terça-feira, setembro 08, 2009

Vírus roubam à vinha o melhor que ela tem

Dois vírus estão a prejudicar seriamente as vinhas tradicionais dos Açores, sendo responsáveis por maus vinhos. É possível erradicar essas pragas.

As vinhas tradicionais dos Açores estão infestadas com dois vírus que provocam prejuízos graves na produção aos níveis da qualidade e da quantidade - segundo a Universidade dos Açores.Artur Machado, especialista em biotecnologia, revelou ao DI que se trata dos vírus conhecidos como do urticado e do enrolamento, presentes em enorme dimensão nas vinhas açorianas. A qualidade do vinho, por exemplo, é atacada através dos teores de acúçar, que são essenciais para conseguir um bom vinho. Outra consequência é a instabilidade que faz, por exemplo, com que um ano seja possível trabalhar e armazenar o vinho e noutro ano esse maneio não seja possível. O homem é o principal disseminador dos dois vírus em causa, por várias formas, mas sobretudo através do maneio das vinhas, em particular através da utilização de instrumentos que são infectados numa vinha e de seguida são utilizados noutra vinha sem serem devidamente desinfectados.
É possível resolver

Segundo Artur Machado, os vírus em causa podem ser erradicados. A Universidade dos Açores domina as tecnologias necessárias e já as experimentou em videiras e árvores, mas fora da região.Segundo o cientista e invetsigador do centro de biotecnologia, não haverá qualquer dificuldade em aplicar as técnicas já dominadas á situaão específica dos Açores.A erradição dos vírus do urticado e do enrolamento exige um período de trabalho de cerca de quatro anos, além de implicar a substituição dos pés de vinha existentes por outros previamente tratados.
Descoberta importante

A Universidade dos Açores creditou recentemente a seu favor a descoberta de que as castas que produzem vinho - ou uva de mesa - são de origem regional, a partir de videiras selvagens, reescrevendo assim a história da vinha à escala do planeta. Antes pensava-se que a domesticação da vinha tinha ocorrido no Crescente Fértil. Segundo o líder do Centro de Biotecnologia dos Açores, abrem-se agora novas perspectivas genéticas e fitossanitárias para as castas em produção.Por exemplo, adiantou, o estudo das videiras selvagens que estão na origem das castas domesticadas pode dar informação genética muito antiga, capaz de ser trabalhada para melhorar as castas.

(in Diário Insular)

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