Prémio ADVID entregue hoje (22 de Novembro de 2007) ao Centro de Biotecnologia dos Açores
Uma equipa de investigadores do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, liderada pelo Professor Artur Machado, recebe hoje, em Gaia, o prémio ADVID 2007 pela investigação das similariedades genéticas de 46 castas nacionais, anunciou fonte da Associação de Desenvolvimento da Viticultura Duriense. O Prémio ADVID - Álvaro Baltazar Moreira da Fonseca é um incentivo criado por esta associação para atrair investigadores de diversas áreas científicas para as especificidades técnicas, culturais e sociais da vitivinicultura da Região Demarcada do Douro.
O prémio vai ser entregue no final do colóquio sobre Zonagem Vitícola, que decorre hoje em Vila Nova de Gaia, no âmbito das comemorações dos 25 anos da ADVID.
Os investigadores premiados estudaram castas brancas como a Malvasia Fina, Cercial, Gouveio e Verdelho, existentes em várias regiões demarcadas, utilizando técnicas de análise do ADN para detectar se a sinonímia de castas, derivada da observação visual de folhas, cachos e varas e consagrada nos diplomas legais que regulam as denominações de origem, correspondia de facto a variedades de videira iguais.
O estudo verificou que, por exemplo, a casta Cercial, uma das utilizadas nos vinhos de Pinhel, corresponde à assinatura de ADN do Jampal e da Pinheira Branca, apesar de a legislação não as considerar como sinónimos.
A aplicação desta metodologia nas castas tintas permitiu mostrar uma possível relação de parentesco «pai/filho» entre a casta Touriga Nacional (originária do Douro e do Dão) e as castas Touriga Brasileira e Touriga Franca.
A fonte referiu que este trabalho, ao esclarecer questões de sinonímia e de proximidade genética entre as castas portuguesas, representa «um forte contributo para aumentar o conhecimento sobre as mesmas, permitindo aos viticultores portugueses decisões mais esclarecidas no momento de plantar as suas vinhas».
«Este é um conhecimento estratégico para a indústria vitivinícola nacional, uma vez que a grande diversidade de castas nativas (quase 300) é um dos principais pilares da competitividade comercial dos nossos vinhos a nível global, tanto pela originalidade criativa permitida como pela capacidade de adaptação às oscilações do gosto do consumidor», salientou.
O Prémio ADVID é atribuído anualmente a um investigador profissional, aluno de licenciatura, mestrando ou doutorando que tenha publicado um trabalho inédito em qualquer área científica, com relevante importância para a vitivinicultura da Região Demarcada do Douro.
Em cada ano o prémio é dedicado a uma personalidade com uma obra destacada em prol do desenvolvimento vitivinícola da região.
Em 2007 o prémio homenageia o engenheiro agrónomo Álvaro Baltazar Moreira da Fonseca, que foi presidente da Casa do Douro e autor de diversos trabalhos científicos, entre os quais o «Método de Classificação das Parcelas de Vinha da Região Demarcada do Douro».
Trata-se de um trabalho pioneiro que introduziu conceitos de zonagem vitícola aplicados à promoção da qualidade na produção do Vinho do Porto e é, ainda hoje, na altura em que se comemoram os 60 anos da sua publicação, a base da portaria (413/2001) que rege a classificação qualitativa das vinhas durienses e consequente atribuição do benefício.
A ADVID é uma associação privada, sem fins lucrativos, criada pelas principais empresas de Vinho do Porto com o objectivo de contribuir para a modernização da viticultura do Douro e melhoria da qualidade dos vinhos.
Conta actualmente com mais de 200 associados, entre os quais importantes empresas de comércio e exportação de Vinho do Porto, sociedades de exploração vitícola e viticultores individuais, representando no seu conjunto uma área vitícola de mais de 10% do total da Região Demarcada.
(In Jornal Diário)
Etiquetas: Artur Machado, Biotecnologia, Douro, prémio, Susana Lopes, viticultura, vitis vinifera
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