sexta-feira, novembro 30, 2007

Novos rumos

A Universidade dos Açores (Departamento de Ciências Agrárias) está a leccionar um mestrado de Gestão e Conservação da Natureza na ilha do Pico. Este curso de mestrado complementa a formação de licenciados (agrónomos, biólogos, planeadores e economistas) e visa preparar os formandos para a abordagem de problemas de gestão e conservação da natureza, dando assim resposta à necessidade crescente de recursos humanos neste domínio. Este mestrado resulta de uma parceria entre a Universidade dos Açores e o Núcleo de Montanheiros da Ilha do Pico, e é a primeira vez que a Universidade apresenta propostas de ensino para além das ilhas Terceira, S. Miguel e Faial. O mestrado, que reúne cerca de uma dezena de alunos, está a ser leccionado na Escola Profissional da Madalena e conta com o apoio logístico da Ecoteca do Pico, anunciou o Professor Toma Dentinho. Desde de Novembro e até Maio de 2008 será leccionado um conjunto de módulos de formação avançada e o curso termina com entrega de certificados de presença, redigidos pela própria Universidade. O primeiro módulo, que está neste momento a decorrer, é de estatística e é leccionado por Gui Menezes, Professor Auxiliar do Departamento de Oceanografia e Pescas (DOP) da Universidade dos Açores.Este curso tem a duração de 450 horas e é distribuído por 25 módulos, de 15 Horas cada. Há ainda “um módulo de 30 horas de visita de estudo e um seminário de 45 horas sobre gestão de áreas protegidas”. Segundo o responsável por este mestrado, leccionarão neste curso de mestrado 25 professores oriundos das universidades dos Açores, Évora, Algarve, Lisboa e Canárias. Este mestrado aborda áreas como o estudo e salvaguarda dos recursos naturais; conhecimento das relações dos humanos com o meio ambiente; investigação sobre tecnologias sustentáveis e desenho de planos e políticas. O mestrado é encarado como “um passo importante para o Pico, porque assegura um lugar no desenvolvimento”, coisa que geralmente não acontece às localidades que estão afastadas dos grandes centros universitários. Para a universidade açoriana, “este também é um marco inovador, porque é a primeira vez que o ensino superior está na ilha do Pico e se a experiência correr bem pode abrir portas a outras ilhas da região”, explica fonte ligada a este mestrado. Esta pode ser, segundo os docentes envolvidos, uma oportunidade de criar nas ilhas do triângulo um núcleo de investigação avançada sobre temáticas ligadas ao mar e à montanha. Este mestrado, já na 15ª edição, tem cerca de uma centena de teses realizadas e começa a ter algumas publicações disponíveis. Os responsáveis por este curso admitem chegar a outras ilhas que se demonstrem interessadas. “No mínimo é necessário 15 alunos”, argumentam, deixando claro que a Universidade das ilhas açorianas tem capacidade para responder a estas solicitações. A Internet e as novas tecnologias da informação são passos que estão a ser dados. O e-learning é um caminho que o Departamento de Ciências Agrárias (DCA) e o Departamento de Ciências da Educação (DCE) se preparam para promover na Universidade dos Açores (UA). O curso de mestrado em Educação Ambiental, que segundo dados divulgados, conta com 23 inscritos e vai chegar às ilhas do Corvo, São Jorge, Terceira e São Miguel. Trata-se da primeira vez, igualmente, que um mestrado é desdobrado simultaneamente em dois pólos, respectivamente o de Angra do Heroísmo e Ponta Delgada. Na prática, os alunos terão ao seu dispor formação e materiais complementares em suporte digital que serão complementados com outras aulas e momentos presenciais. Nestes casos, será necessária a deslocação dos formandos aos dois pólos acima referenciados. No âmbito da formação pós-graduada no âmbito da Educação Ambiental surge, aponta a coordenação do mestrado, da necessidade de reinventar dinâmicas sociais que investiguem o combate à pobreza, alteração de padrões de consumo, coerência nas tomadas de decisão políticas, preservação de legados naturais e culturais, preservação da atmosfera, dos solos e da água, combate à desertificação e desflorestação, conservação da biodiversidade, minimização dos riscos de saúde pública, gestão de resíduos sólidos e de dinâmicas sociais que busquem a sustentabilidade, apontando para a fusão dos domínios de conhecimento anteriormente considerados estanques.

(In A União)

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