sexta-feira, agosto 07, 2009

Biodiversidade dos Açores na Enciclopédia das Ilhas

Os Açores marcam presença na Enciclopédia das Ilhas, com um capítulo sobre a sua biodiversidade. A publicação da prestigiada Califórnia University Press, apresenta vários capítulos sobre ilhas de todo o mundo. A editora escolheu diversos cientistas de vários países para escrever sobre o tema. Nos Açores a responsabilidade ficou a cargo do professor da Universidade dos Açores, Paulo Borges. Para o investigador a publicação de um capítulo na Enciclopédia das Ilhas dá projecção ao arquipélago. “É mais uma forma de dar a conhecer os Açores”, defende. Paulo Borges salienta que a Região ainda é pouco conhecida no estrangeiro e dá como exemplo o caso de três alunos da Universidade de Oxford, a fazer mestrado na Universidade dos Açores, que contam que os amigos e familiares nem sabiam a localização exacta do arquipélago. “Conheciam as Canárias, alguns até a Madeira, mas não conheciam os Açores”, revela. “Existe ainda muito desconhecimento sobre os Açores”, frisa.
Promoção da RegiãoSegundo o investigador, a colaboração com a Califórnia University Press surge como consequência dos trabalhos desenvolvidos pela Universidade dos Açores. Paulo Borges defende que é graças à investigação desenvolvida pela entidade e ao empenhamento do Governo Regional em proteger áreas naturais que os Açores são agora colocados no mapa, pela sua biodiversidade.Para o professor da Universidade dos Açores, o arquipélago passa a ser um exemplo, no campo da biodiversidade, à semelhança de outras ilhas mais conhecidas, como o Havai ou as Galápagos. Paulo Borges destaca ainda a importância do Portal da Biodiversidade da Universidade dos Açores em termos de promoção do arquipélago. “Os documentos são muito acedidos e pensamos que muitas vezes por turistas”, realça. O artigo escrito no inicio de 2008, que é agora publicado, é da autoria de Paulo Borges, em colaboração com Isabel Amorim, Rosalina Gabriel, Regina Cunha, António Frias Martins, Luís Silva, Ana Costa e Virgílio Vieira, todos eles investigadores da Universidade dos Açores
Biodiversidade
Para além da localização geográfica do arquipélago, o capítulo mostra a biodiversidade dos Açores de uma forma “clara e concisa”. Começa por dar a conhecer a geologia do arquipélago, “fundamental para perceber como é que a biodiversidade se formou”. O artigo descreve ainda as diferentes espécies existentes nos Açores, com um quadro que enumera a fauna e flora do arquipélago. Das 4467 espécies e subespécies de plantas terrestres e animais conhecidas, 420 são endémicas. Por esse motivo, Paulo Borges diz que há um ênfase para as espécies endémicas. Também aparecem descritos no artigo os processos evolutivos da formação das espécies endémicas. A evolução é figurada através de quatro gráficos que dão a conhecer o padrão de riqueza de quatro grupos, indígenas briófitas, plantas vasculares, moluscos terrestres e artrópodes.
Conservação
No final, os investigadores apresentam um conjunto de aspectos que devem ser tidos em consideração para a conservação das espécies na Região..“A fragmentação e a degradação de habitats, juntamente com a propagação de espécies não indígenas são as maiores ameaças à biodiversidade terrestre nos Açores”, refere o artigo. “O progresso da conservação da biodiversidade dos Açores depende predominantemente de estudos a longo prazo sobre a distribuição e abundância de espécies focais e do controlo de espécies invasoras”, defendem. Uma investigação para a qual dizem ser necessário um “compromisso sério de cientistas, políticos e público em geral”.
(in Diário Insular)

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