Ilhas são os territórios mais vulneráveis às alterações climáticas
Diário Insular - Uma tese de mestrado defendida na Universidade dos Açores conclui que 96 por cento dos terceirenses têm receio das alterações climáticas, mas colocam o terrorismo e a SIDA no topo dos seus medos. Sabendo-se que as alterações climáticas podem ser destrutivas à escala global, o que estará na base desta hierarquia?
Prof. Brito de Azevedo - Se há fenómeno que tenha merecido ultimamente a atenção dos órgãos de informação é o das mudanças climáticas. A explicação para os resultados do inquérito assenta, eventualmente, nos nossos mecanismos mais primários de defesa face às ameaças. Ameaças fisicamente mais próximas (segurança da família, saúde, etc.), ou sobre as quais podemos ter algum controlo directo, ocupam um lugar prioritário nas nossas preocupações e na nossa forma de actuar.
Diário Insular - Há na Terceira – dizem os estudos – uma elevada propensão para alterar hábitos, como partilhar o automóvel ou andar a pé. No entanto, sabemos que estas mudanças só acontecem de facto se forem tomadas medidas concretas pelos decisores políticos. Parece-lhe que tais medidas já se justificam no nosso espaço geográfico?
Prof. Brito de Azevedo - Veja-se o resultado do estudo. Face à dimensão do fenómeno e à rapidez da sua evolução, a mitigação do problema não se compadece com o tempo necessário à mudança colectiva de mentalidades. Para além do contributo individual que cada um possa dar, só através de políticas de escala é que se podem esperar resultados. Diário Insular - A população local, embora se preocupe com os problemas climáticas, tende a pensar que as coisas más acontecem sobretudo aos outros. No nosso caso concreto, será realista pensar assim?
Prof. Brito de Azevedo - Não. As ilhas, umas mais do que outras, apresentam-se como dos territórios com menor capacidade de adaptação e mais vulneráveis. Em particular no que se refere às disponibilidades hídricas. Nas ilhas o clima é a única fonte natural de água doce e também condiciona importantes mecanismos relacionados com o seu retorno à atmosfera ou aos oceanos. No nosso caso, e atendendo à fraca capacidade de retenção hídrica, típica dos territórios de origem vulcânica, a menores amplitudes da alteração climática expectável podem, à escala regional, corresponder impactos ambientais e socioeconómicos mais problemáticos. Diário Insular - O descontrolo climático é uma questão conjuntural ou tende a ser um problema estrutural, com retrocesso mais do que incerto?
Prof. Brito de Azevedo – É cada vez mais uma questão estrutural a que nos teremos de adaptar. Com muita incerteza pela frente!
Prof. Brito de Azevedo - Se há fenómeno que tenha merecido ultimamente a atenção dos órgãos de informação é o das mudanças climáticas. A explicação para os resultados do inquérito assenta, eventualmente, nos nossos mecanismos mais primários de defesa face às ameaças. Ameaças fisicamente mais próximas (segurança da família, saúde, etc.), ou sobre as quais podemos ter algum controlo directo, ocupam um lugar prioritário nas nossas preocupações e na nossa forma de actuar.
Diário Insular - Há na Terceira – dizem os estudos – uma elevada propensão para alterar hábitos, como partilhar o automóvel ou andar a pé. No entanto, sabemos que estas mudanças só acontecem de facto se forem tomadas medidas concretas pelos decisores políticos. Parece-lhe que tais medidas já se justificam no nosso espaço geográfico?
Prof. Brito de Azevedo - Veja-se o resultado do estudo. Face à dimensão do fenómeno e à rapidez da sua evolução, a mitigação do problema não se compadece com o tempo necessário à mudança colectiva de mentalidades. Para além do contributo individual que cada um possa dar, só através de políticas de escala é que se podem esperar resultados. Diário Insular - A população local, embora se preocupe com os problemas climáticas, tende a pensar que as coisas más acontecem sobretudo aos outros. No nosso caso concreto, será realista pensar assim?
Prof. Brito de Azevedo - Não. As ilhas, umas mais do que outras, apresentam-se como dos territórios com menor capacidade de adaptação e mais vulneráveis. Em particular no que se refere às disponibilidades hídricas. Nas ilhas o clima é a única fonte natural de água doce e também condiciona importantes mecanismos relacionados com o seu retorno à atmosfera ou aos oceanos. No nosso caso, e atendendo à fraca capacidade de retenção hídrica, típica dos territórios de origem vulcânica, a menores amplitudes da alteração climática expectável podem, à escala regional, corresponder impactos ambientais e socioeconómicos mais problemáticos. Diário Insular - O descontrolo climático é uma questão conjuntural ou tende a ser um problema estrutural, com retrocesso mais do que incerto?
Prof. Brito de Azevedo – É cada vez mais uma questão estrutural a que nos teremos de adaptar. Com muita incerteza pela frente!
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