sábado, fevereiro 07, 2009

Infestação de térmitas sem controlo nos Açores

TÉRMITAS. Infestação já foi detectada em São Miguel, Santa Maria, Terceira e Faial.
Paulo Borges, especialista em insectos do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, alerta para a necessidade de um plano regional de combate à infestação de térmitas. A infestação de térmitas nos Açores “está neste momento sem qualquer tipo de controlo”. As declarações são de Paulo Borges, especialista em insectos da Universidade dos Açores. Segundo o investigador falta uma estratégia organizada de combate à praga. Na opinião de Paulo Borges as medidas tomadas até à data não foram suficientes para eliminar o problema. O investigador referia-se ao trabalho efectuado pelas empresas de “pest control” e ao apoio disponibilizado pelo Governo Regional a pessoas com maiores infestações.“Penso que seria necessário um plano integrado a nível regional, com uma estratégia mais ordenada para, pelo menos, diminuir a infestação de térmitas”, defende. Sem a adopção de um plano deste género, o investigador estima que no próximo verão se registe novamente um aumento do número de térmitas no arquipélago. Liderado por Paulo Borges, o projecto “Envolvimento dos Cidadãos no Controlo das Térmitas Urbanas nos Açores” testou os vários insecticidas de combate às térmitas e concluiu que os mais eficazes à venda em Portugal são o Wocasene e o Xylophene. Ainda assim, o investigador avisa que nenhum é totalmente eficaz e que este tipo de produto deve ser aplicado por profissionais.Ainda seguindo as conclusões do estudo que deu origem ao livro “Térmitas dos Açores” – Contributo para a sua Gestão”, Paulo Borges alerta para a necessidade de testar a tecnologia de ponta, citando o exemplo da fumigação. Segundo o investigador, o Governo Regional cedeu o financiamento para colocar esta técnica em prática, no entanto a legislação europeia não permite que ela seja aplicada nos Açores, uma vez que exige uma distância de 10 metros entre as habitações. Paulo Borges acrescenta ainda que o processo de alteração da legislação é um processo complexo, que não tem evoluído. O investigador alerta ainda para a falta de oferta nos Açores de serviços para móveis destinados ao grande público, como por exemplo, as câmaras de fumigações. Uma lacuna que na opinião de Paulo Borges deveria ser resolvida com a intervenção do Governo Regional ou das Câmaras Municipais. De acordo com o investigador é preciso promover a colocação de armadilhas de luz no verão, uma medida que se estima eliminar 25% dos efectivos populacionais existentes. Dentro de duas semanas deverá entrar em funcionamento o site http://www.sos.termitas.angra.uac.pt/, que terá informação sobre o tema, organizado para o grande público.
(In Diário Insular)

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