Mas, acrescentou, “temos independência, persistência e competência para trabalhar pelos Açores e para defender os Açores na Assembleia da República”.
Lima frisou que os centristas fazem “política com ética, com seriedade, para as pessoas e não para os amigos, como acontece por aí. É, por isso, cada vez mais importante eleger gente do CDS-PP”, concluiu.
Para o líder regional, “é preciso premiar o mérito e a competência”, facto que o levou a apelar para que os eleitores “pensem bem”, uma vez que, considerou, “não temos dúvidas que um voto no CDS-PP é um voto de confiança, um voto sensato” e que “há cada vez mais pessoas a pensar como nós”. No entanto, advertiu, “não basta só pensar com nós”.
Artur Lima dedicou ainda alguns minutos para falar de outros temas. O emprego/desemprego foi uma das principais preocupações. Referindo dados da OCDE, o líder democrata-cristão apontou que “até ao próximo ano vai aumentar em 110 mil o número de desempregados (num total de 610 mil desempregados)”, lamentando também o facto de “a taxa de desemprego de jovens licenciados em Portugal ser de 41 por cento”.
Virando agulhas para o que designou de “Rendimento Socialista de Inserção”, Lima afirmou que “o CDS-PP não é contra o RSI”, quer “é acabar com 25 por cento de abusos (cerca de 125 milhões) para aumentar as pensões aos nossos idosos que hoje são os pobres do nosso País”.
Relativamente aos transportes, nomeadamente quanto ao facto de os Açorianos “pagarem as tarifas aéreas mais caras do mundo”, o Presidente popular lembrou à sala que, no ano passado, no Parlamento Nacional, o seu partido “fez uma proposta para eliminar as taxas de combustível das passagens”.
E o resultado foi: “Sabem como é que o PS votou? Contra! O PS não quis passagens mais baratas para os Açorianos. O PS limita-se, escandalosamente, a financiar a TAP e SATA, em vez de baixar as passagens para os Açores”.

(in Faial Online)

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Vespula germanica (Fabricius, 1793)

Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Hymenoptera
Família: Vespidae
Género: Vespula
Nome comum: Vespa comum
Nome da espécie: Vespula germanica (Fabricius, 1793)
Endémica dos Açores: Não
(in Portal da Biodiversidade)

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sábado, setembro 19, 2009

“O governo é incapaz de promover o desenvolvimento sustentável em Portugal”

Numa conferência de imprensa, junto ao Parque Eólico da Serra do Cume, na Praia da Vitória, Félix Rodrigues indicou que os Açores “deviam ser totalmente independentes em termos energéticos”, porque “temos um potencial enorme nos Açores e também no Continente”.
Por exemplo, prosseguiu, “nos Açores, temos um potencial geotérmico que as demais regiões não têm, mas está subaproveitado. Não fazemos as apostas certas. Se juntássemos todo o dinheiro gasto em festança por esta região fora já tínhamos mais energia alternativa produzida nos Açores”.
E enumerou: “Temos o mar. Quantas centrais de aproveitamento das marés existem? Temos um protótipo no Pico. Temos a energia eólica que, reparem, só em 2008 chegou à Terceira. Temos a energia solar, térmica ou fotovoltaica, que não estamos a aproveitar. Temos um manancial enorme de energias que não estamos a aproveitar, entre elas a nossa biomassa”.
No entanto, lembrou, “o grande problema continua a ser a dependência energética do exterior. Não é só de electricidade que a nossa sociedade precisa, precisamos também de combustíveis. Existem nos Açores ideias e projectos desde há muito (por exemplo a proposta do LAMTEC da Universidade dos Açores para a produção de hidrogénio) que não foi aceite, porque quem manda tem dificuldade de perceber que as ideias valem por si só”.
Continuando o lamento e a crítica, o candidato centrista enfatizou que “não se aceitam as propostas dos Açores, mas aceitam-se as mesmas as propostas do MIT – Portugal. Porque não tem nada a ver chamar-se aos Açores ‘Ilhas Verdes’ ou chamarem-se ‘Green Islands’. Apostamos na capacidade tecnológica estrangeira, mas não temos a capacidade de apostar na capacidade tecnológica e nas ideias das pessoas que vivem no nosso País e na nossa Região”.
No Parque Eólico da Serra do Cume que, lembrou, resultou de uma proposta do CDS-PP no Parlamento dos Açores, Félix Rodrigues considerou que “a nível nacional têm havido alguns investimentos que levam a que, hoje, 30 por cento da electricidade produzida em Portugal seja oriunda de fontes renováveis”. Porém, alertou, “ainda hoje temos uma dependência de 58 por cento do petróleo. O que quer dizer que a nossa economia está muito dependente do petróleo. Portugal é dos piores países da Europa em termos de dependência energética face ao PIB. Logo temos que apostar muito mais nas renováveis”.
A isto há que juntar, disse o candidato popular, “as emissões de gases com efeito de estufa”, alertando para o facto de “Portugal já ter ultrapassado 10 por cento das quotas que lhe eram permitidas”.
Quer isto dizer que, “em 2012, vamos ter que gastar cerca de 350 milhões de euros para comprarmos quotas de carbono no mercado internacional”. Apontando cenários Félix Rodrigues afirmou que “350 milhões de euros dá para construir 10 centrais geotérmicas nos Açores”.
O cabeça de lista do CDS-PP à Assembleia da República lamentou, ainda, que hoje apenas tenhamos duas centrais geotérmicas nos Açores (em São Miguel) e que não se tenha avançado “na Terceira, que demora a arrancar, quando estamos a falar de um projecto que vem desde a década de 60”. Por isso, entende, “não se tem apostado na Geotermia no Grupo Central, e existem outras ilhas com capacidade para produzir esta energia”.
“Não se tem uma estratégia clara. Estamos a tornamos muito dependentes do petróleo e a dar dinheiro ao desbarato para comprar quotas de carbono. Veja-se no Continente: em vez de estarmos a aproveitar a biomassa das nossas florestas para produzirmos energia, estamos a aproveitar a biomassa das nossas florestas para termos incêndios no País”.
Aliás, referiu, “a biomassa tem que ser aproveitada também na Agricultura”. E na “silvicultura que é uma área que também tem que ser muito mais desenvolvida”.
Todavia, apontou, “para que todas estas potencialidades sejam melhor aproveitadas não podemos ter monopólios energéticos em Portugal. Temos que descentralizar esta produção para sermos eficazes quer em termos de desenvolvimento económico, quer em termos de desenvolvimento da nossa própria indústria”.
Félix Rodrigues considerou, por isso, que o Governo de Sócrates “não teve estratégia”, “fez para dizer que fez, mas nada funciona”. Por comparação, ironizou, “é o mesmo que dizermos que o Governo dá um automóvel a todos os portugueses, mas nunca lhes dá a chave. É um governo incapaz de promover o desenvolvimento sustentável em Portugal”.
(in Faial Online)

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Bloco de Esquerda quer acabar com propinas

O Bloco de Esquerda pretende acabar com as propinas nas universidades públicas – tornando gratuita a frequência do Ensino Superior – e propõe um reforço financeiro por parte do Estado que garanta o pagamento das despesas correntes das academias e um ensino de qualidade.
Estas foram algumas das propostas de alteração à Lei do Ensino Superior apresentadas hoje pela cabeça de lista do BE à Assembleia da República pelo círculo eleitoral dos Açores, Zuraida Soares, após uma reunião com o presidente da Associação de Estudantes do Pólo de Angra da Universidade dos Açores. “A nova Lei do Ensino Superior é asfixiante e pode levar a uma situação de ruptura”, uma vez que “retira das universidades os alunos mais desfavorecidos e proporciona um ensino elitista”, acusou a candidata do Bloco de Esquerda, lembrando que “as propinas não param de crescer, enquanto os apoios sociais não param de diminuir”.

Segundo a candidata do BE, a implementação de um sistema de propinas gratuitas seria a única forma de garantir o acesso alargado ao Ensino Superior, independentemente das condições económicas das famílias dos alunos. “Queremos que os investigadores e os bolseiros das universidades sejam tratados com dignidade, porque o País e a Região precisam deles como de pão para a boca”, salientou Zuraida Soares, criticando os vencimentos de 600 euros e permanente precaridade que actualmente se verifica. "O actual desinvestimento e economicismo em relação ao ensino superior é uma forma de penhorar o futuro e invalidar a fixação de inteligência jovem e criativa na Região”, disse a candidata. Zuraida Soares denunciou ainda que, ao contrário do que o Governo Socialista assumiu, actualmente, o valor das propinas é utilizado para pagar despesas correntes das universidades – incluindo os salários – em vez de ser investido em projectos de investigação e na melhoria das condições de ensino.
Considerando a tripolaridade da Universidade dos Açores um importante factor de desenvolvimento quer da própria academia, quer dos Açores enquanto Região, Zuraida Soares disse que a lei deve ter em conta esta condição, e que a instituição de ensino superior açoriana “não pode viver permanentemente do pedido, da esmola e da sensibilidade dos ministros do Governo da República”.

(In Bloco de Esquerda)

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sexta-feira, setembro 18, 2009

Projecto Green Islands Açores poderá mudar a forma como os Açores utilizam os seus recursos energéticos

Esta reunião conta com a presença dos coordenadores do Projecto Green Islands Açores, dos líderes das equipas de trabalho da Universidade dos Açores envolvidas no Projecto e de representantes do Governo dos Açores. O Green Islands Açores é um projecto inovador de Energias Renováveis que poderá mudar a forma como os Açores utilizam os seus recursos energéticos, assumindo-se como um "projecto bandeira" da Região no que concerne o desenvolvimento energético sustentável. Um dos objectivos fulcrais deste projecto passa por encontrar novas metodologias de rentabilização dos recursos naturais da região, com vista a atingir a sua autonomia energética, sendo que uma das suas metas mais ambiciosas consiste no alcance de 75% de produção de energia eléctrica a partir de origem limpa.Para além de um novo paradigma energético o Green Islands Açores procura, também, promover o intercâmbio técnico-cientifico entre o MIT (Massachusetts Institute of Technology) e diversas Universidades nacionais.

(In Rádio Atlântida)

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Lançamento do livro “Açores - um retrato natural” - Uma visão fascinante das maravilhas naturais dos Açores

O biólogo e fotógrafo Pedro Cardoso, autor da exposição de fotografia “Açores: do FOGO à FLORESTA”, actualmente em exibição no EXPOLAB (Lagoa, São Miguel), convida-nos, neste livro, a conhecer a diversidade de vida terrestre nos Açores com fotografias em grande formato, de diferentes ângulos (panorâmicas e de detalhe), que nos transportam a lugares e personagens pouco conhecidos. Às fotografias juntam-se pequenos textos, da autoria de investigadores associados à Universidade dos Açores, destinados ao público em geral, que nos vão conduzindo na descoberta da variedade de forma e cor em diferentes paisagens dos Açores. Publicado pela VerAçor, este livro teve o apoio do Centro de Tecnologias Agrárias do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores (CITA-A), Secretaria Regional do Ambiente e do Mar, Direcção Regional da Ciência, Tecnologia e Comunicações, Associação espeleológica “Os Montanheiros” e Direcção Regional do Turismo. O livro será lançado no próximo dia 20 de Setembro (Domingo) às 15h30, no átrio do Anfiteatro C da Universidade dos Açores em Ponta Delgada, integrado no simpósio “O ERRO DE DARWIN e o que estamos a fazer para o corrigir”. A entrada é livre. Terá a oportunidade de conversar com o fotógrafo, autores dos textos e representante da editora. O livro estará exposto no local para consulta e venda. Depois do lançamento estará à venda nas maiores livrarias no continente e ilhas e outros locais de divulgação do património dos Açores.
Ponta Delgada, Universidade dos Açores (Átrio do Anfiteatro C)20 de Setembro (Domingo) às 15h30Apresentação do livro pelo Prof. Virgílio Vieira.

(in Naturdata)

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DEFENDE A CDU Regime especial de financiamento para a Universidade dos Açores

A CDU/Açores defende a criação de um Regime Especial de Financiamento da Universidade dos Açores (UAç) que contemple a sua especificidade de forma a acabar com o “continuado estrangulamento financeiro” e permita a criação de condições para uma maior oferta pedagógica.Falando aos jornalistas em Angra do Heroísmo, Aníbal Pires, coordenador da CDU/Açores, defendeu que esta é uma questão da própria Autonomia, pelo que entende que deverá ser matéria que reúna consenso entre as forças politicas regionais de forma a colocarem o assusto na agenda da nova Assembleia da República a sair das eleições de 27 de Setembro.O responsável comunista afirmou que a Universidade dos Açores não pode continuar a viver com um orçamento “que só chega para oito meses de salários” fruto do que apelidou de “financiamentos cegos que olham as universidades todas da mesma forma”.Perante este cenário, a CDU/Açores pretende que a UAç seja contemplada por um regime de excepção que tenha em conta a sua insularidade e o facto de estar localizada em espaços geográficos dispersos “situação que já acontece com outros programas de apoio”, lembrou Aníbal Pires.Os comunistas entendem que só assim será possível manter o nível de excelência alcançado pela instituição em diversas áreas científicas, considerando que a UAç tem “ um papel estruturante para o desenvolvimento da Região a vários níveis”.Fim de BolonhaDurante a conferência de imprensa a CDU/Açores abordou outras temáticas referentes ao Ensino Superior defendendo o abandono do Processo de Bolonha e a revogação da Lei do Financiamento e do Regime Jurídico das Instituições de ensino superior.Para os comunistas as transformações recentes no ensino superior mais não são que uma tentativa “ não confessada, de o privatizar”, considerando que os graus superiores se têm vindo a tornar cada vez “mais elitistas”.Em relação a Bolonha, Aníbal Pires afirmou que este modelo veio trazer “ perca de qualidade” nos conteúdos das licenciaturas o que tem levado a que “ o mercado de trabalho não absorva estes jovens por falta de preparação, obrigando-os a procurar um nível superior de conhecimentos, neste caso os mestrados, onde os custos são integralmente suportados pelos estudantes”.Assim, os comunistas defendem um modelo que privilegie “licenciaturas de qualidade e que criem condições para a entrada no mercado de trabalho”. Sobre a Lei de Financiamento do Ensino Superior, a CDU entende que este regime tem sido “um garrote que estrangula as nossas universidades” fruto de um desinvestimento do Estado que obriga as instituições de ensino a recorrer às propinas para se auto-financiarem “ aumentando a pressão sobre estudantes e suas famílias”, declarou o coordenador regional da Coligação.Aliada a esta situação, afirma a CDU, o novo regime jurídico das instituições do ensino superior “visa transformá-las em entidades de direito privado” o que defendem tem levado “à destruição da sua autonomia e de uma gestão democrática”, numa politica de constante “desresponsabilização do Estado”.Os comunistas pretendem que o actual regime seja substituído por um outro que consagre o investimento na educação como uma aposta na competitividade e futuro dos país, permitindo às instituições de ensino superior os meios e autonomia necessárias.

(in Azores Global)

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quinta-feira, setembro 17, 2009

Engª Ana Vera Cruz nos Biscoitos

Na companhia de sua mãe Teresa Fernandes está ma ilha Terceira Ana Teresa Fernandes da Vera Cruz, Eng.ª de Ambiente. A Eng.ª Ana Vera Cruz, foi estudante de engenharia de ambiente, no Departamento de Ciências Agrárias de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores,onde terminou o curso no ano de 2001. Actualmente está na Valor Ambiente-Gestão e Administração de Resíduos Sólidos da Madeira S. A.Durante a sua estada na Ilha Terceira voltou ao Museu do Vinho da Casa Agrícola Brum Lda. onde ficou a par da realidade vitícola biscoitense. Ainda nos Biscoitos teve ocasião de degustar a uvas da casta da “Verdelho dos Açores”.

(In Bagos D'Uva)

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