quarta-feira, agosto 05, 2009

Astrónomo regista em filme impacto no espaço

Um astrónomo amador dos Açores registou em filme o impacto de um cometa ou asteróide no planeta Júpiter.
João Porto registou a ocorrência na sua casa, na Fajã de Baixo, freguesia situada nos arredores de Ponta Delgada.O astrónomo amador revela que no dia 19 de Julho foi detectado o efeito de um impacto (um cometa ou asteróide) no planeta Júpiter numa zona do hemisfério sul.
Estreitar laços com a comunidade
A União Astronómica Internacional (UAI) está a promover a organização do Ano Internacional da Astronomia (AIA2009).
Segundo a organização do evento trata-se de uma iniciativa que “visa um estreito contacto e ligação entre as comunidades astronómicas profissionais e amadoras e entre estas e o público em geral”.
Está a ser dada uma atenção aos mais jovens e estudantes.
A iniciativa AIA2009 visa promover a cultura científica, bem como o acesso a novos conhecimentos.
Outra das metas visa desenvolver as comunidades astronómicas em países em vias de desenvolvimento, bem como apoiar e desenvolver a educação formal e não formal das ciências. Pretende-se também transmitir uma imagem moderna da ciência. -->Este impacto foi, posteriormente à sua descoberta, confirmado por Glenn Orton, do Jet Propulsion Laboratory da NASA, quando utilizou um telescópio na banda do infravermelho.Segundo João Porto este terá sido o segundo grande impacto depois do Shoemaker-Levy 9, conhecido da comunidade de astronomia. João Porto explica que em 1992, o SL 9 passou por Júpiter dentro do limite de Roche. Foi então quebrado pelo menos em 21 fragmentos que foram dispersos por vários milhões de quilómetros ao longo de sua órbita.“Faz agora 15 anos, exactamente entre 16 e 22 de Julho de 1994, que os fragmentos atingiram a atmosfera superior de Júpiter. Presenciámos na altura os efeitos destes impactos. O meu filho João Pedro, a 20 de Julho fazia um desenho mostrando exactamente o que se via na superfície do planeta” - recorda. Na noite de 25 de Julho, João Porto registou vários filmes em formato AVI, realizados com uma SPC900NC munida de uma Barlow 2,5x e um Cetestron 203mm. “Tratados os vários AVIs com o software apropriado Registax, fizemos um “stack” de 3 imagens e ... aqui está o resultado, apesar da forte turbulência que fazia literalmente “flutuar” a imagem de alta resolução” - explica. O impacto em Júpiter “deixou uma clara cicatriz desde o dia 19, estando a evoluir de forma a alastrar-se no Sistema II a uma latitude de 210º sob a forma de uma mancha negra que deverá representar a subida na alta atmosfera de Júpiter do metano existente nas camadas mais baixas.”João Porto explica que “o trânsito desta super mancha faz-se no mesmo meridiano que o da Grande Mancha Vermelha e poderá ser visto durante a primeira semana do mês de Agosto”. Entretanto, está a decorrer a actividade “Com os Olhos no Céu”, organizada pela Universidade dos Açores e que conta com a colaboração de diversos astrónomos amadores e professores do ensino secundário. Esta iniciativa irá estender-se a várias ilhas do arquipélago durante este Verão e está integrada no projecto educativo Astronomia no Verão, da responsabilidade da Agência Nacional Ciência Viva. Este ano celebra-se o Ano Internacional da Astronomia (AIA2009) e os 400 anos das primeiras observações de Galileu que mudaram a concepção do mundo.
(in João Alberto Medeiros - Açoriano Oriental)

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