Invasoras de elevado impacto nas formações naturais da ilha Terceira
Cândida Mendes & Eduardo Dias
Após a colonização das ilhas Açorianas pelo Homem, acerca de 550 anos atrás, deu-se início a um processo gradual de ocupação do território que teve como consequência uma alteração substancial da cobertura original, então dominada por florestas variadas e por zonas húmidas diversas. Assim, a área actual de ecossistemas nativos inalterados pelo homem nos Açores corresponde a uma fracção reduzida da área de cada ilha estando mesmo quase ausente na Graciosa e Corvo e muito fragmentados em várias outras das ilhas Açorianas.
Acompanhando a destruição do coberto original decorreu a introdução de uma grande quantidade de espécies com fins variados, desde culturas para a agricultura (as mais diversas hortícolas, frutícolas, forrageiras e mesmo sebes), para jardins e para fins comerciais diversos, madeiras, tinturaria etc. Algumas destas espécies introduzidas, após terem escapado dos locais onde foram introduzidas, tornaram-se pelo menos sub espontâneas (fixam-se naturalmente para além do seu local de introdução inicial formando populações que se mantêm a si próprias, sem a intervenção do Homem), em habitats naturais ou semi-naturais. Muitas delas propagaram-se de tal modo, em número e em área de extensão, que passaram a dominar algumas comunidades vegetais naturais, tornando-se uma ameaça, ou seja assumiram o carácter invasor substituindo, pelo menos parcialmente, as formações nativas. Ainda assim, é possível encontrar nas ilhas áreas relativamente extensas, dessas comunidades naturais únicas, relíquias daquelas que desde há muito desapareceram dos continentes de onde provieram, mas que nestas ilhas foram poupadas às glaciações. Razões biológicas, genéticas, éticas, estéticas e culturais cuja importância ultrapassa as fronteiras regionais, têm justificado a tomada de medidas diversas para o reconhecimento da sua importância e conservação, levantando a questão da necessidade de controlar a introdução de novas espécies e conter o avanço das já presentes.
A flora vascular da Terceira inclui, de acordo com Hansen & Sunding (1993), 1016 espécies. Embora uma parte considerável destas sejam exóticas, esta ilha apresenta ainda importantes áreas naturais onde as introduzidas praticamente não se fizeram sentir, como é o caso do interior da Serra de Santa Bárbara. A expansão das espécies exóticas avassalando e destruindo a flora nativa é sem dúvida um dos grandes problemas ambientais da actualidade mundial. No entanto, e embora seja uma linha de estudo explorada na região (lista de referência da flora Açoriana de Dias et al. 2006 pode ser consultada em http://www.angra.uac.pt/GEVA/WEBGEVA/Scheklistacores/ ScheklistAcoresstart.htm) existem para inúmeras espécies muitas dúvidas acerca da sua naturalidade. Ainda assim e independentemente das incertezas, é de consenso geral que de facto existem no Arquipélago áreas extensas completamente descaracterizadas por espécies introduzidas.
Assumindo assim incertezas mas assumindo também as inúmeras espécies reconhecidamente invasoras, segue-se uma breve descrição de algumas das mais problemáticas e causadoras de uma intensa descaracterização nas formações naturais desta ilha. Assinala-se que algumas destas invasoras são comuns a várias ilhas, eventualmente mais agressivas numa determinada ilha que noutra. Existem espécies que sendo extremamente graves estão confinadas a uma só ilha, como por exemplo a Clethra arborea que existe apenas na ilha de S. Miguel.
(In Quercus)
Após a colonização das ilhas Açorianas pelo Homem, acerca de 550 anos atrás, deu-se início a um processo gradual de ocupação do território que teve como consequência uma alteração substancial da cobertura original, então dominada por florestas variadas e por zonas húmidas diversas. Assim, a área actual de ecossistemas nativos inalterados pelo homem nos Açores corresponde a uma fracção reduzida da área de cada ilha estando mesmo quase ausente na Graciosa e Corvo e muito fragmentados em várias outras das ilhas Açorianas.
Acompanhando a destruição do coberto original decorreu a introdução de uma grande quantidade de espécies com fins variados, desde culturas para a agricultura (as mais diversas hortícolas, frutícolas, forrageiras e mesmo sebes), para jardins e para fins comerciais diversos, madeiras, tinturaria etc. Algumas destas espécies introduzidas, após terem escapado dos locais onde foram introduzidas, tornaram-se pelo menos sub espontâneas (fixam-se naturalmente para além do seu local de introdução inicial formando populações que se mantêm a si próprias, sem a intervenção do Homem), em habitats naturais ou semi-naturais. Muitas delas propagaram-se de tal modo, em número e em área de extensão, que passaram a dominar algumas comunidades vegetais naturais, tornando-se uma ameaça, ou seja assumiram o carácter invasor substituindo, pelo menos parcialmente, as formações nativas. Ainda assim, é possível encontrar nas ilhas áreas relativamente extensas, dessas comunidades naturais únicas, relíquias daquelas que desde há muito desapareceram dos continentes de onde provieram, mas que nestas ilhas foram poupadas às glaciações. Razões biológicas, genéticas, éticas, estéticas e culturais cuja importância ultrapassa as fronteiras regionais, têm justificado a tomada de medidas diversas para o reconhecimento da sua importância e conservação, levantando a questão da necessidade de controlar a introdução de novas espécies e conter o avanço das já presentes.
A flora vascular da Terceira inclui, de acordo com Hansen & Sunding (1993), 1016 espécies. Embora uma parte considerável destas sejam exóticas, esta ilha apresenta ainda importantes áreas naturais onde as introduzidas praticamente não se fizeram sentir, como é o caso do interior da Serra de Santa Bárbara. A expansão das espécies exóticas avassalando e destruindo a flora nativa é sem dúvida um dos grandes problemas ambientais da actualidade mundial. No entanto, e embora seja uma linha de estudo explorada na região (lista de referência da flora Açoriana de Dias et al. 2006 pode ser consultada em http://www.angra.uac.pt/GEVA/WEBGEVA/Scheklistacores/ ScheklistAcoresstart.htm) existem para inúmeras espécies muitas dúvidas acerca da sua naturalidade. Ainda assim e independentemente das incertezas, é de consenso geral que de facto existem no Arquipélago áreas extensas completamente descaracterizadas por espécies introduzidas.
Assumindo assim incertezas mas assumindo também as inúmeras espécies reconhecidamente invasoras, segue-se uma breve descrição de algumas das mais problemáticas e causadoras de uma intensa descaracterização nas formações naturais desta ilha. Assinala-se que algumas destas invasoras são comuns a várias ilhas, eventualmente mais agressivas numa determinada ilha que noutra. Existem espécies que sendo extremamente graves estão confinadas a uma só ilha, como por exemplo a Clethra arborea que existe apenas na ilha de S. Miguel.
(In Quercus)
Etiquetas: Biodiversidade, Cândida Mendes, Ecologia, Eduardo Dias, plantas invasoras
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