quarta-feira, junho 03, 2009

Portugal é país de Ciência e Tecnologia modernas

Portugal é o país convidado de honra da quinta edição do «Salão Europeu de I&D» (Salon Européen de la Recherche & de l’Innovation – SERI), que decorrerá a partir de amanhã (e até sábado) na Porte de Versaille, em Paris, às 10h, com a presença do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, José Mariano Gago. O certame, patente ao longo de três dias, no pavilhão cinco, abre com um importante debate subordinado ao tema «Investigação e Desenvolvimento perante o desafio da recuperação económica», que reúne responsáveis políticos, investigadores e empresários. Na qualidade de país convidado de honra, Portugal apresenta-se neste evento com duas conferências e um stand institucional de cariz inovador, que disponibiliza informação sobre a evolução da I&D. Em exibição permanente vão estar dois vídeos, um divulgando dados estatísticos relativos à evolução da Ciência e Tecnologia nacional, e um outro em que se apresentam alguns casos de inovação empresarial, em diversos sectores.
No programa de conferências destaca-se a participação dos investigadores portugueses Maria do Carmo Fonseca, do Instituto de Medicina Molecular (IMM) e Alexandre Quintanilha, ex-presidente do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC), que falarão em Paris sobre a I&D nacional na área das Ciências da Vida e da Saúde. A sessão, intitulada «Research on Life and Health Sciences in Portugal: Highlights», será pelas 12h30. Uma segunda palestra, sobre o futuro das Tecnologias e das Ciências do Mar, será proferida pelos cientistas portugueses António Pascoal, do Instituto de Sistemas e Robótica (ISR) e Pedro Afonso, da Universidade dos Açores – «Marine Science and Technology: A Vision of the Future» decorre na sexta-feira, pelas 14h.

Portugal foi o país da Europa em que a despesa em I&D mais cresceu recentemente, passando esta a representar globalmente, e pela primeira vez, mais de 1,2 por cento do PIB nacional, igualando ou superando os níveis já atingidos por Espanha, Irlanda ou Itália. O aumento da despesa em I&D reflecte também a prioridade política ao desenvolvimento científico e tecnológico, tendo sido acompanhado por um rápido reforço do número de investigadores na população activa, hoje próximo da média europeia, tendo passado de 3,8 por cento, em 2005, para cinco por cento, em 2007, ou seja um investigador por cada 200 trabalhadores.
O número de investigadores em Portugal duplicou em dez anos, e conta 44 por cento de mulheres e é hoje um dos raros países desenvolvidos em que o número de pessoas de ambos os sexos a trabalhar em investigação científica é quase equivalente. A prioridade dada ao rápido desenvolvimento científico e tecnológico do País tem sido ainda acompanhada por uma forte mobilização da comunidade científica, com resultados visíveis a nível internacional. Também nos últimos anos se regista um forte aumento dos doutoramentos realizados e reconhecidos por Universidades portuguesas, cerca de 1500 novos doutoramentos por ano, dos quais cerca de metade nas áreas de ciência e tecnologia. O desenvolvimento científico e tecnológico de Portugal foi ainda acompanhado por uma profunda reforma do ensino superior. Foi ainda acompanhada por um processo de crescente internacionalização das instituições académicas, particularmente estimulado através de alianças estratégicas do País com instituições de grande relevância internacional (MIT, Harvard, CMU, Austin, nos EUA, Fraunhofer na Alemanha, entre outras).

(in Ciência Hoje)

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