Avaliação Custo/Benefício do Plano Nacional de Acção Ambiente e Saúde
Há uma equipa de quatro pessoas do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores a fazer mil questionários por todo o país com a duração de quarenta minutos cada um.
Os inquéritos são feitos no âmbito da Análise Custo/Benefício do Plano Nacional de Acção Ambiente e Saúde 2007-2013 que foi adjudicado à Universidade dos Açores pela Agência Nacional de Ambiente e pela Direcção Geral de Saúde.
Nos primeiros dias fizemos duzentos inquéritos na Periferia de Lisboa. Já estivémos em Cacilhas, no primeiro dia ao fim da tarde; em Linda a Velha, Caxias, Oeiras, São Domingos de Rana, Birre e Cascais no segundo dia; no domingo, fizémos Queijas, Cacém, Rio de Mouro e Massamá.
Na segunda-feira deslocamo-nos para a Outra-Banda para abranger o Barreiro, o Lavradio, Sesimbra, Almada e Costa da Caparica; e na terça-feira atacamos Loures.
Como vêem fazimos um cerco completo a Lisboa. Lisboa ficará para depois de darmos a volta a Portugal subindo pelo litoral, descendo pelo interior do país e passando pelo Alentejo e pelo Algarve.
Está alguém na Madeira a fazer quarenta questionários e também teremos de fazer trinta e cinco em Ponta Delgada, Ribeira Grande e Angra do Heroísmo.
Para além do interesse directo do estudo, que nos trará resultados para daqui a três meses, tem igualmente interesse ir percebendo o que acontece no país pela interacção com as pessoas e com os sítios. Inicialmente pensávamos que tinhamos mais sucesso de “pescar” entrevistados nos centros comerciais. Mas enganámo-nos.
As meninas das lojas quando não atendem os clientes estão entretidas a conversar umas com as outras e não têm tempo para ser entrevistadas. Os clientes que se passeiam entre as lojas também não demonstram grande capacidade para a conversa.
E é assim que passámos a interpelar as pessoas nas lojas fora dos centros comerciais, nos cafés, nas igrejas e nos jardins públicos. Começou a ser mais fácil.
Também nos começamos a aperceber que, muitas vezes, a simpatia das pessoas compensa muitas vezes a beleza dos sítios. Oeiras tem uma beleza mediana mas as pessoas têm muito mais dificuldade de serem entrevistadas do que no Cacém que não deve grande coisa à beleza, como terra. Cascais é muito bonito mas a vivência e simpatia de São Domingos de Rana, na pequena amostragem que fizemos no sábado, compensa com naturalidade a fama paisagística de Cascais.
Birre tem um núcleo antigo muito pequeno mas foi lá que encontrámos pessoas interessantes e mais interessadas no inquérito.
Várias coisas foram surpresa neste passeio pelos arredores de Lisboa. Por um lado, a qualidade de vida que se pode ter no Centro Urbano de Cacilhas. Trata-se de uma espécie de pequena Alfama voltada a Sul mas com vista para uma das melhores paisagens do mundo – a silhueta de Lisboa.
Por outro lado, a enorme e vibrante vivência das comunidades cristãs na periferia de Lisboa. A Igreja de Queijas estava cheia muito antes do padre chegar vindo de Linda a Velha para rezar a missa. Uma das Igrejas do Cacém estava a abarrotar de gente alegre e com um coro magnífico que se preparava para partir para um concurso ibérico de coros. A bonita Igreja de São Domingos de Rana, no sábado, estava cheia de movimentos de jovens e de escuteiros. E nós a pensar que a perferida de Lisboa não ia à missa e não se envolvia na comunidade. Que erro?
Mas a novidade mais interessante que vos trago deste passeio tem a ver com uma das entrevistas que fiz. Tratava-se de um guinense doutorado na União Soviética onde passou vários anos e que agora está a trabalhar na construção civil em Portugal para sustentar parte da família que se encontra na Guiné.
O conhecimento e sabedoria com que respondeu ao questionário deixaram-me maravilhado. Cada resposta tinha um porquê, cada encadeamento de respostas uma lógica de coerência.
E, apesar de tantas explicações interessantes, acabou por demorar o mesmo tempo que os outros. É pena que os melhores de África estejam fora dela.
Os inquéritos são feitos no âmbito da Análise Custo/Benefício do Plano Nacional de Acção Ambiente e Saúde 2007-2013 que foi adjudicado à Universidade dos Açores pela Agência Nacional de Ambiente e pela Direcção Geral de Saúde.
Nos primeiros dias fizemos duzentos inquéritos na Periferia de Lisboa. Já estivémos em Cacilhas, no primeiro dia ao fim da tarde; em Linda a Velha, Caxias, Oeiras, São Domingos de Rana, Birre e Cascais no segundo dia; no domingo, fizémos Queijas, Cacém, Rio de Mouro e Massamá.
Na segunda-feira deslocamo-nos para a Outra-Banda para abranger o Barreiro, o Lavradio, Sesimbra, Almada e Costa da Caparica; e na terça-feira atacamos Loures.
Como vêem fazimos um cerco completo a Lisboa. Lisboa ficará para depois de darmos a volta a Portugal subindo pelo litoral, descendo pelo interior do país e passando pelo Alentejo e pelo Algarve.
Está alguém na Madeira a fazer quarenta questionários e também teremos de fazer trinta e cinco em Ponta Delgada, Ribeira Grande e Angra do Heroísmo.
Para além do interesse directo do estudo, que nos trará resultados para daqui a três meses, tem igualmente interesse ir percebendo o que acontece no país pela interacção com as pessoas e com os sítios. Inicialmente pensávamos que tinhamos mais sucesso de “pescar” entrevistados nos centros comerciais. Mas enganámo-nos.
As meninas das lojas quando não atendem os clientes estão entretidas a conversar umas com as outras e não têm tempo para ser entrevistadas. Os clientes que se passeiam entre as lojas também não demonstram grande capacidade para a conversa.
E é assim que passámos a interpelar as pessoas nas lojas fora dos centros comerciais, nos cafés, nas igrejas e nos jardins públicos. Começou a ser mais fácil.
Também nos começamos a aperceber que, muitas vezes, a simpatia das pessoas compensa muitas vezes a beleza dos sítios. Oeiras tem uma beleza mediana mas as pessoas têm muito mais dificuldade de serem entrevistadas do que no Cacém que não deve grande coisa à beleza, como terra. Cascais é muito bonito mas a vivência e simpatia de São Domingos de Rana, na pequena amostragem que fizemos no sábado, compensa com naturalidade a fama paisagística de Cascais.
Birre tem um núcleo antigo muito pequeno mas foi lá que encontrámos pessoas interessantes e mais interessadas no inquérito.
Várias coisas foram surpresa neste passeio pelos arredores de Lisboa. Por um lado, a qualidade de vida que se pode ter no Centro Urbano de Cacilhas. Trata-se de uma espécie de pequena Alfama voltada a Sul mas com vista para uma das melhores paisagens do mundo – a silhueta de Lisboa.
Por outro lado, a enorme e vibrante vivência das comunidades cristãs na periferia de Lisboa. A Igreja de Queijas estava cheia muito antes do padre chegar vindo de Linda a Velha para rezar a missa. Uma das Igrejas do Cacém estava a abarrotar de gente alegre e com um coro magnífico que se preparava para partir para um concurso ibérico de coros. A bonita Igreja de São Domingos de Rana, no sábado, estava cheia de movimentos de jovens e de escuteiros. E nós a pensar que a perferida de Lisboa não ia à missa e não se envolvia na comunidade. Que erro?
Mas a novidade mais interessante que vos trago deste passeio tem a ver com uma das entrevistas que fiz. Tratava-se de um guinense doutorado na União Soviética onde passou vários anos e que agora está a trabalhar na construção civil em Portugal para sustentar parte da família que se encontra na Guiné.
O conhecimento e sabedoria com que respondeu ao questionário deixaram-me maravilhado. Cada resposta tinha um porquê, cada encadeamento de respostas uma lógica de coerência.
E, apesar de tantas explicações interessantes, acabou por demorar o mesmo tempo que os outros. É pena que os melhores de África estejam fora dela.
(Prof Tomaz Dentinho In A União)
Etiquetas: Adelaide Lobo, Ana Arroz, Célia Silva, Félix Rodrigues, Inquéritos, Miguel Ferreira, Plano Nacional de Acção Ambiente e Saúde, PNAAS, Portugal, Rosalina, Tomaz Dentinho
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