terça-feira, outubro 07, 2008

Biodiversidade da Madeira

A Madeira tem 1.400 espécies exclusivas contra as 400 existentes nos Açores. Daí que, Paulo Borges, professor de biologia no Departamento de Ciências Agrárias do Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores, tenha dito ontem que Madeira é uma ilha fantástica em termos de biodiversidade, sendo que esta deve ser tornada ainda mais visível. Paulo Borges falava à comunicação social na sessão de abertura das jornadas técnicas "Análise da Biodiversidade Terrestre do Arquipélago da Madeira", a qual decorreu, no anfiteatro da Secretaria Regional do Ambiente, e contou com a presença do secretário regional Manuel António Correia.
Paulo Borges adiantou ainda que a Madeira é a segunda, de todas as ilhas da Macaronésia, a seguir a Tenerife, com maior biodiversidade e, comparativamente à sua área, apresenta-se mesmo como a ilha com maior biodiversidade da macaronésia. Por isso, defendeu que «é uma responsabilidade enorme de todas as entidades políticas da Madeira em tornar essa biodiversidade mais visível, atraindo turistas ligados ao eco-turismo e tornando a Região ainda mais conhecida do que já era no campo da biodiversidade». Paulo Borges foi quem fez a coordenação científica do livro "listagem dos fungos, flora e fauna terrestres das ilhas da Madeira e Selvagens", o qual foi também lançado na tarde de ontem. Este responsável referiu ainda que a Madeira tem características de morfologia fantásticas, tornando-a numa ilha fantásica, equivalente às Galápagos, por exemplo, ao nível da sua biodiversidade. Paulo Borges adiantou, contudo, que este livro não responde à pergunta sobre se a biodiversidade da Madeira está a ser bem salvaguardada ou não.
Bernardo Faria, da direcção do Ambiente da Madeira, explicou, por seu lado, que a iniciativa de ontem inseriu-se no projecto bionatura, o qual juntou Açores, Madeira e Canárias, no âmbito do programa comunitário INTERREG III B e contou com a colaboração de 80 especialistas nacionais e estrangeiros. Estes estudaram nove grupos biológicos, entre fungos, moluscos e outros, para além de identificarem sete mil e 543 espécies terrestres para o arquipélago da Madeira. No que diz respeito ao livro lançado ontem, Bernardo Faria considerou que o mesmo vai ser um marco, permitindo que se faça uma melhor conservação da natureza e das suas espécies.

(In Carla Ribeiro - Jornal da Madeira)

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