segunda-feira, julho 20, 2009

“Whale watching” não substitui baleação

JOÃO PEDRO BARREIROS considera que baleação está “fora de questão” actualmente.
Para o biólogo João Pedro Barreiros, actualmente não existem condições económicas nem políticas para recuperar a caça ao cachalote nos Açores. Na opinião do biólogo João Pedro Barreiros, o whale wachting, apesar de actividade com potencialidades nos Açores, não surge como substituto à caça de cachalotes. “O whale watching nunca foi nem nunca vai ser um complemento à caça de cachalotes”, frisa. Para o professor da Universidade dos Açores, a possibilidade de substituição não passa de uma “ideia política errada”. Ainda assim, o biólogo acredita que o whale wathcing é uma “actividade crescente”, que tem mesmo interesse científico. João Pedro Barreiros salienta a actividade tem “condições únicas nos Açores”, dada diversidade de espécies que é possível observar. De acordo com o professor, passam pelo arquipélago cerca de 30% das espécies de cetáceos existentes no mundo.
BALEAÇÃO IRRECUPERÁVEL

Para João Pedro Barreiros, a baleação nos Açores “está fora de questão”. O professor da Universidade dos Açores reconhece que a forma como a caça ao cachalote foi proibida na Região foi “abrupta”. No entanto, defende que actualmente não existem condições para se retomar a actividade. Com a entrada de Portugal na União Europeia, passa a ser proibida a captura de qualquer animal marinho no país. Ainda assim, e apesar da forma brusca como a caça foi banida, João Pedro Barreiros defende que a actividade já estaria condenada na altura, dado que os produtos extraídos dos cachalotes estariam a “cair em desuso” e a serem substituídos por materiais sintéticos. Hoje, João Pedro Barreiros considera que não se justifica recuperar a actividade. “Não faz qualquer sentido. É perfeitamente utópico”, sublinha. Para o biólogo não existem condições económicas nem políticas para o fazer. Segundo o professor da Universidade dos Açores, actualmente não existe mercado para a captura de cachalotes. Depois o que é que se fazia com os animais capturados?”, questiona. O professor lembra que a caça à baleia nos Açores foi uma actividade rica etnograficamente e com um “património cultural extraordinário”. João Pedro Barreiros salientou que a união entre a população que participava na actividade era “única”, no entanto defende que é “irrecuperável”. De acordo com o biólogo não existe, hoje em dia, uma segunda geração interessada na actividade. À falta de mão-de-obra qualificada, João Pedro Barreiros acrescenta ainda a falta de fábricas com capacidade para trabalhar a matéria-prima. João Pedro Barreiros garante ainda que a caça ao cachalote não é praticada em país nenhum do mundo actualmente. A caça à baleia, pelo contrário, continua a ser realizada no Japão, na Islândia e na Noruega, assim como nalguns países em situações pontuais de caça aborígene. Nos Açores, o biólogo admite que poderia ser colocada a hipótese de captar mamíferos “em situações muito pontuais” com fins científicos, no entanto alerta para o facto de se tratar de um acto “muito complicado” politicamente. O debate sobre a recuperação da caça à baleia nos Açores foi lançado recentemente por Victor Hugo Forjaz, que defendeu a retoma da actividade de “forma moderada”.
Conferencistas internacionaisdebatem baleação no Pico
As Lajes do Pico acolhem no próximo dia 24 um seminário internacional sobre baleação, intitulado de “Memória e Identidade – uma perspectiva multicultural”. O seminário terá lugar na Sociedade Filarmónica Liberdade Lajense, a partir das 09h00. De entre o leque de conferencistas que participam no evento, destacam-se Fabiana Comerlato (Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade Federal da Bahia), Luís Freitas (Museu da Baleia da Madeira), James Russell (New Bedford Whaling Museum), Graça Filipe (Ecomuseu do Seixal), Jan Erik Ringstad (The Whaling Museum Sandefjord, da Noruega), Dionísio Pereira González (Federación Galega pola Cultura Marítima e Fluvial), José António Rodrigues Pereira (Museu da Marinha) e Manuel Francisco Costa Júnior (Museu do Pico). A iniciativa é organizada pelo Museu do Pico e integra-se no Projecto Comunitário “Baleiaçor”, que conta com o apoio da Direcção Regional da Cultura da Presidência do Governo e da EEA Grants, o Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu que o custeia. Integrado no mesmo projecto, realizar-se-á no dia 25, a partir das 15 horas, a 1.ª edição da Regata João Baptista Medina, com a participação de botes baleeiros das Ribeiras.

(In Diário Insular)

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1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

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