Investigadores recuperam Pónei da ilha Terceira
Um grupo de investigadores da Universidade dos Açores, liderado por Artur Machado, quer ver o Pónei da Terceira reconhecido como raça. O primeiro objectivo do projecto é recuperar a raça, que se havia perdido, com o passar dos anos. Antigamente, o animal era muito requisitado na Terceira e, segundo o professor da Universidade dos Açores, chegou mesmo a ser exportado para outras ilhas. As suas características únicas tornavam-nos preferenciais para o transporte de peixe, leite ou pão. Por ser mais pequeno do que os outros cavalos, mas de igual modo robusto, o Pónei da Terceira era de fácil maneio e mais económico, uma vez que necessitavam de menos comida. Com o aparecimento de meios de transporte mecânicos o pónei deixou de ter utilidade e os criadores começaram a cruzá-los com outras raças. Na verdade a olho nu é difícil distinguir o Pónei da Terceira de outras raças de cavalos, uma vez que parece apenas um cavalo pequeno. O interesse pelo Pónei da Terceira, partiu de Artur Machado, que se lembrava ainda dos tempos em que aprendeu a montar em animais da raça. Chegado à ilha Terceira, o professor da Universidade dos Açores, ficou surpreendido por não encontrar com facilidade o pónei. Há cerca de 10 anos reuniram três éguas e um garanhão. Entretanto, os animais foram-se multiplicando e o grupo continuou a procurar outros pela ilha. Hoje contam com cerca de 40, mas o número ainda não é suficiente para apresentarem uma candidatura à Fundação Alter Real. De resto os estudos biométrico, genético e morfológico já estão elaborados. Os investigadores contam, no entanto, vir a aumentar o número de animais gradualmente. Só em 2009 nasceram seis novos póneis. Para 2010 esperam-se 12. As éguas são cobertas pela primeira vez aos três anos de idade e o período de gestação equivale a onze meses, o que faz com o processo de multiplicação seja moroso. A manutenção dos animais exige um grande esforço financeiro por parte do grupo, uma vez que não contam com qualquer tipo de apoio. Os Serviços Florestais cederam um terreno, que mesmo assim já é insuficiente para acolher todos os animais. No entanto, faltam apoios para a alimentação. Três garanhões encontram-se neste momento no Centro Hípico da Ilha Terceira. Bentley, Nevão e Terrorista fazem as delícias dos mais novos. Artur Machado defende mesmo que o futuro da raça passa pelas escolas de equitação, uma vez que o animal tem característica ideias para o ensino a crianças, dada a sua fisionomia e vocação para a equitação. O professor acredita mesmo que o Pónei da Terceira tem potencialidades para ser exportado para outras partes do país. Artur Machado lança um apelo aos criadores de cavalos da ilha, para que tenham atenção a esta espécie e à sua raridade, para que os poucos puros restantes não sejam cruzados. O investigador lembra mesmo que já disponibilizaram garanhões a particulares para reprodução.O professor pede também sensibilização por parte do Governo Regional dos Açores.
(in Diário Insular)
Etiquetas: Artur Machado, Biotecnologia, cavalos
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