sábado, abril 30, 2011

Crise económica e social em Portugal

Conferência em Angra com Bagão e Fortuna

"Portugal na nova ordem financeira europeia" é o título de uma conferência que decorre a 12 maio no auditório do complexo pedagógico do campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores (UAç), com a participação de Bagão Félix e de Mário Fortuna.A conferência, com início marcado para as 17h00, está a ser organizada pelo Departamento de Economia e Gestão da UAç, no âmbito do lançamento dos dois primeiros anos da licenciatura em Gestão de Angra. O evento, com entrada livre, será presidido pelo reitor da UAç, Avelino Menezes.Na conferência, o ex-ministro das Finanças Bagão Félix falará sobre "As questões económicas e sociais do país na atualidade". Por seu turno, Mário Fortuna, diretor do Departamento de Economia e Gestão da UAç, abordará o tema "Como a Europa se propõe controlar as finanças públicas".

(in Diário Insular)

Praga ameaça pomares das ilhas atlânticas

O projeto de CABMEDMAC vai desenvolver um conjunto de ações que visam aprofundar o conhecimento sobre a "mosca da fruta" e tomar medidas para controlar a praga nas ilhas da Macaronésia.O investigador da Universidade dos Açores e coordenador do projeto, David Horta Lopes, disse ontem que "serão tomadas diversas medidas com o objetivo de reduzir o impato que a mosca-do-Mediterrâneo possa ter na produção frutícola através da redução das populações com o recurso a métodos de luta química".Serão também utilizados métodos de luta biotécnica através do recurso a machos esterilizados produzidos na biofábrica da Madeira.No âmbito do mesmo projeto, serão instaladas armadilhas para a monitorização dos exemplares adultos da "mosca da fruta", tendo em vista o conhecimento das evoluções populacionais, bem como, a recolha de amostras de frutos para que exista uma estimativa sobre o grau de infestação da praga.Ainda no âmbito do projeto de CABMEDMAC, vão ser elaboradas listas de hospedeiros e épocas de afetação dos furtos pelos praga e realizados ensaios de compatibilidade e competitividade sexual em jaulas a instalar nas ilhas de São Jorge e Tenerife.Os resultados das ações desenvolvidas no âmbito do projeto serão divulgados junto dos produtores de fruta das regiões da Macaronésia através de publicações em diversos formatos.As ações a realizar no âmbito do projeto vão decorrer na Terceira, São Jorge, Tenerife (Canárias), Madeira e Santiago (Cabo Verde).Trata de um projeto do programa MAC - Cooperação Transnacional que conta com o apoio financeiro da União Europeia e que é liderado pelo Centro de Investigação e Tecnologias Agrárias da Universidade dos Açores e que, para além de envolver a cooperativa FRUTER e os Serviços de Desenvolvimento Agrário da Terceira e São Jorge, tem como parceiros a Universidade de La Laguna (Canárias), direção regional da Agricultura da Madeira, Instituto Nacional de Investigação Agrária e de consultores científicos do Instituto Superior de Agronomia e do Imperial College de Londres.

(In Diário Insular)

sexta-feira, abril 29, 2011

Contributo para o Conhecimento da Mosca-do-Mediterrâneo na Ilha Terceira.

Realizam-se no dia 3 de Maio, pelas 14h30m, no Auditório do Complexo Pedagógico do Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores, as provas do Mestrado em Gestão e Conservação e Natureza, requeridas pelo licenciado Reinaldo Macedo Soares Pimentel.
As provas serão avaliadas por um Júri presidido (por designação do Reitor) pelo doutor Paulo Alexandre Vieira Borges, professor auxiliar com agregação da Universidade dos Açores, sendo vogais os doutores Tomaz Lopes Cavalheiro Ponce Dentinho, David João Horta Lopes e Ana Maria Martins Ávila Simões, todos professores auxiliares da Universidade dos Açores.
As provas constarão da discussão pública, com crítica e defesa, de uma dissertação intitulada Contributo para o Conhecimento da Mosca-do-Mediterrâneo na Ilha Terceira.

Prorrogada inscrição para maiores de 23 anos

A Universidade dos Açores (UAç) prolongou o prazo para inscrição ao acesso por maiores de 23 anos até ao próximo dia 08 de maio. Segundo a UAç, "pretende-se, desta forma minimizar os contratempos verificados no excessivo acesso à página Web, que impediu, durante algum tempo, a formalização da inscrição". A inscrição nas provas tem como objetivo a avaliação da capacidade para a frequência de um curso de Licenciatura de maiores de 23 anos que não possuam as habilitações necessárias para o acesso ao ensino superior. As provas de avaliação consistirão de uma entrevista e de um exame escrito numa das áreas relevantes para o ingresso e progressão no curso e realizam-se a 17 de junho, às 18h00, nos três polos da UAç. Os interessados deverão entregar, por via eletrónica (http://www.acesso23.uac.pt), um formulário de inscrição devidamente preenchido, acompanhado de cópia do bilhete de identidade, curriculum vitae, certificado de habilitações e comprovativo de pagamento.

(In Diário Insular)

quinta-feira, abril 28, 2011

Apresentação do último livro de Bento XVI "Jesus de Nazaré"

Informam-se os possíveis interessados que terá lugar hoje, dia 28 de Abril, pelas 17h00, no Auditório do Complexo Pedagógico deste campus, a apresentação do último livro de Sua Santidade o Papa Bento XVI, “Jesus de Nazaré”.
A apresentação da obra far-se-á pelo Padre Doutor Cipriano Franco Pacheco, Doutor em filosofia, docente do Seminário de Angra do Heroísmo e da Universidade dos Açores, na qualidade de Secretário Diocesano para a Cultura e Ecumenismo.

terça-feira, abril 26, 2011

Associativismo, Participação e Consciência Ambiental

Realizam-se no dia 28 de Abril, pelas 14h 30m, no Auditório do Complexo Pedagógico do Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores, as provas do Mestrado em Educação Ambiental, requeridas pelo licenciado Teófilo José Soares de Braga.
As provas serão avaliadas por um Júri presidido (por designação do Reitor) pelo doutor Paulo Alexandre Vieira Borges, professor auxiliar com agregação da Universidade dos Açores, sendo vogais os doutores Lia Maldonaldo Teles de Vasconcelos, professora auxiliar da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, Ana Cristina Pires Palos, Ana Margarida Moura de Oliveira Arroz e Álvaro António Gancho Borralho, todos professores auxiliares da Universidade dos Açores.
As provas constarão da discussão pública, com crítica e defesa, de uma dissertação intitulada Associativismo, Participação e Consciência Ambiental.

Apresentação Pública do Projecto CABMEDMAC



domingo, abril 24, 2011

PSD quer certificar manteiga regional

A manteiga dos Açores deve “possuir um certificado” que a diferencie das demais manteigas, defendeu o líder parlamentar do PSD/Açores, Duarte Freitas, no final de uma reunião no Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores.
“É um produto que tem um valor intrínseco nutricional próprio, que advém das nossas condições naturais de produção", afirmou Duarte Freitas, salientando que "com estas mais-valias toda a fileira [do leite] pode ter outro tipo de qualificação”.

Nesse sentido, o líder parlamentar do PSD/Açores anunciou que o partido vai apresentar uma proposta de resolução no parlamento regional para que o executivo inicie o processo de certificação da manteiga açoriana.

Na reunião com o director do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores os social-democratas debateram a possibilidade “de uma cooperação técnica” para os estudos que levem à certificação deste produto.

Duarte Freitas considerou, a propósito da valorização dos produtos gastronómicos açorianos, que “se tem perdido demasiado tempo em não se fazer uma maior alusão ao nome Açores”.

“É um nome conhecido e considerado a nível nacional e internacional e que deve ser um chapéu-de-chuva para a comercialização de todos os nossos produtos, sejam o peixe, o turismo, a carne ou os lacticínios”, defendeu.

Duarte Freitas recordou que “a mesma proposta já foi feita para o leite”, assegurando que “um governo social-democrata terá uma atenção muito especial e concreta com a valorização da marca Açores, que tem sido falada mas não concretizada ao longo dos últimos anos”.

O líder parlamentar do PSD/Açores salientou que, por vezes, “há um excesso de burocracia que, com a desculpa da União Europeia, entrava os processos quando outros países, ainda que cumprindo as regras, facilitam os processos”.

Nas declarações que prestou aos jornalistas, Duarte Freitas reafirmou ainda que um futuro Governo da República liderado pelo PSD "vai ter um Ministério da Agricultura", afastando os receios criados pela indicação de que esse ministério poderia ser extinto.
(In Lusa/Açoriano Oriental)

Candidatura de Jorge Medeiros

Ame o homem uma pedra, e pronto.

Félix Rodrigues (Opinião)

Li recentemente um poema sobre pedras que foi muito bem analisado, e fez-me lembrar muitos outros que nos marcaram e nos mostram o quanto somos parecidos com elas. Decidi recuperar um poema que escrevi em 2008, intitulado, "Sopa de Pedra":

Gosto muito de pedras.
Prefiro-as no meu caminho
Do que dentro dos sapatos.

Haverá desimpedimentos,
Sem aborrecimentos?

Gosto muito de areia,
Feita de pedra fina,
Debaixo dos meus pés
E fora dos meus olhos.
Prefiro a subtileza
À falta de clareza.

Gosto muito de calçadas,
Descalças de preconceito,
Onde se anda sempre a eito.

Gosto muito de bordões,
Que se impõem como templos,
E nos apoiam, proféticos,
Nos desequilíbrios éticos.

Gosto muito, mesmo muito,
Das pedras do meu mundo,
Porque se um homem é pó,
Uma pedra quererá dizer-lhe
Que depois de aqui viver,
Voltará a agrupar-se,
Numa rocha sedimentar,
Que marcará o seu lugar.

A vida e o seu ciclo dão-nos imensas lições acerca da persistência ou efemeridade das coisas, do valor que estas têm ou do valor que lhe atribuímos. As pedras, para nós ilhéus, têm significados profundos, como se falassem connosco. Não são forçosamente obstáculos, podem ser conforto.
Emanuel Félix, num poema intitulado "Pedra-Poema para Henry Moore" refere que não ocorre transformação das pedras pelo amor ou ódio que a elas temos. Creio que se engana, pois o amor ou o ódio a uma pedra transforma-a num símbolo, num ícone, num obstáculo ou num objecto de valor, como no caso dos diamantes, que apesar de brilharem continuam a ser pedras.

Um homem pode amar uma pedra
uma pedra amada por um homem não é uma pedra
mas uma pedra amada por um homem

O amor não pode modificar uma pedra
uma pedra é um objecto duro e inanimado
uma pedra é uma pedra e pronto

Um homem pode amar o espaço sagrado que vai de um homem a uma pedra
uma pedra onde comece qualquer coisa ou acabe
onde pouse a cabeça por uma noite
ou sobre a qual edifique uma escada para o alto

Uma pedra é uma pedra
(não pode o amor modificá-la nem o ódio)
(Emanuel Félix)

Comummente ao caminharmos, delapidamos o que de belo encontramos, se o sentido da caminhada for o ódio às pedras do caminho, só passível de ser recuperado com a força da alma, se o sentimento for o amor, que nos liberta, encarando as pedras como necessárias e não como muralhas.
Emanuel Félix termina o poema, cujo extracto se apresentou anteriormente, afirmando que não há mal nenhum em amarmos as pedras, mas aconselha-nos a não nos esquecermos o que são elas na realidade:

Mas se a um homem lhe der para amar uma pedra
não seja uma pedra e mais nada
mas uma pedra amada por um homem

Ame o homem a pedra
e pronto

Como o amor e o ódio, são sentimentos antagónicos, e de um, facilmente se salta para o outro, bem poderia Emanuel Félix ter terminado o seu poema com os seguintes versos:

Odeie o homem a pedra
e pronto

mas o ódio é sem dúvida, menos majestoso do que o amor.

(In Diário Insular)

quinta-feira, abril 21, 2011

Carros eléctricos na Ilha Terceira

DEPOIS DE ENSAIADO NA TERCEIRA Combate à mosca da fruta estende-se a São Jorge

O projecto de investigação para o combate à Mosca-do-Mediterrâneo, já ensaiado na ilha Terceira, vai agora ser estendido a S. Jorge, como forma de também reduzir o impacto da praga nas culturas frutícolas desta ilha.
“Esta mosca, conhecida por 'mosca da fruta', pica os frutos, dos quais saiem depois lavras que destroem os frutos, o que é visível, por vezes, com a queda precoce dos frutos e consequentes prejuízos económicos para as culturas”, afirmou David Horta Lopes, coordenador do projecto CABMEDMAC, do Centro de Investigação e Tecnologias Agrárias da Universidade dos Açores, em declarações à Lusa.
Segundo o seu coordenador, "o projecto pretende reduzir o impacto da Mosca-do-Mediterrâneo na produção frutícola", através da descoberta de "outras formas de limitar as suas populações, para além da intervenção através da luta bioquímica".
“Entre 2005 e 2009, quando o projecto decorreu na Terceira, foi possível identificar muito bem a situação nesta ilha, já que se localizaram focos da mosca nas zonas sul e urbanas”, afirmou o investigador, acrescentando que, além da monitorização das populações da praga, o projecto de investigação permite também aferir "a evolução dos prejuízos nas culturas e testar diferentes formas de combate".
David Horta Lopes revelou à Lusa que "o projecto vai ser agora estendido a S. Jorge", para que se possam ensaiar nesta ilha técnicas de combate alternativas à química, que passam pela "utilização de machos esterilizados, produzidos na Biofábrica da Madeira, contribuindo de maneira decisiva para o aumento da produtividade e da qualidade dos frutos produzidos".
"A implementação de redes de armadilhas e a aplicação de parasitóides são outros dos trabalhos que vão decorrer nos próximos dois anos", acrescentou.
O investigador salientou que a monitorização arrancou em Março na Terceira e em S. Jorge, seguindo-se agora "testes de formas de combate", admitindo que a investigação possa vir a ser "alargada no futuro às ilhas de S. Miguel, Faial e Pico".
Este projecto vai desenvolver-se também na Madeira, em Tenerife, Canárias, e em Santiago, Cabo Verde.
"É um projecto de cooperação entre Açores, Madeira, Canárias e Cabo Verde destinado a contribuir para o maior conhecimento das moscas da fruta", afirmou David Horta Lopes.O projecto envolve técnicos da Cooperativa FRUTER e do Serviço de Desenvolvimento Agrário de S. Jorge e da Terceira, contando ainda com a participação da Universidade de La Laguna, nas Canárias, da Direcção Regional de Agricultura da Madeira, do Instituto Nacional de Investigação Agrária de Cabo Verde e de consultores científicos do Instituto Superior de Agronomia e do Imperial College, de Londres.

(In A União)

Mosca da fruta une regiões da Macaronésia

É apresentado no dia 29, uma sexta-feira, o projeto CABMEDMAC, que une Açores, Madeira, Canárias e Cabo Verde em torno da procura de soluções para a praga da mosca da fruta. A apresentação decorre pelas 10h, no Auditório da Universidade dos Açores, Departamento de Ciências Agrárias, no polo de Angra do HeroísmoO projeto vai desenvolver-se na Terceira e na ilha de S. Jorge, nas Canárias na ilha de Tenerife e no arquipélago da Madeira na ilha da Madeira. Em Cabo Verde, as ações decorrem em Santiago."Com este projeto pretende-se reduzir o impacto da mosca-do-mediterrâneo na produção frutícola, encontrando outras formas de limitar as suas populações para além da intervenção através da luta química", adianta um comunicado de imprensa enviado a DI. "Para atingir este objetivo recorrer-se-á aos meios de luta biotécnica e dentro desta à denominada luta autocida através da utilização dos machos esterilizados, produzidos na Biofábrica da Madeira, contribuindo de maneira decisiva para o aumento da produtividade e da qualidade dos frutos produzidos nas regiões e país alvo deste projeto", prossegue. Os trabalhos de investigação incluem a implementação de redes de armadilhas para a monitorização dos adultos da mosca-do-mediterrâneo e conhecimento das suas evoluções populacionais e a elaboração de lista de hospedeiros e épocas de afetação dos seus frutos por esta praga.Serão realizados ensaios de compatibilidade e de competitividade sexual em jaulas em S. Jorge e em Tenerife (Canárias) e realizadas ações de dispersão massiva de machos esterilizados produzidos na Biofábrica da Madeira na Ilha Terceira, entre outros tópicos de trabalho.Serão ainda feitas ações de divulgação do projeto junto dos produtores com distribuição de folhetos e brochuras do projeto. Está prevista a criação de uma página web do projeto (www.cabmedmac.uac.pt) onde se encontrarão disponíveis as diferentes atividades desenvolvidas e os resultados.

(In Diário Insular)

Reitoria açoriana com dois candidatos da "casa"

Alfredo Borba e Jorge Medeiros são os dois candidatos que no próximo dia 31 de maio disputam o cargo de reitor da academia açoriana. Trata-se de dois professores da "casa" que apresentam programas diferentes, mas com propostas confluentes nalguns pontos.


Terminado o prazo de candidaturas, concorrem ao cargo de reitor da Universidade dos Açores apenas dois candidatos. Alfredo Borba, atual pró-reitor da academia açoriana em Angra do Heroísmo, e Jorge Medeiros, vice-reitor, vão a votos no próximo dia 31 de maio. Avelino Meneses, reitor da UAç há já oito anos, vai ser substituído por um destes professores da casa, num ano em que, ao abrigo da nova legislação, era possível a candidatura de docentes exteriores à instituição. Os dois candidatos vão apresentar formalmente a 26 e 27 de maio os seus projetos ao colégio eleitoral, composto por 15 membros, dos quais oito representam os professores, dois os alunos, um os funcionários e quatro são exteriores à instituição e foram escolhidos pelos membros eleitos. A posse do novo reitor da Universidade dos Açores, fundada em 1976 como instituto universitário e atualmente frequentada por cerca de 4.500 alunos, está prevista para quatro de julho. PROXIMIDADE Alfredo Borba, doutorado no ramo das Ciências Agrárias e professor catedrático na academia açoriana, foi o primeiro a apresentar a sua candidatura e considera que é preciso apostar na introdução de práticas de proximidade. "Acho que há uma necessidade de trocar opiniões e debater internamente muitas questões e isso é importante. Também há outra vertente, que é a da proximidade externa, com a sociedade, quer regional como nacional, mas, neste caso, sobretudo a nível dos Açores", disse em entrevista a DI. O novo diálogo proposto por Borba deve ter expressão - por esta ordem - entre saberes, ao nível interno da academia e com o meio açoriano. O candidato prometeu um novo sistema de comunicação online da universidade que permita partilhar com os açorianos, em tempo útil, o saber produzido na academia. Para além disso, o programa de Alfredo Borba aposta na internacionalização da academia e na promoção da prática científica. "Toda a investigação sobre as áreas do mar que é feita no Departamento de Oceanografia e Pescas (DOP), no Departamento de Biologia e mesmo aqui no Departamento de Ciências Agrárias, através do LAMTEC, tem uma expressão internacional muito grande. Essa é uma das vias a seguir no futuro. O mar é apontado por todas as entidades e organismos internacionais como uma das apostas do futuro em termos de recursos e os Açores estão numa posição privilegiada", frisou. Alfredo Borba quer uma universidade que dê respostas ao desenvolvimento dos Açores - também ao nível politécnico -, que cultive o mérito, que capte novos alunos e que seja capaz de se projetar no exterior. A resposta aos problemas financeiros, considera ainda, deve ser dada através da investigação, duma nova relação com os parceiros e de cursos de 2º (mestrados) e 3º (doutoramentos) níveis. AVANÇAR Já Jorge Medeiros, vice-reitor desde 2001, doutorado em Química, apresenta-se às eleições com o argumento da "experiência acumulada", garantindo dispor de um projeto que permitirá à instituição dar "o salto" que se impõe passados 35 anos sobre a sua criação. Este candidato a reitor promete "reorganizar os serviços da universidade". "Primeiro que tudo, há que reorganizar a instituição, passando pela reorganização dos serviços, porque foram constituídos para uma universidade de há 35 anos e tem de haver uma renovação", afirmou Jorge Medeiros, em declarações aos jornalistas em Ponta Delgada aquando da apresentação da sua candidatura. Na altura, Jorge Medeiros admitiu que é possível que existam dificuldades financeiras num futuro próximo e defendeu um esforço de inovação que deverá ser alargado à procura de novas fontes de financiamento. "O que se pretende é que haja inovação e que a universidade possa ir buscar outras fontes de financiamento para conseguir condições de sustentabilidade", afirmou Jorge Medeiros. O atual vice-reitor salientou que existem fundos comunitários que nunca foram utilizados, e disse que é preciso um maior relacionamento com as empresas, uma maior interligação com outras universidades e dar formação para o exterior, bem como estar inserida em redes internacionais.Sobre a oferta letiva, frisou que "chegou a altura de dar o salto" depois de uma adaptação ao Processo de Bolonha e "transformar os cursos conforme os objetivos".

(In Diário Insular)

quarta-feira, abril 20, 2011

Economia regional em curso de verão



Cerca de dezena e meia de alunos de diversos países participam num curso de verão de economia regional que vai decorrer em Angra do Heroísmo no mês de junho.



A Associação Portuguesa de Desenvolvimento Regional e a Associação Internacional de Ciências Regionais promovem, de 13 a 21 junho, em Angra do Heroísmo, um curso de verão sobre economia regional e urbana com a participação de 25 alunos de diversos países. Durante o curso a realizar nas instalações do Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores, os alunos de doutoramento ou com especialização em economia regional vão ter acesso aulas sobre os modelos operacionais de economia aplicada em espaços regional e urbano. Tomaz Dentinho, presidente da Associação Portuguesa de Desenvolvimento Regional, disse ao DI que o número de inscritos para o curso de verão a realizar em Angra do Heroísmo já ultrapassou os 40, "pelo que teremos que fazer uma seleção dos candidatos porque não podemos admitir mais de 25 alunos". Durante uma semana, um painel formado por peritos nacionais e internacionais em economia regional vai apresentar um conjunto de palestras durante o curso de verão a decorrer em Angra do Heroísmo.
Redes regionais



Por outro lado, a Associação Portuguesa de Desenvolvimento Regional, atualmente com sede em Angra do Heroísmo, promove a 16 e 17 de setembro um workshop sobre redes em territórios periféricos. Durante o encontro científico que vai decorrer em Angra do Heroísmo serão abordadas questões como as mudanças nas relações centro-periferia ao longo dos tempos e a importância do transporte para a formação de redes sociais em territórios periféricos. No âmbito do mesmo workshop serão debatidos temas como o turismo de longa distância e a rede de acessibilidades a territórios formados por ilhas. Trata-se de uma iniciativa no âmbito das atividades de um "cluster" europeu que tem a seu cargo o debate assuntos relacionados com as redes de transportes e comunicações nos territórios periféricos. O prazo para a inscrição no workshop termina a 10 de junho, estando a iniciativa limitado a 20 participantes que serão selecionados de acordo com as suas qualificações científicas.

(In Diário Insular)

XXIV Semana Académica

Decorre entre os dias 27 de Abril e 7 de Maio do corrente ano, as Comemorações da XXIV Semana Académica, proposta da Associação Académica da Universidade dos Açores.

terça-feira, abril 19, 2011

Alerta vermelho

Nuno Martins, economista e professor da UA
Corte nas transferênciasCorte nas transferências pode agravar crise regional.


O economista e professor da Universidade dos Açores defende que o arquipélago tem estado mais protegido da crise devido às transferências externas, mas que o cenário pode complicar-se em caso de reduções. A saída seria exportar mais, mas também aí há constrangimentos.

Nos Açores tem-se assistido a dois discursos sobre a crise. O do Governo e o da oposição, opostos na análise. Qual é a leitura que faz da atual situação do arquipélago?O arquipélago tem estado relativamente mais protegido do que o continente da crise, devido às transferências para o orçamento regional oriundas tanto da República como dos fundos comunitários. O problema é complexo porque em diversos setores essas mesmas transferências geraram incentivos para procedimentos que não contribuem para mais competitividade e maior criação de valor. A Região, para substituir essas transferências, teria de exportar bens e serviços que compensem uma possível redução das transferências. Mas setores-chave para a Região, como a agricultura e o turismo, encontram constrangimentos que dificultam essa substituição. Por exemplo, é diversas vezes repetido que os Açores deverão ter produtos (na agricultura, por exemplo) e serviços (no turismo, por exemplo) que sejam competitivos devido à sua diferenciação, ou qualidade, e não devido ao seu baixo custo, pois nesse campo teríamos mais dificuldade em competir (dificuldades por exemplo em obter escala, ou quantidade, de produção que permita um custo de produção mais baixo). Mas os incentivos gerados pelas transferências, até agora, não foram nesse sentido, que permitiria mais criação de valor. E para além de criar valor, é preciso pensar como manter o valor na região, algo que nem sempre acontece, dado a posição negocial da Região (por exemplo no caso do leite).
Quais acredita que vão ser os impactos da atual crise nacional na Região, sobretudo após este pedido de resgate financeiro?Se no contexto do chamado "resgate" (para usar o termo que me coloca na questão) houver redução das transferências referidas acima, a situação agravar-se-á, dada a elevada dependência do orçamento regional face a essas transferências, e também a dificuldade em obter financiamento alternativo por via das exportações, face aos constrangimentos apontados acima. Isto não significa que seja impossível resolver esses problemas, apenas que são mais difíceis de resolver do que possa parecer. Num contexto em que se criou uma elevada dependência do financiamento externo, e onde a gestão dessas transferências passou a ocupar um papel mais importante do que a procura de alternativas a essas transferências, perdeu-se de certo modo noção do que podem ser as dificuldades resultantes da perda dessas transferências.
Como vê o pedido de resgate financeiro? Era realmente necessário?O que era absolutamente necessário era que o Estado Português se pudesse financiar em condições diferentes daquelas em que se tem estado a financiar, com taxas de juro elevadíssimas no presente contexto. Outra questão é como se consegue esse financiamento. Como qualquer financiamento, a questão é qual o custo do financiamento, e a atitude negocial. Aqui o Estado Português pode ter várias posturas. A posição mais dura seria forçar a restruturação da dívida usando como argumento a possibilidade de não pagamento da totalidade da dívida caso as condições de financiamento não sejam mais favoráveis. A posição diamentralmente oposta seria simplesmente aceitar todas e quaisquer condições e medidas que forem exigidas. Os decisores políticos terão uma posição entre estas duas posições extremas, consoante sentirem maior pressão da população (que levaria à tendência para seguir a primeira via, como acontece na Islândia) ou maior pressão para aceitar o que for exigido ao país (casos da Grécia e Irlanda). No caso de Portugal, os decisores políticos revelam uma maior tendência para a segunda via, dado que estão a sentir mais pressão das instâncias internacionais no sentido de aceitar o que é exigido ao país, do que da população.
Um artigo publicado recentemente no New York Times culpa as agências de rating. Como vê o papel deste tipo de organização?Seria necessária mais transparência nesse campo. As agências de rating mostraram-se incapazes de avaliar corretamente diversos ativos financeiros antes da crise de 2008 (iniciada com a crise de liquidez de 2007), e a sua capacidade de avaliar corretamente por exemplo a dívida Portuguesa é, no mínimo, duvidosa. Há um problema mais profundo, que resulta do facto de existir nas áreas da Economia e Finanças a crença generalizada de que é possível compreender toda a realidade em números e uma grande confiança nos modelos matemáticos de estimação do risco. Isto acontece devido à tendência para ver a Economia como uma ciência exata e não como uma ciência social, onde a incerteza é uma constante e onde os modelos de estimação do risco estarão muitas vezes errados, ao contrário do que se supõe. Para além disso, acaba por se usar os modelos para justificar o que já se queria "provar" a priori, e não para uma avaliação imparcial e isenta do risco. A opacidade do processo permite esse uso.
Como acha que o país pode sair da crise?Portugal está "desempregado", isto é, não é claro, dada a divisão internacional de trabalho resultante do processo de globalização, em que setores Portugal poderá especializar-se de modo a aumentar as suas exportações para o nível que seria necessário. Portugal tem de "encontrar um emprego", isto é, setores que permitam que as suas exportações permitam financiar as importações, e a economia do país. Não sei se isso poderá acontecer sem alguma coordenação da política industrial europeia. Não é certamente Bruxelas que saberá em que setor cada região e Estado-Membro poderá ser mais produtivo, mas também é verdade que nunca na história houve progresso nessa linha sem articulação da política industrial numa zona económica integrada, como aconteceu nos EUA, Alemanha, Japão, China, por exemplo, ou aliás, em todo o lado.
O que podem os cidadãos comuns fazer para minimizar os efeitos da crise nas suas vidas?O que cada um pode fazer individualmente, e por si só, não sei. Cada um conhecerá a sua situação melhor do que outra pessoa. Quando o problema é estrutural, como é o caso, as soluções implicam mudança estrutural. Dentro do problema estrutural, sobra pouca margem de manobra a cada cidadão como indivíduo, se a sua ação é vista como isolada de um contexto estrutural. Exigir aos decisores políticos que consigam negociar um financiamento em condições menos gravosas, colocando pressão sobre esses decisores que contrabalance a pressão e incentivos que recebem de outros atores do processo, seria uma possibilidade. Mas não existe em Portugal uma cultura de exigência perante os decisores políticos.


(In Diário Insular)

segunda-feira, abril 18, 2011

Depois de um período de reflexão e ponderação: Jorge Medeiros apresentou candidatura a Reitor da Universidade

Jorge Medeiros, de 57 anos, actual vice-reitor, que após um período de reflexão e ponderação, apresenta formalmente hoje, pelas 16h00, ao Presidente do Conselho Geral da Universidade dos Açores o seu projecto de candidatura a Reitor. Esta é a segunda candidatura ao cargo, pois a primeira a ser entregue foi a do Professor Alfredo Borba, Professor do Departamento de Ciências Agrárias. No quadro das novas regras para reitor da academia açoriana, as candidaturas ao cargo que vai ser deixado vago por Avelino Meneses estão a aparecer e surgem de dentro da própria universidade, embora possam candidatar-se professores de outras universidades do país e do estrangeiro. A primeira veio do pólo de Angra do Heroísmo com a formalização da candidatura pelo professor Alfredo Borba, docente do Departamento de Ciências Agrárias. Agora surge a do Professor Jorge Medeiros, de 57 anos, actual vice-reitor, que após um período de reflexão e ponderação, apresenta formalmente ao Presidente do Conselho Geral da Universidade dos Açores o seu projecto de candidatura a Reitor, que terá lugar hoje às 16h00, no edifício da Reitoria. O candidato apresenta o seu programa ao Conselho Geral que procederá à eleição no final do mês Maio. Também hoje o académico, professor do campus de Ponta Delgada, anunciará a sua decisão à comunidade académica, numa sessão aberta ao público e que terá lugar no Átrio do Edifício da Aula Magna do campus de Ponta Delgada, pelas 17h00. Jorge Medeiros é Professor Catedrático da Universidade dos Açores desde 2004. Possui licenciatura em Engenharia Química, Instituto Superior Técnico (IST), tem um Doutoramento (PhD) em Ciências Químicas, Mississippi State University (EUA) e um Pós-Doutoramento em Química dos Produtos Naturais, Washington State University (EUA). Entre outros desempenhos profissionais e académicos, iniciou a sua actividade profissional no ano de 1975 como Monitor no Instituto Superior Técnico, Monitor, em Lisboa, sendo que dois anos mais tarde assumiu o cargo de Assistente na Universidade dos Açores, lugar que ocupou até 1982, tendo depois partido para os EUA como Estudante Graduado, regressando em 1986 à casa-mãe como Professor do Departamento de Ciências Tecnológicas e de Desenvolvimento, ocupando o cargo de director de departamento entre os ano de 1990 a 1993 e depois até 1997, foi em 1990/1993, Universidade dos Açores, Director do Departamento de Ciências Tecnológicas e de Desenvolvimento, e depois até 1997 foi Director do Centro de Investigação de Recursos Naturais. Em 2001 ocupou o cargo de Pró-Reitor para a Criação dos Novos Cursos. Frequentou vários cursos e seminários relacionados com a gestão universitária De acordo com informação disponibilizada pela academia açoriana, ao nível da actividade científica, o Professor Jorge Medeiros tem desenvolvido actividade científica em várias áreas, em particular, na Química dos produtos naturais, incluindo a estrutura de compostos bioactivos de plantas, organismos marinhos e microorganismos dos Açores, aplicações da energia geotérmica na produção de plantas com actividade biológica e Avaliação do estado de eutrofização das lagoas dos Açores. Publicou cerca de 95 artigos científicos, relatórios, comunicações e livros publicados em jornais internacionais e nacionais ou apresentados em encontros, seminários, simpósios ou congressos nacionais ou internacionais. (In Nélia Câmara - Correio dos Açores)

Fukushima: Um nome que não se esquecerá

Félix Rodrigues (Opinião)
Após o terramoto e tsunami de 11 de Março no Japão, o mundo solidarizou-se com a desgraça japonesa e depois, quase que entrou em pânico com o descontrolo do complexo nuclear de Fukushima. O medo do nuclear voltou, porque temos a percepção de viver numa aldeia global o que leva a que ninguém pense, neste momento, que está resguardado num “cantinho do céu”. Muitas pessoas estão assustadas com o nuclear e os políticos tem receios de tomar decisões no que respeita a esclarecê-las. Por outro lado, são muitos os comentadores e analistas científicos que acusam a comunicação social de “pregar o medo do nuclear” nos diversos tipos de publicações destinadas ao grande público. O problema do “medo do nuclear” não está naquilo que se diz, mas nas percepções correctas ou incorrectas do ponto de vista científico, que o cidadão comum, alguns jornalistas e cientistas possuem. Por exemplo, num estudo sobre percepção de risco realizado nos Açores em 2007, os dados mostram que há uma elevada percentagem dos auscultados que desconhecem os mecanismos que contribuem para as alterações climáticas, pois consideram que as latas de spray, a energia nuclear e os resíduos radioactivos como factores que contribuem directamente para esse fenómeno, o que não é verdade. Assim sendo, as preocupações com o nuclear podem ser empoladas quando se pensa que também estão relacionadas com a problemática das alterações climáticas. A opinião esporádica de jornalistas ou cientistas pouco contribuiriam para alterar essa percepção pública. Essa será alterada com uma formação ou informação científica adequada da população. Nesse mesmo estudo, 48% dos inquiridos afirmam ter medo do nuclear e 52% das alterações climáticas globais, ou seja, percentagens muito próximas. Quando comparamos esses dados com os receios dos europeus, eles tendem a ser semelhantes. Nesse contexto, a palavra “nuclear” parece provocar medo, ou desconforto psicológico, seja qual for o argumento. As palavras “nuvem radioactiva” mais medo parecem provocar, mesmo que se afirme que não haverá qualquer impacto em termos de saúde pública. Cada problema relacionado com o nuclear tenderá, em termos de percepção de risco, a incrementá-lo, podendo traduzir-se a curto prazo, numa dificuldade de fazer vingar a exploração dessa energia, mesmo que a queiramos considerar alternativa à queima de combustíveis fósseis. A imagem do acidente de Chernobyl ainda está presente na mente de muitos, considerado o pior acidente nuclear até Fukushima. Os incidentes e acidentes de Fukushima passaram da classificação de nível cinco, para nível seis, e muito recentemente foram classificados de nível sete, ou seja, equivalentes a Chernobyl. As decisões energéticas de um país ou região, há alguns anos atrás, eram tomadas pelos políticos. Nas sociedades democráticas com participação pública e respeito pela diversidade de opiniões é um pouco diferente. O discurso público para essas tomadas de decisão era essencialmente retórico, contrário a um discurso científico que rompe com as evidências e “códigos de leitura do mundo” e se constitui num sistema de juízos e de relações entre conceitos. No que respeita ao nuclear, acredita-se que neste momento tanto o discurso retórico como o discurso científico estão fragilizados, havendo necessidade de os fundir se quisermos afirmar a ideia de exploração da energia nuclear. Num contexto moderno e realista de produção científica, percebe-se que tanto a ciência como a sociedade co-evoluem, havendo um elo forte entre ciência e sociedade. É a sociedade que financia a investigação científica e exige dela cada vez mais resultados práticos para a resolução de problemas técnicos ou de produção industrial. Assim sendo, o nuclear na era pós-Fukushima terá dificuldades em afirmar-se se não combater eficazmente a percepção pública de risco associada a essa temática. Não é deixando de falar do nuclear que se fará desaparecer essa percepção, é fazendo exactamente o oposto, enunciando todos os pressupostos e riscos mas também todos os benefícios e mais-valias. Decida quem tiver que decidir. Os incidentes de Fukushima terão impactos negativos a nível da exploração da energia nuclear numa sociedade com receios ou medos daí que seja fácil prever uma diminuição da aposta neste tipo de energia bem como uma necessidade de aumento de segurança das centrais nucleares futuras. A China que tem 27 centrais nucleares em construção, já parou a construção de cerca de 7. A Venezuela, que estava a construir uma central nuclear, em parceria com a Rússia, parou o projecto. A Alemanha e a Suíça vão rever a sua política de nuclear e muitos outros países se lhe seguiram. Portugal não terá que discutir com Espanha a política nuclear espanhola, dado que as centrais espanholas se localizam ostensivamente na fronteira portuguesa? Há que discutir e negociar. Se Portugal está sujeito a riscos potenciais, associados a hipotéticos problemas com os reactores nucleares, deve exigir dos espanhóis contrapartidas económicas. No futuro, o nuclear será mais seguro porque temos capacidade de aprender com os nossos erros. No futuro, a produção de energia nuclear será mais difícil se a percepção pública de risco for a que actualmente existe. De momento, e no cenário de crise económica em que nos encontramos, temos que retirar dividendos da opção “não nuclear” portuguesa.

(In A União)

domingo, abril 17, 2011

Açores dão a conhecer projetos a grupo europeu

O secretário regional da Ciência, Tecnologia e Equipamentos, José Contente, apresentou projetos de ciência e tecnologia a um grupo europeu que visitou os Açores durante esta semana. No final de uma visita ao Expolab, na Lagoa, José Contente sublinhou a importância da visita daquele grupo a São Miguel "para conhecer e aprofundar as dimensões da política do Governo Regional em várias áreas e confirmar a integração dos Açores nos projetos mais modernos que a Europa financia". José Contente deu a conhecer o Sistema Científico e Tecnológico Regional, que, segundo referiu, "responde aos objetivos globais da Agenda 20/20, que são os princípios de um crescimento inteligente, sustentado e inclusivo". "Isso significa que nós queremos, todos os dias, aproximarmo-nos dos parâmetros mais desenvolvidos da Europa com projetos nas áreas em que estamos mais vocacionados, o ambiente natural", sublinhou o governante. O secretário regional da Ciência, Tecnologia e Equipamentos apresentou também ao grupo europeu os vários dos projetos científicos que estão a ser promovidos por todas as ilhas, nomeadamente a estação da ESA em Santa Maria, estações de climatologia como a do Pico-Nare, a mediação da radiação atmosférica na Graciosa, as estações de radioastronomia e geodesia e projetos ligados ao espaço, como o Doris, Corine, GMES da Nereus e o Centro de Vigilância do Atlântico Norte.

(In Diário Insular)

sábado, abril 16, 2011

Jorge Medeiros entra na corrida à reitoria


O vice-reitor da Universidade dos Açores, Jorge Medeiros, que ontem apresentou a sua candidatura ao cargo de reitor, afirmou que "chegou a hora de repensar, inovar e avançar para novos desafios", começando pela reestruturação da academia açoriana. "Primeiro que tudo, há que reorganizar a instituição, passando pela reorganização dos serviços, porque foram constituídos para uma universidade de há 35 anos e tem de haver uma renovação", afirmou Jorge Medeiros, em declarações aos jornalistas em Ponta Delgada. Por outro lado, no que se refere à oferta letiva, frisou que "chegou a altura de dar o salto" depois de uma adaptação ao Processo de Bolonha e "transformar os cursos conforme" os novos objetivos. "Há uma oferta letiva mais alargada, porque antigamente dávamos primeiros ciclos, licenciaturas e mestrado e, atualmente, a nossa oferta letiva passa pelos cursos de especialização tecnológica, aprendizagem ao longo da vida", afirmou o candidato a reitor. "Existem pessoas que estão ávidas de conhecimento e é necessário adaptar a oferta a essas pessoas", acrescentou. Jorge Medeiros admitiu ainda que possam existir dificuldades financeiras num futuro próximo, mas defendeu que se deve recorrer a outras vias de financiamento para além das verbas provenientes do Estado. "O que se pretende é que haja inovação e que a universidade possa ir buscar outras fontes de financiamento para conseguir condições de sustentabilidade", afirmou Jorge Medeiros, salientando "fundos comunitários que nunca foram utilizados, um maior relacionamento com as empresas, uma maior interligação com outras universidades e dar formação para o exterior, bem como estar inserida em redes internacionais". Jorge Medeiros, que é vice-reitor da Universidade dos Açores desde 2001, considerou que tem "experiência acumulada e uma visão diferente" para desempenhar o cargo de reitor. "Tenho um projeto em que acredito e acho que a Universidade dos Açores deve enveredar por ele", sublinhou. Jorge Medeiros é o segundo candidato ao cargo de reitor da Universidade dos Açores. Alfredo Borba, pró-reitor da academia açoriana, foi o primeiro a apresentar a candidatura para suceder a Avelino Meneses, que não se recandidata por ter atingido o limite de mandatos. (In Diário Insular)

sexta-feira, abril 15, 2011

Ensino sobre Natureza tem de ser apaixonante


Entrevista com Duncan Reavey

Duncan Reavey é professor na Universidade de Chichester, no Reino Unido. De passagem pela Terceira, defendeu que o ensino na área ambiental tem de ser capaz de apaixonar professores e alunos e que os Açores têm condições para dar passos seguros nessa matéria.

Como encara o ensino sobre a sustentabilidade ambiental nos tempos que correm?O que descobrimos na nossa universidade, na Inglaterra, é que os nossos alunos não estão interessados na sustentabilidade. De todo... Os conhecimentos que têm sobre o tema são muito limitados e a vontade de mudarem o seu estilo de vida também. Alguns dos nossos alunos estão menos interessados na questão do que o vulgar cidadão. E alguns serão, em breve, professores, o que é muito preocupante. O que percebemos é que temos de ajudar os nossos alunos a apaixonarem-se pelo Ambiente, primeiro, e depois, eles começam a ficar mais preocupados com a sustentabilidade. A nossa estratégia é fazê-los apaixonarem-se primeiro, depois eles ficarão abertos a aprenderem factos sobre o Ambiente e, então, talvez fiquem dispostos a viver de forma diferente. O método é "love it, learn it, live it". Isso significa que levamos os nossos alunos para a praia ou para o campo, vemos o sol a nascer, tiramos os sapatos e caminhamos com as ondas a rolarem na areia...Vamos à floresta e acampamos... É uma visão muito prática do ensino sobre Ambiente.Não estamos a aprender a ciência por trás das ondas. É uma questão de criar um sentimento, uma ligação emocional, um certo amor pela vida ao ar livre. Considera que este tipo de ensino devia ter lugar não apenas nas universidades mas dirigido a alunos mais novos?Na Inglaterra há muito ênfase em termos de ensinar fora da sala de aula, no exterior. Os professores vão para a rua com os alunos, sempre que têm oportunidade, e tentam adaptar as suas aulas de forma a que isso possa acontecer. Podem ensinar Matemática, História, Geografia e não apenas Ciência. Todas as disciplinas podem ser dadas no exterior de forma muito eficiente. Aliás, o facto do cenário ser esse torna as coisas muito mais memoráveis para as crianças. Elas vão lembrar-se da ocasião por muitos dias, por muitos meses. Além disso, o novo ambiente proporcionará diferentes maneiras de criar uma aula estimulante. O que descobrimos é que as crianças que eram um bocado "difíceis" dentro da sala de aula, com uma mesa à sua frente, fechadas dentro de quatro paredes, ficam, subitamente, muito mais interessadas em aprender se estiverem no exterior. Ficam entusiasmadas com o que vêm e se os professores forem bons e capazes de canalizar esse entusiasmo para o que está a ser dado, têm-se resultados muito positivos. É preciso ensinar os professores a entenderem a importância da sustentabilidade ambiental antes de termos alunos interessados por este aspeto?Mais do que isso. Temos de entusiasmar os professores em relação a este tema. Se isso acontecer, conseguirão passar esse entusiasmo às crianças. Têm de ser apaixonados em relação a esta matéria. A verdade é que já têm paixão por muitas coisas, como ler histórias às crianças, o que é importante, ou ensinar-lhes técnicas artísticas. Os Açores têm vantagem nesta matéria por terem uma área de ação relativamente pequena?A Universidade tem muita gente preocupada com este tema e, se os decisores políticos tiverem uma visão alargada, é muito mais fácil fazer com que a mudança aconteça num local pequeno.

(In Diário Insular)

quinta-feira, abril 14, 2011

12 de Maio, Campus de Angra do Heroísmo, conferência "Portugal na Nova Ordem Financeira Europeia", com os professores Bagão Félix e Mário Fortuna

No dia 12 de Maio, às 17h00, no auditório do complexo pedagógico do campus do Pico da Urze, em Angra do Heroísmo, terá lugar a conferência “Portugal na Nova Ordem Financeira Europeia”, com as seguintes intervenções:

- Como a Europa se Propõe Controlar as Finanças Públicas -Prof. Doutor Mário Fortuna, Professor Catedrático da UAc

- As Questões Económicas e Sociais do País na Atualidade - Prof. Doutor Bagão Félix, ex-ministro das Finanças. Em 2010/11 o DEG disponibiliza, em Angra do Heroísmo, os dois primeiros anos da licenciatura em Gestão. A entrada é livre. Será atribuído um certificado de participação aos presentes.

ISCED perspectiva abertura de cursos de mestrado



Huambo – O Instituto Superior de Ciências da Educação (ISCED) do Huambo perspectiva abrir, a partir deste ano, cursos de mestrado, com vista a satisfazer as expectativas académicas da população estudantil, que demonstra avidez em prosseguir com a sua formação.
A pretensão foi manifestada hoje, segunda-feira, à Angop, no Huambo, pelo director- geral do ISCED, Miranda Lopes Miguel, tendo informado que a instituição já tem criadas todas as condições exigidas para o efeito, estando apenas a aguardar pela autorização das estruturas superiores que regulam estes cursos no país.
“Temos a documentação muito bem avançada a nível das estruturas superiores, e aguardamos pela aprovação para iniciarmos com os mestrados. Da nossa parte todas as condições impostas foram criadas, o processo está bem encaminhado e creio que possamos abrir pelo menos um mestrado ainda este ano”, informou.
Miranda Lopes Miguel explicou que numa 1ª fase o ISCED prevê implementar uma edição da Universidade de Açores (Portugal), com quem a sua instituição tem uma colaboração já muito antiga, e pelo facto da documentação sobre a abertura de tal edição estar muito próxima de ser aprovada pelas estruturas superiores.
Explicou que a mesma vai beneficiar, em certa medida, os perfis dos formandos em Geografia e Biologia, uma vez que o mestrado destina-se a formar especialistas em ciências ambientais e da natureza.
“Teremos outros mestrados, logo a seguir ao de ciências do meio ambiente e conservação da natureza, entre os quais o de didáctica de ensino e desenvolvimento curricular, uma edição do ISCED/Lubango. Existem vários mestrados aprovados, só temos que reeditá-los, caso estejamos interessados em implementá-los na nossa instituição”, frisou.
Considerada maior instituição de ensino superior nesta província, o ISCED já formou, desde 2005, cerca de três mil e 500 estudantes.
Deste número de graduados, figuram estudantes que concluíram os seus programas curriculares em 1991.
Em funcionamento desde 1988, o Instituto Superior de Ciências da Educação do Huambo viu a sua actividade interrompida durante cerca de 10 anos, devido ao conflito armado, reatando apenas em 2001.
O ISCED forma professores nas especialidades de Física, Matemática, Biologia, Geografia e Psicologia. Tem uma população discente estimada em, pelo menos, cinco mil estudantes matriculados em dois períodos: regular (manhã e tarde) e pós-laboral (de noite).
Na província do Huambo, antigo centro académico angolano, estão em funcionamento além do Instituto Superior de Ciências da Educação (ISCED), a Faculdade de Medicina, de Ciências Agrárias (FCA), de Direito, Economia, Medicina Veterinária e o Instituto Superior Politécnico.
O Instituto Superior Politécnico, com seis cursos, e o ISCED, com cinco, são as instituições de maior referência por absorverem, todos os anos, maior número de estudantes.
A falta de cursos de mestrados nesta província tem motivado muitos estudantes a se deslocarem ao estrangeiro, enquanto outros têm optado em fazer cursos a distância com recurso a Internet.



(in Angola Press)

Huambo forma quadros em ciências ambientais

O Instituto Superior de Ciências da Educação (ISCED) do Huambo perspectiva abrir cursos de mestrado em Ciências Agrárias (FCA), de Direito, Economia, Medicina Veterinária e Ciências do Ambiente em colaboração com diversas instituições, entre as quais a Universidade dos Açores (ver notícia do Jornal de Angola)

Educação para a Sustentabilidade no Ensino Superior

Duncan Reavey da University of Chichester, no Reino Unido, defendeu esta quarta-feira num workshop sobre Educação para a Sustentabilidade no Ensino Superior, realizado no Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores, que é necessário implementar novas estratégias de ensino, desde o ensino básico ao ensino superior, que possam motivar e promover a sustentabilidade. Apesar desse conceito ser ambíguo ou dicotómico, é fundamental que cada indivíduo tenha uma agenda pessoal, como educador, como investigador, como político ou como cidadão, a par de uma agenda colectiva promotora de sociedades sustentáveis.
No Reino Unido, há uma aposta forte do Governo na promoção da Educação Superior para a Sustentabilidade através de programas como o “People & Planet” (Pessoas e Planeta) ou da seriação dos desempenhos universitários nessa área, como na “Green League 2011”.
O investigador britânico afirmou ser fundamental que tanto a sociedade como os estudantes sejam capazes de aprender a colocar questões sobre o rumo das soluções que procuram a sustentabilidade da sua terra, e que essa busca incessante de soluções, deverá ter uma abordagem curricular transversal no ensino superior.
A mensagem forte de Duncan Reavey é que para aprendermos devidamente o que é sustentabilidade, temos que sentir, amar e viver, o local onde moramos.
Relativamente à Universidade dos Açores e à educação para a sustentabilidade levada a cabo pela instituição, Rosalina Gabriel do Campus de Angra do Heroísmo, aquando da sua comunicação nesse workshop afirmou haver apenas uma carta de intenções da academia no que se refere à Educação para o Desenvolvimento Sustentável, mas tem sido dados grandes passos ao nível regional, tanto com o apoio da Universidade dos Açores como pelo entusiasmo dos membros do RCE (Centro Regional de Peritos em Desenvolvimento Sustentável nos Açores), que tem como missão apoiar uma rede de organizações e indivíduos comprometidos com a educação para o desenvolvimento regional sustentável, dentro e entre as várias ilhas do arquipélago dos Açores e que visa criar mecanismos que permitem a participação efectiva da sociedade civil neste esforço. O RCE Açores é um dos três centros existentes em Portugal reconhecidos pela UNESCO.
Emiliana Silva, organizadora do workshop, comparou as percepções ambientais de diferentes populações dando ênfase ao estudo que desenvolveu no âmbito do programa europeu TEMPUS, nos Balcãs. Enquanto que nos Açores não há diferenças de género entre o posicionamento antropocêntrico ou ecocêntrico dos açorianos, nos Balcãs os homens assumem posições mais ecocêntricas do que as mulheres. Trata-se de uma realidade cultural, que de acordo com a investigadora resulta do facto da mulher, nessas sociedades, ter menos capacidade de intervenção ou de professar opinião do que os homens. Tais dificuldades poderão condicionar a velocidade com que se caminha para a sustentabilidade nos diferentes países dessa região.
Em resumo, pode afirmar-se que existem imperativos da ordem ética e moral que impõe às sociedades actuais a lógica do desenvolvimento sustentável. Parece haver sim, uma desadequação entre a teoria e a prática no que respeita à implementação de uma lógica de sustentabilidade que procura atingir um mundo saudável, ordenado e participativo.

quarta-feira, abril 13, 2011

A União Europeia, estudantes, empreendedorismo e mobilidade

T.U.S.A. é melhor tuna do mundo

A tuna masculina do departamento do Ciências Agrárias da Universidade dos Açores venceu, no fim de semana passado, uma competição mundial de tunas, em Espanha.

A T.U.S.A. -Tuna Universitas Scientiarum Agrariarum da Universidade dos Açores, venceu, este fim de semana, o prémio de melhor tuna no II Encuentro Mundial de Tunas de Mojácar, Granada, em Espanha. Para além do prémio de melhor tuna, a tuna masculina do departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, que levou ao palco seis dos seus originais, arrecadou ainda os prémios de melhor pandeireta e de melhor estandarte. O festival, organizado pela Tuna de Ciencias da Universidad de Granada, contou com a participação de 30 tunas convidadas, oriundas de países como Holanda, Porto Rico, México, Colômbia ou Peru. De Portugal, estiveram a concurso, juntamente com a T.U.S.A., a Real Tuna Universitária de Bragrança e a Quarentuna de Coimbra. Por isso, consideram os membros da tuna masculina vencedora, este foi um prémio não só da Terceira e dos Açores, mas também representativo de Portugal. Segundo explicaram André Duarte, vice-presidente da T.U.S.A., e Duarte Cunha, tesoureiro, as expectativas para este encontro foram superadas. "Contávamos chegar à final, mas não pensávamos ganhar, dado nível da competição", disseram a DI, adiantando que "o nosso grande objetivo era divertirmo-nos e divertir os outros". A T.U.S.A., composta por 38 membros, está grata, sobretudo, pelo reconhecimento que mereceu e pela troca de conhecimentos e experiências com outras tunas. "São culturas diferentes e grupos diferentes. Éramos os mais novos, mas o espírito é sempre o mesmo", recordaram. O grande fator de decisão, aquilo que distinguiu a tuna masculina de Angra do Heroísmo, consideram, foi a interação com o público. "Foi muito bom vermos toda a gente de pé a acompanhar-nos", frisaram. Para a T.U.S.A. este foi sobretudo um bom exercício de relações públicas. "Já estamos a encetar contactos para o próximo festival Ciclone e todas as tunas com que nos deparámos em Espanha mostraram-se interessadas em vir", disseram.Para além disso, surgiram já outros convites para possíveis deslocações da T.U.S.A. à Holanda ou a Porto Rico. No entanto, lembram os membros da tuna masculina, as viagens são sempre grandes investimentos, que este ano não teriam sido possíveis sem o apoio da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo e da direcção regional da Juventude.

(In Diário Insular)

terça-feira, abril 12, 2011

EM ESPANHA TUSA vence prémio de melhor tuna do mundo



A T.U.S.A. – Tuna Universitas Scientiarum Agrariarum da Universidade dos Açores venceu o prémio de melhor tuna no “Encuentro Mundial de Tunas 2011”, o maior festival mundial de grupos universitários, realizado no passado fim-de-semana na cidade espanhola de Mojácar.
Para além de serem agraciados com o titulo de “melhor tuna do mundo”, os jovens terceirenses trouxeram para casa também os prémios de Melhor Pandeireta e Melhor Porta-estandarte.
O certame, organizado pela Tuna de Ciências da Universidade de Granada, contou com 30 tunas oriundas de Espanha, Holanda, México, Porto Rico, Colômbia, Peru, Holanda e Portugal, sendo esta a primeira vez que uma tuna nacional vence o primeiro prémio.
Segundo Manuel Pinheiro, magister da T.U.S.A, apresentaram-se a concurso grupos com “grande experiência musical, muito perfeccionistas nas suas actuações”, o que obrigou os elementos da Universidade dos Açores “a estarmos ao nosso melhor nível, o que nos obrigou a um grande trabalho de preparação deste festival”.
A tuna de Angra começou por actuar nas meias-finais, no dia 8 de Abril, sendo uma das seis apuradas para a grande final, onde apresentou quatro temas originais, “ A despedida”, “ Amor Distante”, “Cidade do estudante” e um instrumental.
De acordo com Manuel Pinheiro, o júri valorizou, não apenas a qualidade vocal e instrumental do grupo, mas especialmente a sua presença em palco “gostaram muito da nossa interacção com o público”, explica.

Sucesso além fronteiras

A T.U.S.A levou até terras espanholas a totalidade dos seus 38 elementos, naquela que foi a primeira actuação da tuna em palcos internacionais.
“Correu tudo muito bem, foi muito cansativo, só de carro foi uma deslocação de doze horas, mas estávamos muito bem preparados e fomos muito bem recebidos por todos”, refere o magister
O convite para participar naquele que é o grande evento mundial de tunas, surgiu na sequência de contactos entre a T.U.S.A e a tuna de Granada para a participação destes no Ciclone, festival organizado pelos estudantes da Terceira.
Como explica Manuel Pinheiro, “eles já nos tinham visto e sempre gostaram das nossas actuações, dai o convite para irmos ao Encontro Mundial”.
A excelente prestação em Espanha levou a que a Tuna da Universidade dos Açores tenha em mãos convites para actuações não só no país vizinho mas também na Holanda ou Porto Rico, destinos “proibitivos” para a T.U.S.A em termos financeiros.
“Esta viagem foi muito difícil em termos financeiros”, explica o líder do grupo, apesar de terem contado com apoios da Universidade dos Açores e da Câmara de Angra do Heroísmo, entre outras entidades, o que inviabiliza mais deslocações ao estrangeiro nos próximos tempos.
Agora que são a “melhor tuna do mundo”, o magister da T.U.S.A fala na “grande responsabilidade” que os elementos da tuna terão para fazer valer esse título, que apanhou todos de surpresa, “o objectivo era chegar à final”.

(In A União)

CANDIDATO A REITOR Segunda residência universitária na Terceira é indispensável para Alfredo Borba



A construção de uma segunda residência universitária na ilha Terceira é tida como “indispensável” para Alfredo Borba, candidato ao cargo de Reitor da Universidade dos Açores que, ontem, apresentou o seu programa no campus de Angra do Heroísmo.
Em tempos que, financeiramente “não se adivinham de fáceis”, o actual pro-reitor apela ao contributo da investigação na rentabilização da academia açoriana e deixa antever que o Departamento de Ciências Agrárias pode expandir-se para São Miguel e Horta.
Um milhão e meio de euros é o valor calculado para a construção de uma segunda residência universitária na ilha Terceira que o candidato ao cargo de reitor da Universidade dos Açores (UAç), Alfredo Borba, projecta construir nos arredores do centro histórico de Angra, no Fanal.
Ontem, na apresentação da sua candidatura, que quase encheu o auditório do complexo pedagógico do campus de Angra do Heroísmo, o actual pro-reitor falou tratar-se de uma infra-estrutura “indispensável”: “a residência é indispensável. Se pensarmos que temos uma população estudantil com mais de mil alunos, cuja maior parte não é da ilha e que temos uma residência com cem camas, acho que seria essencial haver mais uma residência, e acima por cima, uma residência com serviços de apoio aos estudantes, como a que está prevista para o Fanal”.
O candidato refere que esta residência de estudantes universitários “já tem projecto pronto, já tem terreno – que foi dado pela câmara municipal –, falta agora arranjar o financiamento”.
Um financiamento de 1,5 milhões de euros que, reforçou, vai contar com o seu “empenhamento”.
Um empenhamento que garante ir igualmente colocar na infra-estruturação ainda em curso nas instalações universitárias terceirenses: “neste momento, estamos a acabar as obras dos arranjos exteriores (campus do Pico da Urze), depois temos um projecto pronto para o pavilhão gimnodesportivo, que será construído com a câmara municipal e estamos a preparar o concurso para o projecto do edifício das ciências da saúde, que abrangerá a actual Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo”.
Contas feitas: “1,5 milhão para a residência, 2 milhões para o pavilhão gimnodesportivo e pensamos que andará à volta de 5 a 6 milhões para a escola superior de enfermagem”, calculou Alfredo Borba.
Neste capítulo, o candidato defende igualmente a construção de uma residência universitária no Campus da Horta, além da conservação e restauro do parque de edifícios do Campus de Ponta Delgada.

Investigação deve financiar UAç

O candidato voltou a reforçar a necessidade “da investigação dar um maior contributo para o financiamento” da própria academia açoriana: “há muito trabalho que é feito fora da UAç noutros organismos. Esse trabalho tem de ser regulamentado, protocolado, para que o trabalho seja da UAç e para que a UAç aufira do financiamento desses projectos e cobre os devidos overheads para o seu financiamento”
“Grande parte do financiamento da Uaç tem de vir de verbas próprias”, sem que haja, alertou “duplicação, nem concorrência desleal” com prejuízo para com a universidade açoriana.
Isto porque, antecipou, “não se adivinham tempos fáceis”, em termos de recursos financeiros.
Nos recursos humanos, disse, é preciso “equilibrar” quadros, propondo a abertura de concursos para professores associados: “neste momento temos uma pirâmide invertida: temos mais professores catedráticos do que associados e isso não é normal”, disse, explicando a actual situação com “constrangimentos legais e financeiros nos últimos tempos”.
“Chegou o momento de abrir vagas para professores associados com vista a restabelecer essa pirâmide”. Até porque, explicou, o novo Estatuto da Carreira Docente Universitária (ECDU) estabelece que as academias têm de possuir 50 a 70 por cento dos seus docentes no quadro. Neste momento, a UAç possui 200 e tal docentes, entre eles 20 catedráticos e menos de metade de professores associados”.

Enfermagem por resolver

Questionado pela plateia, Alfredo Borba refere que o processo de integração de ambas as escolas superiores de enfermagem (Angra e P. Delgada) na UAç necessita de “particular atenção”, dizendo ser necessário “racionalizar a actual oferta formativa” e, mais importante, saber como serão geridas as escolas, afirmando estar em cima da mesa “fusão das duas escolas”: “é preciso resolver isso porque é complicado manter duas instituições com os mesmos objectivos”, adiantando que, segundo contactos estabelecidos, a Escola Superior de Enfermagem de Ponta Delgada “não quer” essa fusão e Angra sim.
Alfredo Borba, nascido no Pico, licenciado em Engenharia Zootécnica, doutor em Ciências Agrárias, docente da academia açoriana desde 1983 e professor catedrático desde 2006, foi o primeiro candidato, e actualmente único, a apresentar-se ao acto eleitoral do próximo dia 31 de Maio, decorrendo até 20 de Abril o prazo de candidaturas.

Ciências agrárias expandidas para São Miguel e Horta

Apesar de não fazer parte do seu programa de candidatura ao cargo de reitor da Universidade dos Açores, Alfredo Borba não esconde que o Departamento de Ciências Agrárias (DCA) já deveria ter iniciado uma trajectória de expansão.
Explicando, desde logo, que esta ambição cabe “conselho de gestão” do DCA, “pessoalmente acho que qualquer um dos cursos do DCA, como Ciências Agrárias, Guias da Natureza, Higiene e Gestão do Ambiente - cursos que já tenham alguns anos de docência – podiam ser replicados noutro campos” da UAç, em São Miguel e no pólo da Horta.

Humberta Augusto (texto e foto) haugusto@auniao.com

Alfredo Borba propõe academia de vocação internacional



Introduzir práticas de proximidade, internacionalizar a academia e promover a prática científica - são traves mestras do projeto de candidatura a Reitor da Universidade dos Açores apresentado ontem, em Angra do Heroísmo (polo universitário do Pico da Urze), pelo professor catedrático Alfredo Borba.
O novo diálogo proposto por Borba deve ter expressão - por esta ordem - entre saberes, ao nível interno da academia e com o meio açoriano. O candidato prometeu um novo sistema de comunicação online da universidade que permita partilhar com os açorianos, em tempo útil, o saber produzido na academia.
Alfredo Borba quer uma universidade que dê respostas ao desenvolvimento dos Açores - também ao nível politécnico -, que cultive o mérito, que capte novos alunos e que seja capaz de se projetar no exterior.
A resposta aos problemas financeiros deve ser dada através da investigação, duma nova relação com os parceiros e de cursos de 2º (mestrados) e 3º (doutoramentos) níveis.


(In Diário Insular)

segunda-feira, abril 11, 2011

Workshop Educação Sustentável no Ensino Superior/Sustainability Education in the Higher Education

Workshop - Programa Educação Sustentável no Ensino Superior Sustainability Education in the Higher Education Universidade dos Açores – Campus de Angra do Heroísmo

13 de Abril, 2011 14H00 Recepção 14H10 Sessão de Abertura – Auditório DCA -UA 14H15 Sessão 1 – AuditórioCoordenação: Paulo Borges (Universidade dos Açores) Chichester University case. Dr. Duncan Reavey (Chichester University - UK) 15H45 Sessão 2 – Auditório Coordenação: Alison Neilson (Universidade dos Açores) RCE Azores. Dr. Rosalina Gabriel (Azores University - PT) 16H00 PAUSA 16H30 Sessão 3 – Auditório Coordenação: Félix Rodrigues (Universidade dos Açores) Eastern countries experience. Dr. Emiliana Silva (Azores University - PT) 17H00 Sessão 3 – Auditório Coordenação: Tomaz Dentinho (Universidade dos Açores) Debate 18H00 Sessão de Encerramento. Alfredo Borba (Universidade dos Açores)

A era pós-Fukushima

Félix Rodrigues (Opinião)
Um problema grave parece necessitar de companhia. Recentemente temos assistido a situações dispares em termos dos campos de análise ou reflexão, que mostram que um problema grave tende a não ficar só. É o caso dos produtos financeiros tóxicos que desencadeou a crise financeira, que segundo alguns desencadeou a crise de emprego, que originou a crise política portuguesa e que se traduzirá inequivocamente em crise familiar. É também o caso do terramoto no Japão ocorrido a 11 de Março que originou um enorme tsunami a que se associaram os incidentes e acidentes no complexo nuclear de Fukushima Daiichi. O medo do nuclear voltou, porque temos a percepção de viver numa aldeia global o que leva a que ninguém pense, neste momento, que está resguardado num “cantinho do céu”. Muitas pessoas estão assustadas com o nuclear e os políticos tem receios de tomar decisões no que respeita a esclarecê-las. Por outro lado, são muitos os comentadores e analistas científicos que acusam a comunicação social de “pregar o medo do nuclear” nos diversos tipos de publicações destinadas ao grande público. O problema do “medo do nuclear” não está naquilo que se diz, mas nas percepções correctas ou incorrectas do ponto de vista científico, que o cidadão comum, alguns jornalistas e cientistas possuem. Por exemplo, num estudo sobre percepção de risco realizado nos Açores em 2007, os dados mostram que há uma elevada percentagem dos auscultados que desconhecem os mecanismos que contribuem para as alterações climáticas, pois consideram que as latas de spray, a energia nuclear e os resíduos radioactivos como factores que contribuem directamente para esse fenómeno. Assim sendo, as preocupações com o nuclear podem ser empoladas quando se pensa que também estão relacionadas com a problemática das alterações climáticas. A opinião esporádica de jornalistas ou cientistas pouco contribuiriam para alterar essa percepção pública. Essa será alterada com uma formação ou informação científica adequada da população. Nesse mesmo estudo, 48% dos inquiridos afirmam ter medo do nuclear e 52% das alterações climáticas globais, ou seja, percentagens muito próximas. Quando comparamos esses dados com os receios dos europeus, eles tendem a ser semelhantes. Nesse contexto, a palavra “nuclear” parece provocar medo, seja qual for o argumento. As palavras “nuvem radioactiva” mais medo parecem provocar, mesmo que se afirme que não haverá qualquer impacto em termos de saúde pública. Cada problema relacionado com o nuclear tenderá, em termos de percepção de risco, a incrementá-lo, podendo traduzir-se a curto prazo, numa dificuldade de fazer vingar a exploração dessa energia, mesmo que a queiramos considerar alternativa à queima de combustíveis fósseis. As decisões energéticas de um país ou região, há alguns anos atrás, eram tomadas pelos políticos. Nas sociedades democráticas com participação pública e respeito pela diversidade de opiniões é um pouco diferente. O discurso público para essas tomadas de decisão era essencialmente retórico, contrário a um discurso científico que rompe com as evidências e “códigos de leitura do mundo” e se constitui num sistema de juízos e de relações entre conceitos. No que respeita ao nuclear, acredita-se que neste momento tanto o discurso retórico como o discurso científico estão fragilizados, havendo necessidade de os fundir se quisermos afirmar a ideia de exploração da energia nuclear. Num contexto moderno e realista de produção científica, percebe-se que tanto a ciência como a sociedade co-evoluem, havendo um elo forte entre ciência e sociedade. É a sociedade que financia a investigação científica e exige dela cada vez mais resultados práticos para a resolução de problemas técnicos ou de produção industrial. Assim sendo, o nuclear na era pós-Fukushima terá dificuldades em afirmar-se se não combater eficazmente a percepção pública de risco associada a essa temática. Não é deixando de falar do nuclear que se fará desaparecer essa percepção, é fazendo exactamente o oposto, enunciando todos os pressupostos e riscos mas também todos os benefícios e mais-valias. Decida quem tiver que decidir. Os incidentes de Fukushima terão impactos negativos a nível da exploração da energia nuclear numa sociedade com receios ou medos daí que seja fácil prever uma diminuição da aposta neste tipo de energia bem como uma necessidade de aumento de segurança das centrais nucleares futuras. No futuro, o nuclear será mais seguro porque temos capacidade de aprender com os nossos erros. No futuro, a produção de energia nuclear será mais difícil se a percepção pública de risco for a que actualmente existe. Quanto ao medo injustificado, da quantidade de isótopos que chega a qualquer canto do território português, devido às emissões de Fukushima, esse só se combate com informação e um discurso claro e verdadeiro daqueles que comunicam eficazmente com a população. Há términos científicos que tendem a confundir-se em termos de percepção pública, como por exemplo previsão e detecção. Uma coisa é a previsão que não é 100% precisa, outra é a detecção que corresponde à ligação inequívoca entre um fenómeno e a sua previsão. No caso da radioactividade que chegou a Portugal proveniente de Fukushima, foi previsto chegarem vestígios, a 28 de Março aos Açores, confirmados por detecção a 29 de Março em Ponta Delgada, seguindo-se a sua chegada ao território continental português, confirmada pela detecção do Instituto Tecnológico e Nuclear a 31 de Março de 2011. Quer a previsão quer a detecção indicam que não há qualquer risco estimado ou previsível para a saúde pública, daí que qualquer medo é racionalmente infundado. Quanto ao facto desse fenómeno ser ou não notícia, isso depende exclusivamente de critérios editoriais ou jornalísticos. Se pensávamos que nada chegaria a Portugal, a chegada será notícia, se já o sabíamos, não será novidade. Se os cientistas se acham melhores do que os jornalistas a passar as mensagens desta natureza, pois que se transformem em jornalistas. Conheço jornalistas com competências para serem cientistas.

(in Jornal Terra Nostra)

Turismo, Sustentabilidade e Natureza

Realizou-se no dia 10 de Abril de 2011, pelas 10H, no Hotel Caravelas na ilha do Pico, uma palestra proferida pelo Professor Félix Rodrigues sobre "Turismo, Sustentabilidade e Natureza.

Nessa palestra foi abordada a necessidade de constituirem-se diversos distinos turísticos no Arquipélago em vez do "destino Açores" que é pouco característico da nossa realidade arquipelágica.

Foram tecidas algumas considerações acerca do conceito de sustentabilidade e a sua aplicação à área económica do turismo.

ALGUMAS ÚNICAS A NÍVEL MUNDIAL Arquipélago tem 270 grutas vulcânicas

O arquipélago dos Açores possui 270 cavidades vulcânicas únicas a nível mundial, mas apenas cinco estão abertas ao público, apesar dos especialistas consideram que mais de uma dezena poderiam ser visitadas, constituindo um atractivo turístico.

“No contexto nacional, as grutas dos Açores são diferentes, porque são cavidades vulcânicas. Temos grutas únicas a nível mundial”, afirmou João Carlos Nunes, do Grupo de Trabalho para o Estudo do Património Espeológico dos Açores (GESPEA), em declarações à Lusa.

O Algar do Carvão, na Terceira, ou a Furna do Enxofre, na Graciosa, são cavidades que este especialista frisou serem "únicas" no panorama vulcano-espeológico, quer pela grande dimensão, como pelas singularidades que conferem um "elevado interesse estético", além de albergarem uma importante fauna adaptada à vida subterrânea.

A natureza vulcânica do arquipélago e a presença de escoadas lávicas do tipo basáltico fazem com que as ilhas açorianas apresentem um "diversificado património espeleológico", com "muitas dezenas de quilómetros de caminhos subterrâneos, onde se escondem muitos segredos e estranhas formas de vida".

Actualmente apenas cinco grutas nos Açores estão abertas ao público, das quais duas na Terceira (Algar do Carvão e Gruta do Natal), uma em S. Miguel (Gruta do Carvão), outra na Graciosa (Furna do Enxofre) e a restante no Pico (Gruta das Torres).

João Carlos Nunes assegurou, no entanto, que "há seguramente mais de uma dúzia que poderiam ser visitáveis", acrescentando que "não são necessários investimentos avultados" para que possam ser visitáveis, exigindo apenas a criação de "infra-estruturas e zonas de protecção", além da "concordância dos particulares, uma vez que muitas destas grutas estão em terrenos particulares".

"As grutas dos Açores são também um contributo importante ao nível da comunidade escolar, porque permitem uma aprendizagem de aspectos particulares do nosso vulcanismo e geologia", frisou, salientando ainda que a abertura ao público de mais grutas permitiria "diversificar a oferta turística".

Nesse sentido, defendeu que se trata de "sítios de interesse turístico, porque podem ser visitados quando as condições atmosféricas não permitem visitas a miradouros ou outros pontos turísticos".

Para divulgar trabalhos em curso nesta área, um dos quais do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores sobre o estudo dos micro-organismos que vivem em cavidades vulcânicas, o GESPEA promoveu ontem um seminário sobre cavidades vulcânicas dos Açores, denominado 'Um mundo de biogeodiversidade por descobrir'.

(In A União)

Workshop sobre Biogeodiversidade de Cavidades vulcânicas

sexta-feira, abril 08, 2011

II Encontro Ibérico de Biologia Subterrânea

O Grupo da Biodiversidade dos Açores (CITA-A) (http://eibs.neua.org/index.php/organizacao) é um dos parceiros da Organização do II Encontro Ibérico de Biologia Subterrânea, que se realiza em Aveiro de 2 a 4 de Setembro.

II Encontro Ibérico de Biologia Subterrânea 2 a 4 de Setembro de 2011 No seguimento do primeiro encontro realizado em Valência em 2009, terá lugar no próximo mês de Setembro, na Universidade de Aveiro, o II Encontro Ibérico de Biologia Subterrânea. Este encontro versará sobre a biodiversidade, ecologia e conservação das cavidades nas distintas regiões cársicas da Península Ibérica e Baleares, sobre as zonas vulcânicas dos arquipélagos da Macaronésia, incluindo Canárias, Açores e Madeira, entre outros habitats subterrâneos. O encontro inclui um ciclo de conferências para a apresentação e discussão dos avanços teóricos e aplicados da biologia subterrânea, alguns workshops temáticos e uma saída de campo a algumas cavidades emblemáticas do carso português. Site: http://eibs.neua.org

AZORES.AVESDEPORTUGAL.INFO Avifauna dos Açores com portal próprio


Acaba de ser criado um novo portal na internet dedicado exclusivamente à avifauna nos Açores. O “azores.avesdeportugal.info” é um sítio que identifica os hotspots de observação de aves nas ilhas, o registo de ocorrências de aves observadas no arquipélago e lista 16 espécies de aves. “O site Aves dos Açores foi criado a pensar em todos os que gostam de observar aves selvagens e não dispõem de informação actualizada sobre este assunto ou não sabem como a obter”, assim se identifica o projecto coordenado por Carlos Pereira, Cecília Melo e Hugo Sampaio. Em “http://azores.avesdeportugal.info” pode encontrar um novo portal exclusivamente dedicado à avifauna dos Açores. Trata-se, segundo os promotores, de um “microssite desenvolvido no âmbito do projecto avesdeportugal.info”. Um sítio na internet criado com o mesmo objectivo deste açoriano, ou seja, agregar num único espaço informações relacionadas com o estudo a observação de aves em Portugal. Assim, “o principal objectivo deste site é tornar mais fácil o acesso a informação completa e actualizada sobre os melhores locais para observar as aves selvagens nos Açores, seja para as fotografar, seja simplesmente para as poder identificar”. “Pretendemos sobretudo disponibilizar informação actualizada sobre as espécies de aves residentes/nidificantes nos Açores, sobre algumas espécies ocasionais que visitam o arquipélago com mais regularidade e elaborar uma lista, comentada, das espécies raras que têm sido observadas nos Açores desde há mais de 100 anos”. Hotspots da Terceira São vários os locais para a observação de aves que o portal sugere. Na ilha Terceira, por exemplo, o Cabo da Praia (ver foto, cuja legenda refere que apesar de “não ser um local muito atractivo visualmente, é seguramente o melhor local da Europa para a observação de limícolas americanas”), as Contendas, as lagoas do Ginjal e do Negro, a zona do Paul, além do Paul da Praia, o Porto de pesca da Praia da Vitória/zona do Belo Jardim, ou o Reservatório do Cabrito são tidos como “hotspots” pelos promotores. “Nos Açores nidificam cerca de 40 espécies de aves, e ocorrem regularmente 20-30 migradores de passagem/invernantes, sendo que a lista total de espécies observada até à data ronda as 380. Neste site poderá encontrar informações sobres estas espécies, assim como dicas sobre alguns locais onde observá-las”, descreve o site. Este portal identifica 16 espécies de aves dos Açores: bico-de-lacre, cagarro, canário-da-terra, estorninho dos Açores, ferfolha, gaivota-de-patas-amarelas, garajau, lavandeira, milhafre, narceja-comum, pardal, pato-real, pombo-das-rochas, pombo-torcaz dos Açores, priolo, vinagreira. “Para cada espécie residente/nidificante será apresentada uma ficha, com fotografias, uma descrição sobre aspectos morfológicos que ajudem na sua identificação, informação sobre a sua abundância e fenologia, assim como alguns locais onde a sua observação é frequente” Aves raras, regulares e mal documentadas O novo instrumento de comunicação e divulgação quer ainda “constituir-se como uma base de dados da avifauna nos Açores”: “aqui não se aceitam só as “raridades”, mas também. Interessam-nos as espécies raras, as migradoras regulares e, muito, espécies residentes cuja distribuição/ estatuto nos Açores estejam mal documentados/definidos, como por exemplo: o pato-real, o borrelho-de-coleira-interrompida (sobretudo fora da Terceira e de Santa Maria), a garça-real, a perdiz-vermelha, a galinha-d’água dos Açores (esta, sobretudo fora dos locais de reprodução conhecidos), a rola-turca, o bufo-pequeno, o periquito-rabijunco, o verdilhão, ou o bico-de-lacre. Ou espécies muito localizadas em certas ilhas, das quais se sabe muito pouco, como: a ferfolha na Graciosa, a codorniz dos Açores nas Flores, o pombo-torcaz dos Açores no Grupo Ocidental; a observação de galinholas na Graciosa e em Santa Maria, onde as observações são muito raras e não são conhecidos registos de nidificação desta espécie nestas ilhas”. Aqui, os registos das ocorrências de aves avistadas nas ilhas vão sendo assinalados numa base quase diária. “Este site, dedicado apenas às Aves dos Açores, não tem como objectivo primeiro, fornecer informação aos birdwatchers estrangeiros que visitam o arquipélago, pois a motivação de grande parte desses observadores para visitar os Açores prende-se, antes de tudo, com a possibilidade de observar espécies neárticas, existindo para esse efeito outros websites que disponibilizam informação bastante actualizada”. (in Humberta Augusto haugusto@auniao.com)

Câmara de Angra distribui armadilhas para térmitas

As moradias das freguesias da Sé, São Pedro, Conceição, Santa Luzia e São Bento vão receber, ao longo do mês de Maio, através dos CTT, armadilhas de atracção de cor amarela destinadas a térmitas, acompanhadas de um folheto informativo. A medida foi anunciada pela presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo.Andreia Cardoso esteve reunida esta semana com os presidentes destas juntas de freguesia das localidades onde se concentra o maior número de edifícios contaminados pela térmita de madeira seca.O objectivo foi articular procedimentos em colaboração com a Universidade dos Açores para o combate a esta praga.

(in Diário Insular)

Cidade património carece de plano global de reabilitação


Angra do Heroísmo precisa urgentemente de um plano global de reabilitação a longo prazo, defenderam na noite da passada quarta-feira o arquiteto João Monjardino e o historiador Jorge Forjaz no debate "Pensar Angra" promovido pela comissão concelhia do CDS/PP" e aberta a toda a comunidade. A ausência de um plano estratégico para a reabilitação da cidade tem feito com que as sucessivas administrações municipais, sobretudo nos últimos dez anos, injetem dinheiro ao sabor da sua vontade", disse Jorge Forjaz, adiantando que "os presidentes de câmara fazem e desfazem como querem, sem qualquer espécie de planeamento e pondo em risco, destruindo até, lugares cheios de história". Neste sentido, o historiador angrense lembrou o exemplo do concelho da Ribeira Grande, que vai ter um plano elaborado pelo arquiteto Souto Moura, recentemente galardoado com o prémio Pritzker. "Aqui, e quando comparamos com outras cidades, estamos a brincar ao património e ao comércio", frisou. O arquiteto João Monjardino sustentou que o planeamento de reabilitação de Angra do Heroísmo terá de ter em atenção os tempos difíceis que se adivinham, mas que é indispensável tornar a cidade mais competitiva, para que as pessoas se queiram fixar. "A cidade está bem pensada mas não tem fluxos" disse, adiantando que "é preciso dar-lhe rotatividade". O arquiteto lamentou, por isso, os problemas de estacionamento do centro histórico, que não o tornam apelativo nem para o comércio, nem para a habitação. "A solução é investir num parque zero, com lugares sem custo nas primeiras duas horas e fortemente taxados a partir daí", sugeriu. Outra das soluções apresentadas pelo arquiteto para tornar a cidade mais apelativa foi a criação de garagens comunitárias, estacionamento protegido para os motociclos. João Monjardino falou ainda da necessidade de aproveitar o centro histórico, tornando-o mais lúdico. "Entre o Relvão e a Ponta de Santo António podia criar-se um percurso histórico e contemplativo só para pessoas e bicicletas. São alguns quilómetros cheios de sítios com história que ninguém sabe que existem", afirmou.

DEBATE

Ao longo do debate que decorreu no Hotel Angra Garden, algumas personalidades angrenses pediram a palavra para lembrar aquilo que faz falta fazer na cidade património mundial O arquiteto José Parreira considerou que Angra do Heroísmo carece de discussão e ideias "porque se habituou que fossem sempre os de fora a decidir o seu futuro". "Os angrenses têm de decidir o que querem fazer e onde querem viver. O que é preciso agora é juntar as elites da sociedade, pensar em zonas nevrálgicas que precisam de desenvolvimento, criar equipamentos pontuais dinamizadores da área e atuar em função disso, articulando esses progressos", afirmou. Milton Sarmento, advogado, reforçou a ideia de criação de um conselho de sábios. "Seria preciso unir um conjunto de pessoas que falassem sobre o enquadramento arquitetónico dos edifícios do centro histórico, e que não dessem apenas pareceres sobre a legalidade dessas decisões", frisou. O advogado foi mais longe e disse que também os comerciantes precisam de mudar de mentalidade. "Precisamos pensar o que queremos em relação à cidade, andamos sempre em incerteza. A marina, que estragou a baía histórica, foi um crime que não trouxe nada a não ser o serviço de ancoradouro para os barcos de cá. São remendos que descaracterizam o centro. Não há carinho, nem orgulho para cuidar e discutir. Há blocos e blocos de ruas cheias de casas ao abandono. Seria preferível expropriar do que deixar ficar assim", frisou. Félix Rodrigues, professor universitário, lembrou que é preciso refletir sobre o que se quer da cidade e quem se quer que viva nela. "Angra está deserta. Queremos fazer da cidade um museu que se enche de carros pela manhã e que à noite não tem ninguém?", questionou.

PARADA NO TEMPO

Graça Silveira, presidente da Comissão Concelhia do CDS/PP em Angra do Heroísmo lamentou a "atitude autista da autarquia relativamente aos problemas existentes no centro histórico". Artur Lima, vereador do CDS/PP na autarquia, disse que a cidade "cristalizou no tempo" e que "mais do que pensos rápidos, Angra do precisa de um plano de reabilitação a longo prazo"."Bastaria pensar num plano para não destruir, porque para fazer o que se está a fazer não vale a pena", disse o vereador, sustentando que vai ser elaborado um documento sobre o debate para entregar na autarquia.

(In Diário Insular)

quinta-feira, abril 07, 2011

Visita de Estudo "Viva a Terra" dos alunos e docentes da Escola Secundária Dom Manuel Martins de Setúbal

Vários docentes do Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores, participam nas actividades da visita de estudo "Viva a Terra" de docentes e alunos da Escola Secundária Dom Manuel Martins de Setúbal, na ilha Terceira, organizada pelo professor Carlos Cunha.

O programa das participações de docentes/investigadores desta instituição é o seguinte:


6 de Abril, 4ª feira - Professoras Ana Moura Arroz e Rosalina Gabriel 18h30 – 19h30. Dilemas Ambientais – Estou nos Açores. E agora? 7 de Abril, 5ª feira - Professor António Félix Rodrigues 10h30 – 11h30. Por entre os aromas da natureza: Avaliação da qualidade do ar 8 de Abril, 5ª feira - Professor Paulo A. V. Borges e Professora Rosalina Gabriel 18h30 – 19h30. Açores: Laboratórios de biodiversidade.