quarta-feira, março 16, 2011

ASSEGURA RESPONSÁVEL DO LNEC Abastecimento de água "sem problemas" na Praia

O coordenador do estudo sobre a situação ambiental nas zonas de captação de água da Praia da Vitória reafirmou ontem "não existirem problemas" na água, mas salientou a importância de descontaminação imediata de focos de poluição.
“Felizmente para o abastecimento público não existem problemas de momento, nenhuns. Eu bebo aquela água. Mas dentro das zonas militares existem de facto problemas inaceitáveis nuns pais europeu, face à legislação portuguesa (à Lei da Água), como à directiva Quadro da Água”, afirmou João Paulo Lobo Ferreira, que coordenou o estudo do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), após uma audição na comissão de Assuntos Parlamentares, Ambiente e Trabalho, a pedido do PS e PSD.
No início de Fevereiro, o LNEC apresentou um relatório onde concluía que “não há contaminação de solos nem de aquíferos para abastecimento de água às populações" do concelho da Praia da Vitória.
Os especialistas revelaram, na altura, que foi detectada poluição "na porta de armas (da Base das Lajes) e na área dos tanques de armazenamento de combustível", sendo em ambos os casos em "aquíferos suspensos”.
O coordenador do estudo defendeu ainda que "todas as infraestruturas que não estão a ser utilizadas, devem ser removidas", referindo-se aos pipelines localizados nas zonas das Fontainhas, porque "eventualmente continuam com combustível dentro".
Segundo o responsável, "os depósitos em causa foram desactivados, mas são estruturas desnecessárias naquele sítio, pelo que têm que ser removidos".
"Não tenho nenhuma dúvida que a componente americana tem toda a credibilidade e tanto o Estado Português vão resolver a questão", referiu, manifestando a disponibilidade do LNEC em acompanhar a evolução da reabilitação".
De acordo com o especialista, "a reabilitação terminará quando o problema desaparecer dos focos de poluição detectados".
"Há uma consciência muito grande de que tem que ser removido o problema agora", afirmou João Paulo Lobo Ferreira, considerando existir “vontade politica”.
Para Artur Lima, do CDS/PP, tratou-se de "um esclarecimento à comissão no sentido contrário ao do Governo e do secretário da presidência e do Ambiente.
“Salientaram que tudo estava bem, que não existiam problemas e foi a mensagem que passaram para a opinião. Hoje aqui refere-se que há perigo, contaminação e que é preciso despoluir e já. E foi sempre isto que o CDS disse”, sustentou.
Carla Bretão, do PSD, considerou que "o Governo regional deve exigir às entidades americanas que comecem este processo no imediato".
“E para isso achamos que é necessário um acompanhamento, técnico, por parte do Governo regional. O LNEC que efectuou este estudo terá necessariamente que acompanhar todo o processo de descontaminação e monitorização”, salientou a deputada.
Hernâni Jorge, do PS, considerou que as audições foram "importantes" para "clarificar as dúvidas que alguns partidos e agentes políticos manifestaram nos últimos tempos".
“Esta audição tornou claro aquilo que para o PS já resultava da análise do estudo do LNEC, mas foi importante reafirmá-la nesta sede parlamentar, de que não existe qualquer problema ou risco na água de consumo humano na Praia da Vitória, não obstante existirem focos de poluição que nada tem a ver com as captações de água para consumo humano, designadamente em zonas junto da Base, mas que fazem parte das intenções das autoridades americanas a despoluição das mesmas”, sustentou.
Em relação à fase da descontaminação que CDS/PP e PSD defendem que seja acompanhada pelo LNEC e Universidade dos Açores, o parlamentar salientou que "naturalmente a responsabilidade das entidades americanas será certamente assumida e as autoridades portuguesas devem ter a sua participação ao nível do acompanhamento e da garantia da execução".
No início de Março, o cônsul dos EUA nos Açores, Gavin Sundwall, disse, numa conferência de imprensa, que as informações sobre as análises norte-americanas realizadas em 2004 aos terrenos da Praia da Vitória, na Terceira, foram “partilhadas" com as autoridades portuguesas e com a Força Aérea, tendo anunciado o tratamento dos locais contaminados que foram identificados no estudo do LNEC.
(in A União)