quinta-feira, março 17, 2011

Praga já se estende a seis ilhas dos Açores


Foi detetada a presença da praga da térmita de madeira seca (Cryptotermes brevis) no concelho das Lajes do Pico. Esta descoberta significa que a praga está já em seis ilhas dos Açores, sendo as outras a Terceira, São Miguel, Faial, São Jorge e Santa Maria.A presença da praga foi verificada numa habitação do concelho picoense, explicou a DI o especialista na matéria Paulo Borges, professor da Universidade dos Açores e coordenador da Equipa de Monitorização e Controlo das Térmitas nos Açores (EMCTA).Segundo Paulo Borges, a térmita de madeira seca foi detetada na sequência de uma expedição da equipa à ilha do Pico, mas apenas depois desta ter deixado a ilha. "Fizemos monitorização a mais de 90 habitações e não encontrámos nada, sendo que, depois de termos já ido embora, um morador contactou a Câmara das Lajes do Pico, porque tinha ouvido falar da nossa visita e desconfiava que tivesse térmitas em casa. Mandaram-nos os materais e essa presença confirmou-se". O trabalho da equipa assentou também em ações de sensibilização dirigidas à população em geral.Existe agora a possibilidade de este se tratar de um caso isolado, o que possibilitaria a erradicação da praga. Segue-se uma visita à ilha de um técnico da equipa, que tentará determinar a origem da infestação. Será também investigada a presença de térmitas em edifícios próximos ao foco já detetado.Os trabalhos desenvolvidos por esta equipa inserem-se no âmbito do projeto TERMODISP - "A térmita de madeira seca Cryptotermes brevis (Walker) nos Açores: Monitorização dos vôos de dispersão e prevenção da colonização", financiado pela direção regional da Ciência e Tecnologia.Concretamente, a equipa de técnicos está a realizar monitorização em todas as ilhas, seguindo-se agora as Flores e o Corvo.Questionado sobre a possibilidade da praga da térmita de madeira seca estar já espalhada por todo o arquipélago, Paulo Borges admite que "teoricamente essa é uma possibilidade" e que o trabalho que está a ser desenvolvido servirá também para dissipar dúvidas.No caso das ilhas onde não se conhece a presença da praga até agora, a deteção de pequenos focos pode representar uma possibilidade de erradicação total, explica, ao contrário de ilhas como a Terceira ou São Miguel, onde as medidas só podem já ser de controlo.

(In Diário Insular)