Transformar resíduos sólidos urbanos em combustível
Os Açores irão transformar resíduos sólidos urbanos em combustíveis, através de uma tecnologia avançada. A garantia foi dada ontem por João Pereira Coutinho, da empresa SGC Energia, responsável pelo projecto, que será desenvolvido nos Açores em parceria com o Grupo Bensaude.
À saída de uma audiência com o presidente do Governo Regional para apresentação do negócio, em Ponta Delgada, João Pereira Coutinho garantiu que “pelo menos 25 por cento do consumo vai ser assegurado por estas unidades”. “Os Açores vão conseguir produzir energia para a sua mobilidade”, afirmou, sublinhando que “criar independência energética em relação a terceiros é estratégico e fundamental”. O responsável referiu ainda tratar-se de um projecto inovador, amigo do ambiente e que promete colocar o arquipélago no topo da transformação energética.
Por seu lado, o chefe do executivo açoriano considerou que a concretização deste projecto pioneiro a nível nacional só poderia ter lugar na Região, devido a uma legislação adequada. Carlos César salientou, igualmente, que o projecto “contribuirá para a valorização da Região, quer do ponto de vista ambiental, quer do ponto de vista da sua atractividade, em geral, pela qualidade deste investimento.” Acrescentou, contudo, que “constitui uma mais-valia para a Região, mas também uma mais-valia para o país, dado o seu carácter inovador”. No entender do presidente do Governo Regional, “o próprio Governo da República também pode e deve contribui para o seu êxito e para a sua concretização plena”. Carlos César aproveitou ainda para anunciar que o executivo açoriano vai aprovar, em breve, o Plano Estratégico de Gestão de Resíduos dos Açores, na linha já traçada de considerar a gestão dos resíduos uma actividade económica com carácter reprodutivo e, assim, possibilitar o aparecimento de projectos como o agora apresentado. Orçado em 160 milhões de euros, o projecto da SGC Energia, em parceria com o Grupo Bensaude, será desenvolvido nas ilhas Terceira e São Miguel, prevendo a criação de 305 postos de trabalho.
(In Diário Insular)De acordo com Félix Rodrigues, docente do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, em entrevista à RDP-Açores e RTP-Açores, o projecto agora apresentado é uma mais valia para a região, na medida em que a gestão de resíduos sólidos urbanos nas ilhas, de dimensões reduzidas, como é o caso dos Açores, é difícil e exige estratégias apropriadas. Do ponto de vista do potencial de investigação científica, o projecto também constitui uma mais valia para a Região e comunidade científica local, prevendo-se também impactos económicos positivos. Todavia, essa transformação de resíduos sólidos urbanos em combustível não deve servir de desculpa para a não gestão de resíduos nas ilhas, nem para a não adopção de estratégias e políticas de reciclagem de alguns resíduos como é o caso do papel ou do plástico. Também não poderá servir de desculpa para a não implementação da Educação Ambiental visando uma diminuição da produção de resíduos. Nesse sentido, considera exagerada a previsão de produzir 25% do combustível consumido nas ilhas por esta tecnologia.
Félix Rodrigues defende ainda que a produção de combustível deve reger-se pela mesma lógica da valorização energética de resíduos pelos meios térmicos, ou seja, só deverão ser transformados em combustível aqueles resíduos que seriam inequívocamente depositados em aterro. Afirmou ainda que este anúncio da SGC Energia e do Governo Regional dos Açores carece de mais clareza e menos secretismo para que se possa avaliar correctamente os aspectos positivos e negativos de tal investimento. Partindo do princípio que se trata de uma boa estratégia, conviria esclarecer a partir de que tipo de resíduos se irá produzir o combustível. Dizê-lo que é a partir de resíduos sólidos urbanos, é muito pouco. Interessaria saber em que medida se pensou nos resíduos de origem animal dos matadouros, dos resíduos florestais, ou outros, e se se tem intenção de utilizar ou não, os plásticos.
(In RDP-Açores, RTP-Açores)
Félix Rodrigues defende ainda que a produção de combustível deve reger-se pela mesma lógica da valorização energética de resíduos pelos meios térmicos, ou seja, só deverão ser transformados em combustível aqueles resíduos que seriam inequívocamente depositados em aterro. Afirmou ainda que este anúncio da SGC Energia e do Governo Regional dos Açores carece de mais clareza e menos secretismo para que se possa avaliar correctamente os aspectos positivos e negativos de tal investimento. Partindo do princípio que se trata de uma boa estratégia, conviria esclarecer a partir de que tipo de resíduos se irá produzir o combustível. Dizê-lo que é a partir de resíduos sólidos urbanos, é muito pouco. Interessaria saber em que medida se pensou nos resíduos de origem animal dos matadouros, dos resíduos florestais, ou outros, e se se tem intenção de utilizar ou não, os plásticos.
(In RDP-Açores, RTP-Açores)
Etiquetas: Açores, combustível, Félix Rodrigues, Gestão de resíduos, Resíduos sólidos urbanos, SGC Energia, tecnologia
1 Comments:
Toda esta polémica à volta da investigação nos Açores é plenamente justificavem já que as obras de remodelação de uma quinta na Ilha Terceira nos Açores na localidade de Salgueiros mesmo junto à praia e parque de campismo denotam um descuido e incuria com o enquadramento paisagistico assim como serias duvidas sobfre a finalidade desta construção. Segundo é sabido apenas é a contrução de um tunel de vento.
Será que é para secar os combustiveis fosseis ou existe outro tipo de secagem especial !!!????
Fica aqui uma chamada de atenção para as autoridades competentes ...? Governo ou da Justiça.
Estas iniciativas privadas com apoios governamentais de legislações especiais que só existem nos Açores deveriam ter maior transparência já que são tão boas para todos segundo dizem os senhores.
Seria bom que fossem investigadas estas secretas instalações.
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