Açores não existem fora do sistema internacional
Carlos Amaral, professor da Universidade dos Açores.
A Universidade dos Açores vai avançar no próximo ano letivo, na ilha Terceira, com o curso de "Estudos Europeus e Política Internacional". No passado houve várias tentativas... O que estava a falhar e que novas condições permitiram, por fim, concretizar a ideia?
Em sentido estrito, esta é a primeira vez que procuramos levar este curso de licenciatura à ilha Terceira. No passado, houve uma tentativa da área, que, por dificuldades internas, nem chegou a ser formalizada.
Neste momento e podendo contar com o apoio dos nossos antigos alunos de Mestrado, já Mestres, bem como de outras personalidades do meio terceirense, estão reunidas as condições que finalmente nos poderão permitir avançar.
A que necessidade específicas de saber responde o curso?
Nos dias de hoje, há competências que são básicas, sem as quais não é possível sequer desenvolver uma atividade profissional ou uma cidadania minimamente ativaHoje em dia, quem, jovem ou menos jovem, não souber inglês, por exemplo, ou não for capaz de utilizar as novas tecnologias da informação será pouco mais do que analfabeto. E o mesmo se poderá dizer de um açoriano que não conheça minimamente a União Europeia e o sistema de relações internacionais.É na Europa e no sistema internacional que são decididos praticamente TODOS os setores da nossa vida contemporânea. Até mesmo o exercício concreto da autonomia açoriana exige um conhecimento da União Europeia e do sistema internacional. Só conhecendo o que são e como funcionam poderemos aceder a eles e, neles, procurar apresentar as nossas especificidades e salvaguardar os nossos interesses.Por outro lado, em termos de saídas profissionais, o curso poderá ser seguido de um Mestrado e de Doutoramento, em Estudos Europeus ou em Relações Internacionais, esses sim, abrindo portas a saídas profissionais, designadamente no funcionalismo público - europeu e internacional, para além do nacional e regional, como é óbvio - e no setor empresarial. Quais as grandes questões que hoje envolvem os Açores e que são refletidas e poderão ser melhor compreendidas no âmbito do curso que propõe?
São múltiplas. No quadro dos Estudos Europeus, alargam-se a praticamente todos os setores da vida contemporânea, desde a Agricultura, as Pescas, os Transportes, o Turismo e o Ambiente até à Ciência e à Tecnologia. Muito dificilmente poderemos encontrar uma única questão, um único domínio com impacto para os Açores que esteja fora da alçada da União Europeia.Paralelamente, enquanto região de fronteira entre a Europa e as Américas, do Norte e do Sul, os nossos destinos encontram-se, desde sempre, indelevelmente ligados ao sistema de relações internacionais e à Relação Transatlântica em particular. Foi este o caso no passado, desde o povoamento das ilhas. Nos dias de hoje, numa Europa unida e no mundo globalizado, trata-se, aliás, de uma realidade ainda mais marcante. Numa palavra, diria ser impossível conhecermo-nos a nós próprios e promover os nossos interesses e o nosso desenvolvimento fora da União Europeia e do sistema internacional.
Em sentido estrito, esta é a primeira vez que procuramos levar este curso de licenciatura à ilha Terceira. No passado, houve uma tentativa da área, que, por dificuldades internas, nem chegou a ser formalizada.
Neste momento e podendo contar com o apoio dos nossos antigos alunos de Mestrado, já Mestres, bem como de outras personalidades do meio terceirense, estão reunidas as condições que finalmente nos poderão permitir avançar.
A que necessidade específicas de saber responde o curso?
Nos dias de hoje, há competências que são básicas, sem as quais não é possível sequer desenvolver uma atividade profissional ou uma cidadania minimamente ativaHoje em dia, quem, jovem ou menos jovem, não souber inglês, por exemplo, ou não for capaz de utilizar as novas tecnologias da informação será pouco mais do que analfabeto. E o mesmo se poderá dizer de um açoriano que não conheça minimamente a União Europeia e o sistema de relações internacionais.É na Europa e no sistema internacional que são decididos praticamente TODOS os setores da nossa vida contemporânea. Até mesmo o exercício concreto da autonomia açoriana exige um conhecimento da União Europeia e do sistema internacional. Só conhecendo o que são e como funcionam poderemos aceder a eles e, neles, procurar apresentar as nossas especificidades e salvaguardar os nossos interesses.Por outro lado, em termos de saídas profissionais, o curso poderá ser seguido de um Mestrado e de Doutoramento, em Estudos Europeus ou em Relações Internacionais, esses sim, abrindo portas a saídas profissionais, designadamente no funcionalismo público - europeu e internacional, para além do nacional e regional, como é óbvio - e no setor empresarial. Quais as grandes questões que hoje envolvem os Açores e que são refletidas e poderão ser melhor compreendidas no âmbito do curso que propõe?
São múltiplas. No quadro dos Estudos Europeus, alargam-se a praticamente todos os setores da vida contemporânea, desde a Agricultura, as Pescas, os Transportes, o Turismo e o Ambiente até à Ciência e à Tecnologia. Muito dificilmente poderemos encontrar uma única questão, um único domínio com impacto para os Açores que esteja fora da alçada da União Europeia.Paralelamente, enquanto região de fronteira entre a Europa e as Américas, do Norte e do Sul, os nossos destinos encontram-se, desde sempre, indelevelmente ligados ao sistema de relações internacionais e à Relação Transatlântica em particular. Foi este o caso no passado, desde o povoamento das ilhas. Nos dias de hoje, numa Europa unida e no mundo globalizado, trata-se, aliás, de uma realidade ainda mais marcante. Numa palavra, diria ser impossível conhecermo-nos a nós próprios e promover os nossos interesses e o nosso desenvolvimento fora da União Europeia e do sistema internacional.
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