sexta-feira, setembro 28, 2007

Aspectos hidrogeológicos da ilha Terceira discutidos em Congresso Internacional

No XXXV Encontro da Associação Internacional de Hidrogeólogos que decorreu em Lisboa, até ao dia 24 de Setembro, os Açores estiveram amplamente representados através de apresentação de trabalhos que abordaram a hidrologia insular açoriana. O Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores apresentou duas comunicações científicas.
A temática deste Encontro centrou-se nas relações entre "Águas subterrâneas e Ecossistemas".
Uma dessas comunicações, da autoria do Eng. Luís Teixeira e dos Professores Francisco Cota Rodrigues, da Universidade dos Açores e Daniel Urish e Reinhard Frohlich, da Universidade de Rhode Island (Estados Unidos da América) examinou a aplicação de processos geoeléctricos à exploração de água subterrânea na Caldeira dos Cinco Picos na Ilha Terceira.

A exploração de técnicas capazes de identificar água subterrânea em todas as ilhas do Arquipélago, reveste-se de especial importância uma vez que a maior parte da água usada nas ilhas tem origem subterrânea, dependendo da água da chuva. O aumento dos períodos de seca, terá impacto no abastecimento de água às populações insulares, daí a necessidade de se inventariarem todos os aquíferos passíveis de exploração.
A aplicação desta técnica à detecção de lençóis de água na zona em estudo, revelou a presença de camadas saturadas, com abundância de água subterrânea que poderá constituir uma boa reserva hídrica para a ilha Terceira nos próximos anos.
A segunda comunicação, da autoria da Engª Celeste Miguel e do Professor Francisco Cota Rodrigues, analisou de forma exaustiva a hidrogeologia do ecossistema do Paúl da Praia da Vitória, profundamente alterado nos últimos 60 anos e de reconhecida importância do ponto de vista ecológico.
Uma vez que o Paúl da Praia da Vitória se localiza num sector costeiro do aquífero basal da ilha Terceira, apresenta condições únicas e específicas, do ponto de vista hidrogeológico, em todo o Arquipélago. O futuro deste ecossistema depende do complexo programa de recuperação que está a ser levado a cabo nesse local, pela Câmara Municipal da Praia da Vitória, e da capacidade técnica de preservar as correntes difusas de água doce que aí se encontram, responsáveis pela existência de uma vegetação halófita e uma fauna peculiar.

(In Azores Digital)

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