Como o Mundo se está a preparar para a gripe A
Como está a o mundo a preparar-se para o pico da gripe A H1N1, conhecida como gripe suína? Com a abertura das escolas e as estimativas de que os casos da doença se intensifiquem nos meses de Inverno, as entidades responsáveis, um pouco por todo o globo, questionam-se sobre qual a melhor decisão: Fechar os estabelecimentos de ensino ou mantê-los abertos.De acordo com a revista norte-americana “Time”, mais de dois biliões de pessoas podem apanhar este tipo de gripe e milhares de escolas correm o risco de ser encerradas. A eficácia das campanhas de vacinação também é uma incógnita. Segundo a reportagem, os especialistas da área da Saúde classificam as crianças e jovens em idade escolar como “super disseminadores” de vírus. Espalham mais vírus quando estão doentes, não praticam muito bons hábitos de higiene (como lavar as mãos regularmente) e estão em contacto próximo com pais e colegas.Uma equipa de investigadores do Imperial Collegue, em Londres, escreveu já na revista médica britânica “Lancet Infeccious Diseases” que encerrar as escolas cedo e de forma prolongada aliviaria os hospitais, baixando o número de casos na altura mais complicada da pandemia. Citavam um estudo publicado em França que indicava que mais de 18 por cento da população ficaria doente, com gripe sazonal, se as escolas nunca fechassem no período de Verão.Mas estes investigadores também viram com clareza o reverso da medalha. Se as escolas fecharem, grande parte da população, e também os profissionais de Saúde, terão de tirar férias para ficar com os filhos. Perto de um terço dos profissionais de saúde no mundo desenvolvido têm filhos de que têm de cuidar. Se as escolas fecharem, são também os comprometidos serviços de saúde. Uma vez mais, no pico da pandemia.Pelos Açores, a secretaria regional da Saúde já avançou que o encerramento de escolas só deverá ser feito em última instância, optando-se por controlar a doença por fases. Isto é, por exemplo, se for identificado um caso, começasse por enviar o aluno para casa, depois pode-se optar por fazê-lo com a turma, equipa desportiva em que este participe ou outros grupos com que tenha tido maior contacto. No entanto, existem vários especialistas que duvidam da eficácia de medidas como esta. “Não têm qualquer tipo de eficácia, na minha opinião”, afirma Lo Wing-lok, especialista em doenças infecciosas, de Hong Kong, Japão. “Focando-nos nestes pequenos casos não conseguimos impacto real no controlo da gripe”.
O dilema das vacinasOutro problema prende-se com as vacinas. A fórmula desenvolvida será produzida por empresas privadas, que a vão vender aos governos dos vários países. Estas empresas têm capacidade para produzir, actualmente, 900 milhões de vacinas, num mundo com 6.8 biliões de habitantes.Neste cenário, os países com maior poder económico conseguirão grande parte das vacinas, apesar de algumas companhias já terem garantido doar vários milhões de vacinas à Organização Mundial de Saúde. Se os países mais pobres terão de ser “inteligentes” na gestão das vacinas, imunizando em primeiro lugar os profissionais de saúde, os países ricos não estão livres de preocupações. A vacina, quando estiver disponível, pode não chegar a tempo de evitar um grande número de casos.Se estiver disponível em meados de Outubro, e tendo em conta que são precisas duas doses, administradas com um intervalo de um mês para obter imunidade total, a vacina pode só surtir efeito em Dezembro. Alguns especialistas são claros: Já será tarde para evitar o contágio.
Modelo matemático a que DI teve acesso demonstra que população tem de tomar medidas
Taxa de infecção do H1N1 nos Açoresestá nos 0,4 por mil, o dobro da nacional
A taxa de infecção do vírus H1N1, que provoca a gripe A, no arquipélago é já de 0,4 por cada mil habitantes. Continua a ser o dobro da nacional, que se situa nos 0,23. Este número demonstra o que um estudo matemático de previsão de evolução do vírus, a que DI teve acesso também indica: O potencial de infecção, devido aos Açores serem um local reduzido e fechado, tem tendência a ser superior na Região do que a nível nacional.De acordo com o especialista que devolveu este modelo matemático, os números nos Açores têm alguma relatividade, mas esta funciona nos dois sentidos. “Uma pessoa infectada no Corvo equivale a uma percentagem brutal. Há essa relatividade. Mas é preciso ver que, se uma pessoa apanhar gripe A no Corvo, toda a população dessa ilha corre um risco acrescido de ser contaminada. O potencial infeccioso é mais elevado”, explica.Este modelo matemático indica igualmente que a tendência, a médio, longo prazo, é de que o número de casos nos Açores continue a subir, tendência agravada com o início do ano lectivo, pelo que não será de esperar uma estagnação de casos.O modelo matemático em questão começou a ser elaborado a um de Agosto e tem, como foi demonstrado a DI, previsto com exactidão o número de casos de surgem nos Açores. Embora não avance números para o futuro, o especialista em questão frisa que a rapidez com que o vírus se irá espalhar no arquipélago depende muito das medidas que foram tomadas. É de frisar que a gripe A não apresenta, para a maioria das pessoas, um perigo maior que a gripe sazonal (a mais comum). Entre as medidas que podem ser tomadas pelo cidadão comum estão, para além das de prevenção, como lavar as mãos com regularidade e usar lenços de papel quando tossir ou espirrar, saber, também, o que fazer se apanhar a doença.Se suspeitar que tem a doença deve ficar em casa. Para os pais, se os filhos demonstrarem alguns sintomas devem ser mantidos em casa. Caso os sintomas se agravem deve ser contactada a Linha Saúde Açores, com o número 808 24 60 24.Existem grupos com risco acrescido caso contraiam a doença, como as grávidas, os diabéticos, pessoas com doenças pulmonares ou cardiovasculares. Pessoas com o sistema imunológico debilitado, por exemplo, por doenças crónicas, também devem ter cuidados redobrados.É recomendado evitar contacto com outras pessoas e tomar medicamentos febre, bem como muitos líquidos. Entretanto, foram confirmados 17 novos casos de gripe A, nos Açores, desde quinta-feira.
O dilema das vacinasOutro problema prende-se com as vacinas. A fórmula desenvolvida será produzida por empresas privadas, que a vão vender aos governos dos vários países. Estas empresas têm capacidade para produzir, actualmente, 900 milhões de vacinas, num mundo com 6.8 biliões de habitantes.Neste cenário, os países com maior poder económico conseguirão grande parte das vacinas, apesar de algumas companhias já terem garantido doar vários milhões de vacinas à Organização Mundial de Saúde. Se os países mais pobres terão de ser “inteligentes” na gestão das vacinas, imunizando em primeiro lugar os profissionais de saúde, os países ricos não estão livres de preocupações. A vacina, quando estiver disponível, pode não chegar a tempo de evitar um grande número de casos.Se estiver disponível em meados de Outubro, e tendo em conta que são precisas duas doses, administradas com um intervalo de um mês para obter imunidade total, a vacina pode só surtir efeito em Dezembro. Alguns especialistas são claros: Já será tarde para evitar o contágio.
Modelo matemático a que DI teve acesso demonstra que população tem de tomar medidas
Taxa de infecção do H1N1 nos Açoresestá nos 0,4 por mil, o dobro da nacional
A taxa de infecção do vírus H1N1, que provoca a gripe A, no arquipélago é já de 0,4 por cada mil habitantes. Continua a ser o dobro da nacional, que se situa nos 0,23. Este número demonstra o que um estudo matemático de previsão de evolução do vírus, a que DI teve acesso também indica: O potencial de infecção, devido aos Açores serem um local reduzido e fechado, tem tendência a ser superior na Região do que a nível nacional.De acordo com o especialista que devolveu este modelo matemático, os números nos Açores têm alguma relatividade, mas esta funciona nos dois sentidos. “Uma pessoa infectada no Corvo equivale a uma percentagem brutal. Há essa relatividade. Mas é preciso ver que, se uma pessoa apanhar gripe A no Corvo, toda a população dessa ilha corre um risco acrescido de ser contaminada. O potencial infeccioso é mais elevado”, explica.Este modelo matemático indica igualmente que a tendência, a médio, longo prazo, é de que o número de casos nos Açores continue a subir, tendência agravada com o início do ano lectivo, pelo que não será de esperar uma estagnação de casos.O modelo matemático em questão começou a ser elaborado a um de Agosto e tem, como foi demonstrado a DI, previsto com exactidão o número de casos de surgem nos Açores. Embora não avance números para o futuro, o especialista em questão frisa que a rapidez com que o vírus se irá espalhar no arquipélago depende muito das medidas que foram tomadas. É de frisar que a gripe A não apresenta, para a maioria das pessoas, um perigo maior que a gripe sazonal (a mais comum). Entre as medidas que podem ser tomadas pelo cidadão comum estão, para além das de prevenção, como lavar as mãos com regularidade e usar lenços de papel quando tossir ou espirrar, saber, também, o que fazer se apanhar a doença.Se suspeitar que tem a doença deve ficar em casa. Para os pais, se os filhos demonstrarem alguns sintomas devem ser mantidos em casa. Caso os sintomas se agravem deve ser contactada a Linha Saúde Açores, com o número 808 24 60 24.Existem grupos com risco acrescido caso contraiam a doença, como as grávidas, os diabéticos, pessoas com doenças pulmonares ou cardiovasculares. Pessoas com o sistema imunológico debilitado, por exemplo, por doenças crónicas, também devem ter cuidados redobrados.É recomendado evitar contacto com outras pessoas e tomar medicamentos febre, bem como muitos líquidos. Entretanto, foram confirmados 17 novos casos de gripe A, nos Açores, desde quinta-feira.
(in Diário Insular)
Etiquetas: gripe A, modelação, saúde, saúde pública
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