As ilhas do Vinho
Com organização do Centro de Estudos Gaspar Frutuoso, da Universidade dos Açores e Centro de História de Além-Mar da Universidade Nova de Lisboa à qual se associou a Câmara Municipal da Madalena, decorreu de 6 a 8 do corrente, na Madalena, no salão nobre da Câmara, o colóquio “As ilhas do vinho”.Na sessão de abertura, com a presença de Margarida Machado, directora do Centro de Estudos Gaspar Frutuoso, João Paulo Oliveira, director do Centro de História de Além-Mar, Jorge Rodrigues, presidente da Câmara Municipal da Madalena congratulou-se pela realização deste colóquio na Madalena, numa altura em que se comemoram 285 anos da criação do concelho (8 de Março), referindo: “As marcas desse passado árduo e longínquo chegaram até aos nossos dias através dos maroiços, através dos currais da vinha, através das fendas abertas na rocha de onde emanavam as parreiras que davam origem ao vinho verdelho, hoje considerado um entre os vinhos históricos de Portugal”. Para o presidente da Câmara “A classificação da zona do Lajido da Criação Velha como património da humanidade, é o maior tributo e reconhecimento que podia ser prestado a quem tanto sofreu na conquista da terra e na busca do pão”, e, referindo-se aos maroiços, acrescentou: “pela sua singularidade, pela sua imponência, pelo significado histórico, pelas suas características construtivas e pelo objecto da sua construção, mereciam ser considerados como monumentos nacionais”.Coube a Avelino Meneses, reitor da Universidade dos Açores, proferir a primeira conferência do Colóquio sob o tema. “O vinho na construção dos Açores: da colonização do Pico à emergência do Faial”. Nesta importante conferência, que abrangeu “uma lata idade moderna, desde meados do século XV, até aos alvores de XIX” Avelino Menezes afirma: “A saliência do Faial/Pico é firmada na excelência do ancoradouro da Horta e no avanço da viticultura picoense que fomenta a conquista de proeminência no império luso-brasileiro e origina o interesse de estrangeiros, particularmente os ingleses. Nestas circunstâncias, a revalorização dos Açores na correspondência entre mundos, destaca a preponderância da Horta, que beneficia da exportação do vinho e da aguardente do Pico.” E acrescenta: “ A partir do século XVII, o desenvolvimento da viticultura no grupo central, altera a fisionomia dos Açores, particularmente nas ilhas do Faial e Pico. No Pico, o fenómeno é indissociável do nascimento do concelho da Madalena, em 1723.”O reitor da universidade dos Açores refere ainda: “A partir de meados de 600, o desenvolvimento da viticultura no Pico e a influência dos nórdicos no ultramar valorizam extraordinariamente a então vila da Horta.”A grande qualidade do painel de conferencistas, contribuiu para o elevado nível científico das conferências proferidas ao longo do dia 7, abordando a temática da vinha e do vinho nos Açores, mas também outros temas relacionados com a ilha do Pico.Este importante colóquio encerrou no sábado, dia 8, com uma mesa-redonda subordinada ao tema “O impacto das zonas classificadas do Pico na projecção dos Açores”. Composta por Zilda França da Universidade dos Açores, Laurisabel Serpa do Museu do Pico, Frederico Cardigos, director regional do Ambiente, Manuel Tomás, presidente do conselho executivo da Escola Cardeal Costa Nunes e João Madruga da Universidade dos Açores, como moderador, a mesa-redonda debateu vários temas ligados ao Pico, desde as questões ambientais, zonas classificadas e património da humanidade, o património do canal, (os barcos e as lanchas que se perderam), etc. temas que suscitaram um debate bastante participado pelos presentes.No final da mesa-redonda, Jorge Rodrigues, disse estar satisfeito com o colóquio considerando ter sido o maior organizado no concelho, pela abrangência dos temas, pelos intervenientes na sua organização e pela elevadíssima qualidade dos conferencistas.O presidente da Câmara referiu ainda que por deliberação camarária será promovida uma nova edição do livro de Susana Costa, (conferencista presente no colóquio com o tema “O património das ilhas do vinho”), sobre a história do Pico até ao século XIX.Também por iniciativa da Câmara as conferências proferidas neste colóquio serão lançadas em livro.O facto do colóquio decorrer em dia normal de trabalho terá contribuído para uma menor afluência de público, destacando-se contudo a presença de jovens alunos da Escola Profissional do Pico.
(In Azores Digital)
Etiquetas: Avelino Meneses, colóquio, João Madruga, Pico, Reitor, vinho
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