domingo, novembro 30, 2008

Precipitação em Angra do Heroísmo com Níveis Normais

O ano climático de 2007/2008 foi um ano normal em termos da pluviosidade registada em Angra do Heroísmo, revelam dados do Instituto de Meteorologia (IM) apresentados ontem por Eduardo Brito de Azevedo, do Centro de Clima, Meteorologia e Mudanças Globais da Universidade dos Açores, num colóquio sobre o problema da falta de água no concelho angrense promovido pelo estabelecimento de ensino superior açoriano. Recorde-se que a falta de chuva foi uma das causas apontadas pelo hidrogeólogo Lopo Mendonça para a falta de água no concelho de Angra, num estudo encomendado pela autarquia angrense e realizado no mês de Setembro.Tendo por base estatísticas do IM sobre a precipitação verificada nos últimos 113 anos em Angra do Heroísmo, Eduardo Brito de Azevedo adiantou que “o ano climático de 2007/2008 (Janeiro de 2007 a Agosto de 2008) insere-se nos anos normais em termos de precipitação, com 1.024 mililitros por metro quadrado, ou seja, 91 por cento da precipitação normal em termos médios”.Segundo disse, “apesar de, no mesmo período, se terem registado menos dias de precipitação (172 contra 185 de média), as chuvas intensas foram superiores ao normal, com mais 10 mililitros por metro quadrado”. Eduardo Brito de Azevedo sublinhou ainda que “o ano de 2007/2008 está próximo dos valores normais em termos de precipitação, sobretudo quando comparado com 1992, 1992 e 1998, que foram anos considerados secos”.Em relação à evapotranspiração - cujo eventual aumento era outra das hipóteses apontadas para a descida do nível dos caudais das nascentes -, Eduardo Brito de Azevedo sublinhou que “apesar de, na primeira metade de 2008, a temperatura ter estado ligeiramente acima da média, a evapotranspiração real caiu logo a seguir ao início do défice hídrico”.
No que diz respeito à zona do Cabrito em particular - onde se situa o principal aquífero da ilha Terceira -, dados referentes aos últimos oito anos permitem concluir que “2008 (Janeiro a Agosto) apesar de não estar numa posição muito favorável está dentro da normalidade expectável”, referiu.J á no que concerne à precipitação registada nos últimos dez anos, Eduardo Brito de Azevedo adiantou que foi “superior ao normal”. Também na última década, “o ano de 2007/2008 não é um ano que fuja à normalidade”, acrescentou. Por último, relativamente à nascente da Nasce Água, salientou que “o ano de 2008 não foi aquele que apresentou caudais mais baixos”.
Por seu lado, Félix Rodrigues, docente da Universidade dos Açores, defendeu a necessidade de estudos aprofundados sobre o eventual impacto do aumento da temperatura na forma como chove e na precipitação oculta e, por conseguinte, na recarga das nascentes. Considerou igualmente importante apurar a quantidade de água gasta na construção de infra-estruturas como a Via-rápida Vitorino Nemésio, assim como eventuais fracturas no aquífero do Cabrito, provocadas não por sismos, mas por “outras movimentações” eventualmente registadas naquela zona.
(In Diário Insular)

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