Catálogo ilustrado sobre tubarões e raias dos Açores lançado em Junho
É um livro com rigor científico mas pensado para o grande público. O “Catálogo Ilustrado de Tubarões e Raias dos Açores” está já concluído e deve ser lançado em Junho, provavelmente durante as festas Sanjoaninas.
O livro foi escrito por João Pedro Barreiros, professor da Universidade dos Açores, também responsável pelas ilustrações, e pelo especialista brasileiro em tubarões, Otto Gadig.“São 37 espécies de tubarões e treze espécies de raias. A maior parte dos tubarões é de grande profundidade e de pequeno tamanho. Mas existem outros, os emblemáticos, que toda a gente conhece, como o tubarão branco e o tubarão baleia, que também vão passando pelos Açores”, explica João Pedro Barreiros, no seu gabinete no campus da Terra-Chã. O principal objectivo da obra é dar a conhecer estas espécies a todo o tipo de público. “Explico o que são tubarões, o que são raias e os principais problemas que existem, que têm principalmente a ver com excesso de pesca. São animais que estão a ser sobrepescados em muitas partes do mundo. Há ainda um capítulo sobre os ataques dos tubarões, sobretudo para desmistificar essa questão”.
ATAQUES DE TUBARÃO
Porquê desmistificar? “Os acidentes de tubarão são ridículos em termos globais. O equivalente a um fim-de-semana nas estadas de Portugal. Convivemos com estas espécies. Por exemplo, durante o Verão, existem tubarões martelo na baía da Praia da Vitória. São fêmeas que vão parir no local e não comem nada nesse período nem atacam ninguém. Pelo contrário, são tímidas. O mesmo acontece com as crias, que são muito pequenas e inofensivas. Trata-se de informar e de retirar esse estigma, de desmistificar”.João Pedro Barreiros afirma que são os tubarões que têm razões para recear os humanos. “Nós é que lhes fazemos mal, enquanto humanidade. Os tubarões estão a ser alvo de uma pesca agressiva, para retirar as barbatanas que depois são secas e vendidas no mercado oriental a preços exorbitantes. O preço da barbatana de tubarão está a atingir valores assustadores, o que torna este tipo de captura muito aliciante em termos económicos e coloca a espécie em perigo”, explica.“Aqui estão protegidos, mas mesmo assim existem quotas de pesca de tubarão que não deviam existir”, reforça.Pensa-se que os tubarões existam há perto de 450 milhões de anos, ocupando várias zonas do globo, desde os mares tropicais, aos oceanos Árctico e Antárctico e também, neste caso, os Açores.Existirão também cerca de quatro centenas de espécies de tubarões conhecidas.
(In Diário Insular)
Etiquetas: João Pedro Barreiros, Otto Gadig, raias, Tubarões
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