quarta-feira, junho 17, 2009

Assessoria pode aumentar produção de leite

“Os agricultores estão sob uma enorme pressão, estão a perder dinheiro e só aqueles que tomarem o maior número possível de decisões correctas permanecem no meio com rentabilidade. Mas para isso, é preciso estabelecer objectivos, constituir equipas e pensar para lá das tradições”.
A afirmação é de Alan Bair, responsável pelo relacionamento com o sector dos lacticínios na Universidade Estadual da Pensilvânia, nos Estados Unidos da América. Este especialista está nos Açores, juntamente com Lisa Holden, sua colega no departamento de Ciências Agrárias, para sensibilizar os agricultores açorianos para as vantagens da criação de equipas de assessoria à produção de leite. É esta, aliás, a sua função nos EUA: fazer a ligação entre a universidade, a indústria e os produtores. Alan Bair e Lisa Holden iniciaram esta segunda-feira um Seminário sobre Extensão Rural, destinado a profissionais da área (é esperada terça-feira a presença de agricultores no Anfiteatro B da Universidade, a partir das 10h30), primeiro em Ponta Delgada - dias 15 e 16 - e depois em Angra do Heroísmo, nos dias 17 e 18, numa organização da Universidade dos Açores, com patrocínio americano. “O veterinário vai à exploração para cuidar da saúde dos animais; o engenheiro agrónomo olha para as culturas; o contabilista para as finanças... Mas o importante é que todos se juntem para avaliar os factores que influenciam realmente a rentabilidade da exploração. O importante é olhar para a exploração como um todo e não apenas para a especialidade de cada um”, explica Alan Bair, em entrevista ao Açoriano Oriental. Mas introduzir a figura da consultoria na exploração agrícola parece, à primeira vista, algo inatingível para um sector tradicionalmente pouco escolarizado e muito habituado a depender apenas de si próprio. Contudo, nos Estados Unidos da América, as experiências da Universidade da Pensilvânia (embora a realidade americana não seja directamente comparável à açoriana), revelaram que é possível ganhar até cerca de 200 euros por vaca no fim do ano, se certas medidas de gestão da exploração forem tomadas em equipa e não apenas individualmente.
(In Açoriano Oriental)

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