Falta de água em Angra do Heroísmo
Os deputados do PSD eleitos pela ilha Terceira pediram ontem “responsabilidades” à secretaria regional do Ambiente e do Mar relativamente “aos graves constrangimentos da falta de água em Angra do Heroísmo”, realçando “o incumprimento dos objectivos previstos no Plano Regional da Água (PRA) – aprovado em 2003”, nomeadamente “a falta de monitorização dos recursos hídricos e as medidas de protecção às origens da água na ilha”.Para os sociais-democratas, é “urgente saber que comentários merece da tutela toda esta situação, inadmissível em pleno século XXI, e vivida em Angra do Heroísmo”, considerando que a mesma “tem criado danos fatais à população e empresas do concelho”. Num requerimento enviado ontem à Assembleia Legislativa dos Açores, O PSD questiona “o que vai a secretaria regional fazer a esse nível”. Segundo os parlamentares laranja, o executivo deve esclarecer “se houve algum contacto com o município de Angra, no sentido de pôr em prática o PRA” e se foi “enviada documentação para auxiliar na gestão e planeamento dos investimentos a realizar na área dos recursos hídricos”, isto sabendo-se que ambos os concelhos da ilha Terceira “têm sido sujeitos a graves constrangimentos com problemas no abastecimento de água desde Junho”.Recordando que, “em Outubro de 2003, o Governo adjudicou, por 170 mil euros, um estudo sobre a gestão e abastecimento da água na Região”, para “dar orientações sobre como dirigir os investimentos no sector” - e cujo prazo de elaboração “era de seis meses” -, o PSD solicita “as conclusões desse estudo e a divulgação das medidas tomadas em sequência do mesmo”.No tocante a “apurar responsabilidades”, a missiva social-democrata não se fica por aqui, considerando que “também a secretaria regional das Obras Públicas e Equipamentos deve ter a noção dos danos causados pelas obras na via Vitorino Nemésio”, estrutura onde, segundo diz, “a falta de planeamento e coordenação com a autarquia angrense”, levou “a múltiplas rupturas que determinaram o desperdício de elevadas quantidades de água”.Clélio Meneses, Carla Bretão e António Ventura querem igualmente saber “que tipo de licença foi atribuída à pedreira em actividade na zona do Cabrito” e “se foram exigidos registos dos rebentamentos”, uma vez que a actividade daquela unidade “é aventada como causadora de danos no subsolo”. Os deputados sociais-democratas referem ainda o “descrédito das supostas explicações” do estudo encomendado pela autarquia angrense para apurar as razões da falta de água no concelho, já que “dados do instituto de meteorologia e do Prof. Eduardo Brito – Universidade dos Açores - afastaram a falta de chuva como causa”, pois “confirmam padrões de comportamento considerados normais ao nível da pluviosidade em 2007/2008”, levantando a questão de “as interrupções verificadas nos meses de Junho e Julho terem sido causadas pelas obras na via rápida”.Contactado por DI, o secretário regional do Ambiente e do Mar, Álamo Meneses, considerou que o requerimento do PSD assume a forma de um “manifesto político” e “desvirtua o que foi dito no colóquio sobre a falta de água organizado pela Universidade dos Açores”.Álamo Meneses afirmou ainda que “o Governo tem vindo a exercer as suas competências em matéria de água e continuará a fazê-lo, em parceria com os municípios, para que situações como esta não voltem a suceder”, remetendo mais esclarecimentos para a resposta ao requerimento.
(In Diário Insular)
Etiquetas: Álamo de Meneses, debate, Eduardo Brito de Azevedo, Falta de água
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