FÓRUM MUNDIAL DA CULTURA TAURINA Louvável contributo para a defesa da Festa dos Toiros
A política e os Toiros
Na explanação das linhas mestras orientadoras da realização do Fórum, Arlindo Teles, presidente da Tertúlia Tauromáquica Terceirense, enalteceu a importância da Festa no panorama social, turístico, económico cultural dos países. Expressou o desejo de que os trabalhos na Terceira assumissem papel de relevo e significado.
Primorosa foi a abordagem do distinto aficionado Álvaro Monjardino à evolução da Tauromaquia nos Açores e seu contexto jurídico.
Monjardino foi até aos tempos do povoamento das ilhas para descobrir a origem da paixão dos açorianos, sobretudo os da Terceira, pelo toiro e pela tauromaquia.
Depois da viagem histórica, o conferencista situou-se no Séc. XX para enquadrar juridicamente os espectáculos com toiros, centrando a atenção sobre as piruetas normativas por que passou a Festa nos Açores até à inibição da prática da Sorte de Varas por via da assinatura dum então Ministro da República.
No entanto, na interpretação de Álvaro Monjardino, a Assembleia Legislativa dos Açores sempre teve capacidade para decidir e legislar em conformidade com os desejos dos aficionados e aprovação dos deputados regionais.
Álvaro Monjardino deixou um desafio aos políticos actuais para que criem, com celeridade e sem reservas, alterações capazes de elevar a qualidade dos espectáculos tauromáquicos na Região.
Antes que se entrasse na segunda proposta do dia, “Política e Toiros”, foram lidas mensagens de grande projecção. A primeira tinha assinatura de Vera Jardim, antigo Ministro da Justiça, que, apenas por falta de disponibilidade, não participou no Fórum. Outro email chegou de Espanha, de “El Juli”, que acenou um olá até Junho.
De todas as intervenções sobre a relação da política e dos políticos com a Festa dos Toiros, e foram veementes, quentes e sentidas, há que elevar as palavras sábias de Moita Flores, presidente da autarquia de Santarém.
Frontal como se apresenta em qualquer lado e sobre qualquer assunto, Moita Flores assumiu que a política usa e abusa da Festa com cinismo e falsa moral. Segundo afirmou, “há toiros mais nobres que alguns políticos nos governos, nas autarquias e nos parlamentos”.
Para Moita Flores, o que distingue os aficionados perante a massificação imposta pela Europa mais rica sobre os países mais frágeis do sul do continente, onde prospera a Festa dos Toiros (sul de França, Espanha e Portugal), é a memória, das pedras, das praças, e essa deve ser mantida.
Com ironia, Moita Flores disse que a Europa mais rica gosta de canja de galinha mas, porque se arroga da falsa moral dos direitos (?) dos animais, não gosta de ver matar a galinha.
De maneira geral, todas as intervenções apontaram para a necessidade duma postura mais activa, mais actuante, na defesa dos valores da Festa dos Toiros pois só desta forma se poderá segurá-la no Séc. XXI.
A vasta assembleia subscreveu as posições assumidas pelos intervenientes, acordando na urgência de fazer chegar aos centros de poder o alerta para o tratamento de igualdade e de direito dos aficionados aos toiros, tal e qual é assegurado aos que não comungam dos mesmos ideais.
Depois de esgotado o tempo de debate, os congressistas posaram na “foto de família” nos degraus da Sé de Angra do Heroísmo. A pé, puseram-se a caminho do Solar da Madre de Deus para o almoço, oferta do Representante da República.
Ao fim da tarde fez-se turismo com visita a vários pontos de interesse à roda da Ilha.
A noite do primeiro dia do Fórum Mundial da Cultura Taurina terminou com jantar e jazz, oferta da Câmara Municipal de Angra. O repasto foi servido no Museu ao som da orquestra “Angrajazz” que, em interpretações muito próprias, fez-se ouvir em pasodobles toureiros. A noite musical foi “grande” quando o Maestro Vitor Mendes tomou a trompete para um espectacular “quite”.
Toiros, Cultura, Ética, Ecologia, Aficionados
O Fórum deixou a cidade-património e assentou arraiais no Auditório do Ramo Grande, Praia da Vitória, no segundo dia de trabalhos.
A manhã iniciou-se com a apaixonada conferência de Paco Aguado sob o tema “O Toureio na Cultura”.
O director-adjunto da revista “6TOROS6” viajou aos primórdios das tauromaquias e, marcando ciclos de evolução coincidentes com a acção de “Monstros e Figuras”, caracterizou o toureio como expressão de cultura. “Tourear - citou Paco Aguado - não é lutar contra a fera; é dominá-la com valor, técnica e arte”. Depois acrescentou que ir às praças de toiros é reconhecer o manancial de cultura que a Festa encerra em cada um dos seus actos.
Cheios e compenetrados da mensagem deixada por Aguado, os congressistas abeiraram-se das realidades, boas e más, que ladeiam a Festa nos diversos países com tauromaquias e naqueles , que não as tendo, engordam a aficion nos clubes taurinos.
A plateia ficou a saber, por testemunhos pessoais e de viva voz, dos “estrangulamentos” que a cultura anglo-saxónica exporta, cada vez em doses maiores e mais insistentes, na ânsia desmedida da massificação e uniformização de gostos e culturas ( toda a gente deve usar o mesmo modelo e o mesmo número de sapato; se o número não servir...corta-se o pé...).
As dificuldades na Catalunha, no País Basco, na Venezuela, no Equador, na Inglaterra (onde é de “boa política” nem dizer que se é aficionado), na completa ignorância dos Media sobre a Festa em Itália colocam a necessidade da União de aficionados para lutar nos terrenos onde os anti se movem e organizam.
Segundo o Cor. José Henriques, a difusão e promoção é a melhor defesa nos “terrenos de caça” do inimigo. Há que anulá-lo no terreno onde ele “caça os votos”.
No decorrer desta mesa redonda, Maurício do Vale trouxe à assembleia a memória de Ricardo Jorge. O grande taurino mereceu aplausos dirigidos ao céu onde repousa.
Mas se o rol de entraves é grande, não menos sólida é a paixão com que os valores da Festa são exaltados, preservados e difundidos em clubes e tertúlias, na aficion com que se segue o Toiro, o Toureio e seus Intérpretes.
Num outro quadro de trabalho, ganadeiros dos diferentes países com tauromaquia organizada afirmaram-se como baluartes da defesa dos valores ecológicos. O Toiro mantém o habitat, repartindo-o com uma série de animais que, doutro modo, fariam (apenas) parte das espécies já extintas.
João Pedro Barreiros, da Universidade dos Açores, encantou na forma como pegou em “Toiros e Ecologia”. A palavra do professor e cientista chamou as coisas pelos nomes, preto no branco, na defesa do valor e contribuição do Toiro e da Tauromaquia nesta matéria.
Talvez pela auréola de fama e glória que o rodeia como toureiro, artista plástico e até escritor, Luís Francisco Esplá mereceu atenções redobradas quando se apresentou na conferência “A Ética do Toureio”.
Esplá deu magistral lição sobre os sentimentos, princípios, regras e valores do Toureio.
Falou dos princípios éticos que sustentam a obra do toureiro, princípios que o levam a enfrentar-se com os seus próprios medos para responder aos desejos do público. Segundo Esplá, o toureio cultiva valores que se vão perdendo na sociedade: o sentido da honra, da honradez, o sentido da vida. Na sequência do seu pensamento, Maestro Esplá “confidenciou” que só conhece 3 profissões que vestem ouro no desempenho dos seus ofícios: o militar, o sacerdote e o toureiro e todos eles têm uma intensa relação com a morte. A sociedade dos dias de hoje “maquila” a morte e por isso desanca nos toureiros porque são capazes de apresentar o drama da vida e da morte sem maquilhagem - acrescentou o Maestro de Alicante.
O dia 2 do Fórum Mundial da Cultura Taurina encerrou com a projecção do documentário de Camilo Azevedo “O Toiro”, uma abordagem descomprometida do toiro em todas as fases de vida.
Filosofia, Ética e Estética no Toureio
No Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo, local onde viveu por mais dum século a Praça de Toiros de São João, decorreram os últimos trabalhos de reflexão e discussão do Fórum da Cultura Taurina e leitura das conclusões finais.
Professores de várias universidades, um fadista e um toureiro falaram da abrangência social da Festa mas foi a intervenção de Francis Wolff (francês mas que falou em português) a que mais prendeu a assistência. De forma simples, airosa e até com graça, o autor de “A filosofia das Corridas de Toiros” desmontou, um a um, os argumentos falaciosos dos anti-toiros e anti-touradas.
O professor Juan Carlos Illera, interveniente no colóquio sobre o Toiro de Lide no passado mês de Dezembro, iniciativa da Tertúlia Tauromáquica Terceirense, retomou os estudos sobre a dor e o stress dos toiros de lide, explicando como tais valores se alteram no animal antes, durante e depois da corrida.
Antes, Rui Bento Vasques, matador de toiros, gestor e apoderado, dera a visão dos valores culturais do toureio, incidindo nos aspectos éticos e deontológicos da profissão de toureiro nas relações de comportamento e respeito, na estética do toureio - valor, arte, inteligência - na filosofia de vida que leva a enfrentar a representação do medo, incarnada no Toiro.
Ao fadista António Pinto Bastos couberam minutos para defender a arte portuguesa de tourear. Houve alguma música mas, e aqui terá estado um dos “pecados” da organização, foi notada a “quase” ausência de referências, conceitos, grandeza e beleza da forma como os portugueses encaram a Festa dos Toiros, com cavalos e forcados.
Ao mais crítico, bastaria fechar os olhos e imaginar-se em congresso semelhante numa qualquer província ou região espanhola, regiões que, afinal, também gostam do toureio a cavalo.
Após o visionamento do filme “Culturas Taurinas do Mundo”, o Maestro Vitor Mendes leu nas três línguas faladas no Fórum as conclusões do congresso que reforçaram a convicção e orgulho de ser aficionado e defensor da Cultura Taurina nos dois lados do Atlântico - Europa e América do Sul -. Foram também incluídos na Declaração Final os propósitos de lutar pelos valores da Festa, como legado cultural, escola de vida, guia de valores próprios no mundo da globalização. A Declaração assume-se como barreira contra os ataques animalistas, tal como o anti-ciclone dos Açores é barreira contra tempestades.
Numa opinião muito pessoal, as conclusões do Fórum Mundial da Cultura Taurina deveriam ter sido mais incisivas, manifestando repúdio, bem expresso, pelos ataques que sofre a Festa na Catalunha, no País Basco e na Venezuela.
Os participantes do Fórum Mundial da Cultura Taurina rumaram então à Caldeira Guilherme Moniz.
Depois dum almoço com especialidades regionais, onde nem faltou o folclore terceirense, Gomez Escorial, matador de toiros de Espanha, auxiliado por José Faveira no cavalo de picar e por José Leonardo e Jorge Silva, bandarilheiros, tentou uma belíssima bezerra de Rêgo Botelho.
Etiquetas: cultura, Etologia, Fórum, João Pedro Barreiros, toiros
7 Comments:
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