quinta-feira, julho 09, 2009

Açores podem ter Centro de Alterações Climáticas

HELENA FAGUNDES, DI, NA GRACIOSA
Existem conversações entre Governo dos Estados Unidos da América (EUA) e a Universidade de Massachusetts - Dartmouth, para a criação nos Açores de um Centro de Alterações Climáticas. A revelação foi feita, ontem, na Graciosa, pela vice-cônsul dos EUA, Jeanette Rébert.“É uma ideia que está ainda ser falada, mas que tem muito interesse”, frisou, avançando que ainda não está definido em que ilha esse centro poderia ficar localizado.Rébert falava depois de uma visita à infra-estrutura do projecto ARM, ligado à medição de radiação atmosférica.
CAMP DAVID
O véu sobre o projecto de um grande centro de estudo e debate das alterações climáticas nos Açores foi levantado pelo responsável pelo Centro de Clima, Meteorologia e Mudanças Globais da Universidade dos Açores, Eduardo Brito de Azevedo, que lidera a parte portuguesa envolvida no ARM. “Este Centro de Alterações Climáticas não seria estritamente no sentido científico, de localizar equipamentos. Não é essa a principal ideia de instalar aqui nos Açores um observatório de mudanças climáticas. Esse projecto tem que ver com o simbolismo que terá instalar entre os dois continentes um fórum de discussão sobre esse tema, que é um tema universal”, afirmou.“Há uma expressão utilizada no protocolo que estabelece essa ideia, que designa esse centro como uma espécie de Camp David das Alterações Climáticas: Um sítio neutro onde toda a gente se pode reunir para tratar da questão das alterações climáticas”, revelou.Na opinião de Brito de Azevedo esse centro permitiria “aproximar os EUA e a América da Europa, numa matéria em que nem sempre estiveram de acordo”. “A meio caminho entre o continente americano e a Europa vão-se discutir questões importantíssimas para o futuro”, lançou. Entretanto, decorre na Graciosa, durante perto de dois anos, o projecto ARM, (Atmospheric Radiation Measurement), desenvolvido pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos, com a colaboração de uma equipa de cientistas portugueses, liderada pela Universidade dos Açores, e do Governo Regional. A visita à infra-estrutura inseriu-se no programa da visita do Governo Regional à Graciosa. Na ocasião, o presidente do executivo açoriano, Carlos César, afirmou existir toda a abertura para que a infra-estrutura móvel se mantenha nos Açores de forma permanente.A vice-cônsul dos EUA não coloca de parte a hipótese, mas afirma que isso dependerá “da vontade da comunidade científica”.
(in Diário Insular)

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