Só o leite com erva garante sustentabilidade nos Açores
Está confirmado que as quotas leiteiras acabam na União Europeia em 2015. É um desastre ou uma oportunidade para os Açores? Sempre fui contrário ao aumento das quotas, mesmo quando muitos - e foram quase todos - achavam que a solução dos problemas da nossa pecuária passavam por aí! Sempre achei que um quadro de liberalização da produção nos poderia ser prejudicial, porque os países com grande capacidade de expansão da sua produção, como por exemplo a Espanha, poderiam passar rapidamente de uma situação de produtores deficitários - por lhes haver sido fixado uma quota inferior às necessidades do seu próprio mercado - para a de produtores excedentários, com a possibilidade de invadirem o mercado do Continente, dada a sua maior proximidade, mercado esse que tem sido fundamental para os lacticínios dos Açores. O segredo da sobrevivência da produção leiteira açoriana, neste novo quadro, necessariamente mais competitivo, passará pela maior valorização desse nosso grande recurso natural, a erva, produzindo-se leite de uma forma mais sustentável, fazendo-se menor recurso a imputes externos - a única forma de garantir a produção de leite e de lacticínios mais baratos e de uma qualidade diferenciada.
O fim das quotas leiteiras poderá, também, implicar o fim do modelo de produção e transformação de leite vigente nos Açores?
Não necessariamente, mas estou certo que implicará ajustes no actual modelo de produção, tornando-o mais auto-sustentável, o que passa por maximizar e optimizar o binómio pastagem/ vaca leiteira. Em alternativa a produzir mais, numa lógica produtivista, mais e mais, teremos de produzir melhor, com uma preocupação crescente de aumentar a rentabilidade do processo produtivo. No que respeita à transformação deveríamos apostar numa maior diversificação, em particular em produtos de maior valor acrescentado, nomeadamente em novas variedades de queijo.
Com a produção aberta, regiões como os Açores ver-se-ão obrigadas a procurar outros modelos económicas, designadamente virando-se para as produções agrícolas e eventualmente de auto-subsistência?
As condicionantes orográficas (a altitude) e climatéricas (o vento) dos Açores são mais favoráveis à pastagem e à sua transformação em leite, mas, existem de facto algumas oportunidades de diversificação que não devemos desperdiçar, nomeadamente hortaliças, alguns frutos e especialmente algumas flores exóticas. Há que garantir no entanto transportes a preços competitivos para o necessário escoamento deste tipo de produções, para que elas sejam competitivas.
Quem vai dominar o mundo do leite, à escala global, após 2015?
Os países que melhor se posicionam, neste momento, para dominarem o Mercado global dos lacticínios são a Nova Zelândia e os Estados Unidos, por uma razão muito simples - preços de produção de leite mais baixos. Segundo os últimos dados da LTO, Holanda, o preço médio de pagamento de leite à produção, nos últimos 12 meses, foi de 36.37 na Europa, 30.04 na Nova Zelândia, e 30.01 (preços em Euro/100Kg, para leite com, 4.2% de gordura, 3.4% proteína e 249,999 células somáticas). Por outro lado, o aumento de consumo de lacticínios, em particular na China e na Índia está muito ligado às cadeias de “Fast Food” que, como sabemos, são na sua maioria pertença de multinacionais americanas.
O fim das quotas leiteiras poderá, também, implicar o fim do modelo de produção e transformação de leite vigente nos Açores?
Não necessariamente, mas estou certo que implicará ajustes no actual modelo de produção, tornando-o mais auto-sustentável, o que passa por maximizar e optimizar o binómio pastagem/ vaca leiteira. Em alternativa a produzir mais, numa lógica produtivista, mais e mais, teremos de produzir melhor, com uma preocupação crescente de aumentar a rentabilidade do processo produtivo. No que respeita à transformação deveríamos apostar numa maior diversificação, em particular em produtos de maior valor acrescentado, nomeadamente em novas variedades de queijo.
Com a produção aberta, regiões como os Açores ver-se-ão obrigadas a procurar outros modelos económicas, designadamente virando-se para as produções agrícolas e eventualmente de auto-subsistência?
As condicionantes orográficas (a altitude) e climatéricas (o vento) dos Açores são mais favoráveis à pastagem e à sua transformação em leite, mas, existem de facto algumas oportunidades de diversificação que não devemos desperdiçar, nomeadamente hortaliças, alguns frutos e especialmente algumas flores exóticas. Há que garantir no entanto transportes a preços competitivos para o necessário escoamento deste tipo de produções, para que elas sejam competitivas.
Quem vai dominar o mundo do leite, à escala global, após 2015?
Os países que melhor se posicionam, neste momento, para dominarem o Mercado global dos lacticínios são a Nova Zelândia e os Estados Unidos, por uma razão muito simples - preços de produção de leite mais baixos. Segundo os últimos dados da LTO, Holanda, o preço médio de pagamento de leite à produção, nos últimos 12 meses, foi de 36.37 na Europa, 30.04 na Nova Zelândia, e 30.01 (preços em Euro/100Kg, para leite com, 4.2% de gordura, 3.4% proteína e 249,999 células somáticas). Por outro lado, o aumento de consumo de lacticínios, em particular na China e na Índia está muito ligado às cadeias de “Fast Food” que, como sabemos, são na sua maioria pertença de multinacionais americanas.
(In Diário Insular)
Etiquetas: José Matos, Leite, mercado, Produtos Açorianos, Quota leiteira
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