Defesa e segurança em curso na Região
Ainda este ano decorrerá um curso intensivo de segurança e defesa nos Açores. A iniciativa partiu do Centro de Estudos de Relações Internacionais e Estratégia da Universidade dos Açores, que colabora com o Instituto de Defesa Nacional (IDN) para que o curso seja realizado na Região. Esta é a primeira vez que um curso deste género se desloca à Região. De acordo com Carlos Amaral, director do Centro de Estudos de Relações Internacionais e Estratégia, a iniciativa surgiu da impossibilidade da maioria dos açorianos em participar nos cursos realizados no continente. “Quem trabalha não tem condições de ir a Lisboa ou ao Porto, três dias, durante o ano lectivo”, explica. Foi por isso que Carlos Amaral propôs a realização de uma formação excepcional para as Regiões Autónomas, aceite pelo Instituto de Defesa Nacional e que no caso dos Açores contou com o apoio financeiro do Governo Regional.
Formação
Formação
O curso deverá ser dividido em três módulos, com a duração de três manhãs ou tardes cada, que serão subordinados aos temas “O quatro geral de segurança e defesa”, “A política e defesa nacional” e “A realidade regional no campo da segurança e defesa”. Estima-se que o primeiro módulo possa ter lugar entre 04 e 06 de Novembro. O curso terá lugar nas instalações dos pólos de Angra do Heroísmo e Ponta Delgada, em simultâneo e com recurso a vídeo-conferência, sendo que as conferências serão ministradas a partir dos dois pólos e de Lisboa, quando tal se justifique. Carlos Amaral garante, contudo, que a Horta será integrada em cursos posteriores, caso não haja possibilidade de o fazer este ano. Para o professor da Universidade dos Açores, este curso tem uma tripla dimensão, regional, nacional e europeia. Sem quaisquer custos para os participantes, a organização exige apenas plena assiduidade à frequência dos módulos. O Instituto de Defesa Nacional já começou a enviar convites a determinadas instituições do arquipélago.
Aberto a todos
Aberto a todos
O curso é destinado a portugueses que lidam ou têm potencialidade de vir a lidar com assuntos relevantes para um quadro de segurança e defesa. De acordo com Carlos Amaral, existem duas fases de candidaturas. Num primeiro momento, foram enviadas candidaturas a determinadas entidades açorianas, com interesse na matéria, que deverão escolher formandos para frequentar o curso. Numa segunda fase, serão abertas candidaturas livres, a título individual, que depois passarão por uma fase de selecção. Segundo Carlos Amaral qualquer pessoa se pode candidatar, desde que manifeste interesse pela área e anexe à inscrição o seu currículo e indique as razões pelas quais considera que deverá ser escolhido para frequentar o curso. O professor da Universidade dos Açores diz que está disponível para dialogar com todos os interessados em participar no curso e a prestar esclarecimentos, através do seu endereço electrónico (cpamaral@uac.pt).
Carlos Amaral considera curso de extrema importância para açorianos
Carlos Amaral considera curso de extrema importância para açorianos
Para o Director do Centro de Estudos de Relações Internacionais e Estratégia da Universidade dos Açores o interesse da Região num curso de segurança e defesa “é enorme”, na medida em que a própria existência dos Açores, não em termos geográficos, mas em termos civilizacionais, decorre de políticas de segurança e defesa.“É importante organizar cursos deste género nos Açores, porque nós somos parte da nação portuguesa. É tão importante fazê-los nos Açores como noutra parcela do território”, defende. A medida ganha maior impacto, tendo em conta que os açorianos estão limitados em termos de deslocação ao continente. Carlos Amaral defende mesmo que o curso tem mais importância na Região do que no Algarve ou no Minho, por dois motivos. Primeiro, “porque somos uma Região Autónoma”, e em segundo lugar, porque “somos a peça chave na segurança e defesa nacionais”. Para o professor da Universidade dos Açores, o curso aborda uma perspectiva mais alargada da segurança e defesa nacional, para além das questões meramente militares. “Não excluiu questões como o ambiente, o mar, a autonomia, as migrações ou os refugiados”, exemplifica.
(In Diário Insular)
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