quinta-feira, dezembro 31, 2009

“Arquipélago” dedicada ao mar

A Universidade dos Açores publicou, no passado dia 21, o seu mais recente volume da revista científica “Arquipélago - Life and Marine Sciences”.Trata-se da 26º edição e nela constam oito artigos e quatro pequenas comunicações. A revista reúne, em 83 páginas, trabalhos desenvolvidos de São Tomé e Príncipe ao Arquipélago das Berlengas. Os artigos cobrem métodos de propagação de espécies vegetais de especial interesse de conservação, índices ecológicos para rios de água doce com base em invertebrados, estudos de telemetria em cavacos, novos registos e novas espécies de invertebrados e de peixes em ilhas da Macaronésia informações inéditas sobre a reprodução de tubarões de profundidade na Madeira. As comunicações abordam ainda o registo de uma nova planta invasora na Terceira, uma revisão e novas ocorrências de um Género de coral de água fria no Atlântico Nordeste assim como patologias de tartarugas verdes na ilha do Príncipe.O volume completo pode ser obtido em www.arquipelago.info.
(in Diário Insular)

quarta-feira, dezembro 30, 2009

Escola de Enfermagem assinala 31 anos

A Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo comemora o seu 31º aniversário no próximo dia 11 de Janeiro. A instituição assinala a efeméride com uma cerimónia comemorativa que inclui várias conferências e debates. A Directora Regional da Solidariedade e Segurança Social lidera uma conferência sobre o ano europeu da luta contra a pobreza a exclusão social, pelas 9h30. Às 11h00 tem início uma mesa redonda, sobre a Universidade dos Açores e os seus contextos evolutivos, com os professores Norberto Messias e Saavedra Bruges.Ao meio-dia serão homenageados antigos docentes e funcionários. Por volta das 14h00, tem início uma mesa redonda sobre novos percursos formativos na escola de enfermagem, moderada pela professora Lúcia Freitas. Às 15h30 decorre a última mesa redonda, moderada pela professora Rosa Carvalhal.
(In Diário Insular)

terça-feira, dezembro 29, 2009

Universidade dos Açores comemora 34 anos

A Universidade dos Açores comemora, no próximo dia nove de Janeiro, o seu 34º aniversário.As comemorações acontecem na cidade da Horta e contam com uma sessão solene às 17h30, no Teatro Faialense, presidida pelo Reitor, Avelino Meneses. A Oração de Sapiência, sobre o tema “A Influência da Oscilação do Atlântico Norte na Variabilidade Climática Inter-Anual do Oceano Atlântico Nordeste”, estará a cargo de Ana Martins, investigadora do Departamento de Oceanografia e Pescas. Antes disso, pelas 15h30, terá lugar a cerimónia de inauguração das novas instalações do Departamento de Oceanografia e Pescas, resultantes da remodelação do antigo Hospital Walter Bensaúde.No mesmo local, pelas 16h30, as Universidades dos Açores e de Coimbra procedem à assinatura de uma adenda ao Protocolo ao Ciclo Básico de Medicina, que acresce a duração daquele curso para 3 anos, na Universidade açoriana.Aproveitando a ocasião, a Universidade organiza, no dia 8 de Janeiro, pelas 11h00, no Teatro Faialense, a cerimónia de outorga das insígnias de “Doutor Honoris Causa” ao Dr. Mário Ruivo, investigador na área das Ciências do Mar, que será apadrinhado pelo Doutor Mário Soares, Ex-Presidente da República e da Comissão Internacional Independente dos Oceanos.
(in Diário Insular)

Cheias em ribeiras podem ser prevenidas

As enxurradas e cheias nas ribeiras podem ser prevenidas. A posição é do especialista em hidrologia da Universidade dos Açores, José Carlos Fontes. O hidrologista avança já ter pedido por várias vezes apoios ao Governo Regional para montar estações que dão indicação da erosão do solo e escoamento superficial junto às linhas de água mais críticas, mas sem sucesso.“Estas estações, que chamo de agro- meteorológicas, porque nos dão indicações de clima e solo, não permitem prever propriamente as enxurradas mas podem ser determinantes para preveni-las. Colocadas a montante darão um sinal em tempo útil de que determinada zona se encontrará potencialmente em perigo”, afirma.José Carlos Fontes afirma ter já quatro estações desta natureza colocadas na Terceira, quatro para estudar situações que se prendem com a produção frutícola e três para o estudo da erosão do solo e escoamento superficial. “Pedi há algum tempo um subsídio para colocar outra na zona dos Regatos, em São Bartolomeu, para fazer um balanço hidrológico em zona de floresta, mas não foi atribuído até ao momento”.
Questão de limpezaMas José Carlos Fontes defende que mais importante do que prever enxurradas é evitá-las respeitando a natureza e mantendo as ribeiras limpas. De acordo com o investigador da Universidade dos Açores existem várias zonas em risco na Terceira, nomeadamente a Ribeirinha e a Ribeira do Texto, na freguesia do Porto Judeu.“As pessoas estão a tomar conta da secção da ribeira, fazendo a construção de canis, por exemplo”, avisa. Por outro lado, a limpeza é determinante, porque o facto de as ribeiras não estarem limpas cria atrito e diminui a velocidade a que a água corre. “Isso acaba por provocar um maior aumento do nível da água e as cheias”explica. São de evitar também “as pontes, improvisadas”, porque podem ficar detritos bloqueados que obstruem o leito.O especialista identifica vários factores de risco. “Podem surgir problemas quando se fazem alterações do coberto florestal, fazendo a mudança da floresta para pastagens, quando se impermeabilizam solos para fazer passar auto-estradas. Tudo isso muda o ciclo hidrológico e conduz a diferentes infiltrações”, revela.

(In Diário Insular)

domingo, dezembro 27, 2009

Mário Soares apadrinha doutoramento de Mário Ruivo

O ex-presidente da República Mário Soares vai apadrinhar a cerimónia de entrega das insígnias de Doutor Honoris Causa pela Universidade dos Açores (UAç) ao investigador Mário Ruivo, que decorre a 8 de Janeiro na Horta, ilha do Faial.
Segundo anunciou hoje a academia açoriana, a homenagem a Mário Ruivo pelo seu trabalho em defesa dos oceanos integra o programa do 34.º aniversário da UAç, que é assinalada no dia seguinte com a inauguração das novas instalações do Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores.
A academia açoriana diz que a entrada em funcionamento do novo equipamento, que resultou da remodelação do antigo Hospital Walter Bensaúde da Horta, «comprova o desenvolvimento incessante da universidade», confirmando a sua dimensão tripolar (distribuição de departamentos pelas ilhas de S. Miguel, Terceira e Faial).
No dia de aniversário a UAç assina também uma adenda ao acordo estabelecido com a Universidade de Coimbra para o funcionamento do curso de Medicina que implicará o alargamento de dois para três do número de anos em que a formação é assegurada nos Açores.
(in Diário Digital)

segunda-feira, dezembro 21, 2009

O rasgo e o risco

Tomaz Dentinho
É raro os políticos darem-nos presentes. De facto fazem política para gerirem os impostos que nos cobram mas quase sempre nos tiram mais do que nos dão; é isso que diz a teoria e é isso que se passa na prática. No entanto não há nada melhor do que a quadra de Natal para ter alguma esperança no seu rasgo criativo e no seu risco criador. É isso que todos esperamos da Cimeira de Copenhaga sobre o Aquecimento Global; rasgo para criar novas regras de política ambiental global e risco para a assumir. É esse mesmo rasgo que nós queremos ao nível da União Europeia e da NATO para resolver as questões em aberto na Palestina, em Israel, no Iraque, na Geórgia e no Afeganistão; e também a coragem do risco para ir e ser onde for preciso. É também essa criatividade e ousadia que exigimos para a política nacional e regional. Os políticos pensam que vivem para alcançar o poder e para aí se manterem. Todavia o que nós queremos deles é que tenham a liberdade para o rasgo e a coragem para o risco. Os cinzentos nem sequer têm nome.
E não é preciso ser muito criativo nem tremendamente corajoso para nos darem a todos bons presentes de Natal. Aqui vão algumas sugestões:
- Primeiro, mudem a lei eleitoral para criar um círculo extra que utilize os votos que não são usados nos círculos territoriais. O sistema já existe nos Açores, funciona, alarga a liberdade efectiva de voto aos cidadãos de todos os círculos e, sobretudo, termina devagarinho com a náusea sem imaginação e medrosa do Bloco Central.
- Segundo, comecem a fazer concessões do ensino secundário a entidades privadas e cooperativas com base em 60% do custo público de ensino por aluno. Os pais de todo o mundo estão dispostos a pagar a educação dos seus filhos, que agora são menos, apenas exigindo que seja uma boa educação. Com isso reduzem-se custos do orçamento de Estado, podem reduzir-se os impostos e melhora-se a educação.

- Terceiro, acabem com o vínculo à função pública nas Universidades e nos Hospitais; e reduzam os preços dos serviços regulados nos bancos, na energia, nos transportes e nas telecomunicações para os níveis internacionais. Só assim é que os empregados mais bem pagos do país das Universidades, Hospitais, Bancos, Empresas Públicas e Empresas Concessionadas passarão a ser mais competitivos melhorando a qualidade de serviço e o seu preço; também dando o exemplo que é coisa que vai faltando.

(In A União)

Boas Festas de Natal - 2009


O meu presépio de Natal,
Construído de mansinho,
Restaura o mundo real,
Em ponto pequenininho.

É uma aldeia sagrada,
Cheia de erva-patinha,
Junto à lareira plantada
Porque a quero quentinha.

Tem anjos, pastores, amigos,
Musgos, reis, divindade,
Modernices e sonhos antigos
Ancorados na vontade
De nunca os ver perdidos.

Os anjos cantam em coro,
Glória a Deus e Paz na Terra.
Nessa aldeia não há guerra,
Nem quero que haja choro,
Estão lá os meus amigos,
Os recentes e os antigos,
É nesse lugar que moro.

Porque o mundo não é assim,
Preciso em cada Natal,
De deformar o real,
Torná-lo simples, arrebatador,
Mágico, acolhedor,
Ausente de pranto e dor,
Para quando o acabar,
Com sublimidades como estas,
Possa a todos desejar:
Bom Natal ou Boas Festas.


(Félix Rodrigues in Desambientado)

sexta-feira, dezembro 18, 2009

Universidade dos Açores assinala 34º aniversário no pólo da Horta


No próximo dia 9 de Janeiro, a Universidade dos Açores comemora o seu 34º aniversário. O aniversário será comemorado na Horta, com uma Sessão Solene às 17h30, no Teatro Faialense, presidida pelo Reitor Avelino de Meneses, e em que a Oração de Sapiência, sobre o tema “A Influência da Oscilação do Atlântico Norte (OAN) na Variabilidade Climática Inter-Anual do Oceano Atlântico Nordeste”, estará a cargo de Ana Martins, investigadora do Departamento de Oceanografia e Pescas.Ainda no dia 9, pelas 15h30, terá lugar a cerimónia de inauguração das Novas Instalações do Departamento de Oceanografia e Pescas, resultantes da remodelação do antigo Hospital Walter Bensaúde. O acto é particularmente simbólico porque comprova o desenvolvimento incessante da Universidade dos Açores e confirma a tripolaridade como modelo de organização universitária mais adequado à realidade arquipelágica.Pelas 16h30, no mesmo local, as Universidades dos Açores e de Coimbra procederão à asssinatura de uma adenda ao protocolo do Ciclo Básico de Medicina, que acresce a duração daquele curso para 3 anos na universidade açoriana.Aproveitando as comemorações deste 34º aniversário, a Universidade dos Açores organizará, no dia 8 de Janeiro, pelas 11h00, no Teatro Faialense, a cerimónia de outorga das insígnias de Doutor Honoris Causa a Mário Ruivo, reputado investigador na área das Ciências do Mar, que será apadrinhado por Mário Soares, ex-Presidente da República Portuguesa e da Comissão Internacional Independente dos Oceanos.Realizar-se-á ainda uma reunião plenária do Conselho de Reitores das Universidade Portuguesas, que decorrerá na sala de reuniões do Hotel do Canal, pelas 15h00 do dia 8 de Janeiro.
(in Diário Insular)

quinta-feira, dezembro 17, 2009

Má limpeza da ribeira não explica a catástrofe


Félix Rodrigues

Como se pode caracterizar o fenómeno natural que ocorreu na madrugada de terça-feira na costa Norte da ilha Terceira?

Tratou-se de um evento meteorológico de precipitação extrema, apesar de popularmente ter outra designação, “tromba de água”. Cientificamente não se trata de uma tromba de água pois esta é um fenómeno meteorológico semelhante ao que origina os tornados, que se formam sobre o mar ou sobre massas de águas interiores de grande extensão. Apesar de ser possível a formação de uma tromba de água à nossa latitude, esta consiste na formação de um vórtice intenso, visível sob a forma de uma nuvem colunar, em forma de funil estreito, que gira rapidamente em torno de si mesma, ligando a superfície da água à base de uma nuvem.Apesar da definição popular nos Açores dada a “tromba de água” para equivaler a evento extremo, do ponto de vista científico o assunto é mais complexo, apesar de o fenómeno de precipitação intensa e o fenómeno “tromba de água” terem estruturas similares. O processo de formação de um e outro fenómeno e as consequências que lhe estão associados são substancialmente diferentes.

Para além das causas naturais, que outro tipo de situações podem ter contribuído para que que os estragos fossem elevados?

Investigações recentes revelam que as mudanças climáticas influenciarão os padrões de precipitação, mas o aumento de precipitações extremas não ocorrerá uniformemente em todo o mundo. No caso em questão, não há dados suficientes para garantir que é uma consequência das alterações globais, ademais porque existem registos históricos que demonstram que tal tipo de eventos já ocorreram na mesma freguesia.Relatos de algumas pessoas que viveram essa terrível experiência apontam para entupimento da ribeira por detritos de origem vegetal, nomeadamente troncos de árvores, mas que do meu ponto de vista, não é suficiente para justificar o nível que a água atingiu no interior das habitações. Paralelamente, houve uma alteração do uso do solo na envolvente da freguesia da Agualva, o que também contribui para um aumento da escorrência superficial, mas também não explica capazmente o ocorrido.Tudo indica que o fenómeno de precipitação extrema da passada terça-feira foi mais intenso do que o verificado há cerca de cinco décadas atrás.

Quais as medidas de natureza ambiental que são necessárias tomar para minimizar as situações de potencial perigo que existem na Ribeira da Agualva?

A construção de habitações no leito de cheio de uma ribeira, especialmente aquelas de regime torrencial, como é o caso das ribeiras da Agualva, tem sempre riscos acrescidos. Uma das soluções passa pelo não licenciamento de construções nas margens de ribeiras, bem como pela regularização do seu leito. Dada a intensa precipitação verificada na noite de terça-feira na Costa Norte, esta última solução não teria sido eficaz e a primeira tem contornos históricos difíceis de sanar, pois algumas das habitações afectadas são muito antigas.

(In Diário Insular)

quarta-feira, dezembro 16, 2009

Estamos devidamente preparados para as catástrofes naturais?


A madruga de terça-feira acordou a ilha Terceira com fortes chuvadas, inundações, pessoas desalojadas e danos avultados. Os serviços oficiais tentaram dar uma resposta rápida ao caos que se vivia. É nestes momentos que a prontidão e resposta eficaz dos meios é colocada em questão. Os açorianos têm uma relação relativamente próxima com as catástrofes naturais.
No Estação de serviço de Serviço de ontem, tentou-se perceber se os mecanismos necessários de resposta a estas situações funcionam correctamente. O que ainda pode ser feito para minimizar os prejuízos nestes episódios?
O jornalista Victor Alves recebeu nos estúdios de Angra do Heroísmo o Professor Universitário Félix Rodrigues, para ajudar a perceber o que está a ser feito e o que ainda se pode fazer.

(in RTP - Açores Foto-Diário Insular)

Precipitação na Terceira chegou aos 117 litros por metro quadrado

A chuva que provocou a destruição e inundações nas freguesias da Agualva, Vila Nova, Quatro Ribeiras, Lajes e Santa Cruz teve origem em nuvens de grande desenvolvimento vertical (cumulus-nimbus), formadas na depressão que afecta o arquipélago dos Açores.Estas nuvens – que originam chuvas de grande intensidade – provocaram seis horas de chuva intensa, adiantou, ontem, o Instituto de Meteorologia (IM).Segundo a meteorologista Rita Mota, entre as duas e as oito da manhã foi registada uma precipitação de 117 litros por metro quadrado. Ou seja, no espaço de seis horas, sobre um quadrado de terra com um metro por um metro de lado foi despejado liquido equivalente ao conteúdo de mais de duas bilhas de leite.Em duas horas, a precipitação foi de 62 litros por metros quadrado, apurou DI.Segundo Félix Rodrigues, da Universidade dos Açores, o terreno, perante esta quantidade anormal de água, perdeu a capacidade de absorção, potenciando a escorrência superficial da água.Durante a madrugada, além da forte chuva, na costa Norte da ilha Terceira registaram-se também relâmpagos, trovoada e granizo.“O que se passou na Terceira foi um fenómeno que se formou ali naquela zona e praticamente localizado, nem sequer afectou toda a ilha, foi mais a zona Norte que foi afectada”, salientou o meteorologista Carlos Ramalho.
MAU TEMPO
Segundo o IM, o arquipélago dos Açores “está sob a influência de uma depressão, pelo que a instabilidade é muito forte, podendo ocorrer aguaceiros fortes e trovoadas em qualquer uma das nove ilhas açorianas” até amanhã.Os meteorologistas admitem a melhoria do tempo na sexta-feira. Mas, no sábado, as previsões apontam para o regresso da chuva ao arquipélago, devido a um sistema frontal.O Instituto de Meteorologia (IM) colocou sob aviso amarelo todo o arquipélago dos Açores devido à previsão de chuva e vento forte.Ao final da tarde de ontem, a Protecção Civil indicava que estava previsto manter a Região em alerta laranja até à uma da manhã desta madrugada, altura em que seria feito nova avaliação.
VOOS CANCELADOS
Na manhã de ontem, devido ao mau tempo, a SATA cancelou dois voos entre a Terceira e São Jorge.Segundo o porta-voz da companhia aérea açoriana, estes cancelamentos afectaram 47 passageirosJosé Gamboa, contudo, revelava na altura que a transportadora previa transportar os passageiros dos dois voos cancelados entre a Terceira e S. Jorge até ao final de ontem.

(In Diário Insular)

terça-feira, dezembro 15, 2009

Música de Natal perde carácter religioso

A música de Natal festiva e de carácter social é um fenómeno recente que se opõe às composições de cunho celebrativo e litúrgico do mistério divino características de outros tempos. Esta foi uma das ideias focadas por Duarte Rosa, mentor da Capela e Orquestra Catedralícia da Sé de Angra e vogal da Comissão Diocesana de Liturgia e Música Sacra, numa palestra proferida no passado dia 12 em Angra do Heroísmo sobre o tema “Músicas de Natal eruditas e populares ao longo da história”. “As músicas de carácter festivo, isto é, todas as que não têm um cunho litúrgico como os Christmas Carols, surgem com pujança no século XIX. Claro que as outras, que falam do Pai Natal, são já do século XX”, referiu Duarte Rosa.“Antes disso, a música tinha como objectivo principal a celebração das actividades religiosas”, disse.A palestra pretendeu mostrar como “como o mistério da Encarnação Divina inspirou os compositores das diferentes épocas e estilos”.“Referi-me sobretudo à música erudita, porque há ainda um grande desconhecimento ao nível da música popular”.A esse respeito, mencionou também que não conhece nos Açores nenhuma recolha de músicas de Natal populares.Duarte Rosa, chamou assim a atenção para “a exigência de um estudo e séria investigação decorrentes das características da música popular que se autonomiza dentro do país dadas as diferenças de espaço físico, social e psicológico das diversas regiões portuguesas”. “Também pretendi explicar, na apresentação, que a música de Natal não constitui um género independente, como a ópera ou a cantata”, continua.Duarte Gonçalves-Rosa sintetizou, assim, as linhas mestras de cada época, estilo e compositor, ilustrando com excertos musicais.Neste sentido, começou pelos alvores da música cristã, referiu a música tradicional bizantina associada ao cântico sagrado medieval das igrejas cristãs, passou pelo Canto Gregoriano, pela Polifonia Renascentista, pelo Barroco, Classicismo, Romantismo, tendo terminado na Modernidade com a Cantata de Natal de Honegger. Esta conferência veio terminar o ciclo de palestras natalícias que incidiram sobre temas como “A Estrela de Belém: Cometa, Alinhamento de Planetas ou Supernova?”, “A Natividade na Expressão Plástica”, “O Natal de Antigamente” e “Aula Aberta proferida pelo Reitor da UAç comemorativa dos 475 anos da Diocese de Angra”.
(in Diário Insular)

sexta-feira, dezembro 11, 2009

Exposição de presépios "O Menino Mija"


Decorre uma mostra de presépios denominada “O Menino Mija”, construídos por Centros da Terceira Idade do Concelho de Angra do Heroísmo até 31 de Dezembro, no Museu de Angra do Heroísmo. Na Estufa do Jardim Público de Angra do Heroísmo também está exposto um presépio com as espécies utilizadas, identificadas por docentes do Departamento de Ciências Agrárias.
Esta é mais uma iniciativa da CulturAngra, integrada na programação natalícia de 2009 com a colaboração daquele Museu e dos centros de Convívio dos Altares, Posto Santo, Ladeira Grande, Serreta, Ribeirinha e Santa Bárbara.
Paralelamente, e fazendo jus ao termo popular “O Nosso Menino mija”, podem provar-se licores variados e doçaria tradicional, podendo, deste modo, ajudar os centros de convívio da terceira idade do Concelho.
De acordo com nota informativa da Culturangra, que faz uma abordagem ao presépio tradicional da ilha, os presépios terceirenses, além de beberem da tradição portuguesa, que provavelmente se iniciou com Machado de Castro, reproduzem esteticamente as nossas freguesias rurais, como uma Aldeia Sagrada onde o Menino-Deus nasce.
A recriação do nascimento de Jesus mistura-se com cenas do quotidiano da vida do campo como também da vida religiosa. No Presépio, a Sagrada Família está sempre presente num ambiente modesto, onde a simplicidade se mistura com a magia dos contos de fadas, de castelos, igrejas, reis e pastores.
O Presépio tradicional terceirense é o lugar de todos os tempos: do início da Era Cristã, pelos trajes dos Magos, de Nossa Senhora e São José; da idade Média, pelos castelos, distribuição das casas e tarefas campesinas; da época dos desbravamentos e descobertas, pela arquitectura das casinhas e igrejas; do Século XVIII e XIX, pelos trajes populares relacionados com o folclore de algumas regiões do país, e produção da laranja; de meados do século XX com as tradições populares e da produção de trigo e festas religiosas e tradicionais.
O Presépio terceirense é também o lugar da biodiversidade das ilhas: dos musgos, fetos, e musgões; do cedro do mato, das “Lágrimas de Nossa Senhora”, da erva-patinha, da vassoura, da rapa e tamujo.
Para além disso, o presépio terceirense traduz a geodiversidade da ilha nas escórias vulcânicas, nas lavas encordoadas e nas grutas alargadas assim como também é o lugar de todas as correntes artísticas, como o barroco popular, o naif das galinhas e peças do presépio, com uma sinceridade pouco encravada pelas convenções, e a arte e ilusão.
O presépio terceirense utiliza uma miscelânea de materiais: as peças de barro de vários artistas, locais e continentais; as peças de cerâmica chinesas da actualidade; a marfinite das recordações de viagens e o plástico dos toiros, cisnes e patinhos.
O presépio terceirense é uma história por contar, uma obra para olhar. Podemos vê-lo com desdém ou com admiração. Se não fazemos parte desse presépio não o percebemos, se o valorizamos é porque temos memórias de criança.

(in A União)

O jogo interessante do aquecimento global

Tomaz Dentinho
Realizou-se em Copenhaga a Cimeira Internacional sobre Aquecimento Global com o objectivo de renovar e melhorar o Protocolo de Kyoto e estabelecer quotas e direitos transaccionáveis nas emissões de gazes com efeito de estufa.
Não é preciso dar relevância à reunião e ao problema uma vez que é um tema correcto e apregoado por jornalistas, cientistas, políticos e até empresas. Até parece que os criminosos do ambiente passaram a ser os seus polícias e juízes. No entanto pode parecer interessante explicitar três possíveis novidades.A primeira novidade apareceu no Economist de 5 de Dezembro. De acordo com aquela reputada revista “O problema não é a falta de tecnologias, que podem ser mobilizadas apenas com 1% do Produto Global, embora a salvação do sistema bancário tenha custado na recente crise 5% desse mesmo produto. O problema está na forma como distribuímos aquele custo adicional de 1% do Produto Global”. É essa distribuição que se discute em Copenhaga mais uma vez através de uma acordo sobre a afectação de cortes de emissões e a forma de distribuir os custos desses cortes nas emissões.A segunda novidade, sabiamente anunciada dias antes da Cimeira, é que as projecções sobre o aquecimento global podem estar erradas, não porque os modelos de análise sejam maus mas porque os próprios dados terão sido forjados para que o Homem fosse o grande culpado de um pretenso processo de aquecimento global. Acho que a denúncia é irrelevante. Por um lado porque o aquecimento global faz parte de uma “Realidade III de Popper” que, mesmo que não exista, suscita reacções como se existisse. Por outro lado porque essas reacções são em si mesmo benéficas, como a melhoria das soluções energéticas, uma maior conservação da biodiversidade, mais racionalidade nos transportes, edifícios e cidades e, sobretudo, mais sentido de vida em comum entre os humanos.A terceira novidade é que os Açores são contribuintes líquidos para o sequestro de carbono e se não estivéssemos do lado do mundo desenvolvido teríamos possibilidade de vender esses direitos de emissões. Não sei porque é que as Autoridades Regionais ainda não se lembraram deste factor de captação de receitas que é muito mais palpável e efectivo em termos de protecção do ambiente e da sustentabilidade do que os apregoados custos de insularidade que, para nós que escolhemos cá viver, são claramente benefícios.
(In A União)

terça-feira, dezembro 08, 2009

Presépios açorianos são forma de arte popular


Os presépios açorianos são uma forma de arte popular e uma das mais “genuínas e ricas” homenagens à Natividade e ao menino Jesus prestadas pelo povo do arquipélago. A opinião é do artista plástico, José Nuno da Câmara Pereira, que proferiu, sábado, no Pavilhão Multiusos Luís Bretão, a palestra “A representação da Natividade na arte ao longo dos tempos”.Esta palestra foi uma das actividades desenvolvidas pela Culturangra nesta quadra Natalícia de 2009 com o tema “Viva a Magia do Natal”.A DI, José Nuno da Câmara Pereira explicou que os presépios portugueses, organizados da forma que hoje conhecemos, são em grande parte uma interpretação dos criados pelo grande escultor do século XVIII, Machado de Castro. “Os presépios são uma forma de arte popular que não pode ser comparada, é claro, com a arte de grande prestígio, como a criada por Miguel Ângelo ou Rafael. No entanto, há uma figura muito importante que é Machado de Castro, grande escultor que fez muitos presépios marcadamente barrocos para várias instituições. Esses presépios eram uma aproximação à escultórica de pequeno formato. Sendo um artista muito conceituado, acabou por influenciar em muito o que conhecemos hoje como presépio português”, explica.O presépio é também uma expressão da criatividade do povo e tem uma relação estreita com a vida rural. “Nos presépios da nossa infância e ainda nos de hoje usa-se os musgos, as gravilhas, há essa ligação com a vida do campo, algo que é muito marcante aqui nos Açores e também em várias zonas de Portugal Continental”, afirma.
Arte de Natal
Mas a arte natalícia não se resume aos presépios, fazendo parte sobretudo da expressão artística mais erudita. São exemplos obras como a representação da Natividade em iluminuras, por exemplo as realizadas por monges do século XV, no “Hours of the Virgin”: A Natividade, a adoração de Cristo menino por Maria e S. José, do chamado “Livro de Horas de Besançon”, datado de 1445. Outro exemplo passa pelas obras de artistas como Fra Angelico, Botticelli, Leonardo, Rafael, Antoon van Dyck, que retrataram Nossa Senhora com o Menino.
Estrela ou cometa?
“A Estrela de Belém: Cometa, Alinhamento de planetas, Nova ou Supernova?” foi o tema de outra palestra promovida pela CulturAngra, dada na sexta-feira por Miguel Ferreira, do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores.De acordo com nota da empresa municipal, Miguel Ferreira iniciou a palestra com a apresentação da “Adoração dos Reis Magos”, do pintor Giotto di Bondone (1267-1337), onde a Estrela de Belém é representada como um cometa. Giotto testemunhou o aparecimento do Cometa Halley em 1301, pensando-se hoje que a representação que faz da Estrela de Belém é a do Cometa Halley que ele próprio observou. No entanto, a hipótese de a estrela de Belém ser um cometa foi rejeitada, visto que os cometas permanecem visíveis a olho nu durante semanas no céu, antes do amanhecer ou a seguir ao pôr-do-sol, sendo difícil um cometa guiar os Reis Magos.“O Cometa Halley, observado pela última vez no início de 1986, também iluminou o céu de Agosto a Setembro do ano 11 Antes de Cristo, sendo impossível que este cometa brilhante tenha aparecido aquando do nascimento de Cristo. Também é improvável que outro grande cometa tenha aparecido no tempo da ‘Estrela de Belém’ e nunca tenha sido registado”, prossegue a nota.Miguel Ferreira avançou ainda que não há registo de nenhuma Nova, Supernova ou Hipernova à época do nascimento de Cristo. Isto quando os chineses deixaram registos e anotações precisas de cometas, meteoros e meteoritos desde 700 A.C. Assim, seria estranho que não tivessem registado um novo astro. “O alinhamento de planetas pode provocar o aumento aparente do brilho de dois astros, que possam ser confundidos com uma estrela por gente pouco entendida na arte de estudar os céus, mas tal fenómeno seria facilmente detectado por astrónomos, como eram os Magos”, concluiu-se.Miguel Ferreira adiantou que a Estrela de Belém, que reza a história terá guiado os Reis Magos até ao menino Jesus, não tem uma “explicação física”, sendo uma metáfora, ou então, à luz da fé, um fenómeno metafísico.

(in Diário Insular)

sábado, dezembro 05, 2009

Palestra: A Estrela de Belém: Cometa, Alinhamento de planetas, Nova ou Supernova?

Realizou-se no Pavilhão Multiusos Luís Bretão, no dia 4 de Dezembro, a palestra “A Estrela de Belém: Cometa, Alinhamento de planetas, Nova ou Supernova?”, proferida pelo Professor Doutor Miguel Ferreira do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores.
Esta palestra integra-se nas actividades desenvolvidas pela Culturangra nesta quadra Natalícia de 2009 com o tema “Viva a Magia do Natal”.
Miguel Ferreira iniciou a palestra com a apresentação da “Adoração dos Reis Magos”, do pintor Giotto di Bondone (1267-1337), onde a Estrela de Belém é representada como um cometa. O próprio Giotto testemunhou o aparecimento do Cometa Halley em 1301, julgando-se que a representação que faz da Estrela de Belém é a do Cometa Halley que ele próprio observou.


A possibilidade da Estrela de Belém ter sido um cometa brilhante foi discutida e posteriormente rejeitada, pois os cometas permanecem visíveis a olho nu durante semanas no céu, antes do amanhecer ou a seguir ao pôr-do-Sol. Seria difícil um cometa guiar os Magos (Sábios, astrónomos ou astrólogos). O Cometa Halley, observado pela última vez no início de 1986, também iluminou o céu de Agosto a Setembro do ano 11 Antes de Cristo, sendo impossível que este cometa brilhante tenha aparecido aquando do nascimento de Cristo. Também é improvável que outro grande cometa tenha aparecido no tempo da “Estrela de Belém” e nunca tenha sido registado. Mais curioso é o facto de o Rei Herodes ter chamado os Magos para lhe dizerem, conforme o descrito no Evangelhos de São Lucas, que objecto celeste era aquele que seguiam? Se fosse um cometa ou uma estrela muito brilhante toda a gente a veria. Ora o evangelho diz apenas que os Magos vieram do Oriente.
A fonte do evangelho mais antiga que se conhece é a grega. O historiador grego Heródoto de Halicarnasso (séc.V), deixou escrito que «magos» (no texto grego a palavra referida é magoi e vem no plural) era o nome dado a uma casta de sacerdotes eruditos que estudavam os livros sagrados e observavam os céus e que viviam na região de Média, na Pérsia, que é hoje o Irão. Grande parte da Pérsia seguia a religião zoroastriana, fundada por Zaratustra há mais de 3500 anos. Esta religião tinha tradições messiânicas e seguia ideias de dualismo moral, como o céu e o inferno, semelhantes às da religião judaica, pelo que algumas teorias apontam para que os Magos tenham sido uma espécie de sacerdotes astrólogos, seguidores do zoroastrismo.
Os Romanos, ao assinalar a morte do General Romano Agripa, refeririram a aparição do cometa Halley no ano 11 AC. Sendo assim, os cometas eram vistos como um sinal celeste errado para assinalar o nascimento de um rei. A Estrela de Belém dificilmente seria um cometa.
Não há registo de nenhuma Nova, Supernova ou Hipernova à época do nascimento de Cristo. Vários séculos antes de Cristo, os chineses sabiam a duração do ano e usavam um calendário de 365 dias. Esta civilização deixou registos e anotações precisas de cometas, meteoros e meteoritos desde 700 A.C. Seria estranho que não tivessem registado uma nova estrela Brilhante no Céu.
O alinhamento de planetas pode provocar o aumento aparente do brilho de dois astros, que possam ser confundidos com uma estrela por gente pouco entendida na arte de estudar os céus, mas tal fenómeno seria facilmente detectado por astrónomos, como eram os Magos.
A Estrela de Belém, não tem uma explicação física. Ou é uma metáfora, ou então, à luz da fé, um fenómeno metafísico.

Ataque com calor é a nova esperança contra as térmitas

O combate às térmitas com recurso à temperatura vai ser testada em Angra do Heroísmo no primeiro trimestre de 2010, anunciou, ontem à tarde, a presidente da Câmara Municipal.Andreia Cardoso, que falava aos jornalistas no final de uma reunião com a secretária regional do Trabalho, adiantou que o teste será realizado num edifício público (o edifício onde está instalada a secretaria regional da Educação é, neste momento, o principal candidato), com o objectivo de apurar se essa tecnologia poderá ser aplicada ao resto da cidade e do arquipélago.“As empresas austríacas e americanas que, actualmente, trabalham com esta tecnologia – e que já estiveram em Angra – vão realizar esse teste. Depois, se for possível a sua utilização, será feita uma patente e será dada formação a empresas açorianas para que possam prosseguir com esse tipo de tratamento. Neste encontro ficou assente a celebração de um protocolo entre a Câmara de Angra e o Governo Regional para a realização desses testes”, especificou a autarca.Segundo a secretária regional da Habitação, esse tipo de tratamento (que recorre à temperatura e à humidade para matar as térmitas no interior de uma habitação, ou de parte dela), caso venha a ser viável no arquipélago, será alvo de apoios por parte do Governo Regional dos Açores.“Neste momento, está a ser alterada a legislação em vigor sobre os apoios aos proprietários de imóveis infestados com térmitas. Esses apoios vão ser estendidos a esta tecnologia. Além disso, vão ser alargados os beneficiários dessas ajudas. Até aqui, os apoios eram dados em função da situação financeira das famílias. Mas a nossa intenção é alargá-los, considerando que as térmitas são uma praga”, explicou Ana Paula Marques.Segundo Paulo Borges, da Universidade dos Açores, nos Estados Unidos da América já foram tratadas oito milhões de casa com recurso à temperatura.“Os especialistas americanos e austríacos nessa tecnologia que estiveram cá assumem que ela pode ser replicada em Angra. Mas é necessário testá-la, porque as madeiras que usamos são diferentes, por exemplo. Mas, até aqui, assume-se que um tratamento com a tecnologia americana pode custar mil euros e que a austríaca (mais vocacionada para edifícios mais problemáticos, caso de museus, por exemplo) pode custar o dobro desse valor”, explicou o cientista.“Além disso, ficou assente que a Universidade dos Açores ficará responsável pela monitorização desses tratamentos e da evolução da praga no arquipélago”, anunciou Paulo Borges.Ana Paula Marques adiantou ainda que em breve vai iniciar-se uma mega-campanha de sensibilização sobre as térmitas no arquipélago.“É fundamental que as pessoas conhecem em profundidade este problema. Através do conhecimento será possível pedirem ajuda e encontrarem respostas para as situações que vivem”, adiantou a responsável.Relativamente ao problema em Angra do Heroísmo, quer Andreia Cardoso quer Ana Paula Marques reconheceram que a sua dimensão é muito preocupante e assumiram que a legislação em vigor sobre o centro histórico da cidade poderá vir a ser alterada.“Há situações em que a qualidade de vida e a segurança dos habitantes de Angra exigem que as regras impostas a quem vive nesta zona classificada sejam modificadas. Por exemplo, poderá ser permitido o recurso a perfis de metal em vez de madeira”, argumentou a secretária regional da Habitação.Na última semana, a autarquia apresentou um estudo que prova que a maior parte do centro de Angra está gravemente infestada de térmitas.
(in Diário Insular)

sexta-feira, dezembro 04, 2009

Chineses portugueses

Tomaz Dentinho
Tenho que vos falar. Sobre imigração, claro está. Foi com imigrantes dos Açores que convivi quando estive há quinze dias em São Francisco e em São José na Califórnia, foi sobre imigração que reflectimos no 4º Workshop da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Regional que organizámos no Porto há doze dias, foi sobre cidadania e exclusão que debatemos no Encontro sobre Cidadania e Coesão Social promovido há onze dias em Ponta Delgada pelo Centro de Estudos de Economia Solidária do Atlântico, foi finalmente sobre imigrantes chineses que discutimos no painel sobre o Estado da Região televisionado na passada quinta feira.
Se bem se lembram a discussão começou quando alguém do público acusou os chineses da crise económica que afecta a todos, mas mais uns do que outros. Respondi de forma um pouco brusca que não concordava, que está provado que os imigrantes provocam crescimento e reduzem os efeitos da crise e que os sentimentos contra os imigrantes, para além de não serem coerentes num país de emigrantes, são também a semente da exclusão social - criada na proximidade ou estimulada à distância – e, para além do mais, uma das razões que justificam o apoio popular para guerras e conflitos.

Um dos meus colegas defendeu e bem a pessoa com quem eu tinha sido brusco. Soube mais tarde que a pergunta do público não era inócua uma vez que existem processos de licenciamentos de estabelecimentos chineses que podem ser postos em causa por antipatias irracionais face ao que nos é estranho. Com brusquidão e entendimento o facto não nos pode passar indiferente! Digam-me lá: Apoiamos os investimentos chineses nos Açores e estimulamos as relações com esses empresários globais para exportarmos produtos açorianos para a China? Ou fechamo-nos em copas e aceitemos que comerciantes menos eficientes combinem preços mais caros para todos nós? Provavelmente muitos de vós preferem a segunda solução mas é nesta pequena - grande escolha que reside a opção entre a dependência e o desenvolvimento dos Açores. Só é desenvolvido quem quer só que, quando não quer, prejudica muitos, até os chineses portugueses que estão por cá.

Apresentação do Centro Regional de Peritos em Desenvolvimento Sustentável nos Açores (RCE-AÇORES) e lançamento de livro

Terá lugar, no próximo dia 7 de Dezembro, pelas 19h30, no Anfiteatro do Complexo Pedagógico do campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores, a apresentação do “Centro Regional de Peritos em Desenvolvimento Sustentável nos Açores (RCE-Açores)” que foi recentemente aprovado pelo Comité Ubuntu (Nações Unidas). O projecto de criação do centro, submetido pela equipa do Grupo da Biodiversidade da Universidade dos Açores, foi um dos oito aprovados, num conjunto 23 candidaturas submetidas ao Comité Ubuntu, que reconheceu na proposta uma compreensão excelente dos princípios do Desenvolvimento Sustentável e do espírito dos restantes Centros Regionais de Peritos.

O agora formado RCE-AÇORES tem como missão apoiar uma rede de organizações e indivíduos comprometidos com a educação para o desenvolvimento regional sustentável, dentro e entre as várias ilhas do arquipélago dos Açores, visando criar mecanismos que permitam a participação efectiva da sociedade civil neste esforço, apoiando projectos que permitam aos cidadãos reflectirem sobre as suas relações com o ambiente natural e social e procurando disseminar o seu conhecimento e experiência de sustentabilidade a todos os sectores da população.

Este sucesso não teria sido possível sem a colaboração das instituições parceiras: Ecoteca da Ilha Terceira, Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, Câmara Municipal da Praia da Vitória, Gabinete de Promoção Ambiental dos Açores, Museu de Angra do Heroísmo, Os Montanheiros, Gê-Questa, Associação das Mulheres de Pescadores e Armadores da Ilha Terceira, Ilhas em Rede - Associação de Mulheres na Pesca nos Açores, Associação para a Defesa do Património Marítimo dos Açores, Escola Secundária Jerónimo Emiliano de Andrade, Rede de Eco-Escolas dos Açores e BioAzorica.

A ocasião servirá igualmente para o lançamento da obra Predicting extinctions on oceanic islands: arthropods and bryophytes. de Borges P.A.V. & Gabriel, R.G. (2009), que resulta do Prémio BES – Biodiversidade (Menção Honrosa) que os autores, em representação do Grupo da Biodiversidade dos Açores (CITA-A), receberam em 2008 com o projecto “Predicting extinctions on oceanic islands: The Azorean paradigm”.

O prémio BES e a aprovação do RCE-Açores vieram em muito prestigiar o trabalho de investigação do Grupo de Biodiversidade da Universidade dos Açores.

O evento estará aberto a todos os interessados.

quinta-feira, dezembro 03, 2009

A Estrela de Belém: A perspectiva da Astronomia


Realizar-se-á amanhã, 4 de Dezembro, pelas 21:00H uma conferência proferida pelo Professor Miguel Ferreira do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, sobre “A Estrela de Belém: A perspectiva da Astronomia”, no Pavilhão Multi-usos (Bowling) em Angra do Heroísmo.
Na tradição cristã os reis magos deslocaram-se a Belém para adorar o recém-nascido Jesus, tendo sido guiados por uma nova estrela.
Haverá uma explicação científica para o aparecimento de uma "nova estrela" nesta época? Ou devemos interpretar estes relatos de forma metafórica?
Nesta apresentação irá ser aprofundada uma pouco esta questão, até onde a ciência nos permitir ir.

Projecto “Limpar Portugal”


O Projecto Limpar Portugal é um movimento de cidadãos voluntários que tem como objectivo a limpeza das lixeiras ilegais existentes na floresta e zonas ribeirinhas Portuguesas, no dia 20 de Março de 2010 e, através do sucesso desta iniciativa, promover uma sensibilização para fomentar comportamentos ambientalmente sustentáveis. O grupo “Limpar Portugal da Terceira” conta com a ajuda de voluntários para esta iniciativa. A página oficial, com toda a informação e onde se pode proceder ao registo de voluntário, é a seguinte: http://limparportugal.ning.com/

Sendo fundamentalmente uma iniciativa de educação ambiental e sendo forte esta vertente em termos de formação académica e pessoal duma instituição universitária como a nossa apelamos à participação de todos nesta iniciativa.

Este grupo está disponível para qualquer esclarecimento. Para qualquer questão escrever para cmendes@uac.pt ou cmelos@uac.pt ou ligar para: 911705818/964343563.

TESTES ARRANCAM ATÉ MARÇO Tratamento térmico no combate às térmitas

O tratamento térmico no combate às térmitas – em que é lançado nos espaços infectados ar quente a temperaturas de 50 graus e humidade – representa a nova aposta da autarquia angrense e do Governo Regional para reduzir a propagação da infestação.
A assinatura de um protocolo entre a edilidade e o Executivo vai financiar, em 160 mil euros, os primeiros testes que decorrerão ao longo do primeiro trimestre do próximo ano.

O método, desenvolvido por austríacos e norte-americanos, consiste no lançamento de ar quente a temperaturas de 50 graus, bem como de humidade, nos espaços infectados com térmitas e representa a nova aposta da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo e do Governo Regional para inverter a propagação crescente da praga no concelho.
Ontem à tarde, após uma reunião que juntou a presidente da autarquia, Andreia Cardoso, a secretária regional do Trabalho e Solidariedade Social, Ana Paula Marques e coordenador do Grupo de Biodiversidade do Departamento de Ciências Agrárias, Paulo Borges, foi anunciada a celebração de um protocolo que financiará, em 160 mil euros, testes experimentais num edifício público do centro histórico de Angra ao longo do primeiro trimestre de 2010.
Comprovar a eficácia desta tecnologia baseada em altas temperaturas no extermínio das térmitas e posteriormente disseminar a técnica junto das habitações afectadas é o objectivo do apoio financeiro.
O projecto vai envolver duas empresas especializadas na matéria, uma norte-americana e outra austríaca e, caso se revele eficaz a sua aplicação, o Governo Regional compromete-se, segundo Ana Paula Marques, a “comprar a patente” com o objectivo de fornecer formação não só às empresas do sector, mas a todos os agentes que lidem com a problemática, como arquitectos, engenheiros, entre outros.
Uma vez que infestação de térmitas já está comprovadamente instalada noutras ilhas, a escolha de Angra do Heroísmo para a realização dos primeiros testes, justificou Ana Paula Marques, está relacionada com o avançado estado de monitorização da praga nesta cidade.
Em termos de custos, informou Paulo Borges, este tratamento térmico poderá representar, no futuro, um gasto na ordem dos mil euros para os cidadãos com habitações infestadas.

Mega-campanha anti-térmitas

A secretária regional anunciou ainda a implementação de uma “mega-campanha” de divulgação de medidas preventivas sobre as térmitas junto dos órgãos de comunicação social das ilhas já cadastradas, segundo o levantamento da situação efectuado pela Universidade dos Açores, com o problema.
A campanha de sensibilização e informação às populações vai ser feita anda por “direct mail”, revelou a governante.
Ana Paula Marques relembrou ainda as alterações que o Executivo está a preparar em relação ao programa de apoios para a erradicação da praga em habitações particulares.
“Será mais abrangente”, disse, adiantando que, os beneficiários serão avaliados pela gravidade da situação e não pelas carências económicas das famílias afectadas.
“Os apoios serão substancialmente alargados”, reforçou a titular, acrescentando que os insecticidas, por exemplo, “poderão ser objecto de apoio”.
A certificação dos edifícios “livres de térmitas” é outros dos requisitos que a nova legislação, referenciou, vai igualmente acautelar.
Porque se trata de uma praga que lida directamente com a questão da gestão dos resíduos das madeiras infectadas, Ana Paula Marques revelou ter já agendadas reuniões com as câmaras do
Comércio e com a Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOP) para sensibilizar o sector.


Térmitas poderão alterar legislação do centro histórico

A secretária regional do Trabalho e Solidariedade Social reconheceu a necessidade de se alterar a legislação que regula a cidade património mundial de Angra do Heroísmo, no tocante à permissão de outros materiais, além da madeira, como estruturas à base de metal, devido à propagação das térmitas.
“Se for necessário mudar a legislação, assim o faremos”, disse Ana Paula Marques, adiantando que a opção do Governo será aquela que “for melhor para a segurança dos cidadãos”.
“Não sinto que os grandes centros históricos tenham perdido com o uso de estruturas de metal”, disse a governante.
Embora sem conseguir contabilizar financeiramente os estragos resultantes das térmitas nas habitações da Região, a responsável refere-se trata-se de uma praga “que tem causado muitos prejuízos”, afectando tanto o património privado como o público.
(in Humberta Augusto (texto e fotos) em A União)