Turismo, burocracias e certificados
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Este blog é da responsabilidade do Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores e pretende dar conta das actividades desenvolvidas ao longo de 2006 - Ano Internacional dos Desertos e da Desertificação, bem como das actividades realizadas na mesma área temática,ou não, nos anos posteriores.
Félix Rodrigues (Opinião)
As nuvens são conjuntos visíveis de partículas diminutas de gelo ou água em suspensão na atmosfera, ou ainda uma mistura de ambas (gelo e água). Estas apresentam diversas formas, que variam com as dimensões, número e distribuição espacial das partículas que as constituem e das correntes atmosféricas que as formam ou desfazem.
Apesar das nuvens serem uma constante do nosso dia-a-dia, foi só em 1802 que o naturalista francês Lamarck propôs um sistema para a sua classificação, mesmo assim, esse sistema não foi reconhecido como útil. O sistema de classificação actualmente utilizado aparece em 1929, como proposta de Luke Howard, e foi aceite pela Comissão Meteorológica Internacional.
A luz proveniente do Sol ao chegar ao topo da atmosfera sofre reflexão, refracção e alguns componentes da radiação electromagnética são desviados. Isso faz com que a luz a uma dada latitude, como é o caso dos Açores, tenha uma cor singular e que tal se possa também traduzir na cor das nuvens, que depende, da intensidade e da cor da luz que a ilumina, bem como das posições relativas ocupadas pelo observador e pela fonte de luz em relação à nuvem.
As nuvens, profícuas no céu dos Açores, em forma, tipo e cor, também são uma riqueza do Arquipélago já que produzem paisagens mutantes, que noutros tempos era inspiradora de pintores impressionistas e expressionistas, e na actualidade, inspiradora dos fotógrafos da natureza. Pretende-se com isto evidenciar a importância das nuvens num conceito de paisagem açoriana, que conjuntamente com a cultura, promovem a identidade do seu povo. A paisagem açoriana é essencialmente rural e sempre polvilhada de nuvens.
O espaço rural, está a modificar-se ou a reconfigurar-se para poder responder aos desafios da actual sociedade de informação e conhecimento numa co-evolução com a ciência e tecnologia, tal como a concentração de nuvens no céu respondem ao seu clima.
É importante analisarmos o rural e a sua paisagem, na sua variedade e complexidade cultural mas também repensar o lugar que este ocupa no sistema social regional ou nacional, não esquecendo os elementos bucólicos que este ainda encerra. Esses elementos são uma mais valia do ponto de vista turístico e cultural. Há um universo simbólico na ruralidade insular que interessa aproveitar, pois as oportunidades do presente perspectivam o futuro.
Neste contexto, a fotografia por exemplo, encerra um sentimento de cobiça ou um desejo de posse, por aquilo que nela está simbolizado, como o pôr-do-sol, uma paisagem ou um objecto. Quanto mais precioso for o que estiver sacramentalmente guardado numa imagem, mais valiosa se torna a fotografia e por consequência aquilo que esta captou. É, neste contexto, importante promover a fotografia nos Açores.
A “imagem de marca da Montanha do Pico” são as nuvens lenticulares, com forma de chapéu. A sua formação não é rara, mas a sua explicação é complexa. Quando um fluxo de ar colide com a montanha é obrigado a subir, e por consequência arrefece. Se a humidade for suficientemente elevada dará origem à formação de uma nuvem, normalmente a uma altitude tal que se atinge o ponto de saturação. Por vezes tal só acontece junto ao cume da montanha desenhando aí um "chapéu" ou coifa. Assim, abundantemente, o Pico aparece majestoso, entre dois tons da azul: do mar e do céu, contrastando com os “ovnis” cinzentos esbranquiçados que o sobrevoam. A forma rara das nuvens lenticulares contrastando com o monstruoso e singular cone vulcânico do Pico dará a cada observador uma imagem física e espiritual distinta.
Mas voltando às nuvens e à importância que estas têm na paisagem açoriana, a imagem é sempre uma criação pura do espírito. Ela não pode nascer de uma comparação, mas da aproximação de duas realidades mais ou menos distanciadas ou com explicações muito diferentes, como afirmam alguns autores.
Não esquecendo que o cerne da visão romântica do mundo é o sujeito, as suas paixões e os seus traços de personalidade, que comandam no romantismo, especialmente na criação artística, acredita-se que também sejam esses atributos que levam os românticos a escolher o seu destino de férias. Na pintura romântica, dominavam as grandes extensões de mar, montanhas e planícies cobertas de nuvens ou neblina que se estendiam quase até ao infinito, as rochas e picos, e o homem retirado em atitude contemplativa. A natureza era o lugar da experiência espiritual do indivíduo.
A paisagem açoriana é romântica, com um toque branco de nuvens, tonalidades de verde e uma infinidade de azul do mar e cinzento das brumas.
Nas ilhas, afirma o escritor Olivier Rolin "...as estradas de pavimentos negros trepam pelo flanco de velhos vulcões, perdem-se por instantes na névoa cinzenta, sobranceiras às crateras afogadas em água turquesa ou de um esmeralda perfeito, descem em direcção às manchas de oceano onde desliza a sombra leitosa das nuvens".
Nuvens, temo-las tantas, e pouco uso fazemos delas, que nem um pequeno catálogo com as figuras de cirrus, altostratus, stratus ou cumulonimbus temos nos miradouros das nossas ilhas.
Paisagens românticas temo-las em quantidade, mas não as promovemos para públicos específicos, como por exemplo, casais em Lua-de-Mel. Apesar de se afirmar que um casal apaixonado consegue transformar qualquer lugar num destino romântico, na prática, isso não é bem assim. A escolha recai geralmente sobre destinos calmos e românticos como serras, estâncias hidrotermais, ilhas e praias. Porque não estas ilhas, onde as nuvens brancas se assemelham a anjos do céu? Talvez não nos apercebamos o quão diferente estas ilhas são.
(In Semanário Terra Nostra)
Ainda muito recentemente se comemorou o bicentenário do nascimento de Charles Darwin, quer queiramos ou não, um dos grandes vultos mundiais das ciências naturais. A 12 de Fevereiro de 2011, comemoram-se os 202 anos do seu nascimento.
É de todos conhecido que Darwin passou no nosso arquipélago e vários foram os cientistas portugueses que quiseram contradizê-lo, alguns deles insignes açorianos, pela frase que escreveu sobre as nossas ilhas: "Não há nada que mereça ser visto". Carlos Fiolhais afirma que "Fatigado por quase cinco anos de viagem, Darwin passou seis dias nos Açores em 1836 e que a sua omissão foi lamentável, mas a ciência portuguesa pagou-lhe na mesma moeda e demorou alguns anos a interessar-se pela sua obra."
O Professor Frias Martins, liderando um grupo de investigadores açorianos, aquando da comemoração do bicentenário deste naturalista britânico, quis provar que Darwin se enganou ao menosprezar o interesse das ilhas depois de uma visita à ilha Terceira, e planeou ilustrar a história da vida ao longo de 46 quilómetros em São Miguel.
De facto, no regresso a Inglaterra da sua viagem, a bordo do Beagle, Darwin aportou à ilha Terceira a 19 de Setembro de 1836, onde esteve alguns dias, e terá também passado brevemente por São Miguel, mas sem ir a terra. Mesmo que não tivesse ido a terra em qualquer uma das ilhas, é estranho que achasse que não havia nada que "merecesse ser visto" (provavelmente referia-se à fauna e flora). É estranho que Darwin não tivesse reparado no Monte Brasil, nos Ilhéus das Cabras ou no ilhéu de Vila Franca. Vem este comentário a propósito do facto das formações palagoníticas serem comuns em ilhas vulcânicas, como é o caso dos Açores, e as estruturas geológicas anteriormente referidas "darem nas vistas". Não fosse também o facto da palagonite ter sido descrita pela primeira vez por Charles Darwin.
A palagonite é o primeiro produto heterogéneo estável resultante da alteração do vidro vulcânico, constituindo boa parte dos ilhéus e cones costeiros típicos das formações litorais de natureza basáltica, que existem nas Galápagos, mas também, em abundância, aqui nos Açores. Se Darwin tivesse olhado com o mínimo de capacidade interpretativa para o Monte Brasil, logo ali, na Rua da Rocha, teria verificado existirem palagonites, e se olhasse mais de perto, também encontraria fósseis de plantas incrustados neles, fósseis esses, só mais tarde referidos pelo Tenente Coronel José Agostinho. Tais fósseis modernos teriam contribuído para sedimentar a sua teoria da evolução. Mas o Homem não viu, pois era mais dado a borboletas e menos a calhaus!
As palagonites e a sua génese continuam a ter grande interesse científico, pois os seus finos grãos têm propriedades espectrofotométricas semelhantes às poeiras de Marte, o que levou à conclusão de que este planeta teve água. A pesquisa do espaço faz-nos pensar em missões em regiões longínquas do Universo, mas a verdade é que esta busca começa aqui mesmo, no planeta Terra, do qual conhecemos ainda tão pouco. Neste aspecto, os nossos ilhéus, muitos deles estruturas palagonitizadas, continuam a ter interesse de estudo, quanto mais não seja para percebermos melhor a geologia dos planetas telúricos. Independentemente disso, nós açorianos transformámo-los em ícones ambientais, por comporem a nossa paisagem: os Ilhéus das Cabras são inequivocamente um ícone da Terceira, o ilhéu de Vila Franca um ícone de São Miguel, o ilhéu de Vila do Porto um ícone de Santa Maria, o Ilhéu da Praia um ícone da Graciosa, o ilhéu do Topo um ícone de São Jorge, o ilhéu da Gadelha um ícone das Flores e os ilhéus em Pé e Deitado, ícones do canal Pico-Faial.
A percepção de uma paisagem, não é uma exclusiva recepção de estímulos sensoriais, resulta da capacidade do observador elaborar e reconhecer diferenças e semelhanças entre objectos. Como foi possível que Darwin não tivesse reconhecido na paisagem vulcânica açoriana similaridades com a paisagem das Galápagos, principalmente naquilo que imediatamente se vê do mar como são os ilhéus açorianos palagonitizados?
Uma hipótese interpretativa possível para o desleixo de Darwin poderá estar relacionada com a síndrome do "fim-de-viagem", numa lógica próxima da síndrome de "fim-do-ano". Segundo o psicanalista Dunker, autor do artigo "Fantasmas do fim de ano", o facto das pessoas fazerem um esforço, aquando da passagem de ano, para se lembrarem do que se passou nesse ano, e em simultâneo fazerem planos para o ano seguinte, pode desencadear uma série de sentimentos antagónicos muitas vezes dominados pelo descontentamento ou desinteresse.
Os Açores foram a última paragem de Darwin, de um passeio que demorou quase cinco anos. Faltavam apenas oito dias para que chegasse a casa. Provavelmente cansado, já haveria pouca coisa que lhe interessasse. Se este Arquipélago tivesse sido o primeiro ponto de escala do Beagle, acredito que Darwin o teria descrito como o mais interessante do mundo. A conclusão a tirar, se essa hipótese for verdadeira, é que o grande erro de Darwin foi não ter escolhido os Açores para primeira paragem, das dezenas que acabou por fazer pelo mundo fora a bordo do Beagle.
(In Semanário Terra Nostra e Diário Insular)
"Cuidados Paliativos: Confrontar a Morte" é a primeira publicação de autoria açoriana da Universidade Católica Editora. Sandra Martins Pereira escreveu a obra a partir da sua tese de doutoramento em Bioética.
A docente na Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo fez questão de lançar o livro na Escola onde leciona, acreditando que este é um livro que terá interesse para os técnicos de saúde que trabalham com cuidados paliativos.
A apresentação pública oficial decorreu no passado dia 19 de janeiro, na ESEAH, porque a instituição, segundo explica Sandra, "contribuiu em primeira estância para os conteúdos registados no meu currículo profissional".
O livro aborda questões relacionadas com os doentes e as suas famílias assim como os dilemas éticos com os quais médicos e enfermeiros podem ser confrontados no dia-a-dia da sua atividade profissional.
"Pela dignidade, pelo rigor e pela qualidade de vida do doente". É assim que a autora sintetiza o conteúdo geral do livro composto por 175 páginas que apresentam formas de tratar, cuidar e apoiar ativamente doentes em fase terminal de vida e/ou com doenças incuráveis.
Segundo a enfermeira, o trabalho surge por incentivo do docente orientador do seu doutoramento, António Fonseca, que redigiu o prefácio do livro.
"A ideia desta publicação também surgiu pela minha integração num projeto de investigação integrado no Instituto de Bioética da UCP, coordenado pelos professores António Fonseca e Ana Sofia Carvalho", explica a docente, que espera que esta obra seja um livro de bolso para todos os técnicos de saúde que trabalham na área dos cuidados paliativos.
"Espero que este seja uma mais valia para quem se dedica a esta área e acredito que esta publicação pode ser utilizada como um livro de bolso e de consulta em qualquer situação. Pelo menos é o que espero", confessa.
O que são Cuidados Paliativos?
Os cuidados paliativos definem-se como uma resposta ativa aos problemas decorrentes da doença grave e/ou prolongada, incurável e progressiva, na tentativa de prevenir o sofrimento que ela gera e de proporcionar a máxima qualidade de vida possível a estes doentes e suas famílias.
São cuidados de saúde especializados, numa resposta técnica, humanizada e rigorosa, àquela tão propagada ideia de que quando não curamos uma doença grave, "já não há nada a fazer".
Os cuidados paliativos e a obra de Sandra Pereira vêm mostrar que isso não é verdade, pois quem trabalha nessa área pode não concretizar a cura, mas pode fazer muito para proporcionar conforto, dignidade e qualidade de vida.
A intervenção dos cuidados paliativos consiste em saber controlar os vários sintomas que os doentes apresentam que não apenas a dor; em saber comunicar adequadamente com o doente e a sua família, promovendo "obrigatoriamente" a sua dignidade e prestar apoio à família numa abordagem em equipa interdisciplinar, devidamente treinada.
Nos doentes que possam necessitar de cuidados paliativos incluem-se doentes com cancro, com SIDA em estado avançado, doentes com insuficiências de órgãos avançadas, por exemplo, cardíacas, respiratórias, hepáticas e renais; doentes com doenças neurológicas degenerativas e graves e doentes com AVC's e demências em estado muito avançado.
Estes cuidados de saúde, para serem eficazes na redução pretendida do sofrimento, devem ser disponibilizados muito tempo antes do falecimento e não apenas nos últimos dias de vida.
Basicamente, são cuidados que pretendem ajudar a viver, para doentes graves e/ou incuráveis, que podem ser oferecidos meses, semanas e em algumas vezes anos antes de as pessoas virem a morrer.
Os cuidados paliativos devem ser parte integrante do sistema de saúde, pois promovem uma intervenção técnica que requer formação específica obrigatória para os profissionais que os prestam.
São cuidados preventivos que previnem o sofrimento motivado por sintomas como a dor, a fadiga, a falta de ar entre outros, pelas múltiplas perdas físicas e psicológicas associadas à doença grave e terminal e reduzem o risco de lutos patológicos.
O campo fumarólico das Furnas do Enxofre na ilha Terceira, tem as características dos locais que alguns investigadores afirmam estar na moda, classificando a tendência como “Moda do Selvagem”. Esse ambiente constitui uma paisagem onde a agricultura está praticamente ausente, os elementos de carácter antropogénico são inexistentes, com excepção dos carreiros em madeira construídos para conduzir os excursionistas. É um espaço que carece de interpretação, dado que não tem à partida muitos elementos que produzam estupefacção, quando comparado com as Furnas de São Miguel. Esse espanto desponta aquando da compreensão dos elementos da paisagem. Faz sentido que aí exista um guia interprete da natureza, sendo também possível criar por essa via, postos de trabalho, que não tem que ser forçosamente governamentais.
Se não soubermos aproveitar as nossas singularidades turísticas, como é o caso dos campos fumarólicos açorianos, será muito difícil atingirmos a sustentabilidade socio-económica e ambiental.
A singularidade dos campos fumarólicos não se deve somente às emissões vulcânicas, deve-se também a um conjunto de factores peculiares, como a qualidade ambiental que os rodeia, espelhada na qualidade do ar, nos níveis reduzidos de ruído, ao qual se associa uma luz temperada que os ilumina.
Nas furnas é possível encontrar um vasto conjunto de líquenes que aí vivem, e só aí vivem, porque os níveis de dióxido de enxofre e ácido sulfídrico são reduzidos, indiciando excelente qualidade do ar desses ambientes. Tal é possível porque esses gases facilmente são transformados em partículas em ambientes húmidos.
O cheiro dos compostos de enxofre das furnas açorianas mantêm-se na memória olfactiva de quem as visita.
O cheiro na freguesia das Furnas é distinto dos odores que se detectam na Lagoa das Furnas ou nas Furnas do Enxofre, estes últimos resultam da mistura de compostos de enxofre com compostos orgânicos voláteis da vegetação pristina, concedendo, através dos aromas, identidade à paisagem.
O ambiente acústico também é diferenciador das paisagens: na vila, sentem-se os rumores dos homens, na lagoa o esvoaçar dos pássaros, o ramalhar das árvores, o rufar quase imperceptível das águas, enquanto que nas Furnas do Enxofre, se sente, na maioria das vezes, a ausência completa de som, como que numa singularidade espaço-tempo de um universo sonoro. Quanto stress poderá ser aí aliviado? Quanta paz de espírito pode ser aí conquistada?
O vapor de água esbranquiçado contrasta na vila com o casario branco, com o verde azulado das águas, na Lagoa, e nas Furnas do Enxofre, com o verde fluorescente da vegetação endémica. Até no solo, as manchas são diferentes nos três lugares, pela calçada, pelos diferentes estados de oxidação do ferro, ora ferroso ora férrico, pelos cristais amarelos ou esbranquiçados de enxofre que se formam nas bocarras abertas da terra, ou pelas algas e cianobactérias albergadas no vapor de água ou nas águas quentes dos campos hidrotermais.
Todos os dias a paisagem nas fumarolas é mutante, quanto mais não seja pelo céu, coleccionador de nuvens, não por serem de algodão, mas por suportarem anjos e por serem efémeras como a própria vida. As furnas são oásis naturais ou recreados, iluminados por uma luz fria, típica de latitudes médias.
Se houver memória emotiva, captada pelos cinco sentidos, nessas paisagens, o sexto sentido, traduzir-se-á pelo insight ou crença de que é possível ter desenvolvimento e emprego por detrás dessas singularidades.
Terceira pulverizada no próximo ano
O valor global do projecto “CABMEDMAC” aprovado pela autoridade de gestão do Programa de Cooperação Transnacional MAC 2007-2013 é de 308 mil euros.
O projecto assenta no fornecimento de machos esterilizados produzidos na Biofábrica da Madeira, aos parceiros dos Açores, Canárias e Cabo Verde, prevendo-se a sua dispersão, no caso da ilha Terceira, no próximo ano.
Além da instalação de uma rede de armadilhas nas ilhas da Macaronésia estão ainda incluídos testes de plantas bioativas no combate à mosca da fruta.
Esta iniciativa de investigação aplicada permitirá ainda a utilização de resultados obtidos em projectos anteriores, como o Programa Madeira-Med, e o Interfruta I e II (projectos Interreg), nas diferentes regiões que nele participam.
Adress na Terceira e São Miguel
Recordamos que, no âmbito da luta às pragas frutícolas na região, a Secção de Protecção de Plantas do departamento de Ciências Agrárias (DCA) da UA está, desde meados do ano passado, a desenvolver um projecto de monitorização das pragas que afectam as produções nas ilhas açorianas denominada “Adress”.
O projecto “Adress” consta sobretudo de um ensaio com armadilhas biotecnológicas implementadas nas ilhas Terceira e São Miguel.
Na Terceira estava prevista a colocação de cerca de mil estações esterilizadoras numa área de 40 hectares, na zona dos Biscoitos.
Outra das zonas propostas para estudo é Rabo de Peixe em São Miguel.
Para além do arquipélago dos Açores, o Adress, que segue a linha dos trabalhos científicos realizados também no âmbito dos projectos Interfruta e Interfruta II, está a ser desenvolvido na ilha do Ferro, nas Canárias, e no continente português, nomeadamente no concelho de Alcobaça e na região do Algarve.
O projecto Adress está orçado em 48 mil euros no total sendo financiado a cem por cento pelo Governo Regional através da Direcção Regional do Desenvolvimento Agrário.