domingo, junho 14, 2009

A pé, pela Natureza

José Aurélio Almeida

Este domingo a associação “Os Montanheiros - Sociedade de Exploração Espeleológica” orienta mais um percurso pedestre pela Ilha Terceira, incluído no total de oito actividades deste tipo, em desenvolvimento ao longo do presente ano, sob o mote “Nos rumos da História”. Desta feita a programação aponta para um trajecto fácil, de cerca de 4 km, pelas Baías de São Sebastião. No final deste mês de Junho prosseguirão também os passeios organizados pela mesma entidade no Pico, através do seu Núcleo na ilha montanha, sendo que a próxima rota terá como referência central a Lagoa do Capitão, em São Roque. Quer num caso, quer no outro, a par do que sucedeu com as caminhadas já promovidas por esta organização não governamental, tanto em 2009 como em anos anteriores, estas são oportunidades excelentes de conjugar diversos aspectos positivos numa experiência potencialmente deslumbrante, de contacto com a natureza. Na generalidade sobressai exactamente a envolvência em contexto natural, longe das construções, movimentações e ruídos próprios dos espaços urbanos, a que se acrescenta o factor de exercício físico e sã convivência com parceiros de aventura. Numa época em que o ritmo diário mais comum é caracterizado pelo cumprimento de horários e prazos apertados e pela “ginástica” nas deslocações necessárias a quem não more exactamente junto do local de trabalho, acrescida no caso daqueles que levam os filhos à creche, colégio, escola e/ou actividades de tempos livres (desportivas, artísticas ou recreativas, por exemplo), a troca dessa rotina por algumas horas de passeio, a pé, com direito a usufruir de diversidades paisagísticas, biológicas e/ou geológicas, é compensadora. Para quem habitualmente já percorre espaços ao ar livre cada um destes passeios tem o benefício de se revestir de algumas particularidades significativas que tanto podem surgir na esfera da observação de algum aspecto paisagístico peculiar ou de alguma espécie de fauna ou flora especial, como por via da partilha e troca de conhecimentos e experiências com os colegas de caminhada.Mais pormenores sobre as duas caminhadas que mencionamos bem como muitos outros conteúdos disponibilizados pel’ “Os Montanheiros”, relativos a diversas actividades a realizar ou já realizadas, a aspectos da sua história, a espaços visitáveis (a saber, o Museu Vulcanoespeleológico “Machado Fagundes”, em Angra do Heroísmo; o Algar do Carvão e a Gruta do Natal, no interior da Ilha Terceira; e a Gruta das Torres, no concelho da Madalena do Pico), e a informações específicas de cada secção (escalada e parapente), de cada ecoteca sob a sua gestão (Angra do Heroísmo, Pico e São Jorge) e de cada núcleo (Pico, São Jorge e São Miguel), para além da acção mais vasta na ilha Terceira, onde esta associação está sediada, podem ser encontrados na página montanheiros.com. Este atractivo espaço cibernético alberga ainda uma rica galeria multimédia, jogos e notícias, entre mais algumas surpresas.Felizmente, “Os Montanheiros” não são caso único na promoção de iniciativas deste género nos Açores. Como outro bom exemplo temos a associação “Amigos dos Açores” que organiza caminhadas, principalmente em São Miguel mas também com algumas incursões pontuais por outras ilhas. Acrescentando-se a estes outras associações similares, as Ecotecas e até algumas empresas vocacionadas para o turismo de natureza, são assim variadas as oportunidades de percursos pedestres orientados que estão ao dispor de quem vive por cá mas também de quem por cá passa, nomeadamente em visita turística.Para quem eventualmente não possa aproveitar a programação disponibilizada por estas organizações, por razões de calendário ou outras, ou prefira passear por espaços naturais de forma solitária ou em pequenos grupos, os Trilhos dos Açores, enquanto Rede de Percursos Pedestres Classificados pelo Governo Regional dos Açores, apresentam-se como um leque variado de opções. São mais de cinquenta percursos, com extensões e dificuldades diversas, distribuídos pelas nossas nove ilhas, e todos tendo em comum o facto de estarem marcados no terreno através de sinalética utilizada internacionalmente na actividade de pedestrianismo. Acrescente-se que sobre cada um deles existe informação específica, acessível através da consulta de placares geralmente existentes nos respectivos pontos de partida, da leitura de folhetos distribuídos em postos de informação turística ou do acesso ao belíssimo portal trails-azores.com. Boas caminhadas.
joseaurelioalmeida@gmail.com

(in Diário Insular)

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