Biodiversidade terrestre dos Açores - O efeito Hippo
Integrada na Semana da Ciência e Tecnologia 2008, do Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores, decorreu na Escola Francisco Ornelas da Câmara, na Praia da Vitória, duas palestras sobre a "Crise da Biodiversidade dos Açores" proferidas pelo Professor Paulo Borges. Assistiram a essa palestras, coordenadas pela Mestre Ana Vilela, 230 alunos dos 7º, 8º e 9º anos de escolaridade dessa Escola.
As ilhas oceânicas constituem ecossistemas de grande importância para o estudo da evolução e ecologia dos organismos terrestres e marinhos. O elevado número de espécies endémicas torna as ilhas Macaronésicas (especialmente dos Açores, Madeira e Canárias), conjuntamente com a zona Mediterrânica, parte de um dos 26 “Hotspots” de Biodiversidade do planeta. A diversidade de espécies dos Açores é muito inferior à dos arquipélagos vizinhos da Madeira e Canárias, mas nem por isso deixa de incluir um conjunto de endemismos e um património genético únicos, de elevado valor patrimonial. A biodiversidade constitui o alicerce para a existência de solos férteis, uma agricultura sustentável, florestas de produção equilibradas e disponibilidade de alimentos (e.g. pesca). A diversidade de organismos terrestres do arquipélago dos Açores é de cerca de 4498 espécies e subespécies. Um total de 420 taxa terrestres são endemismos do arquipélago Açoriano (ou seja, apenas ocorrem nestas ilhas).
Após a colonização pelo Homem à cerca de 550 anos atrás, deu-se início a um processo gradual de ocupação do território que teve como consequência uma alteração substancial da ocupação do solo original do arquipélago então dominada por florestas e por zonas húmidas. Assim a área actual de floresta nativa dos Açores corresponde a uma fracção muito reduzida da área de cada ilha estando mesmo ausente nas ilhas Graciosa e Corvo e muito fragmentada nas ilhas de S. Jorge, Faial e São Miguel. Estudos recentes do Grupo da Biodiversidade dos Açores (ver http://www.angra.uac.pt/gba/main.html e ainda publicações disponíveis no Portal da Biodiversidade dos Açores - http://www.azoresbioportal.angra.uac.pt/) apontam para que a área actual disponível não seja o suficiente para resistir à invasão por espécies exóticas, colocando assim em causa a sobrevivência das populações de espécies endémicas.
O efeito HIPPO constitui o conjunto dos factores que mais contribuem para a crise na Biodiversidade:
• H – Perca de Habitats
• I – Espécies Invasoras
• P – Poluição
• P – População Humana em crescimento
• O – Exploração dos Recursos exagerada (Overharvesting)
Para os Açores consideramos como critico o controle de espécies invasoras com particular ênfase para a conteira Hedychium gardneranum em várias ilhas dos Açores e a hortênsia Hydrangea macrophylla na ilha das Flores. Em particular a conteira ou roca-de-velha constitui neste momento a ameaça mais séria para a biodiversidade terrestre dos Açores. Há que investir a todo o custo na sua erradicação em zonas em que está gradualmente a penetrar na Floresta Nativa e em que ainda é possível o seu controle.
Uma forma de promover a biodiversidade dos Açores será através do Portal da Biodiversidade dos Açores - http://www.azoresbioportal.angra.uac.pt/).
Uma política sustentável em termos de Conservação da Natureza para os Açores implica a implementação de uma estratégia de “Mosaico Adaptativo”. Neste cenário os ecossistemas à escala regional são o cerne da actividade política e económica. Com base neste cenário é incrementado o papel das economias de cada uma das ilhas. Um bom exemplo pela positiva é a dinamização económica nas ilhas mais pequenas (Flores, Graciosa e Corvo). O “Mosaico Adaptativo” implicará uma política para as ilhas pequenas direccionada para a diminuição dos impactos provocados pelas actividades associadas à monocultura da vaca e criação de mecanismos promotores de um turismo ecológico. Nas ilhas de S. Miguel (Pico da Vara; Graminhais; Lagoas), Santa Maria (Pico Alto), São Jorge (Topo) e Faial (Caldeira) deveremos considerar a implementação de planos de gestão rigorosos de forma a diminuir os impactos das actividades humanas em zonas críticas para a preservação de uma fracção muito importante da Biodiversidade dos Açores.
Após a colonização pelo Homem à cerca de 550 anos atrás, deu-se início a um processo gradual de ocupação do território que teve como consequência uma alteração substancial da ocupação do solo original do arquipélago então dominada por florestas e por zonas húmidas. Assim a área actual de floresta nativa dos Açores corresponde a uma fracção muito reduzida da área de cada ilha estando mesmo ausente nas ilhas Graciosa e Corvo e muito fragmentada nas ilhas de S. Jorge, Faial e São Miguel. Estudos recentes do Grupo da Biodiversidade dos Açores (ver http://www.angra.uac.pt/gba/main.html e ainda publicações disponíveis no Portal da Biodiversidade dos Açores - http://www.azoresbioportal.angra.uac.pt/) apontam para que a área actual disponível não seja o suficiente para resistir à invasão por espécies exóticas, colocando assim em causa a sobrevivência das populações de espécies endémicas.
O efeito HIPPO constitui o conjunto dos factores que mais contribuem para a crise na Biodiversidade:
• H – Perca de Habitats
• I – Espécies Invasoras
• P – Poluição
• P – População Humana em crescimento
• O – Exploração dos Recursos exagerada (Overharvesting)
Para os Açores consideramos como critico o controle de espécies invasoras com particular ênfase para a conteira Hedychium gardneranum em várias ilhas dos Açores e a hortênsia Hydrangea macrophylla na ilha das Flores. Em particular a conteira ou roca-de-velha constitui neste momento a ameaça mais séria para a biodiversidade terrestre dos Açores. Há que investir a todo o custo na sua erradicação em zonas em que está gradualmente a penetrar na Floresta Nativa e em que ainda é possível o seu controle.
Uma forma de promover a biodiversidade dos Açores será através do Portal da Biodiversidade dos Açores - http://www.azoresbioportal.angra.uac.pt/).
Uma política sustentável em termos de Conservação da Natureza para os Açores implica a implementação de uma estratégia de “Mosaico Adaptativo”. Neste cenário os ecossistemas à escala regional são o cerne da actividade política e económica. Com base neste cenário é incrementado o papel das economias de cada uma das ilhas. Um bom exemplo pela positiva é a dinamização económica nas ilhas mais pequenas (Flores, Graciosa e Corvo). O “Mosaico Adaptativo” implicará uma política para as ilhas pequenas direccionada para a diminuição dos impactos provocados pelas actividades associadas à monocultura da vaca e criação de mecanismos promotores de um turismo ecológico. Nas ilhas de S. Miguel (Pico da Vara; Graminhais; Lagoas), Santa Maria (Pico Alto), São Jorge (Topo) e Faial (Caldeira) deveremos considerar a implementação de planos de gestão rigorosos de forma a diminuir os impactos das actividades humanas em zonas críticas para a preservação de uma fracção muito importante da Biodiversidade dos Açores.
Etiquetas: Biodiversidade, Paulo Borges, Semana da Ciência e Tecnologia
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home