Alunos de Colmeias e Melgaço deslumbrados com os Açores
"Uma experiência única" ou "férias inesquecíveis", foi como alguns dos alunos de Colmeias se referiram à sua participação na XIII Expedição Científica Flores e Corvo. Durante 11 dias, em finais de Julho, um grupo de alunos da EBI de Colmeias e outro grupo de Melgaço "descobriram" os encantos dos Açores, mais precisamente das ilhas das Flores e do Corvo. Mas foi "uma descoberta diferente", como referiu ao DIÁRIO AS BEIRAS, Hugo Gomes, aluno do 9.º ano da EBI de Colmeias. Já em casa, foi fazendo uma espécie de "livro de bordo da viagem", referindo que os últimos dias revelaram-se mais motivantes, pois já estavam familiarizados com o resto do grupo e "assumimos a missão com mais responsabilidade e maturidade". O jovem aluno confessou que "foi uma experiência única e inesquecível", pois deu-lhe a possibilidade de ver outro mundo. Outras mentalidades, outras paisagens, outras formas de viver e realçou o facto "saudável" de ter convivido com pessoas muito bem colocadas intelectualmente, referindo-se aos cientistas portugueses e estrangeiros que participaram na expedição. Já outro aluno, Kevin Pedro ficou, de tal modo entusiasmado, que confessou à mãe, uma das encarregadas de educação que também acompanhou o grupo na expedição, que "quer ser biólogo e quer estudar na Universidade dos Açores". Já a professora Manuela Veríssimo, geóloga, aproveitou a ocasião para recolher algum material geológico, nomeadamente os piroclastos, além das filmagens, de modo a poder trabalhar de forma diferente com os alunos, sobretudo os do 7.º ano de escolaridade, cujo plano curricular incide sobre a vulcanologia e a sismologia. De um modo geral, todos os alunos chegaram a Portugal Continental com vontade de regressar. Para a promotora do projecto, a professora Maria de Fátima Lopes, que, apresentou o Projecto Multidisciplinar sobre o Ensino Experimental das Ciências Naturais em contexto não formal, com participação na XIII Expedição Flores e Corvo da Universidade dos Açores, "os objectivos foram largamente ultrapassados". Para a professora, o mais importante para os alunos foi a constatação do que é "a ciência fora do contexto da sala de aula". Pois, o seu dia-a-dia foi de intenso trabalho, desde as recolhas de material em campo, seguido do trabalho de laboratório, também em campo. Uma missão que todos assumiram com "empenho", já que souberam cumprir as regras, isto é, depois da colheita, todos sabiam que deviam fazer a triagem, formação de grupos de material para que depois pudessem ser observados pelos cientistas presentes. Por outro lado, outro factor positivo foi o convívio com os alunos de Melgaço e das escolas das ilhas, nomeadamente da EB 2,3 das Flores e da Escola Mouzinho da Silveira, da ilha do Corvo. Fátima Lopes realçou o facto de, neste último caso, a ilha do Corvo ter apenas 34 alunos, do pré-escolar ao 9º ano. É também uma escola integrada que, curiosamente, nas provas de aferição, obteve os melhores resultados a nivel nacional, como referiu o presidente do Conselho Executivo. Um dado que Fátima Lopes atribui ao facto de, em geral, os ilhéus serem pessoas cultas, detentores de uma cultura empírica, mas também livresca. Fátima Lopes, que acompanhou os seus alunos dia-a-dia, resume a viagem para todos na seguinte frase "chegámos com a bagagem mais pesada de conhecimentos, olhos deslumbrados com tantas e lindas paisagens e o coração cheio de sonhos".
(In Diário das Beiras)
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