Ex-reitor diz que Bolonha “desceu nível” do ensino
O ex-reitor da Universidade dos Açores (UAc), Vasco Garcia, considera que o Processo de Bolonha a que aderiu a academia regional representa uma “descida de nível” do ensino superior em Portugal e na Europa.
A Declaração de Bolonha, também conhecida como Processo de Bolonha, constitui um documento assinado conjuntamente há dez anos pelos ministros da Educação de 29 países europeus, precisamente naquela cidade italiana.
Pretendeu marcar uma mudança no que diz respeito às políticas ligadas ao ensino superior dos países envolvidos, procurando estabelecer uma Área Europeia de Ensino Superior a partir do compromisso dos países signatários (Portugal é um deles) em promover reformas dos seus sistemas de ensino.
Na prática, Bolonha veio encurtar o período das licenciaturas de quatro para três anos, adequando e concentrando os programas curriculares às necessidades das empresas. Mas, no balanço feito por Vasco Garcia, as mudanças que ocorreram não melhoraram o sistema. Bem pelo contrário, degradaram-no ao ponto de ter baixado a fasquia da “exigência e qualidade” e até da flexibilidade. O que Bolonha chama de licenciatura de três anos, o ex-reitor da Universidade açoriana diz não passar do antigo bacharelato português de três anos. “Em Portugal há o hábito de se chamar doutor aos licenciados.
Os licenciados obviamente não são doutores: o doutor é quem tem o grau de doutoramento. E vai-se chamar agora doutor a quem, no fundo, tem um antigo bacharelato de 3 anos? Bom, acho isso uma espécie de terceiro-mundialização do ensino superior e, portanto, não posso estar de acordo”, frisou ao Açoriano Oriental, para deixar claro também que “não se devia ter acabado com o grau de bacharel, que seriam os tais 3 anos, em vez de se passar a dar aos antigos bacharéis o grau de licenciado”.
Vasco Garcia entende que Bolonha, a pretexto da tentativa de unificação do sistema de ensino superior na Europa, acabou por esbater a fronteira entre o ensino profissional e o universitário, o qual deveria ser “muitíssimo mais baseado na investigação científica e na procura de soluções originais para a sociedade. Sou contra, sempre fui e vou continuar a ser”.
Na sua perspectiva, a Declaração de Bolonha não é uma boa solução para melhorar o sector e gorou a oportunidade de harmonizar o sistema universitário entre os dois grandes blocos de ensino e investigação no mundo, que são a América do Norte (EUA e Canadá) e a Europa. Nesse sentido, o antigo reitor da UAc afirma-se como um defensor do modelo norte-americano. “Nos EUA ninguém sai com uma licenciatura sem ter, no mínimo, quatro anos de escolaridade universitária. Quem tiver menos do que isso obtém uma coisa mais ou menos equivalente ao nosso antigo bacharelato”, sublinha. Por tudo isto, a cotação internacional do ensino superior nos EUA ultrapassa a da União Europeia.
(Paulo Faustino In Açoriano Oriental)
A Declaração de Bolonha, também conhecida como Processo de Bolonha, constitui um documento assinado conjuntamente há dez anos pelos ministros da Educação de 29 países europeus, precisamente naquela cidade italiana.
Pretendeu marcar uma mudança no que diz respeito às políticas ligadas ao ensino superior dos países envolvidos, procurando estabelecer uma Área Europeia de Ensino Superior a partir do compromisso dos países signatários (Portugal é um deles) em promover reformas dos seus sistemas de ensino.
Na prática, Bolonha veio encurtar o período das licenciaturas de quatro para três anos, adequando e concentrando os programas curriculares às necessidades das empresas. Mas, no balanço feito por Vasco Garcia, as mudanças que ocorreram não melhoraram o sistema. Bem pelo contrário, degradaram-no ao ponto de ter baixado a fasquia da “exigência e qualidade” e até da flexibilidade. O que Bolonha chama de licenciatura de três anos, o ex-reitor da Universidade açoriana diz não passar do antigo bacharelato português de três anos. “Em Portugal há o hábito de se chamar doutor aos licenciados.
Os licenciados obviamente não são doutores: o doutor é quem tem o grau de doutoramento. E vai-se chamar agora doutor a quem, no fundo, tem um antigo bacharelato de 3 anos? Bom, acho isso uma espécie de terceiro-mundialização do ensino superior e, portanto, não posso estar de acordo”, frisou ao Açoriano Oriental, para deixar claro também que “não se devia ter acabado com o grau de bacharel, que seriam os tais 3 anos, em vez de se passar a dar aos antigos bacharéis o grau de licenciado”.
Vasco Garcia entende que Bolonha, a pretexto da tentativa de unificação do sistema de ensino superior na Europa, acabou por esbater a fronteira entre o ensino profissional e o universitário, o qual deveria ser “muitíssimo mais baseado na investigação científica e na procura de soluções originais para a sociedade. Sou contra, sempre fui e vou continuar a ser”.
Na sua perspectiva, a Declaração de Bolonha não é uma boa solução para melhorar o sector e gorou a oportunidade de harmonizar o sistema universitário entre os dois grandes blocos de ensino e investigação no mundo, que são a América do Norte (EUA e Canadá) e a Europa. Nesse sentido, o antigo reitor da UAc afirma-se como um defensor do modelo norte-americano. “Nos EUA ninguém sai com uma licenciatura sem ter, no mínimo, quatro anos de escolaridade universitária. Quem tiver menos do que isso obtém uma coisa mais ou menos equivalente ao nosso antigo bacharelato”, sublinha. Por tudo isto, a cotação internacional do ensino superior nos EUA ultrapassa a da União Europeia.
(Paulo Faustino In Açoriano Oriental)
Etiquetas: Bolonha, Reitor, Vasco Garcia
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