sábado, setembro 05, 2009

Térmitas podem já estar também no Pico e Graciosa

O que significa para a luta contra as térmitas o aparecimento da espécie em S. Jorge? É um fracasso?
O aparecimento da térmita de madeira seca (Cryptotermes brevis) em São Jorge é perfeitamente natural, tal como o foi o aparecimento desta espécie recentemente em Lisboa. O transporte de mobílias e madeiras entre países e no caso concreto, entre as ilhas tem como consequência a dispersão das térmitas. Não se pode falar em fracasso, porque a chegada das térmitas a São Jorge terá ocorrido há mais de 10-15 anos altura em que estas não tinham ainda sido detectadas nos Açores pelos cientistas.
A carga de térmitas eventualmente existente em S. Jorge permitirá pensar, ainda, na erradicação ou a situação é irreversível a partir do momento em que as térmitas são detectadas?
Esta é uma possibilidade interessante que terá de ser avaliada com estudos de campo durante os próximos meses. Estes estudos vão ser possíveis devido ao provável financiamento de um projecto para estudo e monitorização da térmita de madeira seca (Cryptotermes brevis) nas nove ilhas dos Açores. Assim, pensamos que durante o próximo ano o financiamento da Direcção Regional da Ciência e Tecnologia à Universidade dos Açores irá permitir a determinação da possibilidade de erradicação desta térmita em São Jorge. Considero, no entanto, esta possibilidade de erradicação como remota!
Cinco ilhas já têm térmitas. A expansão às nove ilhas será inevitável ou haverá alguma estratégia que possa constituir uma espécie de tampão á expansão da espécie?
A melhor pergunta será: “A expansão às nove ilhas terá já ocorrido?”. Não sabemos. Como disse acima, só o estudo das nove ilhas poderá responder a esta questão. Na minha opinião existem elevadas probabilidades de que a térmita de madeira seca (Cryptotermes brevis) já esteja estabelecida nas ilhas do Pico e Graciosa.
A erradicação da praga, na globalidade da regional, ainda é possível ou não vale a pena pensar nisso?
Impossível! E segundo os especialistas que nos têm visitado, serão necessários pelo menos 20 anos de trabalho coordenado entre Governo, Empresas, Universidade e os proprietários das habitações para que se possa atingir uma situação satisfatória!

(in Diário Insular)

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