Térmitas sem controlo devido a inércia
O investigador da Universidade dos Açores, Paulo Borges, disse ontem que as térmitas estão sem controlo nos principais centros populacionais da Região devido à inércia no se que refere à realização de acções para controlar a propagação da praga.Em declarações aos jornalistas, após a apresentação de um portal da Internet elaborado por investigadores da Universidade dos Açores sobre questões relacionadas com as térmitas, Paulo Borges referiu que as medidas tomadas pelas entidades locais e regionais na sequência dos estudos sobre a praga efectuados desde 2003 “não tiveram efeitos visíveis no que se refere ao controlo da praga”.De acordo com o investigador da Universidade dos Açores, se não forem tomadas medidas urgentes para corrigir essa situação, as térmitas vão continuar a ganhar terreno podendo em pouco tempo chegar a outras ilhas dos Açores.Foram já detectadas térmitas na Terceira, São Miguel, Faial e Santa Maria.“O que é certo é que temos um problema cada vez maior porque existe uma certa inércia no que se refere à realização de acções de controlo da praga no terreno”, afirmou.Reconhece que as acções de controlo das térmitas são “mais complexas” do que as que são efectuadas para o controlo de outras pragas como, por exemplo, o escaravelho japonês.Falando na cerimónia de lançamento do portal da Internet, o reitor da Universidade dos Açores, Avelino Meneses, destacou o trabalho científico realizado na instituição da identificação e caracterização do problema das térmitas nos Açores.O reitor da Universidade dos Açores referiu que as térmitas “são um problema grave que põem em causa o património cultural e arquitectónico dos Açores”.Segundo Avelino Meneses, “a Universidade dos Açores cumpriu a sua finalidade de produção de conhecimento que é agora disponibilizado a toda a comunidade”.
PORTAL COMPLETO
Com a designação “SOS Térmitas”, o portal está alojado em http://sostermitas.angra.uac.pt/Ana Moura Arroz, docente da Universidade dos Açores e co-autora do portal da Internet destacou o facto de os utilizadores terem acesso a toda a informação que necessitam sobre as térmitas.Referiu que no portal é possível encontrar informações sobre as características das térmitas, os níveis de infestação, técnicas de extermínio, reconstrução das áreas destruídas, apoios das entidades oficiais e os contactos das empresas e entidades que podem prestar auxílio no combate à praga.A concretização do portal resulta do projecto “TERMIPAR - Envolvimento dos Cidadãos no Controlo das Térmitas Urbanas nos Açores” financiado pela direcção regional da Ciência e Tecnologia.No entanto, Ana Arroz alterou para a necessidade de serem disponibilizados meios para que o portal possa ser actualizado de modo a que possa constituir sempre uma fonte de informação para todas as pessoas que pretendem saber como devem lidar com as diferentes vertentes do problema das térmitas.
Praga que devora madeira nas ilhas há várias décadas
Conhecida nos meios científicos pelo nome de Cryptotermes brevis, a térmita de madeira seca chegou aos Açores há algumas décadas mas os primeiros casos de danos provados pelos insectos nas madeiras de habitações e mobiliário só foram reportados oficialmente em 2002.Foi nessa altura que a questão dos impactos económicos e patrimoniais relacionados a acção das térmitas foi colocada, numa fase em que a praga já ocupava diversas áreas dos centros das cidades de Angra do Heroísmo, Ponta Delgada e Horta.Desde da altura em que as entidades oficiais foram alertadas para o problema das térmitas que foram desenvolvidos diversos estudos de modo a que fosse produzido conhecimento sobre a forma como se pode enfrentar o problema das térmitas.Para além da caracterização das espécies de térmitas que existem na Região, investigadores da Universidade dos Açores têm efectuado diversos estudos em colaboração com outras instituições académicas nacionais e estrangeiras.No entanto, o desconhecimento da população sobre o real poder de destruição das térmitas e o desinteresse das entidades públicas podem fazer com que a praga seja cada vez maior e mais dificil de controlar.
(In Diário Insular)
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