domingo, fevereiro 17, 2008

Finalistas de Enfermagem manifestam-se contra a precaridade de emprego na Região

Um grupo de finalistas do curso de Enfermagem da Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo (ESEAH) do Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores, manifestou-se, em frente à secretaria regional dos Assuntos Sociais, o seu descontentamento em relação às perspectivas de emprego na Região. “No último ano, saíram das duas escolas de enfermagem da Universidade dos Açores cerca de 90 enfermeiros e os poucos que conseguiram emprego ficaram colocados nas Canárias ou no continente”, sublinhou um dos manifestantes.“Estamos a quatro meses de terminar o curso e queremos saber que planos tem o Governo Regional para nós”, acrescentou. O dia escolhido para o protesto coincidiu com uma audiência concedida pelo secretário regional dos Assuntos Sociais, Domingos Cunha, a três representantes dos finalistas de Enfermagens da ESEAH.
“INCONCLUSIVO”
À saída, a porta-voz dos estudantes, Ana Grilo, considerou o encontro “inconclusivo”.“As respostas do secretário regional não foram de encontro ao que esperávamos”, afirmou, considerando que “não foi transmitida nenhuma expectativa de melhoria da empregabilidade nos Açores”.“Saímos, assim, mais desiludidos desta reunião”, afirmou.Ana Grilo adiantou ainda que os finalistas do curso de Enfermagem das duas escolas da Região vão agora enviar uma carta aberta ao presidente do Governo Regional, transmitindo as suas preocupações.“O nosso objectivo é reunir os alunos de Enfermagem de Angra do Heroísmo e Ponta Delgada, no sentido de reivindicar não só mais emprego, como também melhorias na prestação de cuidados de saúde na Região, que irão reflectir-se na criação de emprego”, destacou.
“TODO O EMPENHO”
Por seu lado, o secretário regional dos Assuntos Sociais garantiu, em declarações ao DI, que “sempre que se justifique a contratação de mais enfermeiros, no sentido de melhorar a prestação de cuidados de saúde na Região, essas contratações serão autorizadas”. Domingos Cunha salientou, no entanto, que “tem de haver a consciência de que o Serviço Regional de Saúde nem sempre tem necessidade ou capacidade para absorver a totalidade dos enfermeiros formados no arquipélago”. O governante lembrou, por outro lado, a existência de “incentivos para a criação de empresas prestadoras de cuidados de saúde”, que podem constituir uma oportunidade de emprego para os recém-licenciados.“Temos todo o empenho em apoiar o ingresso dos novos licenciados no mercado de trabalho, tendo em conta, todavia, as nossas condicionantes”, assegurou.O secretário regional referiu igualmente que, na actual legislatura, foram integrados mais 419 enfermeiros no Serviço Regional de Saúde, que totaliza assim 1.238 enfermeiros. “Temos um rácio de 5,6 enfermeiros por mil habitantes, muito superior ao rácio do continente de 4,6 enfermeiros por mil habitantes”, sublinhou.Lembrou ainda que, no final de 2007, foram descongeladas mais 50 vagas para os centros de saúde e unidades de saúde e autorizada a contratação de mais 87 enfermeiros para os hospitais do arquipélago.“Neste momento, está autorizada a contratação de mais 52 enfermeiros para Ponta Delgada e mais 26 para Angra do Heroísmo”, disse. Em 2008, deverão sair da ESEAH e da Escola Superior de Enfermagem de Ponta Delgada cerca de 90 enfermeiros.
(In Diário Insular)

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