quinta-feira, agosto 16, 2007

Ciências Farmacêuticas nas Ciências Agrárias?

Diário Insular (DI)- Como se explica o envolvimento do Departamento de Ciências Agrárias, Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores nos preparatórios de Ciências Farmacêuticas, tendo em conta as limitações legais à abertura de farmácias, que limitam as saídas profissionais dos futuros licenciados?

Alfredo Borba (AB)-Não se trata só da formação de profissionais para as Farmácias. Há toda uma variedade de actividades que são acometidas aos formados em Ciências Farmacêuticas: pesquisa de produtos de interesse farmacológico; o controlo dos medicamentos de uso humano e veterinário; a colheita de produtos biológicos; a execução e interpretação de análises clínicas, toxicológicas, hidrológicas e bromatológicas. Toda uma área de investigação na área do medicamento e das análises clínicas.

DI-Não lhe parece que a conjugação Licenciatura em Enfermagem-Preparatórios de Medicina-Preparatórios de Farmácia deveria evoluir para um investimento em cursos completos nas Ciências da Saúde, para além da Enfermagem?

AB-Estamos a trabalhar nesse sentido em estreita colaboração com a Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo. São processos longos que requerem muito trabalho e a aprovação do Ministério.

DI-A partir de que momento se poderá considerar que o Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores atingiu o ponto crítico de não retorno, sendo a sua sobrevivência inquestionável?

AB-O Campus de Angra do Heroísmo há muito que atingiu o ponto de não retorno. Finalmente temos um novo Campus, com um edifício já em funcionamento e outro em construção. Entregámos no passado dia 23 o projecto revisto do terceiro edifício (Interdepartamental). Estamos a trabalhar no Plano Preliminar da Escola Superior de Enfermagem. A Universidade dos Açores não é só ensino, embora este seja fundamental. Contamos com três Centros de Investigação, o de Tecnologias Agrárias, o de Biotecnologia e o do Clima Meteorologia, que representam um significativo esforço na investigação científica e no apoio à comunidade. Temos sido solicitados para prestação de serviços e estamos envolvidos em projectos de investigação promovidos a nível regional e internacional.

DI-Sabemos que é um adepto da integração do Seminário no espaço da Universidade dos Açores. O Reitor também já se pronunciou a favor. Quais são as mais-valias para as duas partes?

AB-Deve-se falar mais em associação do que em integração. Benéfica para as duas partes. Para o Seminário trata-se de promover formação a nível de Licenciatura, para a Universidade dos Açores trata-se de uma mais-valia resultante da diversificação da sua oferta de ensino e investigação.