sábado, junho 30, 2007
Curso de Farmácia na Universidade dos Açores
Foi já há cerca de dois anos que o Director do Departamento de Ciências Agrárias começou a desenvolver esforços para criar os Preparatórios de Farmácia no Campus Universitário de Angra do Heroísmo.
Os entraves não são internos nem externos. Internamente existe capacidade para dar as disciplinas que constituem os dois primeiros anos da licenciatura em farmácia da Universidade do Porto. Externamente existe uma grande procura para os cursos de farmácia a nível regional e ao nível nacional. Os entraves são os normais da burocracia: Primeiro, é necessário fazer passar o projecto pelos conselhos de departamento, conselhos científicos, senados e reitorias de ambas universidades; depois, é preciso escutar o que terá a dizer a ordem dos farmacêuticos; finalmente, é fundamental obter o acordo dos serviços do Ministério da Ciência e Ensino Superior e do respectivo ministro. Tudo isto num ambiente de mudança profunda das universidades portuguesas.Está assim de parabéns quem levou a ideia por diante. De notar que ao mesmo tempo foi iniciado o desenvolvimento dos preparatórios de arquitectura paisagista no Campus de Angra. No entanto a procura a nível nacional é menor para o paisagismo e o curso é de alguma forma concorrente com o de engenharia e gestão do ambiente. Ficará para um esforço subsequente.Mas há algo de muito interessante nestes cursos preparatórios. Trata-se do peso que cada Universidade tem junto da opinião pública, nomeadamente junto dos estudantes candidatos. Vejamos. Neste momento a Universidade dos Açores oferece os preparatórios de Medicina para a Universidade de Coimbra, de Medicina Veterinária para a Universidade de Lisboa, de Engenharia para o Instituto Superior Técnico, e de Psicologia, Nutrição Humana e Farmácia para a Universidade do Porto. E em todos esses cursos é patente a boa formação que os alunos recebem nas ilhas. Mais, com o Processo de Bolonha, segundo o qual esses cursos passarão a ter dois ciclos, a Universidade dos Açores passará a dar dois terços do primeiro ciclo e poderá com facilidade vir a dar todo primeiro ciclo. No entanto, se os cursos forem anunciados como sendo da Universidade dos Açores, a procura desce porque muitos dos alunos das ilhas e do Continente buscam mais o nome da Universidade do que o conteúdo do curso.A falha não está certamente na escolha das pessoas mas na dificuldade que os responsáveis universitários têm tido em venderem de forma mais efectiva a imagem da Universidade dos Açores. Poderão dizer que é uma universidade nova e que ainda não houve tempo para impor uma imagem junto do público. Todavia as universidades de Aveiro, do Minho, da Beira Interior, Nova de Lisboa e do Algarve conseguiram fazê-lo com mais resultados.Talvez seja a pequenez de cada um dos departamentos da Universidade dos Açores que faz com que os seus docentes e investigadores não tenham massa crítica para marcarem uma presença notória a nível nacional. No entanto um dos mais pequenos dos nossos departamentos consegue fazê-lo a partir do pólo mais isolado na Horta.Poderão outros pensar que temos tido um crescimento discreto que se vai notando. Até pode ser mas essa mesma imagem tem que ir gerando mais alunos e mais projectos de investigação sob pena de ficarmos armadilhados na pobreza e na dependência de financiamentos limitadores.Haverá ainda a hipótese da Universidade dos Açores nunca ter sido verdadeiramente assumida pela comunidade regional, pelo menos quando comparamos com o acolhimento dado à Universidade em Aveiro, no Minho, na Covilhã, em Vila Real, em Évora e no Algarve. Não deixa de ser verdade mas nem por isso se pode descuidar a orientação da Universidade dos Açores para os clientes que deve servir: os alunos e a comunidade científica internacional. (Prof. Tomaz Dentinho).
quinta-feira, junho 28, 2007
Literacia ambiental de Educadores de Infância
Os resultados obtidos apontam para alguma influência do currículo oculto, através de aprendizagens ambientais não explícitas e/ou não intencionais, que ocorrem no contexto universitário, e a existência de um peso significativo do currículo formal, no que respeita à construção de uma literacia ambiental com um pendor para a vertente da cidadania.
Tratando-se da formação de profissionais, cujas competências estão definidas e socialmente legitimadas no perfil de desempenho profissional, pode afirmar-se que o currículo formal dos Educadores de Infância formados na Universidade dos Açores, tem um contributo importante para a construção da sua literacia ambiental, embora esses profissionais não o reconheçam, pelo menos de forma consciente.
Observaram-se diferenças entre as preocupações ambientais manifestadas pelos alunos do primeiro ano do Curso de Educação de Infância e os profissionais que concluiram o curso no ano lectivo transacto. Os primeiros procuram maioritariamente a informação ambiental nos meios de comunicação social enquanto que os segundos procuram mais revistas especializadas, colóquios e conferênicas.
Tanto os alunos do primeiro ano, como os Educadores que já concluíram o curso, consideram-se suficientemente bem informados sobre as grandes questões ambientais da actualidade. Essas opiniões são próximas das observadas nos Estados Unidos da América, onde a maioria dos americanos acreditam estar mais bem informados do que realmente estão.
Desta investigação parece que nada na Universidade é neutro, que os alunos aprendem muito para além do que lhes é ensinado pela via formal e que os procedimentos organizacionais têm incidências nos valores e motivações ambientais dos alunos.
Os inquiridos neste trabalho, Educadores de Infância formados na Universidade dos Açores, tem um forte pendor ecológico de acordo com os valores preconizados no Novo Paradigma Ambiental. Vários factores podem explicar este facto: a frequência do curso universitário em análise e a influência do currículo formal e oculto, uma vez que esses profissionais reflectem mais sobre as temáticas ambientais do que os alunos que só agora iniciam a sua formação.
Da análise feita à escala de conhecimentos ambientais locais, todos os inquiridos neste estudo tendem a concordar com as afirmações que propõem alteração de comportamentos pessoais em benefício do meio ambiente da Região, todavia, quando as afirmações são colocadas numa óptica de desenvolvimento regional, podendo existir prejuízo para o ambiente, tendem também a concordar com elas.
As questões culturais e tradicionais, não são consideradas pelos inquiridos como sendo educação ambiental, admitindo assim que o desenvolvimento socialmente desejavel, economicamente viavel e ambientalmente sustentavel, não bebe dos valores da cultura popular.
Esta investigação aponta para grandes potencialidades do Campus de Angra do Heroísmo na promoção da Educação Ambiental entre alunos, professores e funcionários, se conseguir divulgar eficazmente o trabalho que efectua nessa área. Assim a instituição deverá pugnar por um modelo de comportamento pró-ambiental, envolvente e estimulante que promova a literacia ambiental, principalmente entre os alunos, que desencadeiam efeitos multiplicadores.
A Universidade tem responsabilidade social no desenvolvimento da literacia ambiental dos educadores de Infância e na construção de alicerces para a inclusão da educação ambiental no ensino pré-escolar e básico. A Universidade é assim o lugar priveligiado para uma educação dirigida às exigências dos nossos tempos, direccionada não só às crianças, mas também a adolescentes e adultos.
terça-feira, junho 26, 2007
Jactos de plasma discutidos em Ponta Delgada - Açores na 4th Summer School
É em geral aceite que os jactos estão associados a discos de acreção, compostos por gás e poeira interestelares que pode circundar buracos negros, estrelas de neutrões ou estrelas em formação. Um dos grandes problemas actuais da astrofísica consiste em entender qual o processo que obriga o plasma a circunscrever-se a regiões estreitas. Uma das hipóteses que tem sido alvo de vários trabalhos teóricos propõe que o plasma é confinado através de forças magnéticas, todavia, investigadores norte americanos desenvolveram uma experiência para testar esta ideia. Um plasma obtido em laboratório foi sujeito a uma intensa corrente eléctrica. Verificaram que nessas condições formam-se estruturas semelhantes às observadas em jactos astronómicos não só no que se refere à formação de estruturas em jacto, mas também na formação de instabilidades que produzem jactos helicoidais. Esta experiência demonstrou que através do estudo do processo de formação de jactos em laboratório é possível avançar na compreensão dos fenómenos que estão na base do processo de formação dos jactos astronómicos.
segunda-feira, junho 25, 2007
Jactos de Plasma discutidos nos Açores pelo JETSET da astrofísica
A Escola de Verão, a realizar em Ponta Delgada, com o tema "From models to observations and experiments" constitui uma oportunidade para se discutir a integração das recentes observações astrofísicas e experiências físicas nos modelos e nas modelações numéricas de modo a permitir um melhor entendimento dos jactos de plasma. A equipa local que organiza o evento é constituída pelo Professor Miguel Ferreira do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores e pelas Professoras Elsa Silva, Despina Panoglou e Samira Rajabi da Universidade do Porto. São parceiros deste projecto o Dublin Institute for Advanced Studies-Irlanda, a Università degli Studi di Torino-Itália, a Universite Joseph Fourier de Grenoble-França, o Institute of Accelerating Systems and Applications em Atenas-Grécia, o Observatoire de Paris-França, o Osservatorio Astrofisico di Arcetri em Florença-Itália, o Osservatorio Astronomico di Roma-Itália, o Thüringer Landessternwarte em Tautenburg-Alemanha, o Centro de Astrofisica da Universidade do Porto-Portugal, o Landessternwarte Heidelberg - Alemanha e o Imperial College of Science, Technology and Medicine de Londres- Reino Unido. São preocupação deste grupo europeu de investigação e formação a forma como os discos estrelares lançam os seus jactos de plasma e que constitui um dos actuais problemas da astrofísica que ainda não foi resolvido. Essa questão é particularmente importante no estudo do núcleo activo das galáxias, de micro-quasars, nas "explosões" de raios gama, nas nebulosas planetárias e nas estrelas jovens. A modelação dos processos de emissão de jactos requer uma abordagem interdisciplinar e um certo grau de inovação-sofisticação. O projecto JETSET, além de investigar os aspectos anteriormente referidos, também é uma escola para os jovens cientísticas que trabalham na área da astronomia e astrofísica. O JETSET é um programa de quatro anos que visa estabelecer uma rede de treino/aprendizagem (Marie Curie Research Training Network). Participam neste projecto dez laboratórios e cerca de quarenta investigadores da União Europeia.
Estão inscritos astronómos e astrofísicos da França, Itália, Alemanha, Taiwan, Estados Unidos da América, Irlanda, Reino Unido, Brasil, Portugal, Chile, Irão, México e Grécia.
domingo, junho 24, 2007
Percepção de risco sobre alterações climáticas: Estudo exploratório na ilha Terceira-Açores
sábado, junho 23, 2007
Investigação em Biotecnologia
“Em dois anos, o potencial científico do Centro de Biotecnologia dos Açores aumentou consideravelmente ao nível dos recursos humanos, técnicos e financeiros, fruto de uma estratégia de desenvolvimento, definida e calendarizada de acordo com as prioridades identificadas pelos responsáveis da unidade”, alegou.
Segundo dados que avançou, o investimento global do executivo no Centro de Biotecnologia dos Açores, já aprovado na presente legislatura, é superior a um milhão de euros e as acções financiadas têm sido devidamente acompanhadas pela direcção regional com o objectivo de se garantirem os resultados que presidiram aos apoios concedidos. Além disso, e ao abrigo do Plano Integrado para a Ciência e Tecnologia, o Centro de Biotecnologia dos Açores beneficia de 50 mil euros anuais para cobrir despesas gerais de funcionamento e gestão e equipou os seus laboratórios com as mais modernas tecnologias de investigação, no seguimento de um investimento regional da ordem dos 450 mil euros, especificou.
João Luís Gaspar adiantou que o Governo Regional possibilitou, em paralelo, o reforço da equipa de investigação do centro com a integração de quatro novos investigadores de mérito para o desenvolvimento de projectos específicos, atribuindo a esta estrutura científica duas bolsas de pós-doutoramento e duas bolsas de doutoramento.
Encontram-se, por outro lado, em fase de avaliação os processos conducentes à concessão, ao Centro de Biotecnologia dos Açores, de mais quatro bolsas para a contratação de novos doutorados e, nos últimos dois anos, o Governo financiou a participação de vários dos seus investigadores em congressos de dimensão internacional, patrocinou a realização, na Região, de quatro encontros científicos organizados pelo centro e comparticipou a publicação de diversas edições científicas.
“Trata-se de um investimento sem paralelo nos Açores e que contraria o observado no resto do País, onde a maioria das unidades de investigação e desenvolvimento sentem as dificuldades decorrentes da actual situação económica”, afirmou, sublinhando que, na Região, “a estratégia passa por consolidar e dinamizar a investigação produzida, potenciando-se a integração dos centros de excelência no Espaço Europeu de Investigação e privilegiando as iniciativas de interesse prioritário para a implementação das políticas públicas regionais”.
Para o director regional da Ciência e Tecnologia, a proximidade dos serviços que dirige “a todas as unidades de investigação científica dos Açores tem-se revelado crucial na execução dos projectos financiados e os resultados que estão a ser alcançados pelas respectivas equipas de investigação mostram que estas estão a responder com elevado sentido de responsabilidade à oportunidade criada com a implementação do Plano Integrado para a Ciência e Tecnologia”.
“O próprio discurso das unidades de investigação e a sua preocupação em delinear linhas de investigação de base tecnológica com impacte directo na dinamização da economia e na melhoria do bem-estar social da população responde ao desafio que foi lançado pelo Governo Regional na reunião do Conselho Consultivo da Ciência e Tecnologia, realizada no passado mês de Fevereiro, na qual foram enumeradas as prioridades do executivo para o próximo período de programação financeira 2007-2013”, considerou.
Conclusão da sessão de trabalhos do Projecto EASY
sexta-feira, junho 22, 2007
A vinha dos Biscoitos
Pensa-se que esta acção poderá deixar, às 14 crianças que a estão a frequentar, sementes preciosas em ordem a criar o gosto pela vinha, sua importância social, económica, ambiental, cultural e turística. Assim está-se a contribuir no sentido da gestão e conservação da natureza da Região vitivinicola dos Biscoitos.
Os Biscoitos é uma freguesia que tem cerca de 85% das suas vinhas abandonadas e ameaçadas pela construção imobiliária. Há que trabalhar com muita persistência e determinação para evitar o colapso da vitivinicultura nesta Região.
Há alguns anos que a Universidade dos Açores se preocupa com o abandono progressivo das vinhas e com a escassez de mão-de-obra e também com a falta de motivação das gerações mais novas para se ligarem a esta actividade. A ideia é sensibilizar, contagiar, instruir e treinar as crianças e os adolescentes neste sentido.
quarta-feira, junho 20, 2007
Segundo encontro do projecto Easy (Angra do Heroísmo-Terceira-Açores)
As águas em questão são as águas de superfície susceptíveis de constituírem local de banhos, com excepção das águas utilizadas em piscinas e águas termais, das águas confinadas sujeitas a tratamento ou utilizadas para fins terapêuticos, bem como das massas de água confinadas criadas artificialmente e separadas das águas de superfície e das águas subterrâneas.
A directiva estabelece dois parâmetros de análise (enterococos intestinais e escherichia coli) em vez dos dezanove previstos na directiva anterior. Estes parâmetros servirão para a vigilância e a avaliação da qualidade das águas balneares identificadas, bem como para a classificação dessas águas de acordo com a sua qualidade. Poderão igualmente ser tidos em conta outros parâmetros, como a presença de cianobactérias ou de microalgas. Os Estados-Membros devem assegurar a vigilância das suas águas balneares. Anualmente, devem determinar a duração da época balnear e estabelecer um calendário de vigilância dessas águas. Este calendário deve prever a recolha de um número mínimo de quatro amostras por época (excepto em caso de épocas muito curtas ou de condicionalismos geográficos específicos). O intervalo entre a recolha das amostras não pode exceder um mês. Em caso de poluição de curta duração, deve ser recolhida uma amostra para confirmar o acontecimento, mas esta poderá não ser considerada. Nestes casos, a amostra afastada será substituída por uma amostra adicional, recolhida após o fim dessa poluição.
Os Estados-Membros devem avaliar as suas águas balneares no final de cada época com base nas informações recolhidas durante essa época e, em princípio, nas três épocas anteriores. Em alguns casos, esta avaliação poderá ser feita em relação a um período mais curto, por exemplo se as águas em questão tiverem acabado de ser identificadas como águas balneares ou se recentemente se tiverem registado alterações importantes na sua qualidade.
Na sequência desta avaliação, as águas são classificadas, em conformidade com determinados critérios específicos, segundo quatro níveis de qualidade: medíocres, suficientes/aceitáveis, boas e excelentes. A categoria «suficientes/aceitáveis» constitui um limite mínimo de qualidade a atingir por todos os Estados-Membros até final da época de 2015. Em caso de classificação de águas balneares como «medíocres», os Estados-Membros devem tomar determinadas medidas de gestão, nomeadamente proibir ou desaconselhar a prática balnear, informar o público e adoptar as medidas correctivas adequadas.
Os Estados-Membros devem igualmente estabelecer o perfil das águas balneares, incluindo uma descrição da zona em questão, as fontes de poluição eventuais e a localização dos pontos de amostragem dessas águas. Este perfil deve ser determinado pela primeira vez, o mais tardar, em inícios de 2011 e pode ser revisto em caso de alterações susceptíveis de afectarem as águas.
As informações relativas à classificação, descrição das águas balneares e sua eventual poluição devem ser postas à disposição do público de modo facilmente acessível e nas imediações da zona em questão, através dos meios de comunicação adequados, incluindo a Internet. Em especial, o aviso que proíbe ou desaconselha a prática balnear deve ser rápida e facilmente identificável.
A Comissão publica anualmente um relatório de síntese sobre a qualidade das águas balneares, com base nos relatórios apresentados pelos Estados-Membros antes do início de cada época balnear. Além disso, em 2008, a Comissão publicará um relatório que incluirá um estudo sobre os vírus e os progressos científicos pertinentes em matéria de avaliação das águas. A directiva em vigor deverá ser revista em 2020.
terça-feira, junho 19, 2007
Interdependências Leite e Energias Alternativas
segunda-feira, junho 18, 2007
Projecto Easy
sexta-feira, junho 15, 2007
Leite: Alimento de muita gente
quarta-feira, junho 13, 2007
Génese e características dos andossolos dos Açores
Os andossolos possuem uma grande capacidade de retenção de fósforo e água, por serem muito porosos, pelo que as plantas que nele crescem têm normalmente falta desse nutriente. Devido a esse facto, os lavradores açorianos tendem a exagerar a adubação fosfatada.
A maior parte dos solos nos Açores, fruto da sua origem vulcânica, são Andossolos. São solos com muito boa permeabilidade, elevado nível de matéria orgânica, geralmente ricos em potássio, dada a predominância de rochas basálticas, e enriquecidas em azoto, dada a frequência das siderações.
Cerca de 65% do solo açoriano é utilizado para fins agrícolas, enquanto os espaços urbanos rondam os 5%. Estes últimos têm uma maior expressão nas ilhas de São Miguel e Terceira.
Verifica-se que todas as ilhas têm mais de metade da área sujeita a fraco risco de erosão, à excepção do Corvo (A reduzida dimensão desta ilha determina a inclusão de grande parte na faixa de 500 m a contar do limite da costa para o interior da ilha). A elevada capacidade de infiltração e a boa percentagem de matéria orgânica dos solos diminuem os riscos de erosão.
Alunos do Primeiro Ciclo do Ensino Básico experimentam trabalho laboratorial e investigação
Este tipo de actividades, através da inserção das crianças no mundo real da ciência, aproveitando o seu entusiasmo natural, promove competências ao nível do conhecimento do mundo e ao nível do conhecimento científico.
Novos ambientes de cura
Em vez de um enfermeiro ministrar analiticamente um tratamento a um doente, quer-se que o técnico de saúde saiba comunicar, interagir, conhecer para então depois proporcionar o cuidado necessário. O objectivo é a cura global do paciente e a satisfação do prestador de ajuda. Este é o ponto de partida para as muitas teorias criadas, e já colocadas em práticas por todo o mundo, de Jean Watson. A enfermeira sénior encontrou também na ilha Terceira exemplos da aplicação do modelo de enfermagem pós-moderno de “Cuidar-Curar”.
sábado, junho 09, 2007
Técnicas de mergulho e recolha de dados ecológicos
sexta-feira, junho 08, 2007
Investigação aplicada pode incentivar o desenvolvimento sustentável
(In Diário Insular)
quinta-feira, junho 07, 2007
Os objectivos dos agricultores dos Açores: uma abordagem multicritério
É um livro que serve vários públicos. Por ser uma síntese, permite que os leitores usem com efectividade a informação aí transcrita. Por ser baseado numa tese de há uns anos a esta parte já é possível reportar os efeitos dessa tese e perspectivar melhor os impactos do livro que agora se publica. Os públicos que o livro pode servir são fundamentalmente quatro. Em primeiro lugar os agricultores açorianos que veêm retratada a sua atitude perante as suas empresas. Quando foi realizada a tese que o origina, era claro, que a maior parte dos agricultores das ilhas pretendia maximizar o emprego, e que alguns agricultores de São Miguel, procuravam maximizar o lucro. Em segundo lugar, podem beneficiar os políticos, responsáveis pelas medidas de regulação do sector agrícola, já que o modelo desenvolvido pela Professoa Emiliana Silva permite perspectivar ex-ante a reacção dos agricultores às políticas desenhadas pelos reguladores.
Em terceiro lugar beneficiam os estudantes de licenciatura e de mestrado pois o texto agora impresso constitui uma óptima introdução à programação multiobjectivo. Finalmente beneficia a comunidade científica que pode não só utilizar o modelo para testar a viabilidade e aceitação pelos agricultores de inovações tecnológicas e institucionais mas também complementá-lo e alargá-lo para responder a problemas concretos da sociedade.
Investigação no Departamento de Ciências Agrárias, na área da biotecnologia, origina empresa na ilha Terceira
Ciência Açoriana precisa de maior exposição mediática
Biomonitorização da qualidade do ar
Uma das formas de quantificação e qualificação da poluição atmosférica consiste na aplicação de biomonitores (líquenes, briófitos, plantas ou animais) que permitem uma avaliação integrada da poluição de uma determinada área de interesse. A biomonitorização deve ser entendida como um complemento à monitorização física e não como seu substituto.
Os líquenes são das primeiras espécies a revelar sintomas dos efeitos tóxicos da poluição do ar. Os mapas da distribuição dos líquenes são usados como indicadores da qualidade do ar e a medição da concentração dos poluentes em líquenes é um dos métodos mais aplicados em estudos de biomonitorização.
A biomonitorização apresenta algumas vantagens relativamente aos métodos usuais de monitorização, em particular quanto à densidade e custos de amostragem. Outra vantagem dos biomonitores é a forma de intercepção do poluente e a interpretação biológica do impacto ambiental. Este aspecto é fundamental, uma vez que ao determinar instrumentalmente a concentração de um poluente no ambiente, não se fica imediatamente a conhecer o seu impacto, a menos que se conheçam os seus efeitos sobre os vários componentes do ecossistema e o modo como se processam essas transferências entre os vários componentes da biosfera.
A inexistência de líquenes num determinado local pode querer indicar níveis de dióxido de enxofre extremamente elevados, por outro lado, a presença de determinado tipo de líquenes como as usneas ou as lobárias indicam excelente qualidade do ar.
O estudo da flora liquénica dos Açores, além de contribuir para uma inventariação da biodiversidade do Arquipélago, também fornece informações preciosas sobre a qualidade do ar média do local onde se encontram.
Estudos realizados no Arquipélago apontam níveis de metais pesados na atmosfera distintos de outras localizações, que tem a ver com as emissões naturais específicas dessa localização.
Relativamente ao continente português, a atmosfera açoriana é mais rica em mercúrio, observando-se um decrescimento na sua concentração das ilhas do Grupo Central para as ilhas do Grupo Oriental e destas para o Arquipélago da Madeira. Tal metal, provavelmente está associado a emissões vulcânicas.
Esporadicamente observam-se níveis elevados de arsénio nos líquenes, principalmente naqueles que se localizam próximos de fumarolas vulcânicas, como os que foram encontrados no Pico Vermelho em São Miguel.
Os níveis de sódio e cloro no ar dos Açores também é mais elevado, como era de esperar, relativamente aqueles que se observam no continente português.
A biomonitorização permite-nos conhecer a qualidade do ar, mas também a qualidade do ambiente bem como as suas características específicas.