sexta-feira, dezembro 05, 2008

Responsabilidades pela falta de água em Angra

Os deputados do PSD eleitos pela ilha Terceira pediram hoje "responsabilidades" à secretaria regional do ambiente e do mar relativamente "aos graves constrangimentos da falta de água em Angra do Heroísmo", realçando "o incumprimento dos objectivos previstos no plano regional da água (PRA) – aprovado em 2003 -", nomeadamente "a falta de monitorização dos recursos hídricos e as medidas de protecção às origens da água na ilha".
Para os social-democratas é "urgente saber que comentários merece da tutela toda esta situação, inadmissível em pleno século XXI, e vivida em Angra do Heroísmo", considerando que a mesma "tem criado danos fatais à população e empresas do concelho", pelo que querem saber "o que vai a secretaria regional fazer a esse nível", refere um requerimento enviado esta manhã à assembleia legislativa.
Segundo os parlamentares, o executivo deve esclarecer "se houve algum contacto com o município de Angra, no sentido de pôr em prática o PRA" e se foi "enviada documentação para auxiliar na gestão e planeamento dos investimentos a realizar na área dos recursos hídricos", isto sabendo-se que ambos os concelhos da ilha Terceira "têm sido sujeitos a graves constrangimentos com problemas no abastecimento de água desde Junho".
Recordando que, "em Outubro de 2003 o governo adjudicou, por 170 mil euros, um estudo sobre a gestão e abastecimento da água na região", então para "dar orientações sobre a forma como de dirigir os investimentos no sector" - e cujo prazo de elaboração "era de seis meses" -, o PSD solicita "as conclusões desse estudo e a divulgação das medidas tomadas em sequência do mesmo", esclarecem.
No tocante a "apurar responsabilidades" a missiva laranja não se fica por aqui, já que "também a secretaria regional das obras públicas e equipamentos deve ter a noção dos danos causados pelas obras na via Vitorino Nemésio", estrutura onde "a falta de planeamento e coordenação com a autarquia angrense", nomeadamente "na identificação das condutas que atravessam o local", levou "a múltiplas rupturas que determinaram o desperdício de elevadas quantidades de água", explicam.
Clélio Meneses, Carla Bretão e António Ventura querem igualmente saber "que tipo de licença foi atribuída à pedreira em actividade na zona do Cabrito" e "se foram exigidos registos dos rebentamentos", pedindo ao governo "dados sobre a licença de exploração da pedreira em causa, com enfoque nas obrigações a cumprir", uma vez que a actividade daquela unidade "é aventada como causadora de danos no subsolo".
Os deputados também se referem ao "descrédito das supostas explicações" do estudo encomendado pela autarquia angrense para apurar as razões da falta de água, já que "dados do instituto de meteorologia e do Prof. Eduardo Brito – Universidade dos Açores - afastaram a falta de chuva como causa", pois "confirmam padrões de comportamento considerados normais ao nível da pluviosidade em 2007/2008", levantando a questão de "as interrupções verificadas nos meses de Junho e Julho terem sido causadas pelas obras na via rápida", concluem.

(In Canal de Notícias dos Açores)

Etiquetas: , , ,