domingo, março 22, 2009

Lixo divide em Angra a Câmara e o Governo

O Aterro Sanitário Intermunicipal da Ilha Terceira começa a apresentar sinais visíveis de lixo a céu aberto, no entanto Andreia Cardoso, presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, explica que o lixo visível está inserido em bolsas de exposição de resíduos.
A autarca acentua que as bolsas são cobertas com tela e acrescenta que os resíduos são frequentemente cobertos com terra, até as bolsas esgotarem as suas capacidades de armazenamento.
A presidente da autarquia angrense explica que neste momento estão em exploração duas bolsas, mas que ambas se encontram “em fase de esgotamento”. Andreia Cardoso revela que a solução a curto prazo passa pela aquisição de uma nova bolsa, orçada em 1 milhão e 700 mil euros. De acordo com a autarca, a Câmara Municipal e os Serviços Municipalizados “estão a aguardar uma estratégia, da Secretaria Regional do Ambiente, de gestão de resíduos na região”. Andreia Cardoso frisa, ainda assim, que o Aterro Sanitário Intermunicipal da Ilha Terceira “é o único aterro licenciado na região”. Já o Secretário Regional do Ambiente e do Mar, Álamo Meneses, afirma que já existe um Plano Estratégico de Gestão de Resíduos dos Açores (PEGRA), mas esclarece que está por definir a “calendarização”.
Segundo Álamo Meneses, a solução do aterro da ilha Terceira passa pela “exportação e valorização de resíduos”, de forma a “minimizar a quantidade de resíduos” que dá entrada no aterro. O secretário regional do ambiente esclarece ainda que o assunto “é da competência das autarquias” e que cabe apenas ao governo a orientação.
Para Félix Rodrigues do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores e representante do CDS-PP na Assembleia Municipal de Angra “a quantidade de resíduos sólidos que se produz na Terceira, terá que ter outro destino, pois não é viável económica e ambientalmente continuar a colocá-los em aterro”, uma vez que seria necessária uma área demasiado vasta, um factor que é crítico em ilhas pequenas. A solução, na opinião do centrista passa pela “separação” e “valorização” dos resíduos. Quanto à eficácia do PEGRA, Félix Rodrigues considera que o plano “tentará ser eficaz, mas de imediato tem algumas dificuldades económicas e técnicas associadas para que possa ser rápida a sua implementação”.
Já Aurélio da Fonseca, do PSD, lamenta que exista “falta de coordenação e de “articulação entre a Câmara e o Governo.” De acordo com o social-democrata, o PSD tem vindo a alertar para o facto dos “fundos comunitários serem insuficientes”. “É preciso que o Governo apoie a Câmara, defende.
(In Diário Insular)

Etiquetas: , , , , , ,