O (des)equilíbrio do Planeta Terra
Alonso Miguel (Opinião)
Ninguém consegue ficar indiferente à sequência impressionante de catástrofes naturais e intempéries que têm ocorrido ultimamente no nosso planeta. Desde estações do ano mal definidas, passando por sismos de grande escala e tsunamis, furacões e tempestades, secas prolongadas, chuvas torrenciais e cheias catastróficas. O facto é que todos estes fenómenos têm tido duas consequências nefastas sincrónicas: São "responsáveis" pela morte de milhares de pessoas e por prejuízos financeiros colossais.
Fazendo um balanço dos últimos dez anos, e considerando apenas as catástrofes mais mediáticas, destacam-se as grandes cheias na Europa, em 2002; a onda de calor na Europa e o sismo em Bam (Irão), em 2003; o tsunami que atingiu a ilha de Sumatra (Indonésia), em 2004; o furacão Katrina, que atingiu Nova Orleães (EUA), e o sismo que abalou o Paquistão, em 2005; o terramoto em Java e o deslizamento de terras nas Filipinas, em 2006; o terramoto em Ica (Peru), em 2007; o ciclone Nargis que devastou Mianmar, em 2008; e, por fim, o sismo de Áquila (Itália), em 2009.
São, de facto, perturbantes os acontecimentos referidos. Contudo, analisando o ano de 2010, e comparando-o com anos anteriores, temos uma perspectiva no mínimo aterradora. Ocorreram cerca de 950 catástrofes naturais das quais resultaram quase 300 mil mortos e mais de uma centena de biliões de euros de prejuízo. Enumerando apenas as mais devastadoras e emblemáticas, por ordem de ocorrência, verificou-se, em 2010, um sismo catastrófico no Haiti; o grande sismo do Chile (o tal que, segundo a NASA, até deslocou o eixo de rotação da Terra); a erupção do vulcão Eyjafjallajoekull na Islândia; as intensas chuvas e cheias na China; além das inúmeras cheias que ocorreram por toda a Europa. Ainda no "velho" Continente deflagraram numerosos incêndios, registaram-se intensas vagas de calor e de frio e fortes nevões. Mais recentemente fomos assolados com as grandes cheias no Brasil e na Austrália.
Também em Portugal se apanharam alguns "sustos", principalmente devido aos imensos incêndios que ocorreram no Verão, mas também pelas intempéries na Madeira e a tromba de água que afectou a freguesia da Agualva, na ilha Terceira, para além dos mini-tornados que "varreram" Lisboa e Tomar.
Após esta revisitação dirão os mais "crentes" que tudo isto é apenas o cumprir de profecias e que caminhamos para o dia do julgamento final (tal como se tenta ilustrar no filme 2012) e para o fim do mundo tal como o conhecemos... Talvez não! Porém, no outro extremo, dirão os mais cépticos que tudo isto é completamente normal e natural e que se recuarmos no tempo encontraremos períodos com catástrofes naturais idênticas ou até piores. Dirão ainda outros que, actualmente, o impacto destes eventos catastróficos é majorado pela grande capacidade de transmissão de notícias por parte dos meios de comunicação social. Talvez também não seja assim... Afinal, parece que cada um encontra um "conforto psicológico" naquilo que diz ou pensa acreditar.
Todavia, nalgumas coisas parecemos estar todos, ou quase todos, de acordo:
1 - O planeta está a mudar e as alterações climáticas globais são uma realidade, que se reflecte principalmente pelo aquecimento global;
2 - O Homem tem contribuído para essas alterações (Influência antropogénica);
3 - A relação frequência/intensidade das catástrofes naturais tem aumentado consideravelmente.
O planeta Terra é, no fundo, um mega ecossistema. Como qualquer ecossistema tem um determinado equilíbrio que não pode ser violado, sob pena de se ultrapassarem os limites da sua resiliência e capacidade de carga e a homeostasia dos seus sistemas biológicos. Resumindo, é necessário não comprometer a sustentabilidade natural do planeta. Quando o equilibro do sistema é perturbado, aumenta a probabilidade do seu "comportamento" se tornar caótico e aberrante, sendo assim também é maior a probabilidade de ocorrência de intempéries e catástrofes naturais.
É tempo de reduzir a nossa pegada ecológica no planeta e de encontrar soluções para tentar travar as alterações climáticas (um pouco à imagem do que se fez em relação ao "buraco do ozono") e repensar seriamente o ordenamento do território a uma escala local/global. Mas para isso é preciso haver envolvência e cooperação por parte dos decisores políticos, para que seja possível pôr em prática "planos" para garantir a sustentabilidade do planeta. Há que repensar o futuro e aperfeiçoar a relação entre a política e a ciência. A ciência já não é a solução para todos os males e a política já não é a ciência da organização da sociedade.
Há que ter respeito pela Terra, adaptando-nos às suas condições, numa co-evolução político-ambiental que garanta ao Homem maior conforto biofísico, respeitando os limites da natureza. Afinal, como disse o Chefe índio Seattle, líder do Susquamish, em carta aberta ao presidente dos E.U.A (Franklin Pierce): "a Terra não pertence ao Homem, o Homem é que pertence à Terra".
(*) Mestre em Engenharia do Ambiente
(In Açoriano Oriental)
Ninguém consegue ficar indiferente à sequência impressionante de catástrofes naturais e intempéries que têm ocorrido ultimamente no nosso planeta. Desde estações do ano mal definidas, passando por sismos de grande escala e tsunamis, furacões e tempestades, secas prolongadas, chuvas torrenciais e cheias catastróficas. O facto é que todos estes fenómenos têm tido duas consequências nefastas sincrónicas: São "responsáveis" pela morte de milhares de pessoas e por prejuízos financeiros colossais.
Fazendo um balanço dos últimos dez anos, e considerando apenas as catástrofes mais mediáticas, destacam-se as grandes cheias na Europa, em 2002; a onda de calor na Europa e o sismo em Bam (Irão), em 2003; o tsunami que atingiu a ilha de Sumatra (Indonésia), em 2004; o furacão Katrina, que atingiu Nova Orleães (EUA), e o sismo que abalou o Paquistão, em 2005; o terramoto em Java e o deslizamento de terras nas Filipinas, em 2006; o terramoto em Ica (Peru), em 2007; o ciclone Nargis que devastou Mianmar, em 2008; e, por fim, o sismo de Áquila (Itália), em 2009.
São, de facto, perturbantes os acontecimentos referidos. Contudo, analisando o ano de 2010, e comparando-o com anos anteriores, temos uma perspectiva no mínimo aterradora. Ocorreram cerca de 950 catástrofes naturais das quais resultaram quase 300 mil mortos e mais de uma centena de biliões de euros de prejuízo. Enumerando apenas as mais devastadoras e emblemáticas, por ordem de ocorrência, verificou-se, em 2010, um sismo catastrófico no Haiti; o grande sismo do Chile (o tal que, segundo a NASA, até deslocou o eixo de rotação da Terra); a erupção do vulcão Eyjafjallajoekull na Islândia; as intensas chuvas e cheias na China; além das inúmeras cheias que ocorreram por toda a Europa. Ainda no "velho" Continente deflagraram numerosos incêndios, registaram-se intensas vagas de calor e de frio e fortes nevões. Mais recentemente fomos assolados com as grandes cheias no Brasil e na Austrália.
Também em Portugal se apanharam alguns "sustos", principalmente devido aos imensos incêndios que ocorreram no Verão, mas também pelas intempéries na Madeira e a tromba de água que afectou a freguesia da Agualva, na ilha Terceira, para além dos mini-tornados que "varreram" Lisboa e Tomar.
Após esta revisitação dirão os mais "crentes" que tudo isto é apenas o cumprir de profecias e que caminhamos para o dia do julgamento final (tal como se tenta ilustrar no filme 2012) e para o fim do mundo tal como o conhecemos... Talvez não! Porém, no outro extremo, dirão os mais cépticos que tudo isto é completamente normal e natural e que se recuarmos no tempo encontraremos períodos com catástrofes naturais idênticas ou até piores. Dirão ainda outros que, actualmente, o impacto destes eventos catastróficos é majorado pela grande capacidade de transmissão de notícias por parte dos meios de comunicação social. Talvez também não seja assim... Afinal, parece que cada um encontra um "conforto psicológico" naquilo que diz ou pensa acreditar.
Todavia, nalgumas coisas parecemos estar todos, ou quase todos, de acordo:
1 - O planeta está a mudar e as alterações climáticas globais são uma realidade, que se reflecte principalmente pelo aquecimento global;
2 - O Homem tem contribuído para essas alterações (Influência antropogénica);
3 - A relação frequência/intensidade das catástrofes naturais tem aumentado consideravelmente.
O planeta Terra é, no fundo, um mega ecossistema. Como qualquer ecossistema tem um determinado equilíbrio que não pode ser violado, sob pena de se ultrapassarem os limites da sua resiliência e capacidade de carga e a homeostasia dos seus sistemas biológicos. Resumindo, é necessário não comprometer a sustentabilidade natural do planeta. Quando o equilibro do sistema é perturbado, aumenta a probabilidade do seu "comportamento" se tornar caótico e aberrante, sendo assim também é maior a probabilidade de ocorrência de intempéries e catástrofes naturais.
É tempo de reduzir a nossa pegada ecológica no planeta e de encontrar soluções para tentar travar as alterações climáticas (um pouco à imagem do que se fez em relação ao "buraco do ozono") e repensar seriamente o ordenamento do território a uma escala local/global. Mas para isso é preciso haver envolvência e cooperação por parte dos decisores políticos, para que seja possível pôr em prática "planos" para garantir a sustentabilidade do planeta. Há que repensar o futuro e aperfeiçoar a relação entre a política e a ciência. A ciência já não é a solução para todos os males e a política já não é a ciência da organização da sociedade.
Há que ter respeito pela Terra, adaptando-nos às suas condições, numa co-evolução político-ambiental que garanta ao Homem maior conforto biofísico, respeitando os limites da natureza. Afinal, como disse o Chefe índio Seattle, líder do Susquamish, em carta aberta ao presidente dos E.U.A (Franklin Pierce): "a Terra não pertence ao Homem, o Homem é que pertence à Terra".
(*) Mestre em Engenharia do Ambiente
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