quinta-feira, setembro 03, 2009

São Jorge é quinta ilha afectada por térmitas

Está confirmada a presença de térmitas em São Jorge. É agora a quinta ilha afectada pela praga, que se junta, assim, à Terceira, São Miguel, Faial e Santa Maria. De acordo com o especialista em térmitas da Universidade dos Açores, Paulo Borges, trata-se da térmita de madeira seca Cryptotermes brevis, a espécie que tem provocado mais danos no arquipélago. A Cryptotermes brevis afecta várias habitações da Calheta. A espécie foi identificada durante uma visita de vistoria realizada pela especialista em Entomologia Urbana, Teresa Ferreira, a S. Jorge, Pico e Faial.Segundo o portal “SOS TÉRMITAS”, que cita Teresa Ferreira, o foco da praga nesta vila encontra-se ainda num nível de propagação inicial, sendo que apenas algumas casas na zona central da vila se encontram atingidas. Já Paulo Borges considera que o facto da presença de térmitas ter sido identificada com uma vistoria curta e não intensiva pode indicar que a praga já está “bem instalada”.Apesar de a praga não estar espalhada por toda a localidade, afecta algumas habitações há cerca de 15 a 20 anos, acredita ainda Teresa Ferreira. Tal como Paulo Borges, Teresa Ferreira defende agora a realização de mais estudos e vistorias completas à ilha, para obtenção do cenário real do problema.Teresa Ferreira realizou esta visita às ilhas do triângulo no âmbito do seu trabalho de mestrado, na área do estudo genético da praga.A presença de térmitas em São Jorge já tinha sido referida, há vários anos, por uma empresa de restauro de mobiliário e antiguidades. Agora está confirmada.
Açores estudados
Entretanto, o especialista em térmitas Paulo Borges já adiantou a DI que foi submetido a aprovação pelo Governo Regional um projecto que propõe uma vistoria geral às nove ilhas dos Açores, de modo a avaliar a dimensão total da praga no arquipélago.“Se for financiado, o projecto arranca em Novembro”, adianta Paulo Borges, para quem a necessidade de avançar com o estudo ganha agora ainda mais uma justificação.O especialista recomenda à população da Calheta que se informe sobre a praga, nomeadamente através do portal “http://sostermitas.angra.uac.pt”. Deve existir extrema cautela na movimentação e transporte de madeiras entre habitações, localidades, bem como para outras ilhas.
Relatório vai identificar zonas mais problemáticas da cidade
Angra com mapa da praga concluído em Outubro
Deve estar concluído, em Outubro, um relatório que traça o mapa da presença de térmitas na cidade de Angra do Heroísmo. De acordo com o especialista na praga, Paulo Borges, da Universidade dos Açores, o relatório vai ser entregue à Câmara Municipal de Angra do Heroísmo e ao Governo Regional. Paulo Borges explica que o protocolo estabelecido com o município angrense, que permitiu a colocação de armadilhas em dez ruas da cidade, lançou assim a possibilidade de identificar quais as zonas em que a praga está mais presente.“Até agora tivemos bastante sucesso e apanhámos muitas térmitas, até na zona do Corpo Santo, onde se pensava que não existissem muitas. Isto permitiu-nos perceber que as térmitas existem por toda a cidade e saber a situação real, para que as entidades responsáveis possam tomar medidas”, explica, a DI.“Para além de serem colocadas armadilhas na rua foram-no também no interior de várias habitações, o que permite ter uma noção, ainda, do que se passa nas casas”, conclui. Paulo Borges adianta também que já foi entregue o relatório das empresas que estiveram, em Julho, na Terceira, a Thermo Lignum, da Áustria, e a Therma Pure, dos Estados Unidos, que apresentam “soluções interessantes” para a erradicação da praga no arquipélago. Ambas as empresas usam o método de combate pela temperatura“Há abertura do Governo Regional para a realização de testes e para a formação de empresas açorianas nesta área. É um tempo de viragem”, acredita Paulo Borges.

(in Diário Insular)

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