A dança da chuva
Na passada sexta-feira estive presente num debate/colóquio integrado na "Semana da Ciência" do C.I.T.A.- Centro de Investigação de Tecnologias Agrárias dos Açores, onde a temática abordada girou à volta das condições (ou não...) que terão originado a falta de água que os consumidores da Terceira vivem há cerca de três meses e meio (ou mais...).
Uma plateia não muito extensa, mas abrangente nas suas condições civis, ouviu ser dada voz ao conhecimento de três docentes do "campus" de Angra da Universidade dos Açores - Eduardo Brito, Félix Rodrigues e Cota Rodrigues -, qualquer um deles com outras funções públicas e políticas sobejamente conhecidas, uma especialista em geologia - Emília Novo -, e ainda dois colaboradores do grupo de trabalho de Eduardo Dias, este um especialista na vegetação regional. Um simples link à reportagem do evento - pela jornalista do "Diário Insular", Vanda Mendonça - dá bem para perceber a conclusão geral que os presentes puderam tirar das diferentes comunicações, pois foi clara a afirmação sustentada de considerar o ano climático de 2007/2008 como um período normal em termos da pluviosidade registada em Angra do Heroísmo, isto segundo dados do Instituto de Meteorologia que Eduardo Brito mostrou e explicou. Assim sendo, e ou muito me engano, esta provação faz cair por terra, ou correr ribeira abaixo, a primeira razão apontada pelo especialista Lopo Mendonça, contratado pela autarquia no sentido de apurar o que foi levando ao problema da falta de água no concelho. Sem grandes explicações, até porque este é um tema que tem passado ao lado da maioria dos terceirenses - ou até porque vivo próximo do Hospital de Angra e nunca as torneiras me falharam desde Agosto...- deixo apenas três breves notas sobre a conversa que acabou por juntar velhos colegas e conhecidos do corpo docente da Terra-Chã anterior à onda rosa de 1996.
a) A falta de registos de vária ordem no tocante à Pedreira que labora junto à nascente do Cabrito fazem-me pensar numa alusão do agora Secretário do Ambiente e do Mar - feita no final da sessão - às "erupções de 1761" e à sua importância na formação da enorme cobertura à lagoa subterrânea que terá originado o aquífero basal da ilha. Apenas porque não ouvi nenhuma alusão sua "às explosões e rebentamentos de 2008"...
b) A precipitação oculta parece ser uma grande bandeira relativamente às dúvidas que subsistem sobre a água da ilha lilás. Não haverá ainda tanta outra coisa oculta à volta destas andanças?...
c) Um fórum científico não será, de todo, o espaço ideal para explicações políticas sobre responsabilidades e partilha de conhecimentos entre a tutela - no caso, a autarquia de Angra - e um estabelecimento de ensino superior. Mas, no caso das comunicações levadas a cabo (e a peito...) pelos diferentes intervenientes, senti clara no ar a assumpção de que santos de casa bem teriam valido mais para apurar a fase inicial de um problema que, presumo, está bem longe do fim...
Uma plateia não muito extensa, mas abrangente nas suas condições civis, ouviu ser dada voz ao conhecimento de três docentes do "campus" de Angra da Universidade dos Açores - Eduardo Brito, Félix Rodrigues e Cota Rodrigues -, qualquer um deles com outras funções públicas e políticas sobejamente conhecidas, uma especialista em geologia - Emília Novo -, e ainda dois colaboradores do grupo de trabalho de Eduardo Dias, este um especialista na vegetação regional. Um simples link à reportagem do evento - pela jornalista do "Diário Insular", Vanda Mendonça - dá bem para perceber a conclusão geral que os presentes puderam tirar das diferentes comunicações, pois foi clara a afirmação sustentada de considerar o ano climático de 2007/2008 como um período normal em termos da pluviosidade registada em Angra do Heroísmo, isto segundo dados do Instituto de Meteorologia que Eduardo Brito mostrou e explicou. Assim sendo, e ou muito me engano, esta provação faz cair por terra, ou correr ribeira abaixo, a primeira razão apontada pelo especialista Lopo Mendonça, contratado pela autarquia no sentido de apurar o que foi levando ao problema da falta de água no concelho. Sem grandes explicações, até porque este é um tema que tem passado ao lado da maioria dos terceirenses - ou até porque vivo próximo do Hospital de Angra e nunca as torneiras me falharam desde Agosto...- deixo apenas três breves notas sobre a conversa que acabou por juntar velhos colegas e conhecidos do corpo docente da Terra-Chã anterior à onda rosa de 1996.
a) A falta de registos de vária ordem no tocante à Pedreira que labora junto à nascente do Cabrito fazem-me pensar numa alusão do agora Secretário do Ambiente e do Mar - feita no final da sessão - às "erupções de 1761" e à sua importância na formação da enorme cobertura à lagoa subterrânea que terá originado o aquífero basal da ilha. Apenas porque não ouvi nenhuma alusão sua "às explosões e rebentamentos de 2008"...
b) A precipitação oculta parece ser uma grande bandeira relativamente às dúvidas que subsistem sobre a água da ilha lilás. Não haverá ainda tanta outra coisa oculta à volta destas andanças?...
c) Um fórum científico não será, de todo, o espaço ideal para explicações políticas sobre responsabilidades e partilha de conhecimentos entre a tutela - no caso, a autarquia de Angra - e um estabelecimento de ensino superior. Mas, no caso das comunicações levadas a cabo (e a peito...) pelos diferentes intervenientes, senti clara no ar a assumpção de que santos de casa bem teriam valido mais para apurar a fase inicial de um problema que, presumo, está bem longe do fim...
(In Porto das Pipas)
Etiquetas: Cota Rodrigues, Eduardo Brito de Azevedo, Eduardo Dias, Emilia Novo, Falta de água, Félix Rodrigues, opinião, Semana da Ciência e Tecnologia
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home